quarta-feira, 23 de abril de 2014

As coisas do sertão

Cordel do Poeta Esperantivo
Vida boa do nordeste
Com inverno no sertão
o pasto verde e o povo
Fazendo a plantação
As serras cheia de verde
Flores na vegetação

As músicas de meu nordeste
Tem muita variedade
Baião forró pé de serra
Sanfoneiro em quantidade
Coco, xaxado e quadrilhas
Para dançar a vontade

As moradias que mostram
São as casas rodeadas
De alpendres com terreiros
Na frente tem as calçadas
Outras são casas de taipas
Com as paredes rachadas

O violeiro é artista
De boa aceitação
Que faz dupla lá na casa
Com a viola na mão
Cantando de improviso
Na casa do cidadão

A flora é variada
Dentro das plantas nativas
No sertão os trapiás
Juá catingueiras vivas
Mandacaru e facheiro
Macambiras são nativas

Quando acontece a seca
Morre o pasto morre o gado
Seca a água do açude
Fica o solo rachado
Só fome e desespero
Pro sertanejo coitado

Tem aboio de vaqueiro
Tem ciranda tem toada
O pastoril de criança
Tem serenata falada
Novena para devotos
Da padroeira adorada

Casa de tijolo cru
Feitas com massa de barro
Piso de barro batido
sem ter garagem de carro
Cobertas com telha bruta
Sem o apoio de agarro

O cordel é centenário
Na tradição cultural
Conta histórias e notícias
Da vida nacional
E fatos já esquecidos
Mantém tradicional

Animais tem o preá
Teju e camaleão
Papa vento Cascavel
mocó, raposa e furão
Lagartixas e calango
Timbu e cobra São João

Aves tem o carcará
Sabiá e sanhassú
Cauã e papa- capim
Rolinha tisiu e lambú
Bem-te-vi  guriatã
Beija flor e urubu

Um burrinho pastando
Que é chamado de muá
Um jumento e um cavalo
Pasta no mesmo lugar
Comendo o capim seco
Para a fome matar

Em um pé de trapiá
No amanhecer do dia
Patativa solta o canto
Com bastante alegria
Ali pertinho do ninho
Que é sua moradia

O vaqueiro entra no mato
Para a reis pegar
Laça e traz pro curral
Para lhe alimentar
No coxo coloca água
Para a sede matar

As galinhas no terreiro
Soltas a cacarejar
Ciscando na capoeira
E o guiné a cantar
Dizendo que esta fraco
Mas não deixa de andar

O pavão se arma  todo
Mostrando sua plumagem
Para cortejar a fêmea
Com uma bela imagem
Ribasã a tardezinha
Segue a sua viajem

E quando a chuva chega
No nordeste tem fartura
Logo cedo o pessoal
segue pra agricultura
Vão cuidar de seu roçado
Para colheita futura

O campo fica bonito
Com a grama a brotar
O solo muda de cor
Com o verde no lugar
O vaqueiro bem feliz
Bota o gado pra pastar

Planta milho e feijão
Mulatinho e de corda
Compra logo uns leitões
Para colocar pra engorda
Planta fava e jerimum
As cabras põem na corda

Os barreiros quando enchem
Tem água para beber
No roçado tem fartura
Para o povo comer
O sertanejo trabalha
Para a vida manter

(Esperantivo)

 

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