segunda-feira, 10 de abril de 2017







A imagem pode conter: planta, flor, céu, árvore e atividades ao ar livre
TEXTOS PARA O 6º AO 9º ANO  COM GABARITO



01. TEXTO: OS NETOS DE LENNON


Vamos ler agora um texto em que o narrador-personagem relata experiências vividas com criança cujo comportamento não é nada civilizado.

            Nada como uma boas férias para sofrer uma crise histérica com as crianças. Não com todas, é claro. Refiro-me a um tipo especial de anjinho, cada vez mais frequente na cidade. Seus pais, tios e avós amavam os Beatles e os Rolling Stones. Frutos de uma omelete de teorias libertárias, as gracinhas podem tudo – e atormentam a todos. Há três semanas, um casal foi almoçar lá em casa, com a filha. Servi macarrão com molho al pesto.

           A sinhazinha, do alto de seus 7 anos, experimentou, torceu o nariz e declarou aos gritos:
          - Está horrível, horrível!
          Disfarcei, achando que a mãe devia estar morta de vergonha. Coisa nenhuma. Estava feliz, até orgulhosa:
          - Minha filha é muito autêntica.
          A autêntica começou a bater a colher no prato, espalhando o molho verde pela toalha de renda. Arreganhei os lábios, tenso. O pai sorriu:
          - Acho que você não foi muito feliz no cardápio. Ela prefere sundae. Tem mania de misturar sorvete com bacon.
         Prometi intimamente servir dobradinha com açúcar queimado se alguma vez os encontrasse de novo pela frente. Quando eu era pequeno, minha mãe me obrigava a comer um pouco e fingir que gostava. Agora devo continuar gentil enquanto a jovem gourmande atira um fiapo de espaguete nos meus óculos.
        Recentemente, em uma livraria, vi um menino agarrar o rolo de papel da máquina de calcular da caixa. Enquanto a pobre moça tentava salvar suas contas, a mãe assistia à cena placidamente. Conheço outro garoto que, mal chegado à casa alheia, atira-se com os sapatos sujos sobre o sofá, pula nas almofadas e agarra os cinzeiros de vidro sem ouvir um ah! da mãe, que mantém a expressão extasiada porque ele “é muito esperto”. Estive próximo de um ataque cardíaco certa vez em que decidi levá-lo a passear no shopping. Correr atrás dele pelas lojas equivaleu a um treino para disputar as Olimpíadas. Ele simplesmente parecia incapaz de perceber o sentido da palavra não. Para os espíritos aventureiros, o ideal é ir no fim de semana a algum shopping da moda e conviver com a nova geração de superliberados. São centenas de crianças agitadas como abelhas e propensa a trombar nas pernas alheias, como   se os adultos fossem um trambolho incômodo. Pior: o espírito anti-repressor da educação parece resultar em pequenas personalidades autoritárias.
         - Pai, eu quero pizza já!
         - Mas...
         - Já, pai, agora mesmo!
         Muitas têm manias que me surpreendem. Levei um susto no restaurante japonês. A menina, de uns 8 anos, chegou com os pais. Pediu, sofisticada:
         - Sushi. Mas só de atum, com pouca mostarda. Cuidado, da outra vez você exagerou. Rápido, estou com fome.
        O sushiman ficou olhando chocado, com a faca erguida. Fechei os olhos. Quando abri, ela comia agilmente, com os palitinhos nipônicos. Já vi cenas semelhantes em lojas. Um garoto:
        - Este tênis nunca, nunca!
        O pai tímido:
         - Mas é igual ao outro e mais barato, filho.
         - Eu só uso da minha marca!
         Muitas crianças conhecem grifes, perfumes, a maioria tem um pé na computação, nenhuma resiste a um vídeo game. Fazem os pais comprarem o que querem e, por isso, os lojistas as recepcionam com sorrisos e suspiros. Perdi uma grande amiga por causa do rebento. Resisti a tudo: mordidas nas almofadas, livros rasgados. Até o dia em que esqueci a porta aberta e ele se pendurou no murinho da varanda do 6º andar, onde vivo. Gritei, assustado:
         - Saí daí, você vai cair.
         O anjinho sorriu, uma das pernas balançando no espaço. Olhei para o lado: a mãe folheava uma revista calmamente. Eu me senti o próprio Indiana Jones. Dei três saltos, mergulhei de cabeça e o atirei ao chão. A mãe veio, furiosa:
         - Você não tinha o direito. Deixou o menino fora de si. Impediu que ele tivesse a experiência integralmente. Como é que a cabecinha dele vai reagir?
        - Cair do 6º andar é uma experiência integral?
        Muitas vezes, minha vontade é dar um belo beliscão à antiga em alguns desses netos de Lennon. Mas me contenho. A culpa afinal não é deles, mas de uma geração de pais com horror à palavra não. E um bom não, sinceramente, não faz mal a ninguém.
 CARRASCO, Walcyr. Os netos de Lennon


