quinta-feira, 16 de abril de 2015

Fábulas:Uma lição para a vida.





Fábulas



A GALINHA DOS OVOS DE OURO

 Certa manhã, um fazendeiro descobriu que sua gansa tinha posto um ovo de ouro. Apanhou o ovo, correu para casa, mostrou-o à mulher, dizendo:
 - Veja! Estamos ricos!

 Levou o ovo ao mercado e vendeu-o por um bom preço.

 Na manhã seguinte, a gansa tinha posto outro ovo de ouro, que o fazendeiro vendeu a melhor preço. E assim aconteceu durante muitos dias. Mas, quanto mais rico ficava o fazendeiro, mais dinheiro queria. E pensou:

 "Se esta gansa põe ovos de ouro, dentro dela deve haver um tesouro!"

 Matou a gansa e, por dentro, a gansa era igual a qualquer outra.

 Quem tudo quer tudo perde.

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 A RAPOSA E AS UVAS

 Uma raposa faminta entrou num terreno onde havia uma parreira, cheia de uvas maduras, cujos cachos se penduravam, muito alto, em cima de sua cabeça. A raposa não podia resistir à tentação de chupar aquelas uvas mas, por mais que pulasse, não conseguia abocanhá-las. Cansada de pular, olhou mais uma vez os apetitosos cachos e disse:

  Estão verdes . . .

É fácil desdenhar daquilo que não se alcança.


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 A FORMIGA E A POMBA

  Uma formiga sedenta veio à margem do rio para beber água. Para alcançá-la, devia descer por uma folha de grama. Quando assim fazia, escorregou e caiu dentro da correnteza.

 Uma pomba, pousada numa árvore próxima, viu a formiga em perigo. Rapidamente, arrancou uma folha da árvore e deixou-a cair no rio, perto da formiga, que pode subir nela e flutuar até a margem.

  Logo que alcançou a terra, a formiga viu um caçador de pássaros, que se escondia atrás duma árvore, com uma rede nas mãos. Vendo que a pomba corria perigo, correu até o caçador e mordeu-lhe o calcanhar. A dor fez o caçador largar a rede e a pomba fugiu para um ramo mais alto.

  De lá, ela arrulhou para a formiga:


 - Obrigada, querida amiga.

 Uma boa ação se paga com outra.

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A LEITEIRA E O BALDE

 Uma leiteira ia a caminho do mercado. Na cabeça, levava um grande balde de leite. Enquanto andava, ia pensando no dinheiro que ganharia com a venda do leite:

- Comprarei umas galinhas. As galinhas botarão ovos todos os dias. Venderei os ovos a bom preço. Com o dinheiro dos ovos, comprarei uma saia e um chapéu novos. De que cor?

 Verde, tudo verde, que é a cor que me assenta bem. Irei ao mercado de vestido novo. Os rapazes me admirarão, me acompanharão, me dirão galanteios, e eu sacudirei a cabeça ... assim! . . .


 E sacudiu a cabeça. O balde caiu no chão e o leite todo espalhou-se. A leiteira voltou com o balde vazio.

Não se deve contar hoje com o lucros de amanhã!


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 O CERVO E O LEÃO

 Num belo dia de verão, um cervo chegou até junto a um regato, para beber. Quando inclinou a cabeça, viu na água a própria imagem e exclamou, orgulhoso:

- Oh, como eu sou bonito e que bonitos são meus chifres!

 Aproximou-se mais e viu o reflexo das próprias pernas dentro da água:

  Mas como são finas as minhas pernas . . . - observou com tristeza.

 Nesse momento surgiu um leão que saltou sobre o cervo.

  O cervo disparou pela campina, com tanta velocidade que o leão não podia pegá-lo. Aí, o cervo entrou por dentro da floresta e logo os seus chifres se embaraçaram nos galhos das árvores. Em poucos instantes o leão saltava sobre o prisioneiro.

