sexta-feira, 2 de setembro de 2016

 

Será possível ver o outro como a nós mesmos? - Ode ao Amor


“Aliás, sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são os eleitos, segundo os seus desígnios. Os que Ele distinguiu de antemão, também os predestinou para serem conforme a imagem de seu filho, a fim de que este seja o primogênito entre uma multidão de irmãos. E aos que predestinou, também, os chamou, e aos que chamou, também, os justificou, também, os glorificou. Que diremos depois disso? Se Deus é por nós, quem será contra nós?”
(Carta de São Paulo aos Romanos – 8: 28-32)
Será possível ver o outro como a nós mesmos?
Ode ao Amor
Por que estamos aqui, nesse planeta com essa consciência e espírito?
Somos seres competitivos, agressivos, lutamos para vencer. Não compreendemos o outro e não toleramos suas diferenças. A vida, então, para ser vivida requer muito esforço, muita sabedoria e, acima de tudo, muita aprendizagem. Precisamos aprender tudo, e o outro é o nosso mestre nessa curta jornada. Sem ele não somos, não construímos nossa identidade, nosso percurso.
Aprender, portanto, requer o outro. Somos frutos do outro e nossa caminhada é com o outro que nos humaniza – por meio da aprendizagem. O outro é nossa matriz de aprendizagem, ensina-nos por sua modalidade. Assim, construímos nosso aprender, para que possamos enfrentar a vida. Posto que a vida é plena de enfrentamentos. Dessa forma, o outro deveria ser venerado, como a nós mesmos, como nosso irmão em carne e espírito, nosso espelho, aquele que deveria nos iluminar. Entretanto, não é isso que ocorre. O homem mata, devasta, corrompe, engana, maltrata, oprime, é perverso, faz guerra – tudo para a garantia de seu poder e de seu dinheiro, em consequência ativa sua arrogância, sua vaidade, sua mesquinhez espiritual, pior! – não se dá conta.
Então, nos questionamos sobre esse mundo em que vivemos, tantos homens diferentes, culturas, formas de pensar, filosofia, religiões, são muitos os aspectos que nos diferenciam. Sofremos de uma eterna “enfermidade espiritual”. Guerras vão e vêm e nada aprendemos, parece não ter fim tamanha dor humana. No entanto, em contrapartida há o bem, tão pouco divulgado e aclamado, parece ruir frente ao terror que se construiu, principalmente nessa sociedade pós-moderna que enfrenta a pior de todas as dores: a rejeição, a solidão, a depressão, a falta de amor. Freud já previra isso, nós apenas confirmamos e acentuamos tal profecia.
Afinal, já que somos seres materiais e espirituais, quem rege nosso espírito? Porque a matéria é regida pelo humano, e infelizmente, o humano não está dando conta de transformar esse planeta num lugar melhor, pelo contrário, cada vez mais, sentimos a iminência de uma nova guerra na porta de nossa casa. Novamente, a reflexão se coloca: espiritualmente quem somos nós?
A ciência tem-nos demonstrado, por meio da matéria, da sua formação atômica e de sua vibração que tudo no universo é energia em vibração. Tudo vibra na polaridade negativa e positiva. Quando entramos em sintonia com o que nega, com a falta de luz, temos as doenças, o mal-estar, o peso dos dias, as dificuldades, as dores; ao vibrarmos em sintonia com o positivo com a luz, tudo se ilumina e nossas vidas ganham um aroma de paz de amor. Ou seja, ao entrarmos em sintonia com o mundo, com as coisas do homem, nosso mundo se limita e se torna pesado; ao entrarmos em sintonia com o espírito nossa dimensão transcendental – parece se alargar, como se irradiasse uma força maior que nos move. Eis aqui a questão, estamos falando de força, de energia, de espírito, logo estamos também no terreno dual: força do bem e força do mal.
Quando pensamos na criação do mundo, do ponto de vista criacionista, está claro no Evangelho que a esse mundo foi precipitado o príncipe das trevas e regido, portanto, por um ser inferior que tem inveja da Luz e de todo Amor da criação divina. De fato, percebemos, sentimos essas forças atuando em nós, ao parar para sentir e procurar dentro de nós de onde vem a dor, a felicidade, o sofrimento e o amor. Por falta de amor, quantas tragédias, quanto ódio se plantou e se planta no mundo. Gerar amor é vibrar na direção da Luz, de uma vida plena de esperança e prosseguir na caminhada pela vida.
