13. A MISÉRIA É DE TODOS NÓS
Como entender a resistência da miséria no Brasil, uma chaga social
que remonta aos primórdios da colonização? No decorrer das últimas
décadas, enquanto a miséria se mantinha mais ou menos com o mesmo
tamanho, todos os indicadores sociais
brasileiros melhoraram.
Há mais crianças em idade escolar frequentando aulas atualmente do
que em qualquer outro período da nossa história. As taxas de
analfabetismo e mortalidade infantil também são as menores desde que se
passou a
registrá-las nacionalmente. O Brasil figura entre as dez nações de economia mais forte do mundo. No
campo diplomático, começa a exercitar seus músculos. Vem firmando uma
incontestável liderança política regional na América Latina, ao mesmo
tempo que atrai a simpatia do Terceiro Mundo por ter se tornado um forte
oponente das injustas políticas de comércio dos países ricos. Apesar de
todos esses avanços, a miséria resiste. Embora em algumas de suas
ocorrências ,especialmente na zona rural, esteja confinada a bolsões
invisíveis aos olhos dos brasileiros mais
bem posicionados na escala social, a miséria é onipresente. Nas grandes
cidades, com aterrorizante frequência, ela atravessa o fosso social
profundo e se manifesta de forma violenta. A mais assustadora dessas
manifestações é a criminalidade, que, se não tem na pobreza sua única
causa, certamente em razão dela se tornou mais disseminada e cruel.
Explicar a resistência da pobreza extrema entre milhões de habitantes
não é uma empreitada simples.
Veja, ed. 1735
INTERPRETAÇÃO DO TEXTO
a)a miséria abrange grande parte de nossa população;
b)a miséria é culpa da classe dominante;
c)todos os governantes colaboraram para a miséria comum;
d)a miséria deveria ser preocupação de todos nós;
e)um mal tão intenso atinge indistintamente a todos.
2. A primeira pergunta - "Como entender a resistência da miséria no Brasil, uma chaga social que remonta aos primórdios da colonização?":
a)tem sua resposta dada no último parágrafo;
b)representa o tema central de todo o texto;
c)é só uma motivação para a leitura do texto;
d)é uma pergunta retórica, à qual não cabe resposta;
e)é uma das perguntas do texto que ficam sem resposta.
3. Após a leitura do texto, só NÃO se pode dizer da miséria no Brasil que ela:
a)é culpa dos governos recentes, apesar de seu trabalho produtivo em outras áreas;
b)tem manifestações violentas, como a criminalidade nas grandes cidades;
c)atinge milhões de habitantes, embora alguns deles não apareçam para a classe dominante;
d)é de difícil compreensão, já que sua presença não se coaduna com a de outros indicadores sociais;
e)tem razões históricas e se mantém em níveis estáveis nas últimas décadas.
4. O melhor resumo das sete primeiras linhas do texto é:
a)Entender a miséria no Brasil é impossível, já que todos os outros indicadores sociais melhoraram;
b)Desde os primórdios da colonização a miséria existe no Brasil e se mantém onipresente;
c)A miséria no Brasil tem fundo histórico e foi alimentada por governos incompetentes;
d)Embora os indicadores sociais mostrem progresso em muitas áreas, a miséria ainda atinge uma pequena parte de nosso povo;
e)Todos os indicadores sociais melhoraram exceto o indicador da miséria que leva à criminalidade.
5. As marcas de progresso em nosso país são dadas com apoio na quantidade, exceto:
a)frequência escolar; b)liderança diplomática;
c)mortalidade infantil;
d)analfabetismo;
e)desempenho econômico.
6. "No campo diplomático, começa a exercitar seus músculos"; com essa frase, o jornalista quer dizer que o Brasil:
a)já está suficientemente forte para começar a exercer sua liderança na América Latina;
b)já mostra que é mais forte que seus países vizinhos;
c)está iniciando seu trabalho diplomático a fim de marcar presença no cenário exterior;
d)pretende mostrar ao mundo e aos países vizinhos que já é suficientemente forte para tornar-se líder;
e)ainda é inexperiente no trato com a política exterior.
7. Segundo o texto, "A miséria é onipresente" embora:
a)apareça algumas vezes nas grandes cidades;
b)se manifeste de formas distintas;
c)esteja escondida dos olhos de alguns;
d)seja combatida pelas autoridades;
e)se torne mais disseminada e cruel.
