quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

 

Texto de opinião crítica

Texto 01
Besouro
Por Érico Borgo
A trama conta a história do maior capoerista de todos os tempos, Besouro, interpretado por Ailton Carmo. Depois que o mestre que o colocou nas primeiras rodas de capoeira é assassinado a mando do coronel local (Flavio Rocha), Besouro inicia uma luta contra a cultura escravocrata que ainda predominava no Recôncavo Baiano em plenos anos 1920.
Gravado em Igatu (BA), na Chapada Diamantina, o filme é uma adaptação livre do livro Feijoada no Paraíso, de Marco Carvalho. A trama mistura fatos com mitologia afrobrasileira, o universo dos Orixás. O cenário sobrenatural serve de ótima desculpa para feitos sobre-humanos em lutas e sequências de visões. Para viabilizar o registro de combates à la Tigre e o Dragão (com direito a corrida sobre as árvores e velozes golpes flutuantes) foi contratado o chinês Huen Chiu Ku - o mesmo que coreografou o filme de Ang Lee e Kill Bill de Tarantino.
Chamar especialistas estrangeiros para resolver desafios de filmagens é algo pouco comum no nosso cinema - mas trivial em Hollywood. Veterano publicitário, acostumado com prazos apertados, colaborações e efeitos especiais, Tikhomiroff não tem aquele orgulho desnecessário de boa parte dos cineastas locais. Assim, capoeiristas são pendurados para lutar em cabos que no passado encantaram o mundo em filmes como Matrix.
Para um primeiro esforço do cinemão brasileiro nesse sentido, Besouro é louvável. Um primor de estética. No entanto, problemas de roteiro o impedem de tornar-se uma aventura realmente memorável. O dispensável triângulo amoroso é o maior deles. Tikhomiroff o defende alegando que "todo o herói precisa de um amor". Mas não seria o amor de Besouro seu povo? A personagem Dinorá (Jessica Barbosa), criada para o filme, é interessante - sua cena de vingança é uma das mais empolgantes -, mas é ao lado do amigo de Besouro (e depois antagonista) Quero-Quero (Anderson Santos de Jesus) que ela funciona melhor, até pela novidade de termos um herói sem romance, comprometido com sua luta.
Besouro é também vítima de seu próprio alarde. Astro do Kung-Fu preparando as coreografias, 10 milhões de reais de orçamento... Esperavam-se muito mais cenas de luta e grandiosidade. Mas no final o herói é muito mais contemplativo e relutante que atuante de verdade. Isso não deixa de ter seu apelo, claro, com a influência de Besouro despertando em seu povo o espírito de luta. Mas já que foi vendida como um filme de super-herói, de ação, faltou à produção a indispensável catarse heróica - o confronto final, o muque na cara. O protagonista se prepara, comunga com os deuses, veste seu "uniforme"... e nada.
Há certas regras que definem o cinema de gênero. Besouro é corajoso ao buscar novas, mas isso limita seu apelo. A jornada do personagem resulta deficiente, seu martírio sem glórias. De certa maneira, ao enfrentar o marasmo do cinema nacional, Tikhomiroff é mais herói que seu retratado.
Fonte: http://www.omelete.com.br/cine/100023119/Critica__Besouro.aspx
Texto 02
A TV e a leitura
Na sociedade contemporânea, crianças, jovens e adultos têm substituído o hábito da leitura pela TV. Muitos argumentam que é chato ler, e que a televisão é muito mais interessante com seus programas de entretenimento. Contudo o hábito de ler traz benefícios pessoais que passam despercebidos pelas pessoas.
Um desses benefícios é o estimulo ao raciocínio. Quando lemos romances, fábulas e contos, por exemplo, a mente é obrigada imaginar personagens, indumentárias, lugares, clima, ambientes. Esse é um trabalho de raciocínio mental despertado pelo ato de ler.
Outra beneficie da leitura é a formação de opinião e o desenvolvimento da interpretação pessoal. Ao contrário da TV que já traz o conhecimento e a informação processados para o telespectador, o ato de ler é um momento pessoal de descobertas do indivíduo. É o momento de analisar, tirar suas próprias conclusões, retroceder a leitura para redimensionar uma opinião, se questionar e responder suas próprias perguntas; é o momento da discussão consigo mesmo.
Com certeza a TV tem seu espaço na sociedade moderna, na vida e cotidiano de cada um. Mas de forma alguma podemos conceber a idéias de que o segundo será substituído pelo primeiro. A leitura tem sua importância e deve ser cultivada dia a dia em nossas vidas.
Fábio Cruz
Texto 03
Ler ou estudar?
A dúvida que se estabelece entre a importância do ler ou do estudar se desfaz quando observamos que os dois fazem parte de um mesmo processo: o de construção do ser humano.
O ato de ler um jornal ou revista implica em analisá-lo e entendê-lo. Você se informa compreende e amplia suas informações. Quando você lê um romance, um poema, um conto, você experimenta sensações, vivencia experiências e amplia seus conhecimentos de mundo. Ler é conhecer.
Ao estudar, você entende como, porque e de que forma as coisas ocorrem no mundo. As informações são explicadas e esclarecidas; os conhecimentos são construídos aos poucos e respeitando o tempo de cada um. O estudo é um processo de autoconhecimento e entendimento do mundo.
Portanto, ler e estudar, não são atividades que existem de forma separada e independente. Uma está entrelaçada na outra. Elas se complementam e são fundamentais na formação e crescimento do indivíduo.
Fábio Cruz

