terça-feira, 22 de agosto de 2017

 

A imagem pode conter: flor, planta, atividades ao ar livre e natureza

 SINOPSE E ATIVIDADES PARA SALA DE AULA COM GABARITO - I


 

[...] trabalhar com o cinema em sala de aula é ajudar a escola a reencontrar a
cultura ao mesmo tempo cotidiana e elevada, pois o cinema é o campo no
qual a estética, o lazer, a ideologia e os valores sociais mais amplos são
sintetizados numa mesma obra de arte (NAPOLITANO, 2003, p.11).

01 - FILME: O PRESENTE


          Jason Stevens tinha um relacionamento muito simples com seu milionário avô, Howard Red Stevens. Ele o odiava. Sem conversas francas, sem momentos de carinho, apenas o dinheiro ligava os dois. Então Jason imaginava que quando seu avô faleceu tudo que lhe sobraria seria outra simples transação de dinheiro, que a fortuna de seu avô lhe permitiria continuar a ter o estilo de vida que ele acostumou-se a ter. Mas ele acaba descobrindo que, como parte de sua herança, seu avô lhe deixou doze tarefas, as quais ele chama de presentes, cada uma desafiando Jason de uma maneira improvável. Cumprindo as tarefas ele irá aprender a repensar sua vida e compreender qual é a relação entre riqueza e felicidade.

Conforme o filme assistido e a sinopse, responda as questões abaixo:

1) Jason recebeu 12 presentes e estes trouxeram melhorias para sua vida. Explique quais foram essas melhorias.
Todas as tarefas tiveram o objetivo de promoverem mudança comportamental em Jason, que aprendeu a repensar sua vida e compreender qual é a relação entre riqueza e felicidade.
Ele entende que os relacionamentos verdadeiros são mais importante que alguém possa alcançar e que as pessoas que ele conquistaria ao longo de sua vida e que valeriam mais que os bilhões que ele herdaria.

2) "só começa a viver mesmo quem já perdeu tudo"... "eu perdi tudo três ou quatro vezes; é o lugar perfeito pra começar."      
Essa é uma das falas do avô falecido de Jason. Reflita sobre ela e comente o que isso quer dizer.
(Resposta Pessoal)

3) Os doze presentes foram colocados abaixo aleatoriamente. Reescreva-os conforme forem mais importantes pra você. (do mais importante para o menos importante).

a) O presente do (a) (Resposta Pessoal)

Conhecimento            
Amigo                                          
Trabalho                                      
Dinheiro                                    
Gratidão                                      
Família                                        
Alegria                                      
Problemas                                 
Amor                                            
Dia perfeito                                
Doação                                        
Sonhos                                      

b) Agora, explique o porquê de sua escolha para o primeiro presente de sua lista e o último.(Resposta Pessoal)

4) O que o presente dos problemas pode causar numa vida?
Aprender a "perder tudo" e começar do zero. Este fato nos traz de volta algumas coisas que esquecemos ao longo da caminhada; e se chegamos lá um dia, chegaremos novamente, pois o caminho é o mesmo e nos temos o mapa.

5) Vendo como tudo termina na história do filme, o dinheiro realmente pode suprir todas as áreas da vida de uma pessoa? Justifique sua resposta.
Não, algumas coisas na vida só aprendemos vivendo e que também existem coisas que não tem preço, como por exemplo: a importância dos relacionamentos, as amizades.
            
6) Comente qual foi a maior lição que você pode tirar dessa história.
Ensinamento sobre os verdadeiros valores da vida.


02 - FILME:   Percy Jackson e o ladrão de Raios
Sinopse:
O arteiro Percy Jackson está encrencado na escola, mas esse nem de longe é seu maior desafio. Estamos no século 21, mas os deuses do Olimpo saem das páginas dos livros de mitologia grega de Percy e entram em sua vida. Ele descobre que seu pai verdadeiro é Poseidon, deus dos mares, o que significa que Percy é um semideus – metade humano, metade deus. Ao mesmo tempo, Zeus, rei de todos os deuses, acusa Percy de roubar seu raio, a primeira e verdadeira arma de destruição em massa.
Agora, Percy tem de se preparar para a maior aventura de sua vida, e os riscos não poderiam ser maiores.
Com nuvens de tempestade sinistras encobrindo o planeta e com sua vida ameaçada, Percy viaja até um enclave especial, um campo de treinamento para mestiços, onde aperfeiçoa seus recém-descobertos poderes para evitar uma guerra devastadora entre os deuses. É lá que ele conhece dois outros semideuses: a guerreira Annabeth, que procura sua mãe, a deusa Atena; e seu amigo de infância e protetor, Grover, um corajoso sátiro cujas habilidades ainda não foram testadas.
Grover e Annabeth unem-se a Percy numa incrível odisséia transcontinental, que os leva para 600 andares acima da cidade de Nova York (o portal para o Monte Olimpo) e para o famoso letreiro de Hollywood, sob o qual arde o fogo do Mundo dos Mortos.
O destino da humanidade depende do resultado dessa jornada, bem como a vida da mãe de Percy, Sally, que ele terá de resgatar das profundezas do submundo.

