quarta-feira, 21 de junho de 2017


A LUA NO CINEMA
A lua foi ao cinema,
passava um filme engraçado,
a história de uma estrela
que não tinha namorado.
Não tinha porque era apenas
uma estrela bem pequena,
dessas que, quando apagam,
ninguém vai dizer, que pena!
Era uma estrela sozinha,
ninguém olhava pra ela,
e toda a luz que ela tinha
cabia numa janela.
A lua ficou tão triste
com aquela história de amor,
que até hoje a lua insiste:
– Amanheça, por favor!

Paulo Leminski. Distraídos venceremos. São Paulo, Brasiliense, 1993.

1 - Nos versos “Não tinha porque era apenas / uma estrela bem pequena” da segunda estrofe do poema, o uso da palavra “porque” introduz
(A) a causa de não ter namorado. 
(B) uma oposição a um filme engraçado.
(C) a consequência de uma história de amor. 
(D) uma comparação do tamanho da estrela com a intensidade da luz.

2- Este poema
(A) explica o nascimento do cinema. 
(B) faz a propaganda de um filme engraçado.
(C) apresenta as características de uma lua solitária.
(D) conta a história de uma estrela que não tinha namorado.

POR ONDE ANDARÁ SEVERINO?
A última ariranha-azul em liberdade no mundo mora no Brasil, mas está desaparecida há dois meses. Se não for encontrada, a espécie corre o risco de extinção.
Apelidada de Severino, a ave habita a região de Curuçá, no sertão da Bahia. Segundo a coordenação de comitê de Recuperação da Ariranha-Azul, uma equipe de estudiosos e moradores já esta à procura de Severino. Há suspeitas de que ele tenha sido atacado por gaviões.
A ariranha-azul é a menor arara brasileira que existe, mede menos de 30 centímetros e pesa cerca de 400 gramas. Hoje há cerca de 40 espécies em cativeiro no mundo todo (no Brasil são sete). Seu pequeno tamanho e a beleza da cor azul infelizmente atraem os traficantes de animais, que caçam e vendem as ararinhas como animais domésticos.
O Estado de S. Paulo, 9/12/2000. Estadinho.

3- A finalidade deste texto é
(A) divulgar a beleza das aves de nosso país.  
(B) informar que gaviões são animais predadores.
(C) comunicar o desaparecimento da ariranha azul.
(D) convidar as pessoas a visitarem a região de Curuçá, no sertão da Bahia.

O CONTO DA MENTIRA
    Rogério Augusto
Todo dia Felipe inventava uma mentira. “Mãe, a vovó tá no telefone!”. A mãe largava a louça na pia e corria até a sala. Encontrava o telefone mudo.
O garoto havia inventado morte do cachorro, nota dez em matemática, gol de cabeça em campeonato de rua. A mãe tentava assustá-lo: “Seu nariz vai ficar igual ao do Pinóquio!”. Felipe ria na cara dela: “Quem tá mentindo é você! Não existe ninguém de madeira!”.
O pai de Felipe também conversava com ele: “Um dia você contará uma verdade e ninguém acreditará!”. Felipe ficava pensativo. Mas no dia seguinte...
Então aconteceu o que seu pai alertara. Felipe assistia a um programa na TV. A apresentadora ligou para o número do telefone da casa dele. Felipe tinha sido sorteado. O prêmio era uma bicicleta: “É verdade, mãe! A moça quer falar com você no telefone pra combinar a entrega da bicicleta. É verdade!”
A mãe de Felipe fingiu não ouvir. Continuou preparando o jantar em silêncio. Resultado: Felipe deixou de ganhar o prêmio. Então ele começou a reduzir suas mentiras. Até que um dia deixou de contá-las. Bem, Felipe cresceu e tornou-se um escritor. Voltou a criar histórias. Agora sem culpa e sem medo. No momento está escrevendo um conto. É a história de um menino que deixa de ganhar uma bicicleta porque mentia...

