AUTOMUTILAÇÃO
Por Claudia Souza - Psicóloga
A automutilação ou auto-lesão estão associadas a um distúrbio psicológico chamado Transtorno de Personalidade Borderline (TPB), classificada pelo psicanalista Adolph Stern nos anos 30, como uma patologia entre a neurose e psicose que geram uma disfunção no metabolismo cerebral, desintegrando o ego gerando um sentimento de perda desesperador.
Os sintomas costumam surgir durante a adolescência, permanecendo por aproximadamente uma década na maioria dos casos. As pessoas acometidas deste transtorno sentem uma necessidade enorme de autopunição pelos insucessos na vida cotidiana.
Segundo os estudos já realizados, este distúrbio atinge cerca de 2% da população mundial, acometendo principalmente as mulheres. Alguns comportamentos auto-mutiladores podem ter raízes na religiosidade dos pacientes, mas também foi detectado em pessoas com pouco contato social e afetivo, solitários e introvertidos.
Os pesquisadores acreditam que pode ter origem genética também associada a fatores traumáticos durante a infância ou adolescência, como possíveis abusos sexuais, negligências, separações e orfandade.
A pessoa acometida deste transtorno sente alívio emocional cada vez que se machuca. Entre os frequentes ferimentos associados estão: esmurrar-se, chicotear-se; enforcar-se por alguns instantes; morder-se; apertar ou reabrir feridas; arrancar os cabelos; queimar-se; furar-se propositalmente com objetos ponte agudos, beliscar-se; ingerir agentes corrosivos e objetos; envenenar-se por overdose de remédios ou produtos químicos, sem intenção de suicídio; bater com a cabeça na parede; esmurrar superfícies duras.
Tratamento
Muitos tipos específicos de psicoterapia para TPB foram desenvolvidos nos últimos anos. Os estudos (limitados) já registrados não confirmam a eficácia desses tratamentos, mas pelo menos sugerem que qualquer um deles pode resultar em alguma melhora. Terapias individuais simples podem, por si mesmas, melhorar a autoestima e mobilizar as forças existentes nos borderlines. Terapias específicas podem envolver sessões durante meses ou, no caso de transtornos de personalidade, alguns anos.
Psicoterapias são frequentemente conduzidas com indivíduos ou com grupos. Terapia de grupo pode ajudar a potencializar as habilidades interpessoais e a autoconsciência nos afetados pelo TPB.
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