TEXTOS PARA O 6º AO 9º ANO COM GABARITO
01. TEXTO: OS NETOS DE LENNON
Vamos ler agora um texto em que o
narrador-personagem relata experiências vividas com criança cujo
comportamento não é nada civilizado.
Nada como uma boas férias
para sofrer uma crise histérica com as crianças. Não com todas, é claro.
Refiro-me a um tipo especial de anjinho, cada vez mais frequente na
cidade. Seus pais, tios e avós amavam os Beatles e os Rolling Stones.
Frutos de uma omelete de teorias libertárias, as gracinhas podem tudo – e
atormentam a todos. Há três semanas, um casal foi almoçar lá em casa,
com a filha. Servi macarrão com molho al pesto.
A sinhazinha, do alto de seus 7 anos, experimentou, torceu o nariz e declarou aos gritos:
- Está horrível, horrível!
Disfarcei, achando que a mãe devia estar morta de vergonha. Coisa nenhuma. Estava feliz, até orgulhosa:
- Minha filha é muito autêntica.
A autêntica começou a bater a
colher no prato, espalhando o molho verde pela toalha de renda.
Arreganhei os lábios, tenso. O pai sorriu:
- Acho que você não foi muito feliz no cardápio. Ela prefere sundae. Tem mania de misturar sorvete com bacon.
Prometi intimamente servir
dobradinha com açúcar queimado se alguma vez os encontrasse de novo pela
frente. Quando eu era pequeno, minha mãe me obrigava a comer um pouco e
fingir que gostava. Agora devo continuar gentil enquanto a jovem
gourmande atira um fiapo de espaguete nos meus óculos.
Recentemente, em uma livraria,
vi um menino agarrar o rolo de papel da máquina de calcular da caixa.
Enquanto a pobre moça tentava salvar suas contas, a mãe assistia à cena
placidamente. Conheço outro garoto que, mal chegado à casa alheia,
atira-se com os sapatos sujos sobre o sofá, pula nas almofadas e agarra
os cinzeiros de vidro sem ouvir um ah! da mãe, que mantém a expressão
extasiada porque ele “é muito esperto”. Estive próximo de um ataque
cardíaco certa vez em que decidi levá-lo a passear no shopping. Correr
atrás dele pelas lojas equivaleu a um treino para disputar as
Olimpíadas. Ele simplesmente parecia incapaz de perceber o sentido da
palavra não. Para os espíritos aventureiros, o ideal é ir no fim de
semana a algum shopping da moda e conviver com a nova geração de
superliberados. São centenas de crianças agitadas como abelhas e
propensa a trombar nas pernas alheias, como se os adultos fossem um
trambolho incômodo. Pior: o espírito anti-repressor da educação parece
resultar em pequenas personalidades autoritárias.
- Pai, eu quero pizza já!
- Mas...
- Já, pai, agora mesmo!
Muitas têm manias que me
surpreendem. Levei um susto no restaurante japonês. A menina, de uns 8
anos, chegou com os pais. Pediu, sofisticada:
- Sushi. Mas só de atum, com pouca mostarda. Cuidado, da outra vez você exagerou. Rápido, estou com fome.
O sushiman ficou olhando
chocado, com a faca erguida. Fechei os olhos. Quando abri, ela comia
agilmente, com os palitinhos nipônicos. Já vi cenas semelhantes em
lojas. Um garoto:
- Este tênis nunca, nunca!
O pai tímido:
- Mas é igual ao outro e mais barato, filho.
- Eu só uso da minha marca!
Muitas crianças conhecem
grifes, perfumes, a maioria tem um pé na computação, nenhuma resiste a
um vídeo game. Fazem os pais comprarem o que querem e, por isso, os
lojistas as recepcionam com sorrisos e suspiros. Perdi uma grande amiga
por causa do rebento. Resisti a tudo: mordidas nas almofadas, livros
rasgados. Até o dia em que esqueci a porta aberta e ele se pendurou no
murinho da varanda do 6º andar, onde vivo. Gritei, assustado:
- Saí daí, você vai cair.
O anjinho sorriu, uma das
pernas balançando no espaço. Olhei para o lado: a mãe folheava uma
revista calmamente. Eu me senti o próprio Indiana Jones. Dei três
saltos, mergulhei de cabeça e o atirei ao chão. A mãe veio, furiosa:
- Você não tinha o direito.
