FÁBULAS DIVERSAS COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO
TEXTO I: O
MACACO E O GOLFINHO
Na antiguidade, os navios eram pequenos
barcos a remo ou à vela, e as viagens, é claro, uma grande aventura. O tempo
não contava: ao embarcar, era impossível prever a duração da viagem...
Para se
entreterem nessas grandes travessias, os viajantes recorriam a tudo o que
fossem capazes de imaginar: uns jogavam dados ou xadrez, outros dormiam todo o
tempo, alguns conversavam entre si ou com a tripulação, e ainda havia os que
levavam consigo seus bichos de estimação para fazer companhia: cachorros,
macacos ou corvos amestrados.
Um mercador ateniense emigrado da Sicília – que,
na época, chamava-se Magna Grécia – fizera fortuna em poucos anos. E decidira
regressar à pátria para gozar a riqueza. Enquanto esperava que carregassem sua
bagagem para o interior do navio, reparou em um marinheiro fenício que passava
por ali com um macaco ao ombro.
— Ei, moço! – chamou. – O
que esse seu simpático bichinho sabe fazer? O outro achou graça:
— Khala? Esse é o mais
esperto macaco da face da Terra! Trepa no mastro do navio e me avisa quando
avista alguma embarcação. Além disso, sabe dançar quando ouve música. Quer ver?
Sem esperar resposta, tirou uma flauta do bolso e começou a tocar uma música
típica do seu país.
Khala saltou, imediatamente, para o chão e começou a
dançar, dando várias cambalhotas e até um salto mortal.
— Quanto você quer por ele?
– perguntou o mercador, sem muito interesse, para o preço não vir. Muito alto.
— Uma mina ateniense não
bastaria, pois, além de ele ser muito esperto, gosto demais dele ... – o outro
se fez de rogado, para fazer seu produto valer mais.
Depois de alguma
discussão, o marinheiro deu o preço:
— Cem dracmas.
— Cem dracmas! – exclamou o
mercador, roxo e gago, de raiva. – Você deve estar maluco!
Depois de regatear,
as cem dracmas reduziram-se a quatro e logo uma moeda de prata trocada de mãos,
ao mesmo tempo em que o macaco trocava de dono.
— Adeus, Khala! – suspirou o
fenício. – Odeio me separar de você, mas é preciso...– e, passando a cordinha
no pescoço do macaco, entregou-o ao mercador, acrescentando: — É um bichinho muito
especial, você vai ver. Boa viagem!
— Adeus, marinheiro, e
obrigado!
E os dois, o macaco e o mercador, começaram a subir a prancha que
servia de ponte entre o navio e o cais.
Khala era obediente e não reclamou.
O
fenício tinha razão: já no primeiro dia, Khala tornara-se o grande divertimento
da tripulação e dos passageiros: saltava, dançava, trepava no mastro e apanhava
comida das mãos das pessoas. Não parava um minuto.
Naquele mês de julho, o
tempo estava maravilhoso. O mar apresentava-se liso e calmo, e a viagem corria
agradável, sem atropelos.
No décimo dia, porém, quando o navio preparava-se
para dobrar o último cabo, um forte vendaval levantou-se, com vento a noroeste,
e o céu cobriu-se de nuvens negras. A pequena embarcação balançava
terrivelmente. Todos receavam que ela não fosse aguentar ou que, a qualquer
momento, batesse nos rochedos.
O capitão mandou que todos os passageiros fossem
para o porão.
Ao preparar-se para obedecer, o mercador percebeu que não via
Khala.
— Onde você está, Khala? –
chamou, apreensivo. – Khala! Khala!
Em cima do mastro, Khala, animadíssimo,
fazia seu melhor número. Por não ter medo da tempestade, saltava, corri,
dançava, parecendo muito alegre com aquilo que lhe parecia uma festa...
O
mercador nem teve tempo de abrir a boca, uma onda mais violenta ainda abateu-se
sobre a popa do navio, que se empinou, permanecendo suspenso sobre a crista da
onda, voltando a cair de popa. Ouviu-se um estrondo: o mastro partira-se,
caindo de lado sobre a ponte. Quebrou os cabos que o prendiam e perdeu-se na
fúria das águas. Khala caiu de cabeça para baixo e, por um longo momento, ficou
parado, bebendo água, bebendo, bebendo...