 - Ai de mim! - gemeu o cervo. - Senti orgulho de meus chifres e desprezei minhas pernas . . . no entanto, estas me salvariam e estes causaram minha perda . . .

"Muitas vezes desdenhamos do que temos de melhor."

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 O CORVO E O JARRO

 Um corvo morria de sede e se aproximou de um jarro, que uma vez vira cheio d'água. Mas, desapontado, verificou que a água estava tão baixa que ele não podia alcançá-la com o bico. Tentou derramar o jarro mas era impossível: o jarro era pesado demais.

  De repente, viu ali perto um monte de bolas de gude. Apanhou com o bico uma das bolas e jogou dentro do jarro. Depois outra. E outra mais. E outra. E a cada bola que jogava, a água subia. Jogou tantas bolas dentro do jarro que a água subiu-lhe até o gargalo. E o corvo pode beber.

 Onde a força falha, a inteligência vence.

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 O PESCADOR E O PEIXE

  Um pescador estava pescando e, depois de horas de pescaria, conseguiu apanhar um peixe muito pequeno. O peixinho lhe disse:

  Poupe minha vida e jogue-me de novo no mar. Dentro de pouco tempo, estarei crescido e você poderá pescar um peixe grande!

 O pescador respondeu:

  - Eu seria um tolo se te soltasse por uma pescaria incerta . . .

 Mais vale a certeza de hoje do que a incerteza de amanhã.

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O CONSELHO DOS CAMUNDONGOS

 Um dia os camundongos se reuniram para decidir a melhor maneira de lutar contra o inimigo comum, o gato. Discutiram horas seguidas, sem encontrar um bom plano.

 Afinal, um ratinho pediu a palavra e falou:

- Sabemos que o grande perigo é quando o gato se aproxima tão mansamente que não percebemos sua presença. Proponho que se coloque um guizo no pescoço do gato. raças ao barulho do guizo, saberemos da aproximação do gato, e teremos tempo para fugir.

 Todos aplaudiram a idéia brilhante. Mas um ratinho mais experimentado pediu também a palavra e disse:

- A idéia é muito boa. Mas que vai pendurar o guizo no pescoço do gato?

 É mais fácil falar do que fazer.

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  GALO E A JÓIA

 Um galo estava ciscando no terreiro e, no meio da suja poeira, encontrou uma jóia.

- Ah - disse, triste, o galo - como ficaria feliz o meu dono se encontrasse esta jóia! Para mim, porém, ela é completamente inútil; eu preferiria ter achado um sabugo de milho...

 O que para uns tem valor, para outros nada vale.

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 O PASTORZINHO E O LOBO

  Todos os dias, um jovem pastor levava um rebanho de ovelhas às montanhas perto da aldeia. Um dia, por brincadeira, ele correu de lá de cima gritando:

 - Um lobo! Um lobo!

  O Habitantes da aldeia trataram de apanhar pedaços de pau para caçar o lobo. E encontraram o pastorzinho às gargalhadas, dizendo:

  Eu só queria brincar com vocês!

 E, vendo que a brincadeira realmente assustava os aldeões, gritou no dia seguinte:

 - Um lobo!

 E novamente os moradores da aldeia trataram de apanhar suas armas de madeira.

 Tantas vezes o fez que a gente da aldeia não prestava mais atenção aos seus gritos. Mais uns dias e ele volta a gritar:
 - Um lobo! Um lobo! Socorram-me!

  Um dos homens disse aos outros:

 - Já não acredito. Ele não nos engana mais.


 E era de fato um lobo, que dizimou todo o rebanho do pastorzinho.

 Ninguém acredita num mentiroso, mesmo quando ele diz a verdade.

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 A LEBRE E A TARTARUGA

 A lebre, muito gabola, vivia contando para todos que era o animal mais veloz do mundo. Por isso gostava da apostar corridas.

 Dona Lebre já tinha nas corridas um casaco de peles da onça malhada e um pote de mel do amigo urso.