8. "...não é uma empreitada simples" equivale a dizer que é uma empreitada complexa; o item em que essa equivalência é feita de forma INCORRETA é:
a)não é uma preocupação geral = é uma preocupação superficial;
b)não é uma pessoa apática = é uma pessoa dinâmica;
c)não é uma questão vital = é uma questão desimportante;
d)não é um problema universal = é um problema particular.
14. TEXTO: VISITA
Sobre a minha mesa, na redação do jornal, encontrei-o, numa
tarde quente de verão. É um inseto que parece um aeroplano de quatro
asas translúcidas e gosta de sobrevoar os açudes, os córregos e as poças
de água. É um bicho do mato e não da cidade. Mas que fazia ali, sobre a
minha mesa, em pleno coração da metrópole?
Parecia morto, mas notei que movia nervosamente as estranhas e
minúsculas mandíbulas. Estava morrendo de sede, talvez pudesse salvá-lo.
Peguei-o pelas asas e levei-o até o banheiro. Depois de acomodá-lo a um
canto da pia, molhei a mão e deixei que a água pingasse sobre a sua
cabeça e suas asas. Permaneceu imóvel. É, não tem mais jeito — pensei
comigo. Mas eis que ele se estremece todo e move a boca molhada. A água
tinha escorrido toda, era preciso arranjar um meio de mantê-la ao seu
alcance sem, contudo afogá-lo. A outra pia talvez desse mais jeito.
Transferi-o para lá, acomodei-o e voltei para a redação.
Mas a memória tomara outro rumo. Lá na minha terra, nosso grupo
de meninos chamava esse bicho de macaquinho voador e era diversão nossa
caçá-los, amarrá-los com uma linha e deixá-los voar acima de nossa
cabeça. Lembrava também do açude, na fazenda, onde eles apareciam em
formação de esquadrilha e pousavam na água escura. Mas que diabo fazia
na avenida Rio Branco esse macaquinho voador? Teria ele voado do Coroatá
até aqui, só para me encontrar? Seria ele uma estranha mensagem da
natureza a este desertor?
Voltei ao banheiro e em tempo de evitar que o servente o
matasse. “Não faça isso com o coitado!” “Coitado nada, esse bicho deve
causar doença.” Tomei-o da mão do homem e o pus de novo na pia. O homem
ficou espantado e saiu, sem saber que laços de afeição e história me
ligavam àquele estranho ser. Ajeitei-o, dei-lhe água e voltei ao
trabalho. Mas o tempo urgia, textos, notícias, telefonemas, fui para
casa sem me lembrar mais dele.
GULLAR, Ferreira. O menino e o arco-íris e outras crônicas.
INTERPRETAÇÃO DO TEXTO
a) colocou-o dentro de um pote de água.
b) escondeu-o para que ninguém o matasse.
c) pingou água sobre sua cabeça.
d) procurou por outros insetos no escritório.
e) não lhe deu muita importância.
QUESTÃO 02- O homem interessou-se pelo inseto porque
a) decidiu descansar do trabalho cansativo que realizava no jornal.
b) estranhou a presença de um inseto do mato em plena cidade.
c) percebeu que ele estava fraco e doente por falta de água.
d) resolveu salvar o animal para analisar o funcionamento do seu corpo.
e) era um inseto perigoso e contagioso.
QUESTÃO 03- A mudança na rotina do homem deu-se
a) à chegada do inseto na redação do jornal.
b) ao intenso calor daquela tarde de verão.
c) à monotonia do trabalho no escritório.
d) à transferência de local onde estava o inseto.
e) devido ao cansaço do dia.
QUESTÃO 04 - Em “Não faça isso com o coitado!”, a palavra sublinhada sugere sentimento de
a) maldade
b) crueldade
c) desprezo
d) esperança
e) afeição
QUESTÃO 05 - A presença do inseto na redação do jornal provocou no homem
a) curiosidade científica.
b) sensação de medo.
c) medo de pegar uma doença.
d) lembranças da infância.
e) preocupação com o próximo.