Estava quase morto, quando ouviu uma
voz que dizia:
— Suba nas minhas costas.
Ele só entendeu por ter sido
criado por marinheiros e estar habituado à linguagem do mar, pois era um
golfinho que assim lhe falava, naquela estranha mistura de ruídos e assobios.
Embora se sentisse desfalecendo, Khala apressou-se em obedecer:
Como é bom
respirar! Agora, sim, o macaco voltara à superfície e podia conversar com o
amigo que lhe salvara a vida:
— Obrigado! Eu não sei o que teria acontecido
comigo, se não fosse você...Ou melhor, até sei! – disse Khala.
— De nada! Você vai para
Atenas? – perguntou o golfinho.
— Vou.
— Você é ateniense?
— Ateniense? –
surpreendeu-se o macaco. – Acho que esse idiota pensa que eu sou um homem... –
e continuou, em voz alta: - Sim, sou. E ateniense de
uma das melhores famílias!
— Ah, sim? – o golfinho não
parecia muito surpreso. – E a quem tenho a honra de transportar na minha
garupa?
— Filostrato, filho de
Pisandro, neto de Timóteo, bisneto de Electeu e de Licurgo.
— Estranho... – pensou o
golfinho. — Nunca tinha ouvido
falar... – e perguntou em voz alta: — E o que você faz na vida?
— Vivo de rendas. Possuo
casas, terrenos e navios. Ah, estava me esquecendo: também sou animador...
— Animador? – pensou o
golfinho. – Não deveria ser “armador”? Hum, deve ser algum espertinho... Espere, que já vamos ver ... – e em voz alta
perguntou: — Se você é animador, deve
conhecer bem o Pireu, não é verdade?
Já envolvido por suas próprias mentiras,
Khala nem parou para pensar, pois, se o tivesse feito, teria se lembrado de que
Pireu é o nome do porto de Atenas. Com grande entusiasmo, exclamou:
— Pireu!
Pireu! Você também conhece aquele grande malandro? Uma pessoa fantástica,
divertidíssima... Sabia que ele não anda bem ultimamente?
— Sério? Você tem certeza? –
o golfinho fingiu interesse.
— Absoluta! – respondeu o
macaco.
— Pois eu tenho certeza é de
outra coisa! – disse, com raiva, o golfinho, diante de tamanho descaramento. –
Tenho certeza é de que você, se quiser voltar a ver o seu querido amigo Pireu,
vai ter de ir a nado!
E o golfinho sacudiu as costas, derrubando Khala na água
e desaparecendo num mergulho rápido, sem ouvir os desesperados pedidos de
socorro do macaco.
Moral: Os ignorantes têm a
mania de tentar enganar quem sabe mais do que eles, mas isso quase nunca á
certo.
(LIVRO FÁBULAS DE ESOPO – EDITORA PAULUS) VOCABULÁRIO:
Dracmas: nome
do dinheiro usado na época.
Fenício:
natural ou habitante da antiga Fenícia, região litorânea da atual Síria.
Ateniense:
natural ou habitante da cidade de Atenas (Grécia).
Armador:
construtor de navios.
A partir da leitura do Texto
I, realize, com êxito, as questões a seguir.
1ª
QUESTÃO: Para se distraírem em suas viagens, os marinheiros
faziam várias atividades. Marque a opção que apresenta uma atividade que não
foi citada no texto:
A – ( ) Eles jogavam dados.
B – ( ) Alguns dormiam.
C – ( ) Outros conversavam.
D – (X) Jogavam cartas.
E – ( ) Levavam seus animais de
estimação.
2ª
QUESTÃO: “O capitão mandou que todos os passageiros fossem para
o porão.” O capitão deu essa ordem
porque ...
A – ( ) o sol estava muito forte e os
passageiros passavam mal.
B – ( ) os marinheiros estavam jogando e
precisavam de espaço.
C – (X) a embarcação corria risco de
naufragar.
D – ( ) a comida seria servida no porão.
E – ( ) era norma do navio.
3ª
QUESTÃO: “Embora se sentisse desfalecendo, Khala apressou-se em
obedecer:” A palavra destacada poderá
ser substituída, sem alterar o sentido da frase, por:
A – ( ) agitado.
B – (X) desmaiando.
C – ( ) disposto.
D – ( ) esperto.