4- Felipe começou a reduzir suas mentiras porque
(A) começou a escrever um conto.                                  
(B) deixou de ganhar uma bicicleta.
(C) inventou ter sido sorteado por um programa de TV. 
(D) seu pai alertou sobre as consequências da mentira.

5- No trecho “A mãe tentava assustá-lo.”, o termo destacado substitui
(A) pai de Felipe. 
(B) Pinóquio. 
(C) cachorro. 
(D) Felipe.

6- No desfecho do conto, ficamos sabendo que Felipe
(A) continua contando mentira para seus pais.         
(B) decide ler todos os livros sobre o Pinóquio.
(C) torna-se um escritor e volta a criar histórias.
(D) escreve um livro de normas para o campeonato de rua.

Olá, mãe!

Mãe, eu queria te dizer ...
(não te chamando de mamãe como no tempo em que a vida era você,
mas te chamando de mãe
deste meu outro tempo de silêncio e solidão.)

Mãe, eu queria te dizer
(sem cara de quem pede desculpa pelo que não fez ou pensa que fez)
que amar virou uma coisa difícil
e muitas vezes o que parece ingratidão,
ou até indiferença,
é apenas a semente do amor
que brotou de um jeito diferente
e amadureceu diferente
no atrapalhado coração da gente.

Acho que era isso, mãe,
o que eu queria te dizer.
(Carlos Queiroz Telles. Sonhos, grilos e paixões. São Paulo: Moderna, 1995.)

7- O eu poético deseja, por meio deste texto,
(A) demonstrar seu sentimento de amor.      
(B) reviver um tempo de silêncio e solidão.
(C) revelar que está insatisfeito com as atitudes da mãe.
(D) agradecer à mãe pelo tempo em que a vida era mais simples.

8- O eu poético escreve uma mensagem à mãe por meio de
(A) um conto. 
(B) um poema. 
(C) uma crônica. 
(D) uma propaganda.

9- O verso que comprova para quem o texto foi escrito é
(A) “acho que era isso, mãe...”                
(B) “que amar virou uma coisa difícil”.
(C) “no atrapalhado coração da gente”  
(D) “deste meu outro tempo de silêncio e solidão”

10- Na primeira estrofe do poema, o eu poético utiliza-se dos parênteses para
(A) pedir desculpa pelo que pensa que fez.
(B) contar que a semente do amor brotou de um jeito diferente.
(C) explicar o porquê do uso da palavra “mãe” ao invés de “mamãe”.
(D) opinar sobre o sentimento de ingratidão ou indiferença demonstrado.

Irapuru – o canto que encanta
Certo jovem, não muito belo, era admirado e desejado por todas as moças de sua tribo por tocar flauta maravilhosamente bem. Deram-lhe, então, o nome de Catuboré, flauta encantada. Entre as moças, a bela Mainá conseguiu o seu amor; casar-se-iam durante a primavera.
Certo dia, já próximo do grande dia, Catuboré foi à pesca e de lá não mais voltou.
Saindo a tribo inteira à sua procura, encontraram-no sem vida, à sombra de uma árvore, mordido por uma cobra venenosa. Sepultaram-no no próprio local.
Mainá, desconsolada, passava várias horas a chorar sua grande perda. A alma de Catuboré, sentindo o sofrimento de sua noiva, lamentava-se profundamente pelo seu infortúnio. Não podendo encontrar paz, pediu ajuda ao Deus Tupã. Este, então, transformou a alma do jovem no pássaro irapuru, que, mesmo com escassa beleza, possui um canto maravilhoso, semelhante ao som da flauta, para alegrar a
alma de Mainá.
O cantar do irapuru ainda hoje contagia com seu amor os outros pássaros e todos os seres da natureza.
(Waldemar de Andrade e Silva. Lenda e mitos dos índios brasileiros. São Paulo: FTD, 1997.)

