O Gato e o Galo
Autor: Esopo
Um gato, ao capturar um galo, ficou
imaginando como achar uma desculpa, qualquer que fosse, para justificar o seu
desejo de devorá-lo.
Acusou ele então de causar aborrecimentos aos
homens, já que cantava à noite e não deixava ninguém dormir.
O galo se defendeu dizendo que fazia isso em
benefício dos homens, e assim eles podiam acordar cedo para não perder a hora
do trabalho.
O gato respondeu; "Apesar de você ter
uma boa desculpa eu não posso ficar sem jantar." E dito isso, comeu o
galo.
Quem é mau caráter, sempre vai achar uma
desculpa para tornar legítimas suas más ações.
Repousava à soalheira um Velho calvo, com a
cabeça descoberta, e uma Mosca não fazia senão picar-lhe na calva. Acudia logo
o Velho com a mão, e como ela fugisse mui depressa, dava em si mesmo grandes
palmadas, de que a Mosca gostava e se ria. Disse o Velho:
- Espero muito de você - respondeu a Roseira
- poderei saber quando veremos essas maravilhas que tanto anuncia?
- Levarei para isso o tempo que achar
necessário - replicou o Caracol - você sempre tem tanta pressa em seu trabalho,
que não chega a despertar a curiosidade de ninguém.
No ano seguinte, o Caracol estava quase no
mesmo lugar de antes, isto é, ao Sol e ao pé da Roseira; esta estava cheia de
botões, que começavam a abrir-se, mostrando umas rosas magníficas, sempre
viçosas e novas. E o Caracol, mostrando meio corpo para fora da concha, esticou
seus tentáculos e os encolheu novamente, para voltar a esconder-se.
Passou-se o verão e logo após o outono; A
Roseira dera rosas lindas, até que começaram a cair os primeiros flocos de
neve.
O tempo ficou úmido e tempestuoso e a Roseira
se inclinou até o solo, enquanto o Caracol se escondia dentro da terra.
Começou novo ano e a Roseira reviveu. O
Caracol também apareceu.
- Você já é uma roseira velha - disse o
Caracol - de forma que logo secará. Você já deu ao mundo tudo o que havia
dentro de si. E se isso valeu alguma coisa, é assunto que não tenho tempo de
examinar; mas o certo é que você não fez nada para o seu aperfeiçoamento, senão
teria produzido algo diferente. Pode negá-lo? E agora você se converterá numa
vara seca e desnuda. Entende o que digo?
- Não, você não se preocupou muito em pensar
em algo. Porém, nunca pensou em averiguar a razão de sua floração, por que você
produz flores? E por que motivo o fazia sempre de forma igual?
E assim o Caracol entrou em sua casa e se
fechou.
- Que lástima! - exclamou a Roseira - não
posso colocar-me num lugar abrigado, por mais que o deseje. Sempre tenho que
dar rosas e mudas de roseira. As folhas caem ou são arrastadas pelo vento e o
mesmo acontece com as pétalas das flores.
A cegonha e a raposa
Sendo amigas a Cegonha com a Raposa, a Raposa
a convidou um dia a jantar.
Chegado o tempo, preparou a Raposa ardilosa
uma comida líquida, manjar como papas e a estendeu por uma lousa, e importunava
a Cegonha a que comesse.
Mas como ela picava na lousa, quebrava o
bico, e nada tomava nele, com que se foi faminta para o ninho.
Com grande esforço começou a mover-se, mas
tão lentamente que quando passou de um folha para outra sentiu-se como se
tivesse dado a volta ao mundo.
No entanto não tinha inveja de ninguém. Sabia
que era uma lagarta e que as lagartas precisam aprender a tecer finos fios, com
grande habilidade, até construírem uma casinha para si mesmas. E então pôs-se a
trabalhar.
Dentro em breve a lagarta estava envolvida
num macio casulo de seda, separada de todo o resto do mundo.
- E agora? - pensou ela.
- Agora espere - respondeu uma voz - tenha um
pouco de paciência e você verá.
Quando chegou o momento a lagarta acordou, e
não era mais uma lagarta.
Saiu do casulo com duas lindas asas
brilhantes e coloridas, e imediatamente voou bem alto no céu.
O rabo do macaco
Era um macaco que resolveu sair pelo mundo a
fazer negócios. Pensou, pensou e foi colocar-se numa estrada, por onde vinha
vindo, lá longe, um carro de boi. Atravessou a cauda na estrada e ficou
esperando.
Quando o carro chegou e o carreiro viu aquele
rabo atravessado, deteve-se e disse:
- Macaco, tire o rabo da estrada, senão passo
por cima!
- Não tiro! - respondeu o macaco - e o
carreiro passou e a roda cortou o rabo do macaco.
O bichinho fez um barulho medonho.
- Eu quero o meu rabo, eu quero o meu rabo ou
então uma faca!