E – ( ) atento.
4ª QUESTÃO: Marque a opção
correta:
A – (X) “O mar apresentava-se liso e calmo, e a viagem corria
agradável...” Na frase acima, o mar foi personificado.
B – ( ) “Em cima do mastro, Khala,
animadíssimo, fazia seu melhor número.” O adjetivo animadíssimo encontra-se no
grau comparativo de igualdade.
C – ( ) “Khala saltou, imediatamente,
para o chão e começou a dançar...” Imediatamente é o mesmo que nervosamente.
D – ( ) “Tenho certeza é de que você, se
quiser voltar a ver o seu...” O vocábulo é classifica-se como monossílabo
átono.
E – ( ) “— Ei, moço!...” A vírgula foi
usada para separar a palavra que indica uma explicação.
5ª QUESTÃO: De acordo com o
Texto I, o macaco conseguiu entender o que o golfinho dizia, porque:
A – ( ) ele falava a língua dos
golfinhos.
B – ( ) entendia qualquer idioma.
C – (X) estava habituado à linguagem do mar.
D – ( ) viveu algum tempo entre os
golfinhos.
E – ( ) era o rei do mar.
TEXTO II:O
CÃO NA MANJEDOURA
Um cachorro dormia em uma manjedoura
cheia de feno. Quando os bois chegaram, cansados e com fome depois de um dia
inteiro de trabalho no campo, o cachorro acordou.
Acordou, mas não queria
permitir que os bois se aproximassem da manjedoura e começou a rosnar e a
tentar morder seus focinhos, como se a manjedoura estivesse cheia de carne e
ossos e essas delícias fossem só dele. Os bois olharam para o cachorrinho muito
aborrecidos.
— Que egoísta! – disse um deles. – Ele nem gosta de comer feno! E
nós, que comemos, e que estamos com tanta fome, ele não nos deixa chegar perto!
Nesse momento apareceu o fazendeiro. Quando percebeu que o cachorro estava
fazendo, pegou um pau e enxotou o cachorro do estábulo a pauladas por ser tão
malcriado.
Moral: Não prive os outros do que não pode desfrutar.
(Livro Fábulas
– editora Martin Claret)
Vocabulário:
• manjedoura: tabuleiro para
comida dos animais na estrebaria
• desfrutar: aproveitar
A partir da leitura do Texto
II, realize as questões.
6ª QUESTÃO: Qual foi a causa
do cachorro rosnar para os bois?
A – ( ) Não gostar dos bois.
B – ( ) Estar cumprindo ordens.
C – ( ) Ter o costume de rosnar para
eles.
D – (X)
Não querer que os bois se aproximassem da manjedoura.
E – ( ) Achar que eram inimigos.
7ª QUESTÃO: O que aconteceu
com o cão, como consequência de sua atitude?
A – ( ) Os bois bateram nele.
B – ( ) Foi atacado por um cão que
defendeu os bois.
C – ( ) A manjedoura virou em cima dele.
D – ( ) Foi obrigado a comer toda comida
dos bois.
E – (X) Foi expulso pelo fazendeiro.
TEXTO III: A
ROSA E A BORBOLETA
Certa vez, uma borboleta se apaixonou
por uma linda rosa. A rosa ficou muito comovida, pois o pó das asas da
borboleta formava um maravilhoso desenho em ouro e prata. Desse modo, quando a
borboleta se aproximou voando até a rosa e disse que a amava, a rosa ficou
coradinha e aceitou o namoro. Após um longo noivado e muitas promessas de
fidelidade, a borboleta deixou sua amada rosa. Oh! Desgraça! A borboleta voltou
somente muito tempo depois.
— É isso que você chama fidelidade? – choramingou a
rosa. – Faz séculos que você partiu, e, além disso, você passa o tempo de
namoro com todos os tipos de flores. Vi quando você beijou dona Gerânio, vi
quando você deu voltinhas na dona Margarida até que dona Abelha chegou e
expulsou você... Pena que ela não lhe deu uma boa ferroada!
— Fidelidade! – riu
a borboleta. – Assim que me afastei, vi o senhor Vento beijando você. Depois
você deu o maior escândalo com o senhor Zangão e ficou dando trela para todo
besourinho que passava por aqui. E ainda vem me falar em fidelidade!
Moral: Não
espere fidelidade se não for fiel também.