- Olhem só! Outro dia fiz uma corrida com o Sol e ganhei fácil. Ele até se escondeu, todo envergonhado, atrás de uma nuvem - disse a lebre.

 - Corto minhas orelhas se alguém ganhar de mim. Desafio todos os animais da floresta - disse novamente a lebre.

  A tartaruga, muito calma, aceito o desafio:

 - Aceito e darei a você a minha casa se eu perder.

 O corredores dariam a volta ao redor da Floresta Encantada, voltando ao ponto de partida.

 Partiram. A lebre correu como o vento e a tartaruga saiu lentamente.

  Depois de algum tempo a lebre olhou para trás e, vendo que a tartaruga estava muito longe, resolveu tirar uma soneca.

 Roncou... Roncou... Roncou...

  tartaruga muito lentamente passou e ganhou a corrida.

 Dizem que até hoje Dona Lebre corre muito porque tem medo de que a tartaruga corte suas orelhas.

 Paciência vale mais do que pressa.

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AS LEBRES E AS RÃS

 As lebres, animais tímidos por natureza, se sentiam oprimidas por causa da sua excessiva timidez, e cansadas de viverem em constante alerta, temendo a tudo e a todos, o tempo todo.

  Em comum acordo resolveram por fim as suas vidas e a todos os seus problemas, saltando do alto de um penhasco, para as águas profundas de um lago abaixo.

  Assim que elas correram, todas de uma só vez, para colocar em prática sua decisão, as Rãs que repousavam nas margens do lago escutaram o barulho dos seus pés, e desesperadas e tomadas de pânico, fugiram para o fundo da água em busca de segurança.

 Ao ver o desespero rãs em fuga, uma das lebres, rogou aos seus companheiros:

- Fiquem meus amigos, não façam isso que estão pretendendo, vimos agora que existem criaturas que vivem mais aterrorizadas que nós.


É uma grande ilusão e egoísmo, acharmos que nossos problemas são os maiores do mundo e que, apenas nós os temos.

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 A CIGARRA E A FORMIGA

 A cigarra é uma grande cantora e passou o verão todo cantando lindas canções no alto de uma árvore.

 Ficava o dia inteiro cantando e olhando as formigas trabalharem sem parar.

  O verão passou. O inverno chegou.

 A cigarra, com frio, fome e tossindo muito, um dia bateu na porta da casa da formiga.

 A formiga olhou por uma fresta e perguntou:

 - Quem é você? Por que está tão suja e gripada?

 -E u sou a cigarra que mora no alto da árvore, cantei o verão todinho e agora não tenho comida nem casa para me abrigar do vento e do frio.

  - Ah, cantava? Pois agora dance!

 A cigarra ia saindo entristecida, quando a formiga chamou.

 - Puxa vida! Então era você que ficava alegrando nossas vidas enquanto trabalhávamos? - disse a formiga.

 - Sim, era eu mesma - disse chorando, a cigarra.

- Então está bem, fique morando aqui até o tempo ficar bom.

 A cigarra sarou e continuou a cantar, alegrando a vida de toda a bicharada da floresta.

Deve-se prever sempre o dia de amanhã.

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A OSTRA E O CARANGUEJO

 Uma ostra estava apaixonada pela lua.

  Quando seu grande disco de prata aparecia no céu, ela passava horas a fio, com as conchas abertas, olhando para ela.

 Certo dia um caranguejo percebeu que a ostra se abria durante a lua cheia e pensou em comê-la. A noite seguinte, quando a ostra se abriu, o malvado caranguejo jogou uma pedra dentro dela.

 Nesse momento, a ostra tentou se fechar, mas a pedra a impediu.

 Então o astuto caranguejo saiu de seu esconderijo, abriu suas pinças afiadas e quase comeu a ostra inocente, se não fosse um tubarão que apareceu das profundezas para assustá-lo.

Pois é exatamente isso o que acontece com quem abre muito a boca para divulgar seus segredos. Sempre existe algum ouvido querendo se apoderar deles.

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