Qual será o segredo, então, para entrar no caminho do amor? Já que parece algo tão difícil dentro da condição humana em que vivemos? Gostaria de entrar por um caminho que não tem sido nada valorizado em nossa sociedade, aliás, é motivo de escárnio, de fraqueza e de toda dor humana: o amor! Não vamos falar de um amor apenas carnal, mas de um amor que envolve o espírito, que vai além do que conhecemos, transcende. E dentro da história de tantos amores que vivemos nesse planeta, não podemos deixar de compreender o maior de todos os amores por nós, um amor de mais de dois mil anos, que mudou a história do mundo e, ao mesmo tempo, nos dividiu, porque não sabemos o que é o amor, muito menos, o amor incondicional de alguém por nós: o Amor de Jesus!
O Amor incondicional de Jesus está cravado na história da humanidade, ao longo dos tempos, foi conhecido, negado por alguns e reconhecido por outros. Jesus foi o único ser que veio à Terra, com uma missão, nos salvar e nos redimir de tanta falta de amor; o único ser que veio como homem e que ressuscitou, que reapareceu e subiu aos céus pelo chamado de um Ser maior que a tudo criou. Porém; somos tão inferiores, nessa questão, que não compreendemos. Essa compreensão, muitas vezes, vem pelo conhecimento, pela ciência atual que tem nos aproximado de incógnitas sobre a vida e seus mistérios ou vem pela fé ou vem por um chamado.
O chamado de Deus é irrecusável, nos paralisa e nos põe de joelho perante sua fonte inesgotável de Amor. Esse Amor sentido, vivenciado não tem como não ser acolhido e proclamado, porque a vontade é sair pelos quatro cantos do mundo irradiando esse Amor, falar sobre Ele, ensinar sobre Ele, e o quanto Ele pode modificar as vidas: libertar, curar as feridas do corpo e do espírito, verdadeiramente! A sintonia com essa Luz, com essa Energia, com Deus é inigualável, ela permite a interação cósmica, ela permite a Força irradiada por um Espírito infinitamente de Amor e Bondade. Parece mágica! É a mágica de Deus.
Nesse sentido, a salvação para todos esses problemas está no Amor – o único caminho para nos salvar da dor que entorpece e suga nosso mundo. Como ser feliz vendo tanta miséria, tanto terror, tanta falta de amor?
O amor é o único caminho para reverter o mal. O amor gera uma energia de luz, abranda os corações e promove a infinita bondade, permite-nos olhar nos olhos do outro, profundamente e nos deparar conosco como num espelho espiritual. Faz-se emergencial deixar a lei de Talião: olho por olho, dente por dente, de lado, porque o mal gera mal, amarga o coração, reveste-nos de uma couraça de dor que nos impede de viver em paz. Não é fácil, para nós, pobres seres humanos que mal nos amamos, responder ao mal com amor. É extremamente difícil, o perdão é difícil, só é possível se estivermos guiados pela Luz da bondade infinita, da misericórdia, pela compreensão extrema de olhar o outro com fraternidade; pois o amor é o caminho para aniquilar o mal.
Geralmente, a falta de amor nasce de um abandono de uma rejeição, de um ódio transferido ao mundo e às pessoas mais próximas. O ciúme gera a inveja que gera o mal. Esse ciclo nos encapsula e nos impede de ver o outro como a nós mesmos. Para amar o outro, há de se investir no amor para consigo mesmo, perdoar-se, primeiramente, de pensamentos e atitudes que ofenderam outros e perdoar aqueles que nos ofenderam. O perdão possibilita a cura da alma, o que permite o resgate do ser. Perdão e diálogo, essa é a essência para a conquista de um sentimento pleno e iluminado. Sem o perdão, sem a misericórdia não há possibilidade de Amor. Coloque em ação essa possibilidade e tudo se transformará em sua vida e na vida daqueles que estão ao seu lado.
