terça-feira, 22 de agosto de 2017


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10. TEXTO: VIOLÊNCIA NA BALADA



Adolescentes espancado por grupo de jovens, ao sair de casa noturna no bairro da Vila Olímpia, em São Paulo, teve diversos ossos da face quebrados e perdeu quatro dentes

          Sábado, dia de balada para a maioria dos jovens de São Paulo. O bairro da Vila Olímpia e suas dezenas de casas noturnas costuma ser o destino para o diversão de muitos deles.
          Como é o caso do estudante Diego,17, que, depois de passar o feriado de Corpus Christi com a família, no litoral paulista, saiu de casa, por volta das 23h30 do dia 12 de junho para curtir a noite não terminou tão bem como começou.
         Os dois tentaram entrar na recém-inaugurada casa noturna Avelino’s, mas desistiram por causa da fila. Resolveram ir ao Ibiza, às 2h30, na rua da Casa do Ator. Ao sair do clube, por volta das 6h30 da manhã do dia 13, foram abordados por cinco jovens. Rafael levou um soco, mas ficou desacordado no chão. Sem poder se defender, recebeu diversos chutes, a maioria no rosto. Dois dos agressores estão presos. Não se sabe se eles estavam na casa.
       Os motivos dessa violência gratuita e irracional não estão claros. Segundo o pai de Diego, Luiz Carlos Pereira Pone, a última coisa que o filho se lembra foi de ter ouvido a frase:”Você é folgado!” Ele está desfigurado, não é o Diego que a gente conhece da fotografia. Ele apanhou muito, quase tudo no rosto. Teve vários ossos da face quebrados e terá de passar por cirurgias corretivas. Ele quebrou os ossos em volta dos dois olhos, o nariz, o osso acima do nariz e perdeu quatro dentes, um deles arrancado com raiz e tudo”, conta o pai, enquanto acompanha o filho, internado desde domingo em um hospital.
       A violência do bairro não é nenhuma novidade no 96º Distrito policial, no Brooklin, que atende às ocorrências  na  Vila Olímpia, segundo o delegado titular desse DP. Dejair Rodrigues. “Só neste ano, houve pelo menos 30 ocorrências de brigas em casas noturnas da região, sendo que, além dessa, mais uma três graves. Se um jovem dá um esbarrão em outro numa casa noturna e um deles olha feio, já é motivo de briga”, conta Rodrigues[...]
      O incidente mudará as vidas das famílias e dos adolescentes agredidos. “Apesar de tudo, não tenho muito receio da balada em si. Em lugar que tem muita gente, não há paz. Mas meus pais já cortaram a minha balada por um bom tempo”, conta Rafael.
       Para o pai de Diego, os adolescentes têm de ouvir conselhos. “Acho que o jovem tem direito de aproveitar. Mas seria bom que eles escutassem os pais. Quando o pai quiser buscar o filho, deixar. [...] se eu tivesse ido talvez não tivesse acontecido nada disso”.
Leando Fortino (Folha de S.Paulo, 21/6/2004)
O ESTUDO DO TEXTO 

1. O texto inicia-se com uma afirmação: “Sábado, dia de balada para a maioria dos jovens de São Paulo”.
a) Que nova ideia é introduzida depois dessa afirmação?
Que o bairro da Vila Olímpia tem dezenas de casas noturnas, que os jovens frequentam.
b) Que expressão retoma “a maioria dos jovens”?
"...muitos deles."
2. O 2º parágrafo do texto inicia-se com a expressão “Como é o caso do estudante”. Qual é o papel dessa expressão nesse parágrafo? Indique a(s) resposta(s) correta(s).
a) (   ) Dar continuidade ao texto, retomando as palavras e ideias apresentadas anteriormente, como “jovem” e “balada”.
b) (   ) Introduzir um exemplo, dando progressão ao texto.
c) ( x  ) Mudar de assunto, introduzindo um exemplo.
3. No 3º parágrafo do texto:
a) Que expressão retoma as palavras Diego e Rafael?
"Os dois tentaram entrar na recém-inaugurada..."
b) Considerando-se os parágrafos anteriores, que informações novas há nesse parágrafo?
 Que ao sairem do clube, foram abordados por cinco jovens.
4. O 4º parágrafo faz uma descrição detalhada da agressão e se inicia com a frase “os motivos dessa violência gratuita e irracional não estão claros”.
a) Nessa frase, que expressão retoma as ideias mencionadas no parágrafo anterior?
"Os motivos..."
b) Observe o subtítulo do texto. Levante hipóteses: Por que o subtítulo menciona alguns dos fatos contido nesse parágrafo?
Para despertar interesse no leitor para ler a notícia completa.
                  
