terça-feira, 24 de novembro de 2015



Atividade sobre Orações subordinadas adverbiais (I) - 9º ano
Leia o poema a seguir, de Carlos Drummond de Andrade, e responda às questões de 1 a 6.

Ainda que mal
Ainda que mal pergunte,
ainda que mal respondas;
ainda que mal te entenda,
ainda que mal repitas;
ainda que mal insista,
ainda que mal desculpes;
ainda que mal me exprima,
ainda que mal me julgues;
ainda que mal me mostre,
ainda que mal me vejas;
ainda que mal te encare,
ainda que mal te furtes;
ainda que mal te siga,
ainda que mal te voltes;
ainda que mal te ame,
ainda que mal o saibas;
ainda que mal te agarre,
ainda que mal te mates;
ainda assim te pergunto
e me queimando em teu seio,
me salvo e me dano: amor.
(As impurezas do branco. Rio de Janeiro: José Olympio/MEC, 1973. p. 39.)

1. Quase todos os versos do poema consistem em um mesmo tipo de oração subordinada.
a) Qual é a conjunção subordinativa que introduz essas orações? 
b) Como se classificam, portanto, essas orações subordinadas? 
c) Qual é a oração principal dessas orações adverbiais? 
2. O emprego da expressão ainda que pode apresentar mais de um sentido. Observe:
Ainda que não mereças, eu te amo.
Ainda que mal lhe pergunte, você me ama?
No primeiro enunciado, a expressão ainda que é uma típica conjunção concessiva, ou seja, apesar  de indicar algo contrário (o não merecimento) ao que se afirma na oração principal (o amor àquela  pessoa), isso não é suficiente para impedir a ação expressa na oração principal, que é amar.
 Já no segundo enunciado, a expressão ainda que mal tem uma conotação de polidez, pois constitui  uma maneira educada de introduzir uma pergunta talvez inconveniente ou fora de hora.
 Destaque no poema:
a) um verso em que essa expressão tenha um valor concessivo;
b) um verso em que essa expressão tenha uma conotação de polidez, indicando cuidado ao  introduzir uma pergunta. 
3. As pessoas gramaticais em que estão os verbos e os pronomes empregados no poema permitem  deduzir que o assunto diz respeito ao relacionamento entre duas pessoas.
a) A que pessoas gramaticais se referem os verbos e os pronomes?
b) Qual é o tipo de relacionamento existente entre o eu lírico e a pessoa a quem ele se dirige?  Comprove sua resposta com uma palavra do texto.

 4. As oscilações semânticas da expressão ainda que mal (expressando polidez ou concessão) podem  estar relacionadas com o tipo de envolvimento que há entre as duas pessoas. Como parece ser o relacionamento entre elas: seguro e equilibrado ou difícil e oscilante? Justifique com elementos do poema.
5. Releia o último verso do poema. Nele o eu lírico cria um paradoxo para definir sua condição sentimental, ou seja, reúne duas ideias opostas, que em princípio se excluem: “me salvo e me dano”.
a) Explique o sentido desse paradoxo.
b) Levando em conta os sentimentos paradoxais do eu lírico, discuta com os colegas: Até que  ponto o título do poema é adequado? 
6. O poema inicia-se com o verso “Ainda que mal pergunte”, cuja estrutura sintática se repete por  mais dezessete versos. O 19º verso (“ainda assim te pergunto”), porém, quebra essa estrutura e  confirma uma pergunta que não chega a ser explicitada. Levante hipóteses: Considerando-se o  significado geral do texto, qual é a provável pergunta que o eu lírico faria à pessoa amada?

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