Se somos, verdadeiramente cristãos, temos de viver no amor de Cristo, o amor que Ele nos ensinou por meio de suas sagradas escrituras; pois somente Ele propicia a Força da compreensão e da Luz Divina por sermos guiados pelo Espírito Santo – quem cuida de nós e nos ampara, quando lhe rogamos seu fogo de amor e seus dons, a fim de nos libertar de uma vida tão rasa e mundana.
Jesus Cristo veio para nos salvar de nós mesmos, de nossa escuridão de alma, das trevas de nosso mundo, de nosso olhar impuro, de nosso viver amargo. A cruz em que Jesus Cristo morreu é a cruz que todos carregamos ao longo de nossas vidas. Viver em Jesus Cristo, viver com Cristo significa amar incondicionalmente, amar tudo e todos, apesar de todos os pesares. Como é difícil, porém não mais extremamente difícil do que foi para Jesus que derramou seu sangue na cruz, a fim de redimir os homens de seus pecados, de suas dores, de sua falta de amor. Jesus Cristo vem para nos ensinar a amar incondicionalmente e a perdoar com o espírito, para que possamos viver no caminho da Luz Divina e da Paz do Senhor.
O primeiro passo é amar-se e, para tanto, perdoar-se é essencial. Pedir perdão por tantos dissabores e pecados que construímos ao longo da vida. O mundo não é regido por Jesus Cristo e, sim, por entidades do mal, das trevas, para se chegar a Jesus Cristo é preciso encontrá-lo no silêncio do Espírito, a fim de que nos liberte dos grilhões da ignorância e da opressão. Dessa forma, o amor requer ser ensinado por meio da palavra sagrada, somente assim as futuras gerações poderão compreender a vida em Cristo, o porquê de ter morrido por nós e a necessidade de reencontrá-lo para redimensionar a vida em nosso planeta, o sistema perverso em que vivemos e que nos cega, exatamente porque sua ordem é das trevas, da opressão para o privilégio de uma minoria e a dor de milhares e milhares de seres humanos.
Descobrir o amor em Cristo é a chave para a humanidade se libertar, o que Jesus veio fazer: libertar o homem dele mesmo. É descobrir aquilo que a ciência tem apregoado: somos todos um, somos uma única só pessoa. Estar com Cristo é a mais plena alegria de subverter essa ordem capitalista selvagem que desumaniza e oprime, que implanta valores desnecessários, para que o capital continue girando continuamente, à custa de tanta miséria, dor e ignorância, frutos da loucura humana.
O amor de Cristo não se esgota, ele se renova continuamente em nossos pensamentos, em nossos corações, em nosso espírito. Sentir a Presença é uma dádiva, é o Encontro com o Sagrado que tudo ilumina e reencanta a fonte da vida. Entrar em sintonia com a Luz de Cristo é permitir-se sair da escuridão da vida regida pela frieza das leis dos homens. Conectar-se com a energia pura de amor é poder trilhar seguro na paz , em sintonia com um amor que nos transcende e nos vivifica por essas estradas tão pedregosas da vida que seguimos, quando nossos olhos estão entorpecidos.
Por isso ser tão fundamental alinhar pensamento, sentimento e emoção com o bem, com a generosidade, com a caridade, com o olhar de humildade sobre o outro que sou eu.
“Amar o próximo como a ti mesmo” – estamos todos conectados, somos uma única só pessoa. Temos uma profunda ligação química, física, emocional, espiritual. Somos todos um, como aponta a nova física. A dor de um é a dor do outro, a alegria de um é a alegria do outro, precisamos sair dessa letargia que nos envolve e buscar a clareza de nossa situação, para conhecermos nossa natureza que se alia a um Ser infinitamente Superior, envolvido por uma Luz de Amor Eterno. 
Precisamos nos dar a chance de viver o Amor, enquanto, ainda, podemos.
Queridos,
O meu chamado chegou. Estou aqui nesse momento, depois de um grande período de recolhimento, reflexão, vivências e sentimentos. As palavras que agora se depreendem de minhas mãos estão instaladas em meu espírito para compartilhar com vocês, um pouco do que tenho aprendido, nessa nova caminhada. Deus nos abençoe!

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