11.TEXTO:  UM MUNDO AFOGADO EM PAPEL
            Na sociedade digital, o homem gasta muito mais folhas do que antes dos computadores.

            Sobre a mesa do jovem executivo, um moderno computador, com processador mais que veloz de 1,1 megahertz e memória de 60 gigabites, capaz de armazenar todos os documentos que escreve e os dados que precisa consultar, enviar com presteza toda sua correspondência e ainda guardar as fotos das últimas férias. Pode-se supor que, com computador, internet, intranet, câmera digital e scanner a seu dispor, esse executivo não precise mais de armários de arquivo ou de gavetas. Mas pilhas de papel, livros e cartões sobre a mesa provam uma enorme contradição: o mundo digitalizado está se afogando em papel.
          Quando os primeiros PCs começaram a ser comercializados, em 1980, o consumo mundial de papel registrado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) era de 190 milhões de toneladas. Em 1990, já era de 240 milhões e, hoje, chega perto de 300 milhões de toneladas. Essa diferença pesa não só nos sacos de lixo, mas também ameaça áreas florestais, rios, solo e ar.
          [...] Segundo relatório de uma das maiores empresas de consultoria em papel e impressão da Europa, a Pira Internacional, a demanda por alguns tipos de papel pode aumentar em até 70% nos próximos oito anos. Entre os mais cotados para estrelas do consumo estão o papel escritório (aquele usado em impressoras comuns, em casa ou no trabalho) e os que servem para embalagens.
          Só há queda de demanda para o papel-jornal. As razões para essas previsões estão, não por coincidência, ligadas diretamente ao desenvolvimento das tecnologias digitais. “Se uma pessoa lia um jornal há cinco anos, hoje pode ler dez na internet e, certamente, vai imprimir páginas desses dez jornais”, comenta Luís Fernando Tedesco, gerente de marketing de suprimentos da Hewlett-Packard do Brasil.
          [...] Até hoje ninguém conseguiu criar um substituto tão prático quanto as fibras de papel de celulose diluídas em água e prensadas, receita criada pelo oficial da corte chinesa T’sai Lun, no ano 105 d.C. Os cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, tentam há anos finalizar o projeto do e-paper. A ideia é criar um material semelhante à tela de cristal líquido, fino e flexível, que possa exibir imagens e textos gerados por um chip que receberia as informações e as “imprimiria”. Essas “folhas” poderiam ter seu conteúdo apagado e reescrito a qualquer hora. Mas isso ainda é ficção.
            Para os representantes da indústria de celulose e papel, o impacto do aumento de consumo previsto é contornável. “Hoje se busca a produtividade de florestas, a redução de perdas com o fechamento do ciclo da água e a diminuição de gastos com energia usando resíduos de madeira como combustível”, diz   Marcos  Vettorato, diretor industrial da Companhia Suzano de Papel e Celulose. Esses cuidados diminuem o impacto ambiental, salvaguardam o estoque de matérias-primas e reduzem custos. [...]
Dois lados da folha
          Diminuir custos pelo modo mais fácil também põe em risco as florestas. Com o crescimento da demanda, a pressão sobre florestas nativas aumenta, principalmente no Sudeste Asiático. É mais barato derrubar uma árvore de 100 anos de idade do que cultivar eucalipto ou pínus por 10 ou 15 anos. Mas no Brasil a adaptação do eucalipto ao clima e ao solo [...] faz do cultivo uma alternativa vantajosa.
        Se o e-paper ainda é uma promessa e o escritório sem papel, uma ficção, a saída para evitar problemas futuros é reduzir o consumo. Parece simplório lembrar que uma folha tem dois lados, mas se todos os 115 bilhões de folhas gastas anualmente em impressões caseiras (cerca de 199 milhões  de quilos de papel)fossem usadas e reusadas, 1,3 milhão de árvores não precisariam ser cortadas. São números para se pensar.
Cristina Charão. Galileu, São Paulo, n.130,maio 2002, p.48-50.
ESTUDO DO TEXTO
1) Que contradição parece existir na frase ”o mundo digitalizado está se afogando em papel”?
Na sociedade digital, o homem gasta muito mais folhas do que antes dos computadores.
2) Qual o problema que o texto apresenta?
O aumento excessivo de papéis ameaçando áreas florestais, rios, solo e ar.
 3) Que  exemplo   usado no texto para mostrar que os avanços tecnológicos não impediram o aumento do consumo de papel?
Que em 1990, já era de 240 milhões de toneladas de papéis, e hoje chega a ser até 300 milhões.
4) Escreva uma das causas responsáveis pelo aumento de consumo de alguns tipos de papéis?
Entre os mais cotados estão o papel escritório e os que servem para embalagens.
5) O que é o projeto e-paper?
É um projeto que querem desenvolver no futuro da humanidade.

