quinta-feira, 22 de maio de 2014

                                              As quatro estações poéticas

Verão
 O verão é vermelho, arde em brasa como carvão na churrasqueira. no verão, o sol aquece o nosso coração e doura a nossa pele com uma insistência constante. o verão é estação viva, colorida, é vida tingida de energia. as fêmeas entram no cio e os machos têm despertado o seu apetite. os filhos da terra fecundam esperanças de paz a duras penas estivais. utopia e magia é o verão.
Outono
O outono é ocre e doce na sua brisa matinal. no outono, as calçadas ficam submersas pela inundação de folhas secas das árvores que se despem para esperar a próxima estação. outono poético inspira pintores e amores. o silêncio outonal ampara sentimentos tristes numa tentativa singela de preparar a vida gelada pós-tempo intermediário, antes da chuva e do frio que castigam.
 
Inverno
O inverno é branco, molhado, silenciado na plenitude deprimente de quem se encolhe no casulo da vida terrestre. inverno malévolo, seleciona pessoas ao abandono ou a sua finitude. romântico para os romances iniciados no outono, aconchegados em cobertores e em labaredas de desejo. inverno solitário, fechado, congelado de emoções fervorosas àqueles que vivem ao relento.

 
Primavera
 
A primavera é multicor, florida, movida à alegria. pássaros encantam o silêncio com seus cantos de liberdade. as flores desabrocham vontades, anunciam ventos e afastam tempestades. os campos verdejantes são tapetes iluminados pelas pétalas do amor. primavera, estação do arco-íris com direito à parada nas manhãs amenas, nas tardes afáveis e nas noites estreladas de paixão.

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