Deixou o menino fora de si. Impediu que ele tivesse a experiência
integralmente. Como é que a cabecinha dele vai reagir?
- Cair do 6º andar é uma experiência integral?
Muitas vezes, minha vontade é
dar um belo beliscão à antiga em alguns desses netos de Lennon. Mas me
contenho. A culpa afinal não é deles, mas de uma geração de pais com
horror à palavra não. E um bom não, sinceramente, não faz mal a ninguém.
CARRASCO, Walcyr. Os netos de Lennon
1)Releia o primeiro parágrafo e responda: Qual o problema apresentado pelo
narrador?
A falta de educação de algumas crianças.
2)Em qual trecho se
encontra a maior crítica ao comportamento dessas crianças?
Disfarcei, achando que a mãe devia estar morta
de vergonha, Coisa nenhuma, estava feliz até orgulhosa.
3)Transcreva do primeiro parágrafo uma frase que contenha ironia.
Refiro-me
a um tipo especial de anjinhos.
4)O termo sinhazinha era a designação que os escravos davam à filha da
patroa (que era a sinhá). Por que o autor diz “a sinhazinha” para se referir à
menina de 7 anos?
Porque ela si acha ser.
4) Cite alguns episódios onde segundo o autor as crianças têm
comportamento inadequado.
- Pai, eu quero pizza, já.
- Este tênis nunca, nunca.
- Eu só uso da minha marca.
Não importa quem está no
comando das artes culinárias, mesmo o mais bravo dos mestres-cucas se
debulha em lágrimas diante de uma cebola! Se você já passou pela
experiência de cortar uma, sabe que não se trata de emoção de cozinheiro
e, sim, de ardência nos olhos mesmo. Mas por que a cebola faz qualquer
um chorar?
A explicação está na química.
Dentro das células da cebola existem compostos de uma substância chamada
enxofre, que é responsável pelo cheiro característico do vegetal.
Quando as células se rompem pela ação da faca, esses composto se
transformam em gases que são liberados no aro e chegam até os nossos
olhos, fazendo-os arder.
Sentimos o desconforto na visão
porque os gases liberados pela cebola se transformam em ácido quando
entram em contato com a lágrima natural que lubrifica nossos olhos. Como
o tal ácido é um composto estranho para o corpo, nosso organismo logo
dá um jeito de se proteger, ativa as nossas glândulas lacrimais – os
nossos, digamos, para-brisas oculares -, que produzem mais lágrimas para
lavar a irritação e expulsar o ácido indesejado.
Quer dizer que toda vez que
precisamos cortar uma cebola vai ser esse chororô? Nada disso! Aqui vai
uma dica preciosa que você pode espalhar para os adultos: lave bem a
cebola e corte-a debaixo da torneira. Desse modo, o ácido irá se formar
quando entrar em contato com água e não com os seus olhos. Mas é preciso
ser ágil para evitar o desperdício desse líquido tão precioso!
GOMES, Alexandre Leiras. Publicado em 01 dez.2010
1) Qual é o tema explorado pelo texto? A imagem, ou seja, o texto não
verbal, auxiliou você a chegar a essa conclusão? Por quê?
CEBOLA. Lacrimejamos ao cortar a cebola.
Porque ela solta uma substância química.
2) Que explicação está contida no texto para o choro involuntário
durante o corte de uma cebola?
Por possuir uma substância química.
3) Como você descreveria as linguagens verbal e não-verbal utilizadas
nesse texto?
Resposta pessoal.
4) É feita ao leitor no texto que tipo de alerta ou de advertência?
É só lavar e cortar embaixo da água.
Texto 1
Quando a lagarta, tornada
crisálida, concluiu praticamente a sua transformação em lepidóptero,
resta-lhe passar uma prova para se tornar verdadeiramente borboleta. Tem
de conseguir romper o casulo no seio do qual se operou a transformação,
a fim de se libertar dele e iniciar o seu voo.
Se a lagarta teceu o seu casulo
pouco a pouco, progressivamente, a futura borboleta em compensação não
pode libertar-se dele da mesma forma, procedendo progressivamente. Desta
vez tem de congregar força suficiente nas asas para conseguir romper,
de uma assentada, a sua gola de seda.
