segunda-feira, 24 de outubro de 2016

A FÁBULA DA GALINHA VERMELHA

A história da galinha vermelha que achou alguns grãos de trigo e disse a
seus vizinhos:
– Se plantarmos trigo, teremos pão para comer. Alguém quer me ajudar a
plantá-lo?
– Eu não. Disse a vaca.
– Nem eu, emendou o pato.
– Eu também não, falou o porco.
– Eu muito menos, completou o ganso.
– Então eu mesma planto, disse a galinha vermelha.
E assim o fez. O trigo cresceu alto e amadureceu em grãos dourados.
– Quem vai me ajudar a colher o trigo?’ Quis saber a galinha.
– Eu não, disse o pato.
– Não faz parte de minhas funções, disse o porco.
– Não depois de tantos anos de serviço, exclamou a vaca.
– Eu me arriscaria a perder o seguro-desemprego, disse o ganso.
– Então eu mesma colho. Falou a galinha, e colheu o trigo ela mesma.
Finalmente, chegou a hora de preparar o pão.
– Quem vai me ajudar a assar o pão? Indagou a galinha vermelha.
– Só se me pagarem hora extra, falou a vaca.
– Eu não posso por em risco meu auxílio-doença, emendou o pato.
– Eu fugi da escola e nunca aprendi a fazer pão, disse o porco.
– Caso só eu ajude, é discriminação, resmungou o ganso.
– Então eu mesma faço, exclamou a pequena galinha vermelha.
Ela assou cinco pães, e pôs todos numa cesta para que os vizinhos pudessem
ver.
De repente, todo mundo queria pão, e exigiu um pedaço. Mas a galinha
simplesmente disse:
– Não, eu vou comer os cinco pães sozinha.
– Lucros excessivos!. Gritou a vaca.
– Sanguessuga capitalista! . Exclamou o pato.
– Eu exijo direitos iguais! Bradou o ganso.
O porco, esse só grunhiu.
Eles pintaram faixas e cartazes dizendo ‘Injustiça’ e marcharam em
protesto contra a galinha, gritando obscenidades. Quando um agente do
governo chegou, disse à galinhazinha vermelha:
– Você não pode ser assim egoísta…
– Mas eu ganhei esse pão com meu próprio suor. Defendeu-se a galinha.
– Exatamente. Disse o funcionário do governo. Essa é a beleza da livre
empresa.. Qualquer um aqui na fazenda pode ganhar o quanto quiser, mas sob
nossas modernas regulamentações governamentais, os trabalhadores mais
produtivos têm que dividir o produto de seu trabalho com os que não fazem
nada.
A galinha distribuiu os pães aos animais e todos ficaram felizes, inclusive a pequena galinha vermelha, que sorriu e cacarejou:
– Eu estou grata, eu estou grata.
Mas os vizinhos sempre se perguntavam por que a galinha nunca mais fez absolutamente nada, nem mesmo um pão…

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