(Livro Fábulas –
editora Martin Claret)
Depois de ler o Texto III,
faça o que for proposto.
8ª QUESTÃO: Qual foi a
reação da rosa quando a borboleta se declarou? Ela ficou:
A – ( ) pálida de susto.
B – (X) ruborizada de vergonha.
C – ( ) um pouco amarelada de emoção.
D – ( ) esverdeada de raiva.
E – ( ) roxa de decepção.
9ª QUESTÃO: “– Faz séculos
que você partiu, ...” (ls. 7 e 8) O que significam as palavras destacadas nesse
contexto?
A – (X) Que muito tempo se passou desde a
partida da borboleta.
B – ( ) Que o tempo passou rápido
demais.
C – ( ) Que a última vez em que elas se
viram foi no século passado.
D – ( ) Que há pouco tempo que a
borboleta partiu.
E – ( ) Que há mais ou menos uns
trezentos anos elas não se viam.
TEXTO IV: O
LENHADOR E HERMES
Um lenhador cortava lenha perto do rio
quando perdeu o machado, que a correnteza levou. Ele sentou-se triste na margem
e pôs-se a chorar.
Por fim, Hermes apiedou-se dele e veio saber o motivo do
choro. Assim que o soube, mergulhou, trouxe um machado de ouro e perguntou ao
lenhador se era o que tinha perdido. Como o homem dissesse que não era o dele,
Hermes de novo mergulhou e trouxe um de prata. E o lenhador disse que aquele
também não era o dele.
Mergulhando pela terceira vez, Hermes trouxe o machado
do lenhador; e este reconheceu que aquele era o machado que perdera. A
honestidade do lenhador tanto encantou Hermes que este deu-lhe todos os
machados.
De volta para junto de seus companheiros, contou-lhes sua aventura e
um deles, enciumado, quis obter o mesmo. Munido de um machado, foi para a
margem do rio, atirou de propósito seu machado na correnteza, sentou-se e
pôs-se a chorar. Também apareceu-lhe Hermes e, indagando o motivo de seu choro,
soube da perda do machado. O deus mergulhou e, de igual forma, trouxe um
machado de ouro e perguntou se era o que havia perdido. E o lenhador, seduzido
pelo engodo do ganho fácil, disse “Sim, é ele, na verdade”. E o deus,
aborrecido com a desonestidade, não só não lhe deu o de ouro, como não devolveu
ao homem o próprio machado.
Moral: A divindade é favorável aos justos tanto
quanto é hostil aos injustos.
(Livro Fábulas – editora Martin Claret)
Vocabulário:
• Hermes – mensageiro dos
deuses
• seduzido pelo engodo –
atraído pelo ganho fácil
Após a leitura do Texto IV e, depois,
realize as questões
10ª QUESTÃO: Sobre o texto,
é incorreto afirmar que:
A – ( ) foi escrito em forma de prosa.
B – ( ) o primeiro lenhador teve o seu
machado levado pela correnteza.
C – (X) o segundo lenhador teve a mesma
sorte do primeiro.
D – ( ) o primeiro lenhador ganhou três
machados de Hermes.
E
– ( ) a honestidade do primeiro lenhador encantou Hermes.
11ª QUESTÃO: Quando o lenhador contou aos
companheiros o que acontecera perto do rio, um dos lenhadores sentiu:
A – ( ) muita raiva.
B – ( ) grande vergonha.
C – ( ) ternura pelo fato ocorrido.
D – ( ) uma enorme felicidade.
E – (X) ciúmes.
TEXTO V: A
LEBRE A TARTARUGA
“Apostemos, disse à lebre
a tartaruga
esperta,
que eu chego primeiro ao alvo
do que tu, que és tão ligeira!”
Dado o
sinal de partida,
estando as duas a par,
a tartaruga começa
lentamente a
caminhar.
A lebre tendo vergonha
de correr diante dela,
tratou a tal vitória
de
mentira, sem valor.
Deita-se, e dorme o seu pouco;
ergue-se, e põe-se a
observar
de que parte corre o vento,
e depois torna a deitar.
Deita uma vista
d’olhos
sobre a caminhante lerda,
inda a vê longe da chegada,
e a dormir de
novo torna.
Olha, e depois que a vê perto,
começa a sua carreira,
mas então
apressa os passos
a tartaruga esperta.