11- Catuboré foi à pesca e de lá não mais voltou porque
(A) apaixonou-se por uma índia de outra tribo.        
(B) encontrou uma flauta encantada.
(C) dormiu à sombra de uma árvore.                         
(D) foi mordido por uma cobra.

12- No trecho “Deram-lhe, então, o nome de Catuboré, flauta encantada.” Do primeiro parágrafo do texto “Irapuru – o canto que encanta”, o termo destacado se refere
(A) ao grande dia.   (B) ao certo jovem.   (C) à bela Mainá.   (D) a sua tribo.

13- Para conceder a paz a Catuboré, o Deus Tupã
(A) transformou a alma do jovem no pássaro irapuru. 
(B) desapareceu com todas as cobras venenosas.
(C) criou a primavera para celebrar o casamento.       
(D) convocou toda a tribo para tocar flauta.

A lebre e a tartaruga
Era uma vez... uma lebre e uma tartaruga.
A lebre vivia caçoando da lentidão da tartaruga.
Certa vez, a tartaruga, já muito cansada por ser alvo de gozações, desafiou a lebre para uma corrida.
A lebre, muito segura de si, aceitou prontamente. Não perdendo tempo, a tartaruga pôs-se a caminhar, com seus passinhos lentos, porém firmes.
Logo a lebre ultrapassou a adversária e, vendo que ganharia fácil, parou e
resolveu cochilar.
Quando acordou, não viu a tartaruga e começou a correr.
Já na reta final, viu finalmente a sua adversária cruzando a linha de chegada, toda sorridente.
Moral da história: Devagar se vai ao longe!
http://www.qdivertido.com.br/verconto.php?codigo=29

14- O episódio da narrativa que contribui para a vitória da tartaruga é
(A) a decisão da lebre de parar e cochilar.         
(B) o desafio de realizar uma corrida com a lebre.
(C) o desafio de correr para garantir a vantagem.
(D) a decisão firme de caminhar com passos lentos.

15- O trecho que expressa uma opinião a respeito de um dos personagens é
(A) “Logo a lebre ultrapassou a adversária...”
(B) “Era uma vez... uma lebre e uma tartaruga.”
(C) “A lebre, muito segura de si, aceitou prontamente.”
(D) “Quando acordou, não viu a tartaruga e começou a correr.

16- A finalidade deste texto é ensinar ao leitor que
(A) o sono renova as energias do corpo.
(B) a caçoada do adversário garante a vitória.
(C) o êxito depende de dedicação e persistência.
(D) o esporte é necessário para manutenção da saúde.

17- As características do texto “A lebre e a tartaruga”, tais como – o tipo de personagens
e a presença de moral –, exemplificam o texto conhecido como
(A) receita.    (B) fábula.   (C) campanha publicitária.   (D) história em quadrinhos.

  

Gabarito
1-(A) a causa de não ter namorado.
2-(D) conta a história de uma estrela que não tinha namorado.
3-(C) comunicar o desaparecimento da ariranha azul.
4-(B) deixou de ganhar uma bicicleta.
5-(D) Felipe.
6-(C) torna-se um escritor e volta a criar histórias.
7-(A) demonstrar seu sentimento de amor.
8-(B) um poema.
9-(A) “acho que era isso, mãe...”
10-(C) explicar o porquê do uso da palavra “mãe” ao invés de “mamãe”.
11-(D) foi mordido por uma cobra.
12-(B) ao certo jovem.
13-(A) transformou a alma do jovem no pássaro irapuru.
14-(A) a decisão da lebre de parar e cochilar.
15-(C) “A lebre, muito segura de si, aceitou prontamente.”
16-(C) o êxito depende de dedicação e persistência.
17- (B) fábula.




