terça-feira, 24 de julho de 2018



O CONTO DA MENTIRA
    Rogério Augusto
Todo dia Felipe inventava uma mentira. “Mãe, a vovó tá no telefone!”. A mãe largava a louça na pia e corria até a sala. Encontrava o telefone mudo.
O garoto havia inventado morte do cachorro, nota dez em matemática, gol de cabeça em campeonato de rua. A mãe tentava assustá-lo: “Seu nariz vai ficar igual ao do Pinóquio!”. Felipe ria na cara dela: “Quem tá mentindo é você! Não existe ninguém de madeira!”.
O pai de Felipe também conversava com ele: “Um dia você contará uma verdade e ninguém acreditará!”. Felipe ficava pensativo. Mas no dia seguinte...
Então aconteceu o que seu pai alertara. Felipe assistia a um programa na TV. A apresentadora ligou para o número do telefone da casa dele. Felipe tinha sido sorteado. O prêmio era uma bicicleta: “É verdade, mãe! A moça quer falar com você no telefone pra combinar a entrega da bicicleta. É verdade!”
A mãe de Felipe fingiu não ouvir. Continuou preparando o jantar em silêncio. Resultado: Felipe deixou de ganhar o prêmio. Então ele começou a reduzir suas mentiras. Até que um dia deixou de contá-las. Bem, Felipe cresceu e tornou-se um escritor. Voltou a criar histórias. Agora sem culpa e sem medo. No momento está escrevendo um conto. É a história de um menino que deixa de ganhar uma bicicleta porque mentia...

4- Felipe começou a reduzir suas mentiras porque
(A) começou a escrever um conto.                                  
(B) deixou de ganhar uma bicicleta.
(C) inventou ter sido sorteado por um programa de TV. 
(D) seu pai alertou sobre as consequências da mentira.

5- No trecho “A mãe tentava assustá-lo.”, o termo destacado substitui
(A) pai de Felipe. 
(B) Pinóquio. 
(C) cachorro. 
(D) Felipe.

6- No desfecho do conto, ficamos sabendo que Felipe
(A) continua contando mentira para seus pais.         
(B) decide ler todos os livros sobre o Pinóquio.
(C) torna-se um escritor e volta a criar histórias.
(D) escreve um livro de normas para o campeonato de rua.

Olá, mãe!

Mãe, eu queria te dizer ...
(não te chamando de mamãe como no tempo em que a vida era você,
mas te chamando de mãe
deste meu outro tempo de silêncio e solidão.)

Mãe, eu queria te dizer
(sem cara de quem pede desculpa pelo que não fez ou pensa que fez)
que amar virou uma coisa difícil
e muitas vezes o que parece ingratidão,
ou até indiferença,
é apenas a semente do amor
que brotou de um jeito diferente
e amadureceu diferente
no atrapalhado coração da gente.

Acho que era isso, mãe,
o que eu queria te dizer.
(Carlos Queiroz Telles. Sonhos, grilos e paixões. São Paulo: Moderna, 1995.)

7- O eu poético deseja, por meio deste texto,
(A) demonstrar seu sentimento de amor.      
(B) reviver um tempo de silêncio e solidão.
(C) revelar que está insatisfeito com as atitudes da mãe.
(D) agradecer à mãe pelo tempo em que a vida era mais simples.

8- O eu poético escreve uma mensagem à mãe por meio de
(A) um conto. 
(B) um poema. 
(C) uma crônica. 
(D) uma propaganda.

9- O verso que comprova para quem o texto foi escrito é
(A) “acho que era isso, mãe...”                
(B) “que amar virou uma coisa difícil”.
(C) “no atrapalhado coração da gente”  
(D) “deste meu outro tempo de silêncio e solidão”

10- Na primeira estrofe do poema, o eu poético utiliza-se dos parênteses para
(A) pedir desculpa pelo que pensa que fez.
(B) contar que a semente do amor brotou de um jeito diferente.
(C) explicar o porquê do uso da palavra “mãe” ao invés de “mamãe”.
(D) opinar sobre o sentimento de ingratidão ou indiferença demonstrado.