À meta chega primeiro
apanha o prêmio
apressada,
pregando à lebre vencida
uma grande vaia.
Não basta só haver posses
para obter o que queremos.
É preciso pôr-lhe os meios,
senão, atrás ficaremos.
O tamanho do frasco não desprezes
do que pode nele existir,
porque um anão
acordado
mata um gigante a dormir.
(Livro Fábulas de La
Fontaine editora Martin Claret - adaptação)
Depois da leitura do Texto
V, faça o que for pedido abaixo.
12ª QUESTÃO: De acordo com o
texto, é correto afirmar:
A – ( ) A tartaruga venceu a corrida por
ser um animal mais veloz do que a lebre.
B – ( ) A lebre vaia a tartaruga quando
esta apanha o prêmio no final da corrida.
C – ( ) A humildade da lebre fez com que
perdesse a corrida.
D – (X) A lebre estava confiante, pois tinha certeza de sua vitória.
E – ( ) No início da corrida, a
tartaruga disparou.
13ª QUESTÃO: Identifique a
relação estabelecida pelo conectivo destacado no verso abaixo: “para obter o
que queremos.”
A
– ( ) consequência
B – ( ) condição
C – (X) finalidade
D – ( ) solução
E – ( ) explicação
TEXTO VI: O
LOBO E O CORDEIRO
Aquele verão estava muito quente e um
lobo dirigiu-se a um riachinho, disposto a refrescar-se um pouco. Quando se
preparava para mergulhar o focinho na água, ouviu um leve rumor e viu a grama
se mexendo. Ao olhar em direção ao barulho, avistou, logo adiante, um
cordeirinho, que bebia tranquilamente.
— Que sorte! – pensou o lobo. – Vim para
beber água e encontro comida também...
Pôs um tom severo na voz e chamou:
— Ei,
você aí!
— É comigo que o senhor está falando? – surpreendeu-se o cordeirinho. – Que deseja?
— O que é que eu desejo? Ora, seu mal-educado! Não vê que, ao
beber, você suja a minha água? Nunca ninguém ensinou você a respeitar os mais
velhos?
— Senhor... Como pode dizer isso? Olhe como bebo com a ponta da
língua... Além do mais, com sua licença, eu estou mais abaixo, e o senhor mais
acima... A água passa primeiro pelo senhor e só depois por mim. Não é possível
que eu o incomode! – respondeu o cordeirinho, com voz trêmula.
— Ora essa! Com
a sua idade já quer me ensinar para que lado corre a água?
— Não, de jeito
nenhum, não é isso... Só queria que reparasse...
— Que reparar que nada! Você
não me engana! Pensa que escapará, como no ano passado, quando andava por aí,
falando mal da minha família? “Os lobos são assim, os lobos são assados!” Você
teve muita sorte, por nunca termos nos encontrado, senão eu já teria mostrado a
você como são os lobos!
— Nem imagino quem lhe contou isso, senhor, mas é
mentira. A prova é que, no ano passado, eu ainda nem tinha nascido...
— Pois,
se não foi você, foi o seu pai! – rosnou o lobo, saltando em cima do pobre
inocente e devorando-o.
Moral: Quando uma pessoa
está decidida a fazer mal, qualquer razão lhe serve, inclusive uma mentira.
(Livro
Fábulas de Esopo – editora Paulus).
A partir da leitura atenta
do Texto VI, realize as questões a seguir.
14ª QUESTÃO: Desde o início, qual era a
intenção do lobo em relação ao cordeiro?
A
– (X) Comer o cordeiro.
B – ( ) Descobrir se era o cordeiro que
andava sujando a água do rio.
C – ( ) Saber se o cordeiro é quem
andava falando mal dele.
D – ( ) Fazer amizade com o cordeiro.
E – ( ) Ensinar o cordeiro a respeitar
os mais velhos.
15ª QUESTÃO: Durante toda a
conversa com o lobo, o cordeiro demonstrou:
A – ( ) aborrecimento.
B – ( ) covardia.
C – (X) educação.
D – ( ) arrogância.
E – ( ) indiferença.
16ª QUESTÃO: De acordo com o
texto, por que era impossível o cordeiro sujar a água do lobo?
A – ( ) Porque o cordeiro era muito
pequeno.