Responda as questões:

1)  Como vivia Percy Jackson antes de saber quem realmente era?
 Vivia sendo expulso das escolas, com sua mãe e Gabe seu padastro que cheirava a esgoto.
2) Quem era seu amigo de todas as horas?
Grover. 
3) Por que todos se preocupavam com ele? Para que tanta proteção?
Porque ele é um meio-sangue, os monstros sentem o cheiro dos meio-sangues e tentam matá-lo. 
4) Descreva com detalhes a reação que Percy teve ao se deparar com a Fúria.
Sentiu medo claro, pois imagina sua ''professora'' vira um monstro, mas graças ao Sr Brunner (quiron) lhe deu uma caneta que se transforma em espada chamada contracorrente e Percy destruiu a Fúria. 
5) Quais personagens se encontram logo no início da história e sobre o que falam?
A Fúria, Quiron, Grover, Percy etc 
6) Na mitologia grega, como era chamado um filho nascido de um deus do Olimpo com um ser humano?
Semideus. 
7) Quem era o pai de Percy Jackson e que poderes ele herdou de seu pai?
Seu pai é Poseidon.
Percy pode entrar na água e não se molhar, tornando objetos secos ao tocá-los. 
Percy tem controle sobre a água, sendo capaz de manipulá-la. 
Quando está na água, Percy ganha mais energia, força e fica curado de seus ferimentos involuntariamente. 
Percy pode respirar embaixo d'água.Percy pode convocar o poder do mar mesmo distante. 
Percy pode criar bolhas de água, e pode usá-las para flutuar.

8) Quem era o ladrão de raios e porque aconteceu esse roubo?
 Luke, porque  queria entregar o raio a Cronos só que falhou, sendo pego por Ares que usou o raio para tentar causar uma grande guerra no Olimpo que também falhou, sendo pego por Percy que devolveu o raio a Zeus. 
9) Como a história se finaliza? Faça um breve resumo da parte final.
A profecia se cumpre pois Luke traiu Percy com um escorpião só que Percy sobreviveu e Percy sabia que Cronos estava tentando voltar e que isso tinha a ver com a grande profecia que podia envolver ele.
10) Comente o que achou da história e da produção do filme.
Resposta Pessoal.

03 - FILME/ TEXTO: Fragmento de Memórias Póstumas de Brás Cubas

       Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no intróito, mas no cabo: diferença radical entre este livro e o Pentateuco. (Machado de Assis, in Memórias Póstumas de Brás Cubas)

1. “A narrativa machadiana em Dom Cas­murro Memórias póstumas de Brás Cubas obedece à tradição da narrativa linear, de acordo com a passagem do tempo no reló­gio, pela qual o leitor observa a evolução da vida dos personagens, desde o nascimento ou a idade tenra, até a velhice, passando antes pela juventude, idade madura e morte.”
Concorde ou não com esse comentário, mas justifique sua resposta.
Óbito do autor
Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no intróito, mas no cabo: diferença radical entre este livro e o Pentateuco.
Dito isto, expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869, na minha bela chácara de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos, era solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui acompanhado ao cemitério por onze amigos. Onze amigos! Verdade é que não houve cartas nem anúncios. Acresce que chovia - peneirava - uma chuvinha miúda, triste e constante, tão constante e tão triste, que levou um daqueles fiéis da última hora a intercalar esta engenhosa idéia no discurso que proferiu à beira de minha cova: - "Vós, que o conhecestes, meus senhores, vós podeis dizer comigo que a natureza parece estar chorando a perda irreparável de um dos mais belos caracteres que têm honrado a humanidade. Este ar sombrio, estas gotas do céu, aquelas nuvens escuras que cobrem o azul como um crepe funéreo, tudo isso é a dor crua e má que lhe rói à natureza as mais íntimas entranhas; tudo isso é um sublime louvor ao nosso ilustre finado".                         ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo, Abril Cultural, 1978. P. 15.
Glossário - campa: sepulcro; galantegarboso, gracioso.
2. Explique porque se pode dizer que esse trecho é metalinguístico.
3. Explicite um trecho em que se encontre a famosa “ironia machadiana”.
4. Em que pessoa é narrado o texto?
5. Quem é o narrador?