GABARITO
01 – C
02- B
03- A
04- E
05- D
15.TEXTO:A SOLUÇÃO
O Sr. Lobo encontrou o Sr. Cordeiro numa reunião do Rotary e se queixou
de que a fábrica do Sr. Cordeiro estava poluindo o rio que passava pelas
terras do Sr. Lobo, matando os peixes, espantando os pássaros e, ainda
por cima, cheirando mal.
O Sr. Cordeiro argumentou que, em primeiro lugar, a fábrica não era sua,
era de seu pai, e, em segundo lugar não podia fechá-la, pois isto
agravaria o problema do desemprego na região, e o Sr. Lobo certamente
não ia querer bandos de desempregados nas suas terras, pescando seu
peixe, matando seus pássaros para assar e comer e ainda por cima
cheirando mal.
- Instale equipamento antipoluente, insistiu o Sr. Lobo.
- Ora, meu caro, retrucou o Sr. Cordeiro, isso custa dinheiro, e para
onde iria meu lucro? Você certamente não é contra o lucro, Sr. Lobo!
disse o cordeiro, preocupado, examinando o Sr. Lobo atrás de algum sinal
de socialismo latente.
- Não, não! disse o Sr. Lobo. Mas isto não pode continuar. É uma
agressão à Natureza e, o que é mais grave, à minha Natureza. Se fosse à
Natureza do vizinho…
- E se eu não parar? perguntou o Sr. Cordeiro.
- Então, respondeu o Sr. Lobo, mastigando um salgadinho com seus caninos reluzentes, eu serei obrigado a devorá-lo, meu caro.
Ao que o Sr. Cordeiro retrucou que havia uma solução:
- Por que o senhor não entra de sócio na fábrica Cordeiro e Filho?
- Ótimo, disse o Sr. Lobo.
E desse dia em diante não houve mais poluição no rio que passava pelas
terras do Sr. Lobo. Ou pelo menos, o Sr. Lobo nunca mais se queixou.
(Luís Fernando Veríssimo. Santinho. Porto Alegre, L&PM.)
Vocabulário:
Rotary – organização filantrópica internacional espalhada em mais de 150
países. Fundada nos Estados Unidos em 1905, seus associados,
inicialmente se reuniam em suas próprias casas, num sistema de
rotatividade, derivando daí o nome de Rotary.
Socialismo – doutrina que visa melhorar o bem comum pela transformação da sociedade.
Latente – oculto, disfarçado
QUESTÃO 01. Lendo o texto podemos concluir que:
a. ( ) O lobo age simplesmente como um animal selvagem.
b. ( ) O cordeiro é apenas um animal doméstico.
c. ( ) O lobo e o cordeiro agem, falam e raciocinam como se fossem pessoas. Ambos são animais personalizados na história.
QUESTÃO 02. Este texto nos sugere que:
a. ( ) os fracos sempre têm uma saída contra os poderosos.
b. ( ) o homem sempre procura seus interesses.
c. ( ) os mais fortes acabam tirando vantagens e levando a melhor sobre os mais fracos.
QUESTÃO 03. Qual a alternativa que relaciona, pela ordem, as
afirmações abaixo com os gêneros literários?
1. Há sucessividade de células dramáticas.
2. Narração sem conflito. Um simples relato.
3. É portador de um só conflito, uma unidade,
número reduzido de personagens.
4. Narrativa longa que nos dá pelo conflito das
personagens certa concepção da realidade.
a) romance – conto – crônica – novela.
b) conto - romance – crônica – novela.
c) novela – crônica – conto – romance.
d) novela – conto – crônica – romance.
e) conto – novela – crônica – romance.
QUESTÃO 04. O gênero dramático, entre outros aspectos, apresenta como característica essencial:
a) a presença de um narrador.
b) a estrutura dialógica.
c) o extravasamento lírico.
d) a musicalidade.
e) o descritivismo.
QUESTÃO 05. Quanto à flexão de grau, o substantivo que difere dos demais é:
a) viela.
b) vilarejo.
c) ratazana.
d) ruela.
e) sineta.
QUESTÃO 06. O substantivo composto que está indevidamente escrito no plural é:
a) mulas-sem-cabeça.
b) cavalos-vapor.
c) abaixos-assinados.
d) quebra-mares.
e) pães-de-ló.
GABARITO
01 –C
02- B
03- C
04- B
05- C
06- C
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