É precisamente graças a esta
última prova e à força que ela exige que a borboleta acumule nas suas
jovens asas, que esta desenvolve a musculatura de que terá necessidade
depois para voar. Quem ignorar este dado importante e, imaginando
‘ajudar’ uma borboleta a nascer, romper o casulo em seu lugar, assistirá
ao nascimento de um lepidóptero totalmente incapaz de voar. Esta não
terá conseguido utilizar a resistência da sua sedosa prisão para
construir a força de que teria necessidade para subtrair-se àquela ganga
e lançar-se seguidamente no céu.
A LIÇÃO DA BORBOLETA
Texto 2
Um dia, uma pequena abertura
apareceu num casulo e um homem ficou observando o esforço da borboleta
para fazer com que o seu corpo passasse por ali e ganhasse a liberdade.
Por um instante, ela parou, parecendo que tinha perdido as forças para
continuar. Então, o homem decidiu ajudar e, com uma tesoura, cortou
delicadamente o casulo. A borboleta saiu facilmente. Mas, seu corpo era
pequeno e tinha as asas amassadas.
O homem continuou a observar a
borboleta porque esperava que, a qualquer momento, as asas dela se
abrissem e ela saísse voando. Nada disso aconteceu. A borboleta ficou
ali rastejando, como corpo murcho e as asas encolhidas e nunca foi capaz
de voar!
O homem, que em sua gentileza e
vontade de ajudar, não compreendeu que o casulo apertado e o esforço
eram necessários para a borboleta vencer essa barreira. Era o desafio da
natureza para mantê-la viva. O seu corpo se fortaleceria e ela estaria
pronta para voar assim que se libertasse do casulo.
Algumas vezes, o esforço é tudo o
que precisamos na vida. Se Deus nos permitisse passar pela vida sem
obstáculos, não seríamos como somos hoje. A força vem das dificuldades, a
sabedoria, dos problemas que temos que resolver. A prosperidade, do
cérebro e músculos para trabalhar. A coragem vem do perigo para superar
e, às vezes, a gente se pergunta: não recebi nada do que pedi a Deus.
Mas, na verdade, recebemos tudo o que precisamos. E nem percebemos.
ATIVIDADE INTERPRETATIVA
Nesse trabalho, de forma especial, vamos
trabalhar com dois textos. Um complementa e dá sentido ao outro. Leia
silenciosamente os textos por duas vezes.
1) O texto 1 é um texto científico. ( X ) concordo ( ) discordo
O que faz você afirmar e concordar com isso? Retire do texto os
argumentos que comprovam. Se discorda, apresente também os argumentos retirados
do texto.
Quando a lagarta, tomada crisália, concluiu praticamente
a sua transformação.
2) O texto fala da transformação da borboleta que você aprendeu
nas aulas de ciências. Cientificamente, como se chama esse processo?
Lepidóptero.
3) O autor utiliza-se do texto para orientar sobre o processo de
transformação. Qual é a grande lição que ele quer passar com o texto?
As dificuldades é que ajuda na
transformação.
4) Agora, vamos analisar o texto 2.
Ele é uma crônica. ( X ) concordo ( ) discordo.
Por quê o texto é uma crônica? Explique e justifique com argumentos do
próprio texto. Se discorda, faça o mesmo.
Em uma pequena abertura no casulo, a borboleta
fazia esforço para que seu corpo passassem por ali e ganhasse a liberdade.
5) O que fez o homem decidir a ajudar a borboleta?
Por um instante ela parecia ter perdido as
forças.
6) Qual era a grande expectativa do homem em relação à borboleta?
Que ela saísse voando.
7) A expectativa aconteceu? Justifique.
Não. Porque ela não conseguiu forças nas asas,
para poder voar.
8) O que faltou ao homem para que pudesse entender o processo?
Faltou
conhecimento no processo.
9) Como no texto anterior, a grande lição está no último parágrafo.
Vamos interpretá-lo? A força vem. A sabedoria vem. A prosperidade vem. A
coragem vem.
- A força vem das dificuldades. – A prosperidade vem do cérebro e
músculos para trabalhar.
- A sabedoria vem dos problemas. – A coragem vem do perigo para superar.
10) Você tirou outra lição do texto, qual?
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