6. Ao dizer “Onze amigos!”, o narrador mostra que é pequeno o número de pessoas com que se pode realmente contar. Isso revela uma certa atitude do narrador diante da amizade e das relações interpessoais. Que atitude é essa?
7.  Qual a diferença que se pode estabelecer entre “autor defunto” e “defunto autor”?
8. (FUVEST - Adaptada) Imagine que você tenha uma prova do livro Memórias póstumas de Brás Cubas e que não tenha entendido a seguinte metáfora “a campa foi outro berço”. Xavier, seu amigo de longa data, leu e interpretou muito bem, segundo o professor, o texto.
Sendo assim, demonstre a interpretação dada por Xavier para a metáfora “a campa foi outro berço”.

9. (ENEM) No trecho a seguir, o narrador, ao descrever a personagem, critica sutilmen­te um outro estilo de época: o Romantismo.
Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida cria­tura de nossa raça e, com certeza, a mais volun­tariosa. Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo, porque isto não é romance, em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas; mas também não digo que lhe maculasse o ros­to nenhuma sarda ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação.
ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Jackson, 57.
9. A frase do texto em que se percebe a críti­ca do narrador ao Romantismo está transcrita na alternativa:
a) “... o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas ...”
b) “... era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça ...”
c) “Era bonita, fresca, saía das mãos da na­tureza, cheia daquele feitiço, precário e eter­no, ...”
d) “Naquele tempo contava apenas uns quin­ze ou dezesseis anos ...”
e) “... o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação.”
10. Quincas Borba, personagem criado por Machado de Assis, era autor de Humanitas, filosofia única, eterna, comum, indivisível e indestrutível, que pregava a eterna luta do homem pela sobrevivência, ressaltando o pre­domínio dos mais espertos.
Existe uma máxima sobre a qual ele re­sume suas explanações sobre essa filosofia. Assinale-a.
a) Devagar se vai ao longe.
b) Ao vencedor, as batatas.
c) Quem tudo quer tudo perde.
d) O essencial é invisível para os olhos.
e) Não se jogam pérolas aos porcos.
AUXILIARES

Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto que o uso vulgar seja co­meçar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; o segundo é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo.
Memórias póstumas de Brás Cubas – Machado de Assis
11. Essa é a abertura do famoso romance de Machado de Assis. Dentro desse contexto, já dá para se ver o tipo de narrativa que será explorada. Assinale a alternativa correta a esse respeito.
a) A narrativa decorre de forma cronologi­camente correta, de acordo com a passagem do tempo: infância, juventude, maturidade e velhice.
b) A linearidade das ações apresenta cenas de suspense, dado o comportamento inusi­tado dos personagens.
c) Não há como prever o final da narrati­va, já que seu enredo é, propositadamente, complicado.
d) A ação terá, como cenário, os diversos centros cosmopolitas do mundo.
e) O autor usa o recurso do flashback devi­do a sua intenção de iniciar o romance pelo “fim”.
12. Em relação à questão anterior, infere-se que a linguagem dispõe de um recurso enriquecedor: a disposição das palavras no espaço frasal. Sendo assim, que tipo de lei­tura pode-se fazer dessas duas expressões: “autor defunto” e “defunto autor”?
a) A colocação da palavra defunto após a pa­lavra autor leva-nos a pensar que o segundo elemento está em fase final de carreira.
b) Defunto autor remete à ideia de que a pessoa irá escrever suas memórias dentro de um cemitério.
c) Ambas as expressões transmitem a mes­ma ideia, com iguais valores semânticos.
d) A expressão defunto autor aparece de forma metaforizada, original, privilegiando uma nova forma de narração autobiográfica.
e) Ambas as construções não têm expressão na obra biográfica de Machado de Assis.
13. Considerando o que você já leu e/ou­ viu sobre o livro Memórias póstumas de Brás Cubas e atentando ainda para as conside­rações que Brás Cubas faz no trecho lido quanto à maneira de começar a escrever seu livro, responda: Brás Cubas contou sua his­tória pelo “uso vulgar” ou ele fez de forma diferente?
Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis; nada menos. Meu pai logo que teve aragem dos quinze contos sobressaltou-se deveras; achou que o caso excedia as raias de um capricho juvenil.
— Dessa vez, disse ele, vais para Europa, vais cursar uma Universidade, provavelmente Coimbra, quero-te homem sério e não arruador e não gatuno.
E como eu fizesse um gesto de espanto:
— Gatuno, sim senhor, não é outra coisa um filho que me faz isso.
Machado de Assis – Memórias póstumas de Brás Cubas
14. De acordo com essa passagem da obra, po­de-se antecipar a visão que Machado de Assis tinha sobre as pessoas e sobre a sociedade. A esse respeito, assinale a alternativa correta.
a) O amor é fruto de interesse e compõe o pilar das instituições hipócritas.
b) O amor, se sincero, supera todas as barrei­ras, inclusive as financeiras.
c) O caráter autoritarista moldava as relações familiares, principalmente entre pai e filho.
d) Havia medo de que a marginalidade envolvesse os jovens daquela época.
e) O amor era glorificado e apontado como o único caminho para redimir as pessoas.