Tanto atormentou o carreiro que este sacou da
cintura a faca e disse:
O macaco lá se foi, muito contente da vida,
com a sua faca de ponta na mão.
- Perdi meu rabo, ganhei uma faca! Tinglin,
tinglin, vou agora para Angola!
Logo adiante deu com um tio velho que estava
fazendo balaios e cortava o cipó com os dentes.
O macaco botou a boca no mundo - eu quero, eu
quero minha faca ou então um balaio!
- Perdi meu rabo, ganhei uma faca; perdi
minha faca, pilhei um balaio! Tinglin, tinglin, vou agora para Angola!
A mulher aceitou o balaio, mas quando começou
a botar os pães dentro, o balaio furou.
- Eu quero, eu quero o meu balaio ou então me
dê um pão.
Tanto gritou que a mulher, atordoada, deu-lhe
um pão. E o macaco saiu a pular, cantarolando:
José Bento Monteiro Lobato
Subiu para o alto da parreira e, por meio de
um tênue fio, desceu até o cacho de uvas, onde instalou-se num pequenino espaço
entre duas frutas. De dentro do esconderijo começou a atacar as pobres moscas
que vinham em busca de alimento. Matou muitas delas, pois nenhuma suspeitava
que houvesse ali uma aranha.
Leonardo da Vinci
******************************************************************************************
A castanheira II
Em um jardim cercado
por um alto muro, diversas árvores frutíferas moravam juntas. Durante a
primavera todas ficavam cobertas de flores e no verão ficavam carregadas de
frutos. Havia também uma castanheira.
- Porque hei de ficar
escondida neste jardim? - pensou, certo dia, a castanheira - vou espichar meus
galhos até à estrada para que todos possam ver como meus frutos são bons.
E assim, pouco a
pouco, foi espichando seus mais lindos galhos por cima do muro para que todos
pudessem vê-los.
Porém quando os ramos
ficaram cobertos de castanhas, os passantes começaram a apanhá-las, e quanto
não conseguiam alcançar os galhos, puxavam-nos para baixo com varetas, e, se
não tivessem varetas, atiravam pedras.
Em pouco tempo a
castanheira, maltratada e apedrejada, perdeu tanto os frutos quanto a folhagem,
e seus pobres galhos quebrados ficaram pendurados para fora do muro.
Leonardo da Vinci
O cisne confundido
com o ganso
Quando chegou a hora
para a qual era alimentado o ganso, era de noite e a escuridão não permitia
distinguir entre as duas aves.
Moral da Estória:
Esopo
A raposa e as uvas
Uma raposa morta de
fome, viu alguns cachos de uvas negras maduras penduradas nas grades de uma
viçosa videira.
Ela então usou de
todos os seus dotes e artifícios para alcançá-las, mas acabou se cansando em
vão, sem conseguir.
Por fim deu meia
volta e foi embora, consolando a si mesmo desapontada e dizendo:
- As uvas estão
estragadas, e não maduras como eu pensei. Esopo
*******************************************************************************************
A Águia e a Gralha
Uma grande Águia,
saindo do seu ninho no alto de um penhasco, num fulminante voo rasante e certeiro,
capturou uma ovelha e a levou presa às suas fortes e afiadas garras.
Moral da História:
Não devemos permitir que a ambição nos conduza
para além dos nossos limites.
Moral Alternativa:
É sinal de imprudência dar um passo maior que
as pernas.
**********************************************************************************
O Vento e o Sol
O vento e o sol
estavam disputando qual dos dois era o mais forte.
De repente, viram um viajante que vinha
caminhando.
- Sei como decidir
nosso caso. Aquele que conseguir fazer o viajante tirar o casaco, será o mais
forte. Você começa!- propôs o sol, retirando-se para trás de uma nuvem.
O vento começou a soprar com toda a força.
Quanto mais soprava, mais o homem ajustava o casaco ao corpo. Desesperado,
então o vento retirou-se.
O sol saiu de seu esconderijo e brilhou com
todo o esplendor sobre o homem, que logo sentiu calor e despiu o paletó.
Moral:O amor
constrói, a violência arruína.
A Rã e o Touro
( Narrador )
Uma tarde, andava um
grande Touro passeando ao longo da água, e vendo-o a Rã tão grande, tocada de
inveja, começou a comer, e a inchar-se com vento, e perguntava às outras rãs se
era já tão grande como parecia? Responderam elas: Não!!! Pensa a Rã segunda
vez, e põe mais força por inchar; e aborrecida por faltar muito para se igualar
o Touro inchou de novo, mas tão rijamente, que veio a rebentar com cobiça de
ser grande.
Moral da história:
Não cobiçar as coisas alheias!
*******************************************************************************************
Biografia dos Fabulistas
*Esopo
*Hans
Christian Andersen
*Jean de
La Fontaine
*José Bento Monteiro Lobato
*Leonardo da Vinci
Nenhum comentário:
Postar um comentário