Outros exemplos notórios são as gramáticas e os dicionários que explicam o código linguístico e suas regras por meio da própria linguagem. Vale lembrar que utilizamos muito a metalinguagem no cotidiano, visto que numa conversa, o momento no qual perguntamos o significado de determinada palavra estamos usando a função metalinguística.
Exemplo de Metalinguagem
No poema "Desencanto" de Manuel Bandeira (1886-1968) por meio da linguagem poética, o escritor utiliza-se da propriedade da metalinguagem, na medida em que escreve um poema sobre o conteúdo e as ideias referentes a própria poesia e seus versos.
Desencanto
Eu faço versos como quem chora
De desalento...de desencanto
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
De desalento...de desencanto
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa...remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
Tristeza esparsa...remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca,
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
Eu faço versos como quem morre.
(Manuel Bandeira)
(Manuel Bandeira)
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