6) Qual a principal vantagem desse projeto?
O projeto e-paper é um papel que ele dá para imprimir as coisas que ele quer usar e depois poderá apagar e continuar usando ele novamente.
7) Onde ele está sendo desenvolvido?
Os cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, tentam há anos finalizar o projeto do e-paper.
8) Por que a segunda parte do texto recebeu o subtítulo Dois lados da folha?
Porque se todos os 115 bilhões de folhas gastas anualmente em impressões caseiras, fossem usadas e reusadas, 1,3 milhão de árvores não precisariam ser cortadas.

9) Afinal, porque é necessário reduzir o consumo de papel? Se isso não acontecer, quais as consequências futuras?
Para evitar  o uso excessivo,  é preciso vencer a desconfiança sobre o arquivamento digital. Sistemas de senhas de diferentes níveis de acesso e espelhamentos (backups) são estratégias para garantir que os documentos das empresas estão seguros, uma vez que os papéis do escritório são os mais usados. As consequências são a degradação do meio ambiente.


12. TEXTO: ANTES QUE ELAS CRESÇAM


         Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos. É que as crianças crescem. Independentes de nós, como árvores tagarelas e pássaros estabanados, elas crescem sem pedir licença. [...] crescem com uma estridência alegre e, às vezes, com alardeada arrogância.