VAMOS ENTENDER O TEXTO
1)Releia o primeiro parágrafo e responda: Qual o problema apresentado pelo narrador?
 A falta de educação de algumas crianças.   
2)Em qual trecho se encontra a maior crítica ao comportamento dessas crianças?
 Disfarcei, achando que a mãe devia estar morta de vergonha, Coisa nenhuma, estava feliz até orgulhosa.
3)Transcreva do primeiro parágrafo uma frase que contenha ironia.
Refiro-me a um tipo especial de anjinhos.
4)O termo sinhazinha era a designação que os escravos davam à filha da patroa (que era a sinhá). Por que o autor diz “a sinhazinha” para se referir à menina de 7 anos?
 Porque ela si acha ser.
4) Cite alguns episódios onde segundo o autor as crianças têm comportamento inadequado.
 - Pai, eu quero pizza, já.
 - Este tênis nunca, nunca.
 - Eu só uso da minha marca.

02. POR QUE CHORAMOS   AO  CORTAR  CEBOLA?


        Não importa quem está no comando das artes culinárias, mesmo o mais bravo dos mestres-cucas se debulha em lágrimas diante de uma cebola! Se você já passou pela experiência de cortar uma, sabe que não se trata de emoção de cozinheiro e, sim, de ardência nos olhos mesmo. Mas por que a cebola faz qualquer um chorar?

       A explicação está na química. Dentro das células da cebola existem compostos de uma substância chamada enxofre, que é responsável pelo cheiro característico do vegetal. Quando as células se rompem pela ação da faca, esses composto se transformam em gases que são liberados no aro e chegam até os nossos olhos, fazendo-os arder.
       Sentimos o desconforto na visão porque os gases liberados pela cebola se transformam em ácido quando entram em contato com a lágrima natural que lubrifica nossos olhos. Como o tal ácido é um composto estranho para o corpo, nosso organismo logo dá um jeito de se proteger, ativa as nossas glândulas lacrimais – os nossos, digamos, para-brisas oculares -, que produzem mais lágrimas para lavar a irritação e expulsar o ácido indesejado.
      Quer dizer que toda vez que precisamos cortar uma cebola vai ser esse chororô? Nada disso! Aqui vai uma dica preciosa que você pode espalhar para os adultos: lave bem a cebola e corte-a debaixo da torneira. Desse modo, o ácido irá se formar quando entrar em contato com água e não com os seus olhos. Mas é preciso ser ágil para evitar o desperdício desse líquido tão precioso!
GOMES, Alexandre Leiras. Publicado em 01 dez.2010

1) Qual é o tema explorado pelo texto? A imagem, ou seja, o texto não verbal, auxiliou você a chegar a essa conclusão? Por quê?
 CEBOLA. Lacrimejamos ao cortar a cebola. Porque ela solta uma substância química.
2) Que explicação está contida no texto para o choro involuntário durante o corte de uma cebola?
 Por possuir uma substância química.
3) Como você descreveria as linguagens verbal e não-verbal utilizadas nesse texto?
 Resposta pessoal.
4) É feita ao leitor no texto que tipo de alerta ou de advertência?
 É só lavar e cortar embaixo da água.