Irapuru – o canto que encanta
Certo jovem, não muito belo, era admirado e desejado por todas as moças de sua tribo por tocar flauta maravilhosamente bem. Deram-lhe, então, o nome de Catuboré, flauta encantada. Entre as moças, a bela Mainá conseguiu o seu amor; casar-se-iam durante a primavera.
Certo dia, já próximo do grande dia, Catuboré foi à pesca e de lá não mais voltou.
Saindo a tribo inteira à sua procura, encontraram-no sem vida, à sombra de uma árvore, mordido por uma cobra venenosa. Sepultaram-no no próprio local.
Mainá, desconsolada, passava várias horas a chorar sua grande perda. A alma de Catuboré, sentindo o sofrimento de sua noiva, lamentava-se profundamente pelo seu infortúnio. Não podendo encontrar paz, pediu ajuda ao Deus Tupã. Este, então, transformou a alma do jovem no pássaro irapuru, que, mesmo com escassa beleza, possui um canto maravilhoso, semelhante ao som da flauta, para alegrar a
alma de Mainá.
O cantar do irapuru ainda hoje contagia com seu amor os outros pássaros e todos os seres da natureza.
(Waldemar de Andrade e Silva. Lenda e mitos dos índios brasileiros. São Paulo: FTD, 1997.)

11- Catuboré foi à pesca e de lá não mais voltou porque
(A) apaixonou-se por uma índia de outra tribo.        
(B) encontrou uma flauta encantada.
(C) dormiu à sombra de uma árvore.                         
(D) foi mordido por uma cobra.

12- No trecho “Deram-lhe, então, o nome de Catuboré, flauta encantada.” Do primeiro parágrafo do texto “Irapuru – o canto que encanta”, o termo destacado se refere
(A) ao grande dia.   (B) ao certo jovem.   (C) à bela Mainá.   (D) a sua tribo.

13- Para conceder a paz a Catuboré, o Deus Tupã
(A) transformou a alma do jovem no pássaro irapuru. 
(B) desapareceu com todas as cobras venenosas.
(C) criou a primavera para celebrar o casamento.       
(D) convocou toda a tribo para tocar flauta.

A lebre e a tartaruga
Era uma vez... uma lebre e uma tartaruga.
A lebre vivia caçoando da lentidão da tartaruga.
Certa vez, a tartaruga, já muito cansada por ser alvo de gozações, desafiou a lebre para uma corrida.
A lebre, muito segura de si, aceitou prontamente. Não perdendo tempo, a tartaruga pôs-se a caminhar, com seus passinhos lentos, porém firmes.
Logo a lebre ultrapassou a adversária e, vendo que ganharia fácil, parou e
resolveu cochilar.
Quando acordou, não viu a tartaruga e começou a correr.
Já na reta final, viu finalmente a sua adversária cruzando a linha de chegada, toda sorridente.
Moral da história: Devagar se vai ao longe!
http://www.qdivertido.com.br/verconto.php?codigo=29

14- O episódio da narrativa que contribui para a vitória da tartaruga é
(A) a decisão da lebre de parar e cochilar.         
(B) o desafio de realizar uma corrida com a lebre.
(C) o desafio de correr para garantir a vantagem.
(D) a decisão firme de caminhar com passos lentos.

15- O trecho que expressa uma opinião a respeito de um dos personagens é
(A) “Logo a lebre ultrapassou a adversária...”
(B) “Era uma vez... uma lebre e uma tartaruga.”
(C) “A lebre, muito segura de si, aceitou prontamente.”
(D) “Quando acordou, não viu a tartaruga e começou a correr.

16- A finalidade deste texto é ensinar ao leitor que
(A) o sono renova as energias do corpo.
(B) a caçoada do adversário garante a vitória.
(C) o êxito depende de dedicação e persistência.
(D) o esporte é necessário para manutenção da saúde.

17- As características do texto “A lebre e a tartaruga”, tais como – o tipo de personagens
e a presença de moral –, exemplificam o texto conhecido como
(A) receita.    (B) fábula.   (C) campanha publicitária.   (D) história em quadrinhos.

  

Gabarito
1-(A) a causa de não ter namorado.
2-(D) conta a história de uma estrela que não tinha namorado.
3-(C) comunicar o desaparecimento da ariranha azul.
4-(B) deixou de ganhar uma bicicleta.
5-(D) Felipe.
6-(C) torna-se um escritor e volta a criar histórias.
7-(A) demonstrar seu sentimento de amor.
8-(B) um poema.
9-(A) “acho que era isso, mãe...”
10-(C) explicar o porquê do uso da palavra “mãe” ao invés de “mamãe”.
11-(D) foi mordido por uma cobra.
12-(B) ao certo jovem.
13-(A) transformou a alma do jovem no pássaro irapuru.
14-(A) a decisão da lebre de parar e cochilar.
15-(C) “A lebre, muito segura de si, aceitou prontamente.”
16-(C) o êxito depende de dedicação e persistência.
17- (B) fábula.

Nenhum comentário:

Postar um comentário