         Mas não crescem todos os dias, de igual maneira; crescem, de repente. Um dia se assentam perto de você no terraço e dizem uma frase de tal maturidade, que você sente que não pode mais trocar as fraldas daquela criatura.
        Onde é que andou crescendo aquela danadinha, que você não percebia? Cadê aquele cheirinho de leite sobre a pele? Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com palhaços, amiguinhos e o primeiro uniforme do maternal ou escola experimental?
        Ela está crescendo num ritual de obediência orgânica e desobediência civil.  E você agora está ali na porta da discoteca esperando que ela não apenas cresça, mas apareça. Ali estão muitos pais, ao volante, esperando que saiam esfuziantes sobre patins[...].
        Entre hambúrgueres e refrigerantes nas esquinas, lá estão elas, com o uniforme de sua geração: incômodas mochilas da moda nos ombros ou, então, com a suéter amarrada na cintura. Está quente, a gente diz que vão estragar a suéter, mas não tem jeito, é o emblema da geração. [...]
        Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos.
        Longe já vai o momento em que o primeiro mênstruo foi recebido como um impacto de rosas vermelhas. Não mais as colheremos nas portas das discotecas e festas, quando surgiam entre gírias e canções. Passou o tempo do balé, da cultura francesa e inglesa. Saíram do banco de trás e passaram para o volante das próprias vidas. Só nos resta dizer “bonne route< bonne route” como naquela canção francesa narrando a emoção do pai quando a filha lhe oferece o primeiro jantar no apartamento dela.
         Deveríamos ter ido mais vezes à cama delas ao anoitecer para ouvir sua alma respirando conversas e confidências entre os lençóis da infância e os adolescentes cobertores naquele quarto cheio de colagens, posters e agendas coloridas de Pilot. Não, não as levamos suficientes vezes ao shopping, ao circo, ao teatro, não lhes demos suficientes hambúrgueres e cocas, não lhes compramos todos os sorvetes e roupas merecidas.
         Elas cresceram sem que esgotássemos nelas todo nosso afeto.
         No princípio subiam a serra ou iam à casa de praia entre embrulhos, comidas, engarrafamentos, natais, páscoas, piscinas e amiguinhas. Sim, havia as brigas dentro do carro, disputa pela janela, pedidos de sorvetes e sanduíches, cantorias infantis. Depois chegou a idade em que subir para a casa de campo com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era impossível largar a turma aqui na praia e os primeiros namorados. Esse exílio dos pais, esse divórcio dos filhos, vai durar sete anos bíblicos. Agora é hora dos pais nas montanhas terem a solidão que queriam, mas, de repente, exalarem contagiosa saudade daquelas pestes.
         O jeito é esperar. Qualquer hora podem nos dar netos. O neto é a hora do carinho ocioso e estocado, não exercido nos próprios filhos, e que não pode morrer conosco. Por isto os avós são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável afeição. Os netos são a última oportunidade de reeditar o nosso afeto.
        Por isso, é necessário fazer alguma coisa a mais, antes que elas cresçam.
Affonso Romano de Sant’Anna. O homem que conheceu o amor. Rio de Janeiro: Rocco, 1988.

DIALOGANDO COM O TEXTO
A crônica que você leu apresenta uma profunda visão do autor sobre o crescimento dos(as) filhos(as) e os sentimentos dos pais.
1.Que frase no primeiro parágrafo sintetiza a visão do autor sobre esse aspecto? Assinale a alternativa correta.
a) (     )“Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos.”
b) (  x )“[...] elas crescem sem pedir licença”.
c) (     )“[...] crescem com uma estridência alegre e, às vezes, com alardeada arrogância”.
2. O que o cronista demonstra sentir ao empregar a frase que você indicou no item a: contentamento ou melancolia? Justifique sua resposta.
R- Melancolia, porque  tudo acontece muito rápido e os pais não se preparam para esta separação.

 3.O cronista inicia o texto com a frase: “Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos”.
Uma palavra nessa frase foi utilizada fora do uso comum pelo cronista. Qual é a palavra e o que ela significa na crônica?
R- Pais ficando órfaos dos filhos. Significa que os filhos crecem e vão seguir sua vida.

4.Que construção na frase informa que esse fato acontece aos poucos, à medida que o tempo passa?
R- Quando diz: "vão ficando".
                  
5.Algumas frases do texto fazem referência a diferentes período de crescimento do ser humano. A que fase de crescimento se refere cada um dos trechos a seguir?
a) “Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com palhaços[...]?”
Infância
“Saíram do banco de trás e passaram para o volante das próprias vidas”.
Adulta
6.De acordo com o cronista, caso o amor pelos filhos não se esgote, “O jeito é espera.”. Em que momento da vida os pais poderão esgotar esse amor?
R- Quando tiverem os netos, poderão gastar este amor estocado, não exercido nos próprios filhos, e que não pode morrer com eles.

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