03. A BORBOLETA  E  O  CASULO
Texto 1
          Quando a lagarta, tornada crisálida, concluiu praticamente a sua transformação em lepidóptero, resta-lhe passar uma prova para se tornar verdadeiramente borboleta. Tem de conseguir romper o casulo no seio do qual se operou a transformação, a fim de se libertar dele e iniciar o seu voo.
        Se a lagarta teceu o seu casulo pouco a pouco, progressivamente, a futura borboleta em compensação não pode libertar-se dele da mesma forma, procedendo progressivamente. Desta vez tem de congregar força suficiente nas asas para conseguir romper, de uma assentada, a sua gola de seda.
       É precisamente graças a esta última prova e à força que ela exige que a borboleta acumule nas suas jovens asas, que esta desenvolve a musculatura de que terá necessidade depois para voar. Quem ignorar este dado importante e, imaginando ‘ajudar’ uma borboleta a nascer, romper o casulo em seu lugar, assistirá ao nascimento de um lepidóptero totalmente incapaz de voar. Esta não terá conseguido utilizar a resistência da sua sedosa prisão para construir a força de que teria necessidade para subtrair-se àquela ganga e lançar-se seguidamente no céu.


 A LIÇÃO DA  BORBOLETA 

Texto 2
     Um dia, uma pequena abertura apareceu num casulo e um homem ficou observando o esforço da borboleta para fazer com que o seu corpo passasse por ali e ganhasse a liberdade. Por um instante, ela parou, parecendo que tinha perdido as forças para continuar. Então, o homem decidiu ajudar e, com uma tesoura, cortou delicadamente o casulo. A borboleta saiu facilmente. Mas, seu corpo era pequeno e tinha as asas amassadas.
      O homem continuou a observar a borboleta porque esperava que, a qualquer momento, as asas dela se abrissem e ela saísse voando. Nada disso aconteceu. A borboleta ficou ali rastejando, como corpo murcho e as asas encolhidas e nunca foi capaz de voar!
    O homem, que em sua gentileza e vontade de ajudar, não compreendeu que o casulo apertado e o esforço eram necessários para a borboleta vencer essa barreira. Era o desafio da natureza para mantê-la viva. O seu corpo se fortaleceria e ela estaria pronta para voar assim que se libertasse do casulo.
    Algumas vezes, o esforço é tudo o que precisamos na vida. Se Deus nos permitisse passar pela vida sem obstáculos, não seríamos como somos hoje. A força vem das dificuldades, a sabedoria, dos problemas que temos que resolver. A prosperidade, do cérebro e músculos para trabalhar. A coragem vem do perigo para superar e, às vezes, a gente se pergunta: não recebi nada do que pedi a Deus. Mas, na verdade, recebemos tudo o que precisamos. E nem percebemos.

ATIVIDADE INTERPRETATIVA
       
        Nesse trabalho, de forma especial, vamos trabalhar com dois textos. Um complementa e dá sentido ao outro. Leia silenciosamente os textos por duas vezes.

1) O texto 1 é um texto científico. ( X ) concordo (   ) discordo
O que faz você afirmar e concordar com isso? Retire do texto os argumentos que comprovam. Se discorda, apresente também os argumentos retirados do texto.
 Quando a lagarta, tomada crisália, concluiu praticamente a sua transformação.

2)  O texto fala da transformação da borboleta que você aprendeu nas aulas de ciências. Cientificamente, como se chama esse processo?
 Lepidóptero.

3) O autor utiliza-se do texto para orientar sobre o processo de transformação. Qual é a grande lição que ele quer passar com o texto?
 As dificuldades é que ajuda na transformação.

4) Agora, vamos analisar o texto 2.
 Ele é uma crônica. ( X ) concordo (   ) discordo.
Por quê o texto é uma crônica? Explique e justifique com argumentos do próprio texto. Se discorda, faça o mesmo.
 Em uma pequena abertura no casulo, a borboleta fazia esforço para que seu corpo passassem por ali e ganhasse a liberdade.

5) O que fez o homem decidir a ajudar a borboleta?
 Por um instante ela parecia ter perdido as forças.

6) Qual era a grande expectativa do homem em relação à borboleta?
 Que ela saísse voando.

7) A expectativa aconteceu? Justifique.
 Não. Porque ela não conseguiu forças nas asas, para poder voar.

8) O que faltou ao homem para que pudesse entender o processo?
Faltou conhecimento no processo.

9) Como no texto anterior, a grande lição está no último parágrafo. Vamos interpretá-lo? A força vem. A sabedoria vem. A prosperidade vem. A coragem vem.
 - A força vem das dificuldades.             – A prosperidade vem do cérebro e músculos para trabalhar.
 - A sabedoria vem dos problemas.        – A coragem vem do perigo para superar.

10) Você tirou outra lição do texto, qual?

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