O PEQUENO HERÓI DA HOLANDA
1.          A Holanda é um país cuja maior parte do território fica abaixo do nível do mar. Enormes muralhas chamadas diques são o que impede o Mar do Norte de invadir a terra, inundando-a completamente. Há séculos o povo se esforça para manter as muralhas resistentes, a fim de que o país continue seco e em segurança. Até as crianças pequenas sabem que os diques precisam ser vigiados constantemente e que um buraco do tamanho de um dedo pode ser algo extremamente perigoso.
2.          Há muitos anos, vivia na Holanda um menino chamado Peter. Seu pai era uma das pessoas responsáveis pelas comportas dos diques. Sua função era abri-las e fechá-las para que os navios pudessem sair dos canais em direção ao mar aberto.
3.          Numa tarde do início do outono, quando Peter tinha oito anos, a mãe o chamou enquanto brincava:
4.          – Venha cá, Peter. Vá levar esses bolinhos do outro lado do dique para o seu amigo cego. Se você andar ligeiro e não parar para brincar, vai chegar em casa antes de escurecer.
5.          O menino gostou da tarefa e partiu feliz da vida. Ficou um bom tempo com o pobre cego, contando-lhe sobre o passeio da vinda e o sol e as flores e os navios lá no mar. De repente, lembrou-se da mãe dizendo para voltar antes de escurecer, despediu-se do amigo e tomou o rumo de casa.
6.          Quando passava pelo canal, percebeu como as chuvas tinham feito subir o nível da água e que elas estavam batendo forte contra o dique, e pensou nas comportas do pai.
7.          “Que bom que elas são tão fortes! Se quebrassem, o que seria de nós? Esses campos lindos ficariam inundados. Meu pai sempre diz que as águas estão ‘zangadas’. Parece que ele acha que elas estão zangadas por ficarem presas tanto tempo.”
8.         O menino parava a toda hora para pegar umas florzinhas azuis que cresciam à beira do caminho, ou para escutar o barulhinho dos coelhos andando pela relva. Mas, com maior freqüência sorria ao pensar no pobre cego que tão poucos prazeres tinha e tanto apreciava suas visitas.
9.           De repente, percebeu que o sol estava se pondo e escurecia rápido. “Minha mãe vai ficar preocupada”, pensou ele, já correndo para chegar logo em casa.
10.         Nesse exato momento, ouviu um barulho. Parecia água respingando! O menino parou e foi procurar de onde vinha. Encontrou um buraquinho no dique por onde estava correndo um fio de água.
11.          Qualquer criança na Holanda morre de medo só de pensar num vazamento dos diques. Peter compreendeu o perigo imediatamente. Se a água passasse por um buraco qualquer, de pequeno ele logo se tornaria grande, e todo o país seria inundado. O menino prontamente percebeu o que deveria fazer. Jogou fora as flores, desceu a encosta lateral do dique e enfiou o dedo no furo.
12.          A água parou de vazar! E Peter ficou pensando com seus botões: “Ahá! As águas zangadas vão ficar presas. Posso contê-las com meu dedo. A Holanda não vai ser inundada enquanto eu estiver aqui.”
13.          Correu tudo bem no início, mas logo escureceu e esfriou. O menino começou a gritar bem alto:
14.          – Socorro! Alguém, venha até aqui!
15.         Mas ninguém ouviu; ninguém veio ajudar.
16.          Foi fazendo cada vez mais frio; o braço começou a doer e a ficar dormente. Ele tornou a gritar:
17.         – Será que ninguém vai vir até aqui? Mãe! Mãe!
18.         Mas ela já tinha procurado pelo menino várias vezes desde que o sol se fora, olhando pelo caminho do dique até onde a vista alcançava, e decidiu voltar para a casa e fechar a porta, achando que ele havia decidido passar a noite com o amigo cego, e estava disposta a ralhar com ele no dia seguinte de manhã por ter ficado fora de casa sem sua permissão.
19.          Peter tentou assobiar, mas os dentes batiam de frio. Pensou no irmão e na irmã, aconchegados no calor de suas camas, e no pai e na mãe queridos. “Não posso deixá-los afogar. Preciso ficar aqui até que alguém venha, mesmo que passe a noite inteira.”
20.          A lua e as estrelas brilhavam, iluminando o menino recostado numa pedra junto ao dique. A cabeça pendeu para o lado, os olhos se fecharam, mas Peter não adormeceu, pois toda hora esfregava a mão que estava detendo o mar zangado.
21.          “De alguma forma, eu vou agüentar!” pensava ele. E passou a noite inteira ali, contendo as águas.
22.          De manhã, bem cedinho, um homem a caminho do trabalho achou ter ouvido um gemido enquanto passava por cima do dique. Inclinou-se na borda e encontrou o menino agarrado à parede da muralha.
23.         – O que aconteceu? Você está machucado?
24.         – Estou contendo a água do mar! – gritou Peter. – Mande vir socorro logo!
25.          O alerta foi dado imediatamente. Chegaram várias pessoas com pás, e logo o furo estava consertado.
26.         Peter foi levado para casa, ao encontro dos pais, e rapidamente todos ficaram sabendo que ele lhes havia salvo as vidas naquela noite. E até hoje, ninguém se esquece do corajoso pequeno herói da Holanda.
BENNET, William J. (org.). O Livro das Virtudes para Crianças. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997. p. 12-18.
1.   Com base no texto lido, assinale a afirmativa incorreta:
a)  (     ) Diques são enormes muralhas construídas pelo homem para impedir que o mar invada a terra. Na Holanda, os diques são importantes porque evitam a inundação desse país, cuja maior parte do território fica abaixo do nível do mar.
b)  (  X  ) Naquele dia, Peter saiu de casa escondido de sua mãe.  Ele não contou a ela para onde ia.
c)  (     ) A mãe de Peter desistiu de procurar o filho porque pensou que ele havia decidido passar a noite na casa do amigo.
d)  (     ) A atitude do menino pode ser considerada um ato de bravura, porque ele não pensou só em si, mas em sua família e no povo que vivia nesse país.
2.   Após a leitura do texto, preencha o esquema a seguir. Ele será a base para o resumo que você fará dessa história.
     Tempo (quando aconteceu a história?)
Há muito anos.
     Lugar (onde?)
Na Holanda.
     Características do país onde a história aconteceu.
A Holanda é um país cuja maior parte do território fica abaixo do nível do mar. Por isso, enormes muralhas
– diques – foram construídas para evitar que as águas do Mar do Norte invadam a terra. Os diques devem
ser vigiados constantemente, pois um pequeno buraco pode se transformar num vazamento perigoso, pondo em
risco a segurança da população que vive nesse país.
     Apresentação do personagem principal.
Peter é uma criança de oito anos. Seu pai é um dos responsáveis pelas comportas dos diques, por isso, Peter
sabe da importância dessas muralhas para a segurança do país onde mora.

     Conflito da história.
A mãe do Peter pede que o filho leve bolinhos a um amigo cego que mora do outro lado do dique. Na volta,
o garoto escuta um barulho e percebe que há um pequeno vazamento no dique. Então, ele resolve tampá-lo
com o seu dedo. Porém, como ninguém o vê ou o escuta para providenciar socorro, ele passa a noite tentando
conter o vazamento sozinho.
     Solução do problema e desfecho da história.
No dia seguinte, bem cedinho, um homem a caminho do trabalho ouve o gemido do menino e vai em seu socorro.
Logo, várias pessoas chegam para ajudar no conserto do furo. Peter foi levado para casa, junto aos pais.

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3.   Agora, faça uma síntese da história que você leu. Se desejar, copie-a em uma ficha avulsa para que você possa iniciar um fichário de suas leituras prediletas.
4.   Releia o primeiro parágrafo do texto. Depois, assinale a alternativa incorreta:
1.    A Holanda é um país cuja maior parte do território fica abaixo do nível do mar. Enormes muralhas chamadas diques são o que impede o Mar do Norte de invadir a terra, inundando-a completamente. Há séculos o povo se esforça para manter as muralhas resistentes, a fim de que o país continue seco e em segurança. Até as crianças pequenas sabem que os diques precisam ser vigiados constantemente e que um buraco do tamanho de um dedo pode ser algo extremamente perigoso.
a)  (      ) No primeiro parágrafo, predomina o uso dos verbos no tempo presente.
b)  (      ) O uso do tempo presente, nesse parágrafo, deve-se ao fato de as informações transmitidas não fazerem parte da história de Peter. São informações reais sobre o país onde se originou a história.
c)  ( X      ) No primeiro parágrafo, as informações foram inventadas pela imaginação do autor.
d)  (      ) Se o autor usasse o tempo passado nesse trecho, os leitores pensariam que a Holanda deixou de existir.
5.   No primeiro parágrafo, o uso de adjetivos contribui para que o leitor forme uma idéia da importância do gesto do personagem para o país. Identifique os adjetivos que caracterizam:
enormes, resistentes
 
a)  os diques (ou muralhas): __________________________________________________________________ 
seco
 
b)  país:  __________________________________________________________________ 
pequenas
 
c)  crianças:  __________________________________________________________________ 
perigoso
 
d)  buraco:  __________________________________________________________________ 
6.   Releia este trecho do texto que inicia no segundo parágrafo, observando os verbos em destaque.
2.        Há muitos anos, vivia na Holanda um menino chamado Peter. Seu pai era uma das pessoas responsáveis pelas comportas dos diques. Sua função era abri-las e fechá-las para que os navios pudessem sair dos canais em direção ao mar aberto.
3.           Numa tarde do início do outono, quando Peter tinha oito anos, a mãe o chamou enquanto brincava:
4.           – Venha cá, Peter. Vá levar esses bolinhos do outro lado do dique para o seu amigo cego. Se você andar ligeiro e não parar para brincar, vai chegar em casa antes de escurecer.
       Analise as afirmativas seguintes e assinale a incorreta:
a)  (      )   No início desse trecho, o autor passa a usar outro tempo verbal para remeter o leitor a algo que aconteceu em um passado distante.
b)  (      )   O tempo verbal usado nesse trecho cria um clima de encanto, fantasia, preparando o leitor para conhecer uma história fantástica. 
c)  (      )   A forma do verbo chamar (chamou, no terceiro parágrafo) marca o fim da descrição de ações habituais, dando início a um fato novo, diferente, que irá mudar o rumo da história.
d)  ( X      )   No quarto parágrafo, os verbos em destaque indicam a fala do narrador, sugerindo que ele está inseguro, que ele não sabe exatamente se quer fazer o personagem vir ou ir.
7.   Releia o 5.º parágrafo, observando a expressão em destaque.
5.           O menino gostou da tarefa e partiu feliz da vida. Ficou um bom tempo com o pobre cego, contando-lhe sobre o passeio da vinda e o sol e as flores e os navios lá no mar. De repente, lembrou-se da mãe dizendo para voltar antes de escurecer, despediu-se do amigo e tomou o rumo de casa.
       Nesse contexto, a expressão em destaque significa que o amigo de Peter  
a)  ( X   ) inspirava pena;                                             
b)  (    ) não possuía bens materiais;           
c)  (    ) era um mendigo;
d)  (    ) era um pedinte.
8.   Releia este parágrafo e assinale a alternativa correta:
7.           “Que bom que elas são tão fortes! Se quebrassem, o que seria de nós? Esses campos lindos ficariam inundados. Meu pai sempre diz que as águas estão ‘zangadas’. Parece que ele acha que elas estão zangadas por ficarem presas tanto tempo.” (...)

       Nesse parágrafo, a expressão em destaque:
a)  ( X    ) é uma figura de linguagem, um recurso expressivo usado para atribuir a seres inanimados (sem vida) características de seres animados (com vida), é chamado de personificação;
b)  (     ) é um absurdo, pois as águas não podem ficar zangadas;
c)  (     ) é um recurso usado para descaracterizar as águas;
d)  (     ) não deveria ser usado no texto porque é inadequado.
9.   Releia este trecho:
21.          “De alguma forma, eu vou aguentar!” pensava ele. E passou a noite inteira ali, contendo as águas.
22.          De manhã, bem cedinho, um homem a caminho do trabalho achou ter ouvido um gemido enquanto passava por cima do dique. Inclinou-se na borda e encontrou o menino agarrado à parede da muralha.
23.         – O que aconteceu? Você está machucado?
24.         – Estou contendo a água do mar! – gritou Peter. – Mande vir socorro logo!
       Assinale a afirmativa incorreta:
a)  ( X      ) No vigésimo primeiro parágrafo, as aspas foram usadas para indicar a fala direta do pai do menino.
b)  (      ) As aspas foram usadas nesse trecho para indicar ao leitor que, naquele momento, não se ouviu a voz do personagem, pois, nesse texto, as aspas indicam os pensamentos do personagem.
c)  (      ) Nesse trecho, o primeiro e o segundo travessão indicam a fala direta dos personagens: a primeira é do homem que encontrou o menino e a segunda é de Peter.
d)  (      ) Na última fala desse trecho, foram usados dois travessões para intercalar uma explicação do narrador.
10. Assinale a alternativa cujo conjunto apresenta uma palavra que não faz parte da mesma família.
a)  (     ) corajoso – coragem – encorajador;
b)  (     ) muro – muralha – mureta;
c)  (     ) gemer – gemido – geme;
d)  ( X  ) zanga – zangado – zangão.
LER, ESCREVER E FAZER CONTA DE CABEÇA
“A professora gostava de vestido branco, como os anjos de maio. Carregava sempre um lenço dobrado dentro do livro de chamada ou preso no cinto, para limpar as mãos, depois de escrever no quadro-negro. Paninho bordado com flores, pássaros, borboletas. Ela passava o exercício e, de mesa em mesa, ia corrigindo. Um cheiro de limpeza coloria o ar quando ela passava. Sua letra, como era bem desenhada, amarradinha uma na outra!.
(...)
Ninguém tinha maior paciência, melhor sabedoria, mais encanto. E todos gostavam de aprender primeiro, para fazê-la feliz. Eu, como já sabia ler um pouco, fingia não saber e aprendia outra vez. Na hora da chamada, o silêncio ficava mais vazio e o coração quase parado, esperando a vez de responder “presente”. Cada um se levantava, em ordem alfabética e, com voz alta, clara, vaidosa, marcava sua presença e recebia uma bolinha azul na frente do nome. Ela chamava o nome por completo, com o pedaço da mãe e o pedaço do pai. Queria ter mais nome, pra ela me chamar por mais tempo.
O giz, em sua mão, mais parecia um pedaço de varinha mágica de fada, explicando os mistérios. E, se economizava o quadro, para caber todo o ponto, nós também aproveitávamos bem as margens do caderno, escrevendo nas beiradinhas das folhas. Não acertando os deveres, Dona Maria elogiava a letra, o raciocínio, o capricho, o aproveitamento do caderno. A gente era educado para saber ser com orgulho. Assim, a nota baixa não trazia tanta tristeza.
(...)
Nas aulas de poesia, Dona Maria caprichava. Abria o caderno, e não só lia os poemas, mas escrevia fundo em nossos pensamentos as idéias mais eternas. Ninguém suspirava, com medo da poesia ir embora: Olavo Bilac, Gabriela Mistral, Alvarenga Peixoto e “Toc, toc, tamanquinhos”. Outras vezes declamava poemas de um poeta chamado Anônimo. Ele escrevia sobre tudo, mas a professora não falava de onde vinha nem onde tinha nascido. E a poesia ficava mais indecifrável.”                                                                                     QUEIRÓS, Bartolomeu Campos de.  Ler, escrever e fazer conta de cabeça. São Paulo: Global, 2004. pp. 34-35.