B – ( ) Porque o rio era muito grande.
C – ( ) Porque a água do rio era
totalmente poluída.
D – ( ) Porque o cordeiro não encostava
a língua na água.
E – (X) Porque o cordeiro bebia água depois que ela já havia passado
pelo lobo.
TEXTO VII: O
MACACO E O GATO
(Monteiro Lobato)
Simão, o macaco, e Bichano, o gato,
moram juntos na mesma casa. E pintam o sete. Um furta coisas, remexe gavetas,
esconde tesourinhas, atormenta o papagaio; outro arranha os tapetes, esfiapa as
almofadas bebe o leite das crianças.
Mas, apesar de amigos e sócios, o macaco
sabe agir com tal esperteza que é quem sai ganhando sempre.
Foi assim no caso
das castanhas.
A cozinheira pusera a assar na brasa umas castanhas e fora
à horta colher temperos. Vendo a cozinha vazia, os dois malandros se
aproximaram. Disse o macaco:
— Amigo Bichano, você que tem uma pata jeitosa,
tire as castanhas do fogo.
O gato não se fez insistir e com muita arte começou
a tirar as castanhas.
— Pronto, uma...
— Agora, aquela lá... Isso. Agora aquela
gorducha... Isso. E mais a da esquerda, que estalou...
O gato as tirava, mas
quem as comia, gulosamente, piscando o olho, era o macaco...
De repente, eis
que surge a cozinheira, furiosa, de vara na mão.
— Espere aí, diabada!...
Os
dois gatunos sumiram-se aos pinotes.
— Boa peça, hem? – disse o macaco lá
longe.
O gato suspirou:
— Para você, que comeu as castanhas. Para mim foi
péssima, pois arrisquei o pelo e fiquei em jejum, sem saber que gosto tem uma
castanha assada...
Moral: O bom bocado não é
para quem o faz, é para quem o come.
Faça as questões abaixo, referentes ao
Texto VII.
17ª QUESTÃO: De acordo com o
texto, o macaco sempre ganhava do gato, por quê?
A – ( ) O gato era desprovido de
inteligência.
B – (X) Simão era mais esperto.
C – ( ) O macaco era mais rápido do que
o gato.
D – ( ) Bichano era muito preguiçoso.
E – ( ) O macaco era maior do que o
gato.
18ª QUESTÃO: “– Agora,
aquela lá...” O vocábulo destacado no trecho acima refere-se:
A – ( ) à cozinha.
B – ( ) à horta.
C – ( ) à casa.
D – (X) às castanhas.
E – ( ) à cozinheira.
TEXTO VIII: O
AVARENTO
Após ter convertido toda a sua fortuna
em ouro, fez dela uma barra de ouro e o enterrou próximo à muralha, junto com
seu coração.
Todos os dias ele ia contemplar seu tesouro. Mas um trabalhador
dos arredores que observara suas idas e vindas e percebera o que acontecia,
esperou sua partida e roubou a barra de ouro.
Quando o
avarento voltou e deparou com o buraco vazio, desabou em lágrimas e começou a
arrancar os cabelos.
Um transeunte, ao ver tamanha aflição, perguntou-lhe a
causa e, em seguida, lhe disse: “Não te desesperes dessa forma, meu amigo;
pegue uma pedra, coloque-a no lugar da barra e imagina que é o teu ouro. Pois
mesmo quando ainda o tinhas, tu na verdade não o possuías, pois dele não fazias
uso”.
Moral: A posse não é
nada se não se aproveita dela.
(Livro
Fábulas – editora Martin Claret).
A partir da leitura atenta
do Texto VIII, realize a questão a seguir.
19ª QUESTÃO: “Não te desesperes dessa forma,
meu amigo...” A vírgula foi usada com a finalidade de separar:
A – (X) palavras que indicam chamamento.
B – ( ) os itens de uma enumeração.
C – ( ) as diversas ações do personagem.
D – ( ) a fala do narrador e a do
personagem.
E – ( ) palavras que indicam uma
explicação.
TEXTO IX:
Depois da leitura do Texto
IX, faça a questão abaixo.
20ª QUESTÃO: A palavra mas
que aparece no primeiro quadrinho dá ideia de:
A – ( ) adição.
B – ( ) posse.
C – (X) oposição.
D – ( ) condição.
E – ( ) explicação.
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