O homem mais rico que eu conheci
Quando era menino, se alguém viesse me perguntar qual o homem mais rico de Bálsamo, com certeza responderia: "É o Roanico". Lembro que quando passava um avião sobre a cidade todos diziam ser dele. Eu acreditava mesmo nisso, só depois de muito tempo vi que era brincadeira.
Ele inventava um pouco, outros aumentavam mais um tanto, e assim ele ficava cada vez mais rico, pelo menos no imaginário. A cada estória ia acumulando fazendas, garimpo de diamante, mansões em Brasília, aviões, helicópteros...
Meu pai gostava muito dele. Ouvi uma vez meu pai dizer que maior que a imaginação dele só mesmo o coração. De qualquer forma, ele pode não ter sido um homem rico, mas suas estórias sempre foram.
Essa é mais ou menos assim:
Contava que tinha comprado uma fazenda no norte de Goiás, que era muito linda, tinha uma sede maravilhosa, muito gado... Mas que por estar cuidando de outros investimentos, ficou um bom tempo sem poder ir pra lá. No dia que as coisas acalmaram, chamou seu piloto e foram de helicóptero. Era melhor o helicóptero porque a fazenda realmente era muito grande e ele não dispunha de muitos dias. Só mesmo de helicóptero é que daria tempo de percorrer ela inteira. Além disso, era muito gado e com o helicóptero ficava mais fácil localizar o rebanho.
Quando chegaram na fazenda, já bem tarde, foram direto para a sede. Iam passar a noite ali e percorrer a fazenda no dia seguinte. O problema é que quando chegaram na sede, como já fazia muito tempo que ninguém ia pra lá e considerando também, principalmente, que a terra era muito boa, viram que o colonião tinha coberto o campo de pouso, bem como tudo em volta. Não dava pra pousar. Foi então que ele teve uma ideia, mas quando falou para o piloto, o piloto não teve coragem de tentar. Irritado ele assumiu o comando, virou o helicóptero de cabeça pra baixo e roçou com as hélices o campo de pouso.
Vou contar outra dele, mas essa não é estória não, aconteceu mesmo. Quem me contou foi um amigo, Joãozinho. Esse meu amigo mora numa fazenda bem perto de Bálsamo. Ele gosta de tomar umas cachaças, até tem uma pequena coleção, se bem que não é bem uma coleção porque esta sempre bebendo ela. De vez em quando vou lá tomar umas com ele. Ele era muito amigo do Roanico e conhece várias de suas estórias.
Disse que certa vez o Roanico lhe pediu uma carona até S. J. do Rio Preto. Chegando lá, fez questão de levar o Roanico onde ele precisava, mesmo saindo um pouco da rota. O Ronico agradeceu, mas quando foi descer, o pessoal que o aguardava viu ele e foram ao seu encontro. O Roanico então esperou um pouquinho e quando o pessoal já estava perto da camionete, abriu a porta, desceu e foi dizendo:
- Motorista, por favor! Vai resolver aquilo que eu te mandei, mas não esqueça: Daqui duas horas você me pega no lugar combinado.... Vê se não atrasa, heim!
E fechou a porta, sem dar chances a qualquer resposta.
Ele inventava um pouco, outros aumentavam mais um tanto, e assim ele ficava cada vez mais rico, pelo menos no imaginário. A cada estória ia acumulando fazendas, garimpo de diamante, mansões em Brasília, aviões, helicópteros...
Meu pai gostava muito dele. Ouvi uma vez meu pai dizer que maior que a imaginação dele só mesmo o coração. De qualquer forma, ele pode não ter sido um homem rico, mas suas estórias sempre foram.
Essa é mais ou menos assim:
Contava que tinha comprado uma fazenda no norte de Goiás, que era muito linda, tinha uma sede maravilhosa, muito gado... Mas que por estar cuidando de outros investimentos, ficou um bom tempo sem poder ir pra lá. No dia que as coisas acalmaram, chamou seu piloto e foram de helicóptero. Era melhor o helicóptero porque a fazenda realmente era muito grande e ele não dispunha de muitos dias. Só mesmo de helicóptero é que daria tempo de percorrer ela inteira. Além disso, era muito gado e com o helicóptero ficava mais fácil localizar o rebanho.
Quando chegaram na fazenda, já bem tarde, foram direto para a sede. Iam passar a noite ali e percorrer a fazenda no dia seguinte. O problema é que quando chegaram na sede, como já fazia muito tempo que ninguém ia pra lá e considerando também, principalmente, que a terra era muito boa, viram que o colonião tinha coberto o campo de pouso, bem como tudo em volta. Não dava pra pousar. Foi então que ele teve uma ideia, mas quando falou para o piloto, o piloto não teve coragem de tentar. Irritado ele assumiu o comando, virou o helicóptero de cabeça pra baixo e roçou com as hélices o campo de pouso.
Vou contar outra dele, mas essa não é estória não, aconteceu mesmo. Quem me contou foi um amigo, Joãozinho. Esse meu amigo mora numa fazenda bem perto de Bálsamo. Ele gosta de tomar umas cachaças, até tem uma pequena coleção, se bem que não é bem uma coleção porque esta sempre bebendo ela. De vez em quando vou lá tomar umas com ele. Ele era muito amigo do Roanico e conhece várias de suas estórias.
Disse que certa vez o Roanico lhe pediu uma carona até S. J. do Rio Preto. Chegando lá, fez questão de levar o Roanico onde ele precisava, mesmo saindo um pouco da rota. O Ronico agradeceu, mas quando foi descer, o pessoal que o aguardava viu ele e foram ao seu encontro. O Roanico então esperou um pouquinho e quando o pessoal já estava perto da camionete, abriu a porta, desceu e foi dizendo:
- Motorista, por favor! Vai resolver aquilo que eu te mandei, mas não esqueça: Daqui duas horas você me pega no lugar combinado.... Vê se não atrasa, heim!
E fechou a porta, sem dar chances a qualquer resposta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário