terça-feira, 27 de setembro de 2016

Regência Verbal
A regência verbal também estuda a relação entre os termos que caracterizam o verbo. Neste caso, denominados adjuntos adnominais.
  • Existem verbos que permitem mais de uma regência, podendo mudar sua significação. Isso ocorre porque são as preposições que definem as relações de regência ao ligar o complemento a um verbo ou nome (regência nominal).
  • Não há preposição para os objetos diretos expressos pelos pronomes pessoais oblíquos me, te, se, lhe, nos, vos e lhes.
  • Verbos intransitivos podem ser seguidos de objetivo direto quando o núcleo do sujeito é formado da mesma raiz ou contém a significação do verbo.
  • Verbos intransitivos podem usar intransitividade. Há casos em que a regência dos verbos é estendida aos substantivos e aos adjetivos cognatos.

Exemplos de Regência Verbal:

Ele visou o alvo certo. (O verbo visar exige complemento sem preposição).
Ele visou a um emprego melhor. (O verbo visar exige a preposição a antes do complemento).
O uso popular de alguns verbos está em desacordo com a norma culta:
Chegar - exige a preposição a, e não a preposição em:
Chegamos finalmente a São Paulo.
Chegamos ao colégio.
Ir - segue a mesma regra de chegar:
Iremos a São Paulo.
Vou ao mercado.
Custar - no sentido de ser difícil, pede objeto indireto com a preposição a seguido de oração infinitiva:
Custou ao aluno aceitar o fato.
Na linguagem culta são consideradas erradas construções do tipo:
O aluno custou para aceitar o fato.
Custo a crer que ela ainda volte.
Implicar - no sentido de acarretar, exige complemento sem preposição:
Sua atitude implicará demissão.
Tal procedimento implicará anulação da prova.
Morar e residir - exige a preposição em:
Ele mora em São Paulo.
Ele reside em Santo André.
Ser - a construção verbo ser + preposição em é incorreta. Assim não se diz:
Somos em trinta nesta classe.
Deve-se dizer: Somos 30 nesta classe.

Verbos Com Mais de uma Regência

Aspirar

No sentido de inspirar, exige complemento sem preposição
Ela aspirou o aroma das rosas.
No sentido de pretender, exige complemento com a preposição a.
Os jovens aspiram ao sucesso profissional.

Assistir

No sentido de dar assistência, é utilizado de preferência com complemento sempreposição.
O médico assiste o doente.
No sentido de ver, exige a preposição a mais complemento.
Assistimos a um filme.
No sentido de pertencer, caber, exige a preposição a.
O direito de criticar assiste aos cidadãos.

Esquecer - lembrar

Quando não pronominais, exigem complemento sem preposição.
Ele esqueceu o caderno.
Nos lembramos tudo o que houve.
Quando pronominais, tais verbos exigem complemento com a preposição de.
Ele se esqueceu do caderno.
Nós nos lembramos de tudo o que houve.

Pagar - perdoar

Quando têm por complemento uma palavra que denote coisa, não exigem preposição. Quando têm por complemento uma palavra que denote pessoa, exigem a preposição a.
Paguei o livro. (coisa)
Paguei ao livreiro. (pessoa)
Paguei o livro ao livreiro.
Perdoei o pecado. (coisa)
Perdoei ao pecador. (pessoa)
Perdoei o pecado ao pecador.

Proceder

No sentido de ter fundamento, não exige complemento.
Aqueles boatos não procediam.
No sentido de originar-se, vir de algum lugar, exige a preposição de.
O avião procede de Roma.

Observações:

Não se deve dar um único complemento a verbos de regências diferentes. Assim, não são corretas as construções:
Entrou e saiu da sala.
Assisti e gostei do filme.
Deve-se dizer:
Entrou na sala e saiu dela.
Assisti ao filme e gostei dele.
As formas oblíquas o, a, os, as, funcionam como complemento de verbos transitivos diretos, enquanto as formas lhe, lhes funcionam como complemento de verbos transitivos indiretos.
Convidei o amigo. Convidei-o. 
Obedeço ao amigo. Obedeço-lhe. 
Quero o livro. Quero-o. 
Quero a meus pais. Quero-lhes.