quarta-feira, 21 de setembro de 2016



Desde que o mundo é mundo
os homens falam de paz
quem clama com tal fervor
parece até ser capaz
porém a triste verdade
a cruel realidade:
guerra, o homem gosta mais.

Há tres mil anos atrás
de guerra o mundo fervia
por Saul ou por Davi
as vitórias sucediam-se
cananeus ou filisteus
Golias, que era um dos seus
todos a guerra perdiam.

Como se fosse possível
a guerra ter vencedores
tantos séculos depois
permanecem os horrores
quem as ler amareladas
páginas historiadas
rendam a Salomão, louvores.

Durou pouco seu reinado
como se o mundo tivesse
muita culpa pra ser paga
e a paz não merecesse
provada, não foi aceita
mal esse sábio se deita
a paz já logo arrefece.

O mundo foi progredindo
mas não a mente do homem
em guerra e a difundir
a apologia da fome
que veio tomando conta
cada vez maior sua monta
desde o maná ela não some.

Jesus veio e não deu conta
ao que parece, hoje em dia
seu amor à humanidade
tornou-se pobre elegia
e "dá-lhe guerra", senhores
naquele circo de horrores
na Roma da anarquia.

Em frente alguns séculos
vamos passar sem olhar
sempre a guerra pautando
a vida em qualquer lugar
de amor quase ninguém fala
a paz, o mundo não embala
o que querem é guerrear.

Napoleão Bonaparte
descanse em paz, oh valente
mas não terás os meus louros
sua conquista foi demente
espalhando sua família
nos reinos que auferia
matando tanto inocente.

Não vejo glória no fado
assumo que sou simplória
mas para quem busca a paz
não tem valor sua história.
Em vez de estrategista
tivesse sido anarquista
com muito amor na memória...

talvez o mundo o esquecesse
tantos livros não houvessem
as suas conquistas narradas
não mereceriam prece
pois minh' alma grita e berra
o que o homem gosta é guerra
é o que ele quer e merece!

Vamos chegar ao momento
mais triste da nossa história
de um anticristo que veio
e teve aqui sua vitória
que era tanta indecência
e lhe prestaram reverência
pela sua oratória.

Eu falarei até morrer
que me calem se quiserem
não só Hitler foi culpado
mas todos que lá estiveram
baixando a sua cabeça
e fingindo indiferença
diante dos que morreram.

Desta vez foram milhões
e não falamos de soldado
era gente como a gente
que ama e que é amado
que deixando atrás os filhos
enfileirados nos trilhos
foram morrer como gado.

Um crápula presente
do demônio, secretário
voz ativa que se ouvia
co-autor de tal fadário
errôneamente é citado
pelo que houvera falado
em triste lugar e horário.

O tema do tal infame:
a mentira propagada
por mais mentira que seja
se muitas vezes falada
convence quem precisar
pois a terra é só um mar
de mentiras fantasiada.


Que pra matar precisavam
de uma desculpa qualquer
sem nenhum valor à vida
de tanto homem e mulher
a mentira lhes servia
de desculpa e covardia
pra matar, não pra morrer.


E num projeto de paz

teve seu nome louvado

pela falta de cultura

ou talvez pelo descaso.

Ignoram a história

a tristeza e a inglória

que permeou esse fado.


E o mundo clamando por paz!...
em todo canto e lugar
é a paz que todos querem
pois precisam descansar
como quem grita irritado
morra, mas morra calado
pois eu preciso de paz!

Como sempre e todo sempre
a paz não é conquistada
é insano o seu pleito
ela é imposta, obrigada
calando a voz de inocentes
que na mão de dementes
pagam a paz inventada.

Sem querer... porém eu sigo
mas não paramos de ver
sangue sendo derramado
gente a penar e morrer
de nação tão poderosa
corre sempre a velha prosa
que armas tem que vender.

Mas não vamos esquecer
de cultura valiosa
dizimada sem critério
apaches de pele rósea
guerreiros fortes, valentes
enfrentaram combatentes
fim de vidas preciosas.

E as guerras vão em frente
não daria para contar
quantas voltas no mundo
Deus!...eu iria precisar?
para mostrar todo o sangue
que correu e deixou exangue
tanta gente em terra e mar.

Com a paz quase morrendo
já sem forças para a guerra
o homem cria e inventa
o terror aqui na terra
e pelas virgens douradas
mata-se mais toneladas
novo motivo pra guerra.

Cada vez mais, mais e mais
A violência impera!
Clamando pela tal paz
propondo a insana guerra
a humanidade caminha
até pra morrer sozinha
é nisso que a paz se encerra.

O caminho? Não há outro
o homem tem que aprender
a grande força do amor
que impera no seu ser
sua dádiva sublime
que ele encara como crime
tem vergonha de o viver.

Amar, amar, cada vez mais!
Semear essa estranha fé
pelo mundo sem cansar
porque a paz nada mais é:
acreditar no tal do amor
não servir a outro Senhor
sendo homem ou mulher.

Tere Penhabe
Santos, 27/02/2007



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