15. Com efeito, um dia de manhã, estando a passear na chácara, pendurou-me uma ideia no trapézio que eu tinha no cérebro. Uma vez pen­durada, entrou a bracejar, a pernear, a fazer as mais arrojadas cabriolas de volatim, que é possível crer. Eu deixei-me estar a contemplá-la. Súbito, deu um grande salto, estendeu os braços e as pernas, até tomar a forma de um X: decifra-me ou devoro-te.
Memórias póstumas de Brás Cubas – Machado de Assis
Sobre o texto mostrado, pode-se dizer que:
a) o autor faz uma abordagem superficial da situação.
b) o autor preocupa-se com os detalhes, por meio de minuciosa descrição.
c) o autor dá relevância a outras circunstân­cias, negligenciando o foco do assunto.
d) o autor não mostra preocupação com o discer­nimento do leitor, pois apenas sugere situações.
e) contempla a si próprio, num ritual egocêntrico e narcisista.
Capítulo III
O emplasto
Com efeito, um dia de manhã, estando a passear na chácara, pendurou-se-me uma ideia no trapézio que eu tinha no cérebro. Uma vez pendurada, entrou a bracejar, a pernear, a fazer as mais arrojadas cabriolas de volatim, que é possível crer. Eu deixei-me estar a contemplá-la. Súbito, deu um grande salto, estendeu os braços e as pernas, até formar um X: decifra-me ou devoro-te.
Essa ideia era nada menos que a invenção de um medicamento sublime, um emplasto anti-hipocondríaco, destinado a aliviar a nossa me­lancólica humanidade. Na petição de privilégio que então redigi, chamei a atenção do governo para esse resultado, verdadeiramente cristão. (...)
Machado de Assis – Memórias póstumas de Brás Cubas
16. Relativamente ao trecho lido, responda em que tipo de foco narrativo ele está es­truturado?
17. Destaque uma frase que contenha palavra que justifique sua resposta.
18. Traduza a expressão anti-hipocondríaco, que aparece no 2º parágrafo.
19. Memórias póstumas de Brás Cubas utiliza recursos estilísticos extraordinários, como a digressão e a metalinguagem. Defina-os.
20. A cronologia tradicional dos fatos, dentro da narrativa, faz com que a assimi­lação do enredo seja mais fácil. Machado de Assis, em Memórias póstumas de Brás Cubas, rompe essa tradição e opta por um início “às avessas”. Identifique esse recurso es­tilístico e explique-o, considerando a obra citada.
RESPOSTAS:
1.       RESPOSTA: A narrativa machadiana, diferentemente do apontado pelo trecho acima, não obedece à tradição da narrativa, muito pelo contrário. Machado de Assis, por meio de um texto ziguezagueante, apoiado muitas vezes apenas na memória do narrador, traz uma literatura que faz saltos, que deixa espaços a serem preenchidos pelo leitor.