5.   Pelo texto é possível inferir que o narrador:
a)  (      ) Se interessava mais pela professora, seu modo de se vestir e escrever no quadro, do que pela aula em si.
b)  (      ) Tinha uma profunda admiração pela professora e se esforçava em aprender, também, para agradá-la.
c)  (      ) Não se interessava pelas aulas que não fossem de poesia.
d)  (      ) Era o melhor aluno da classe.
6.   Assinale o trecho em que o autor usa o recurso da comparação para descrever poeticamente a forma como ele via o gosto da professora se vestir:
a)  (      )   Carregava sempre um lenço dobrado dentro do livro de chamada ou preso no cinto, para limpar as mãos, depois de escrever no quadro-negro.
b)  (      )   Paninho bordado com flores, pássaros, borboletas.
c)  (      )   A professora gostava de vestido branco, como os anjos de maio.
d)  (      )   O giz, em sua mão, mais parecia um pedaço de varinha mágica de fada, explicando os mistérios.
7.   Assinale o trecho em que está expressa uma relação de finalidade:
a)  (      )   E todos gostavam de aprender primeiro, para fazê-la feliz.
b)  (      )   Ninguém tinha maior paciência, melhor sabedoria, mais encanto.
c)  (      )   O giz, em sua mão, mais parecia um pedaço de varinha mágica de fada, explicando os mistérios.
d)  (      )   Ela chamava o nome por completo, com o pedaço da mãe e o pedaço do pai.
8.   A conjunção adversativa mas comumente indica idéias opostas. No trecho a seguir, no entanto, seu uso, associado à expressão “não só” sugere outra idéia, que não é a de oposição. Assinale a alternativa que expressa a idéia sugerida no seguinte trecho:
“Abria o caderno, e não só lia os poemas, mas escrevia fundo em nossos pensamentos as idéias mais eternas.”
a)  (     )    Concessão.  b)(     ) Adição.     c)  (     )    Oposição. d) (     )    Comparação.
9.   Por meio do trecho “E a poesia ficava mais indecifrável.”, é possível inferir:
a)  (      )   Para o narrador, o nome do autor dos poemas é fundamental para compreendê-las.
b)  (      )   A professora lia poesias muito difíceis para seus alunos.
c)  (         )   O fato de ser indecifrável, para o narrador, é inerente à poesia e, como o “autor chamado Anônimo” tratava de temas diversos e não era possível saber sua origem, essas poesias eram ainda mais indecifráveis.
d)  (      )   Ele não gostava das poesias do “Anônimo”, porque não as conseguia compreender.
10. No trecho “A gente era educado para saber ser com orgulho. Assim, a nota baixa não trazia tanta tristeza.”, o termo em destaque pode ser substituído, sem alterar o sentido, por:
a)  (     )    Entretanto. b)( )Desse modo. c)   (     )    Mas. d)          (     )    Ainda que.
11. A idéia de proporção sugerida pelo trecho “E, se economizava o quadro, para caber todo o ponto, nós também aproveitávamos bem as margens do caderno, escrevendo nas beiradinhas das folhas.” significa que:
a)  (         )   À medida que a professora economizava espaço para escrever no quadro, os alunos economizavam espaço em seus cadernos.
b)  (      )   A condição para que os alunos escrevessem menos era a de que a professora diminuísse o tamanho de sua letra no quadro.
c)  (      )   Os alunos escreviam fora das margens para economizar o caderno porque a professora pedia, escrevendo sem deixar espaços no quadro.
d)  (      )   Os alunos não deviam escrever nas “beiradinhas das folhas”, mas como a professora não fazia margens no quadro, eles não respeitavam as do caderno.

GABARITO
1-A , 2-D,3-B,4-D, 5- B,6-C,7-A,8-B,9-B,10-C, 11-A