Texto 04
Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa
Outra história do mundo literário chega aos cinemas, impulsionada pela onda de filmes de fantasia. Agora os executivos estão olhando com bastante carinho para esse gênero, após os sucessos estrondosos que as séries O Senhor dos Anéis e Harry Potter fizeram ou estão fazendo, no caso do bruxinho. Qualquer obra marcante existente e que ainda não tenha aparecido nos cinemas está ganhando ou certamente vai ganhar adaptação em breve. O momento é esse. O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, primeiro filme das Crônicas de Nárnia, contudo, não deve chegar ao esplendor. O filme apesar de visualmente muito bom, tem um enredo frágil e pouco envolvente, além de ter uma interpretação e um roteiro pouco convincentes.
A própria apresentação do mundo de Narnia foi mal realizada. Com a pretensão de apresentar um mundo quase infinito de riquezas em termos de cenários, raças e situações, tudo que o filme consegue, quando muito, é mostrar-se uma aventura infanto-juvenil de pequena valia para o destino de todo um mundo. Não há, em momento algum, a sensação de que as quatro crianças realmente são parte de uma lendária profecia, nem de que serão importantes para libertar Narnia de seus "terríveis" opressores. Elas ganham armas em determinada cena para ajudarem-nas na complicada guerra que virá pela frente, mas somente quem as realmente utiliza é um dos garotos, de forma ainda forçada, já que ele não demonstrou ser um líder em momento algum, apenas vítima das circunstâncias e que teve que agir somente pelo fato de que, senão o fizesse, morreria.
Aliás, o trabalho com as crianças, que pesou principalmente em cima da pequena Lucy (Georgie Henley), também deixou a desejar. Além da inexperiência habitual do quarteto de crianças (algo natural por serem tão jovens e novatas no ramo - apenas Anna Popplewell, que interpreta Susan, já esteve em produções grandes) o roteiro não ajudou, com situações que não exigiram fortes emoções nem textos mais elaborados. Quando certo personagem morre no filme, a cena, que era para ser chave, é no máximo razoável, pois o relacionamento entre todos ali foi sempre tratado artificialmente até aquele momento. Parece, no final das contas, que todo peso foi jogado em cima da "fofura" da pequena Lucy, que os espectadores ficariam encantados com seu rostinho simpático e divertido e isso tornaria desnecessário um trabalho melhor com o roteiro. Obviamente não foi isso que aconteceu na mente dos produtores, mas é a impressão que passa.
A direção de Adamson ficou devendo muito em todos os quesitos. Algumas cenas são lindas. O mundo de Nárnia é fantástico. Mas acaba o filme e pouco realmente ficamos conhecendo de seus lugares. O diretor preocupou-se mais em criar criaturas bonitinhas em computação gráfica do que elaborar um filme que pudesse entrar realmente no coração das pessoas.

Crítica de Alexandre Koball (Adaptado por Fabio Cruz da Silva)

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