2.       RESPOSTA: Pelo narrador fazer referências à obra que está produzindo, pode-se dizer que este trecho é metalinguístico. Como exemplo: “Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim (...)”

3.       RESPOSTA: A ironia consiste em um expediente linguístico que apresenta um enunciado que, semanticamente, quer dizer o inverso do que está dito de fato, revelando uma atitude de humor sutil por parte do narrador. O trecho em que melhor se percebe esse expediente é “que levou um daqueles fiéis da última hora a intercalar esta engenhosa idéia no discurso que proferiu à beira de minha cova”, já que o discurso proferido não tem nada de original ou engenhoso.

4.        RESPOSTA: O texto é narrado em primeira pessoa (1ª pessoa do singular “EU”).

5.       RESPOSTA: O narrador das “Memórias” é Brás Cubas, um defunto autor.

6.       RESPOSTA: O narrador revela seu ceticismo, isto é, sua desconfiança na existência de uma amizade verdadeira. A rememoração da teoria do humanitismo nos ajuda a entender que a amizade, nos textos de Machado de Assis, só vale a partir do momento em que há alguém que aproveite dessa amizade, isto é, o humanitismo nos revela como sendo egoístas e egocêntricos, pouco voltados para o cultivo de relações interpessoais sinceras, transparentes e abertas.

7.       RESPOSTA: Autor defunto é aquele que escrevia em vida e morreu, defunto autor é aquele que morre e, em seguida, torna-se autor (caso de Brás Cubas).

8.       RESPOSTA: A interpretação dada por Xavier só pode ser a de que após a morte, o enterro, o sepultamento (vocábulos pertencentes ao campo semântico de “campa”), o autor renasce, isto é, a morte do HOMEM Brás Cubas faz nascer o AUTOR Brás Cubas.

9.       RESPOSTA: A

10.    RESPOSTA: B

11.    RESPOSTA: E

12.    RESPOSTA: D

13.    RESPOSTA: Brás Cubas narra a sua história de modo original, de maneira ziguezagueante e digressiva, fazendo intervenções e conversando com o leitor e, principalmente, deixando de lado a linearidade da narrativa e, portanto, indo contra o que seria o “modo vulgar” de se narrar.

14.    RESPOSTA: A

15.    RESPOSTA: C

16.    RESPOSTA: O texto está estruturado na 1ª pessoa do singular, com narrador onisciente.

17.    RESPOSTA: “Com efeito, um dia de manhã, estando a passear na chácara, pendurou-se-me uma ideia no trapézio que eu tinha no cérebro.” Os pronomes “me” e “eu” deixam claro que é o próprio narrador quem conta a história.

18.    RESPOSTA: Como a “ideia fixa” do narrador era a de inventar um emplasto que eliminasse TODOS os males do mundo, tal emplasto seria, por certo, anti-hipocondríaco, uma vez que o hipocondríaco tende a se medicar muitas vezes mais do que o necessário. A medicação exagerada seria extinta com a invenção do emplasto, portanto.

19.    RESPOSTA: A digressão é o expediente usado pelo narrador para desviar o foco principal da história e introduzir um comentário (crítico, literário, filosófico) alheio à narrativa de base. A metalinguagem, por sua vez, consiste no fato da linguagem se debruçar sobre a própria linguagem, é quando o autor nos conta sobre o processo narrativo, ou quando nos conta acerca das ideias que o cercavam para a construção do livro dentro do próprio livro.    

20.    RESPOSTA: Esse recurso é identificado como FlashBack ou, ainda, como mera “narrativa não-linear”, nele o autor foge da estruturação clássica de “início, meio e fim” e coloca esses pontos aos acaso, sem se preocupar com a ordem. Em “Memórias póstumas de Brás Cubas”, nosso defunto autor vai nos contando sua trajetória através da morte e passando aleatoriamente pelas outras fazes da vida.
  

04 -FILME: TEMPOS MODERNOS
Dicas e sugestões de atividades pedagógicas para o uso do filme em sala de aula.

Tempos Modernos
Ficha técnica do filme                                   Título original: Modern Times 
Gênero: Comédia                                            Duração: 1h27min 
Ano de lançamento: 1936        
Estúdio United Artists/Charles Chaplin Productions 
Distribuidora: United Artists         
Direção: Charles Chaplin 
Roteiro: Charles Chaplin            
Produção: Charles Chaplin 
Música: Charles Chaplin            
Fotografia: Ira H. Morgan e Roland Totheroh

Sinopse

Um clássico da sétima arte que aborda de forma cômica a mecanização da mão de obra, o capitalismo dos anos 30 e a desigualdade social.
A revolução industrial é retratada em um ambiente de uma fábrica com engrenagens gigantes que opera com processos de linha de montagem, baseado no modelo fordiano.
Há uma crítica à desigualdade social, em que ficam claramente explícitas as diferentes realidades da burguesia e do proletariado.
Ácido, porém engraçado, o filme é atemporal, profundo e confirma a genialidade de um dos maiores ícones do cinema mundial.

Crítica do filme

“O filme é repleto de informações e situações para serem analisadas. Porém, dadas as características técnicas (preto e branco e mudo), pode ser entediante para os alunos.
O melhor modo de assistir, em minha humilde opinião, é dividindo em duas etapas. A primeira visando a análise do modelo de trabalho proposto da época da revolução industrial, com a mecanização que promoveu o desemprego, a grande depressão vivida nos EUA, os movimentos sociais dos trabalhadores e em um segundo momento a crítica à desigualdade social.”

ATIVIDADES DISCURSIVAS
1) Qual é o tema central do filme?
Resposta:Revolução Industrial, expondo de forma clara e objetiva como tudo aconteceu, a grande evolução que ocorreu na sociedade, as mudanças ligadas ao desenvolvimento da tecnologia, a substituição do homem pela máquina, retrata também o que isso causou no ver da sociedade e as manifestações, greves que se propuseram à fazer.

2) Quais as ameaças impostas pela vida moderna as quais o personagem de Charlie Chaplin fica exposto?
Resposta: Ficou exposto a perder o valor como trabalhador por uma máquina, a sua desvalorização na Indústria, pois com a ideia de uma forma nova e mais eficiente de trabalho, já não seria mais necessário efetuar seus serviços, porém ainda trabalhava, mas, o rendimento econômico próprio se perdia.

3. O homem ainda é dominador ou será que as máquinas estão em processo de igualdade?
Resposta: Com certeza as máquinas entraram em processo de igualdade, desde da revolução industrial até hoje em dia o trabalho do homem já não mais tão procurado como fora no início dos tempos.

4) Como é retratada a classe trabalhadora no filme?
Resposta: No início é retratada como a grande maioria, mas depois com o surgimento de novas formas de trabalho, muito mais acessíveis, essa grande maioria foi reduzida e passou a ser desvalorizada, justamente por não precisar mais de tanto trabalho artesanal e sim manual.

5) Qual o sistema de trabalho é caracterizado e criticado no filme?
Resposta: A divisão do trabalho após a substituição quase total do homem por uma máquina, mais ágil e moderna, sendo assim a mudança do artesanato para o mecanizado.

6) Na sua concepção os personagens caminham para onde?
Resposta: Como no final Charlie incentiva a mocinha a não parar de lutar pelo seus direitos, acredito que à partir dali, seguem o rumo para uma nova cidade/estado/país ou um vilarejo qualquer, onde possam reconstruir sua vida de uma forma digna e renegar a ideia de substituição total do seu trabalho por uma máquina, expondo dessa maneira à todos, não somente aos donos das máquinas e indústrias, que o homem com seu trabalho individual e artístico também é capaz de dar lucro, porque afinal a base para essa evolução não foi assim.


Sugestões pedagógicas

1) Contextualização.
Para a perfeita compreensão do filme, é necessário contextualizá-lo com os alunos. Época da filmagem X contexto social X condições técnicas de filmagem. 

2) Depressão econômica de 1929.
O filme mostra a vida urbana dos Estados Unidos após a grande depressão econômica de 1929. É possível abordar as consequências sociais que tal crise provocou: desemprego, fome, aumento dos índices de violência.

3) Impacto da revolução industrial.
É possível retratar o impacto da revolução industrial com seus processos mecânicos que otimizaram a produção e os lucros, mas promoveram igualmente o desemprego.
Enfoque a cena em que Chaplin fica parafusando as coisas, mesmo em horário de descanso e quando "parafusa" os botões da saia da secretária, e a cena antológica em que ele é "engolido" pelas engrenagens da fábrica.

4) Substituição homem x máquina.
Questione os seus alunos se esta substituição do homem pela máquina ainda acontece nos dias atuais e como isso acontece.

5) A Televisão.
Em alguns momentos, o diretor da empresa se comunica por uma tela de TV. Converse com seus alunos sobre esse tipo de liderança e também faça um link com a apologia à TV (leia-se consumo) que os jovens e crianças vivem todos os dias.

6) A Tecnologia.
Uma temática bem atual, as tecnologias contemporâneas, pode ser abordada por meio da análise da máquina de refeições. Coisas simples devem ser substituídas por recursos tecnológicos? Onde a tecnologia é necessária?
Exemplo: em uma sala de escritório trabalham 10 funcionários. Eles usam o MSN para convidarem uns aos outros para tomar um cafezinho... Não seria mais fácil falar com o colega ou ir até a mesa dele?

7) Movimentos sociais.
Promova uma análise dos movimentos sociais dos trabalhadores como greves e passeatas. Analise com os alunos a prisão injusta de Chaplin por estar apenas segurando a bandeira do manifesto. Como estes movimentos sociais são vistos pela sociedade contemporânea?
8) Questionamento.
Questione seu grupo: por que Chaplin insiste em voltar para cadeia?

9) Ideia de prosperidade.
Depois que encontra a jovem órfã, a vida do personagem ganha novo sentido. Qual a ideia de prosperidade que ele manifesta?

10) Diferenças sociais.
O emprego de Chaplin na loja de departamentos mostra claramente as diferenças sociais. Converse com seus alunos sobre como isso é mostrado e que outras situações do filme também abordam a mesma temática.


05  - EXERCÍCIO DE LITERATURA SOBRE A OBRA/FILME:  O PRIMO BASÍLIO

1.Sobre a obra O primo Basílio, todas estão incorretas, exceto:
(A). Basílio e Luisa, personagens de O primo Basílio. Aquele se assemelha às personagens dos romances românticos, esta mais realista, forte e dominadora de qualquer situação.
(B). Jorge, marido traído, não conseguiu perdoar Luíza. Via na morte dela o resgate da sua reputação.
(C). Luísa, mulher romântica, deixou-se seduzir por Basílio, pois acreditou que eles viveriam um grande amor e seriam felizes.
(D). Os amigos do casal Jorge e Luísa eram pessoas que agiam por interesses, falsas, mas foram desmascaradas no final da obra.

2.Sobre a obra de Eça de Queiroz, O primo Basílio, destaque a alternativa incorreta.
(A). a obra não “romantiza” a paixão de Luísa por Basílio; ao contrário, o tom irônico do narrador é claramente perceptível o tempo todo. 
(B). No final, o cinismo de Basílio se revela plenamente, quando, ao saber da morte da prima Luísa, lamenta apenas a perda de uma mulher que seria um bom passatempo quando ele estivesse em Lisboa
(C). Critica o romantismo que enche a cabeça de Luísa de futilidades e devaneios, tirando-a da realidade e jogando-a nos braços do primeiro sedutor que aprece à sua frente, assim que se vê sozinha.
(D). Juliana não vivia a espreitar Luísa, mas recolhe uns rascunhos e guarda. Depois, consegue pegar duas cartas de Basílio para Luísa. Pura coincidência. Depois da posse dessas provas do adultério, vem a ideia de chantagear Luísa, exigindo dinheiro para ficar quieta.

3. No início do romance, Jorge assume uma posição bem clara com relação à mulher adúltera. Explique qual era essa posição e em que circunstância ele expressou sua opinião. Depois, considerando o final do romance, explique se o seu comportamento foi coerente com essa opinião inicial.
Do ponto de vista moral é um conservador, o que aparece muito bem na sua atitude de defender a morte para as esposas em caso de adultério, no início do livro. No fundo não passa de um fraco acomodado: quando se trata de ele mesmo colocar em prática suas atitudes enérgicas, ao descobrir o adultério de Luísa, treme e acaba mudando de opinião.

4. Para os escritores realistas, a literatura devia ser um estudo do ser humano e da sociedade, um estudo baseado na observação da realidade, sem a interferência dos sentimentos e das emoções. Por meio de seus romances, os escritores queriam defender uma tese, demonstrar uma hipótese. Com base na obra O primo Basílio, explique a tese do autor a respeito do casamento burguês.

Profundamente realista em suas premissas, a obra não “romantiza” a paixão de Luísa por Basílio; ao contrário, o tom irônico do narrador é claramente perceptível o tempo todo. No final, o cinismo de Basílio se revela plenamente, quando, ao saber da morte da prima Luísa, lamenta apenas a perda de uma mulher que seria um bom passatempo quando ele estivesse em Lisboa...
A obra enfoca um lar burguês aparentemente feliz e perfeito, mas com bases falsas e igualmente podres.

5.Comente sobre a atualidade da obra. A história de Luísa poderia ocorrer nos dias de hoje?
Resposta  pessoal.
6. Juliana representa o seguinte tipo social:
(A). representa uma classe desfavorecida que é humilhada e para conseguir algo se apega a qualquer artifício;
(B). representa a mulher batalhadora e desprovida de qualquer interesse alheio;
(C). representa a ignorância da população menos privilegiada economicamente que, entretanto, tem comportamento moral equivalente ao cidadão mais prestigiado.
(D). representa o comodismo das pessoas em querer a ascensão social

7. .(UNIBAN) Assinale a alternativa que não indica um tema abordado em O primo Basílio, de Eça de Queirós:
(A) Crítica aos valores fantasiosos divulgados pela literatura romântica.
(B) Apresentação da condição das classes pobres submetidas às injustiças sociais.
(C) Condenação da hipocrisia, ociosidade e da superficialidade que caracterizam a vida burguesa.
(D) Valorização das crenças religiosas, da simplicidade e honestidade, princípios tradicionais que regem a vida dos homens de bem.

 8. (UFPI) Das alternativas abaixo, indique a que NÃO condiz com o romance O Primo Basílio, de Eça de Queirós: 
(A) É uma obra realista-naturalista e nela o narrador aparece como um observador imparcial que vê os acontecimentos com neutralidade.
(B) Apresenta como tema central o adultério e o autor explora o erotismo ao detalhar a relação entre os amantes. 
(C) Mostra-se como uma lente de aumento sobre a intimidade das famílias e revela criticamente a pequena burguesia do final do século XIX em Lisboa. 
(D) Ataca as instituições sociais como a Família, a Igreja, a Escola e o Estado, sempre com a preocupação de fazer um vasto inquérito da sociedade portuguesa e moralizar os costumes da época.
(E) Caracteriza-se por ironia fina, caricaturismo e humor na composição das personagens, entre as quais se destaca o Conselheiro Acácio.

9. (POLI) Vejamos um trecho de O Primo Basílio, de Eça de Queirós, que descreve a personagem Juliana:
A necessidade de se constranger trouxe-lhe o hábito de odiar: odiou sobretudo as patroas, com um ódio irracional e pueril. Tivera-as ricas, com palacetes, e pobres, mulheres de empregados, velhas e raparigas, coléricas e pacientes; - odiava-as a todas, sem diferença. É patroa e basta! pela mais simples palavra, pelo ato mais trivial! Se as via sentadas: - Anda, refestela-te, que a moura trabalha! Se as via sair: - Vai-te, a negra cá fica no buraco! Cada riso delas era uma ofensa à sua tristeza doentia; cada vestido novo uma afronta ao seu velho vestido de merino tingido. Detestava-as na alegria dos filhos e nas propriedades da casa. Rogava-lhes pragas. Se os amos tinham um dia de contrariedade, ou via as caras tristes, cantarolava todo o dia em voz de falsete a Carta Adorada! (Eça de Queirós, O Primo Basílio. São Paulo: Ateliê, 1998.) 

10.Sobre o trecho e a obra, assinale a INCORRETA:
(A) Juliana trabalha na casa de Luísa e Jorge e esse trecho retrata como se sentia injustiçada por sua condição social.
(B) No trecho "A necessidade de se constranger trouxe-lhe o hábito de odiar" podemos observar o pensamento determinista, uma vez que a condição social de Juliana obrigava-a a servir aos outros e, em consequência, passou a odiar os patrões.
(C) Em "cada vestido novo uma afronta ao seu velho vestido de merino tingido" notamos o olhar do narrador que, através desse jogo de oposições, chama a atenção para a injustiça social.
(D) No trecho "É patroa e basta!" poderíamos imaginar que a voz de Juliana mistura-se ao discurso do narrador.
(E) Quando o narrador apresenta "cantarolava todo o dia em voz de falsete a Carta Adorada!", o nome da música foi escolhido aleatoriamente e não apresenta relação com o destino da personagem.