Nossa Língua Portuguesa
NOSSA LÍNGUA PORTUGUESA
Custas só se usa na linguagem
jurídica para designar despesas feitas no processo. Portanto, devemos
dizer: “O filho vive à custa do pai”. No singular.
Não existe a expressão à medida em
que. Ou se usa à medida que correspondente a à proporção que, ou se usa
na medida em que equivalente a tendo em vista que.
O certo é a meu ver e não ao meu ver.
A princípio significa inicialmente,
antes de mais nada: Ex: A princípio, gostaria de dizer que estou bem. Em
princípio quer dizer em tese. Ex: Em princípio, todos concordaram com
minha sugestão.
À-toa, com hífen, é um adjetivo e
significa “inútil”, “desprezível”. Ex: Esse rapaz é um sujeito à-toa. À
toa, sem hífen, é uma locução adverbial e quer dizer “a esmo”,
“inutilmente”. Ex: Andava à toa na vida.
Com a conjunção se, deve-se utilizar
acaso, e nunca caso. O certo: “Se acaso vir meu amigo por aí,
diga-lhe…” Mas podemos dizer: “Caso o veja por aí…”.
Acerca de quer dizer a respeito de.
Veja: Falei com ele acerca de um problema matemático. Mas há cerca de é
uma expressão em que o verbo haver indica tempo transcorrido,
equivalente a faz. Veja: Há cerca de um mês que não a vejo.
Não esqueça: alface é substantivo feminino. A Alface está bem verdinha.
Além pede sempre o hífen: além-mar, além-fronteiras, etc.
Algures é um advérbio de lugar e quer dizer “em algum lugar”. Já alhures significa “em outro lugar”.
Mantenha o timbre fechado do o no plural dessas palavras: almoços, bolsos, estojos, esposos, sogros, polvos, etc.
O certo é alto-falante, e não auto-falante.
O certo é alugam-se casas, e não
aluga-se casas. Mas devemos dizer precisa-se de empregados, trata-se de
problemas. Observe a presença da preposição (de) após o verbo. É a dica
pra não errar.
Depois de ditongo, geralmente se
emprega x. Veja: afrouxar, encaixe, feixe, baixa, faixa, frouxo,
rouxinol, trouxa, peixe, etc.
Ancião tem três plurais: anciãos, anciães, anciões.
Só use ao invés de para significar
ao contrário de, ou seja, com idéia de oposição. Veja: Ela gosta de usar
preto ao invés de branco. Ao invés de chorar, ela sorriu. Em vez de
quer dizer em lugar de. Não tem necessariamente a idéia de oposição.
Veja: Em vez de estudar, ela foi brincar com as colegas. (Estudar não é
antônimo de brincar).
Ainda se vê e se ouve muito aterrisar em lugar de aterrissar, com dois s. Escreva sempre com o s dobrado.
Não existe preço barato ou preço
caro. Só existe preço alto ou baixo. O produto, sim, é que pode ser caro
ou barato. Veja: Esse televisor é muito caro. O preço desse televisor é
alto.
Ainda se vê muito, principalmente na
entrada das cidades, a expressão bem vindo (sem hífen) e até benvindo.
As duas estão erradas. Deve-se escrever bem-vindo, sempre com hífen.
Atenção: nunca empregue hífen depois
de bi, tri, tetra, penta, hexa, etc. O nome fica sempre coladinho. O
Sport se tornou tetracampeão no ano 2000. O Náutico foi hexacampeão em
1968. O Brasil foi bicampeão em 1962.
Veja bem: uma revista bimensal é
publicada duas vezes ao mês, ou seja, de 15 em 15 dias. A revista
bimestral só sai nas bancas de dois em dois meses. Percebeu a diferença?
Hoje, tanto se diz boêmia como boemia. Nelson Gonçalves consagrou a segunda, com a tonacidade no mia.
Cuidado: Eu caibo dentro daquela
caixa. A primeira pessoa do presente do indicativo assim se escreve
porque o verbo é irregular.
Preste atenção: o senador Luiz
Estêvão foi cassado. Mas o leão foi caçado e nunca foi achado. Portanto,
cassar (com dois s) quer dizer tornar nulo, sem efeito.
Existem palavras que só devem ser
empregadas no plural. Veja: os óculos, as núpcias, as olheiras, os
parabéns, os pêsames, as primícias, os víveres, os afazeres, os anais,
os arredores, os escombros, as fezes, as hemorróidas, etc.
Pouca gente tem coragem de usar, mas
o plural de caráter é caracteres. Então, Carlos pode ser um
bom-caráter, mas os dois irmãos dele são dois maus-caracteres.
Cartão de crédito e cartão de visita não pedem hífen. Já cartão-postal exige o tracinho.
Catequese se escreve com s, mas catequizar é com z. Esse português…
O exemplo acima foge de uma regrinha
que diz o seguinte: os verbos derivados de palavras primitivas grafadas
com s formam-se com o acréscimo do sufixo -ar: análise-analisar,
pesquisa-pesquisar, aviso-avisar, paralisia-paralisar, etc.
Censo é de recenseamento; senso refere-se a juízo. Veja: O censo deste ano deve ser feito com senso crítico.
Você não bebe a champanhe. Bebe o champanhe. É, portanto, palavra masculina.
Cidadão só tem um plural: cidadãos.
Cincoenta não existe. Escreva sempre cinquenta
Ainda tem gente que erra quando vai
falar gratuito e dá tonicidade ao i, como de fosse gratuíto. O certo é
gratuito, da mesma forma que pronunciamos intuito, circuito, fortuito,
etc.
E ainda tem gente que teima em dizer
rúbrica, em vez de rubrica, com a sílaba bri mais forte que as outras.
Escreva e diga sempre rubrica.
Ninguém diz eu coloro esse desenho.
Dói no ouvido. Portanto, o verbo colorir é defectivo (defeituoso) e não
aceita a conjugação da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo. A mesma coisa é o verbo abolir. Ninguém é doido de dizer eu
abulo. Pra dar um jeitinho, diga: Eu vou colorir esse desenho. Eu vou
abolir esse preconceito.
Outro verbo danado é computar. Não
podemos conjugar as três primeiras pessoas: eu computo, tu computas, ele
computa. A gente vai entender outra coisa, não é mesmo? Então, para
evitar esses palavrões, decidiu-se pela proibição da conjugação nessas
pessoas. Mas se conjugam as outras três do plural: computamos,
computais, computam.
Outra vez atenção: os verbos
terminados em -uar fazem a segunda e a terceira pessoa do singular do
presente do indicativo e a terceira pessoa do imperativo afirmativo em
-e e não em -i. Observe: Eu quero que ele continue assim. Efetue essas
contas, por favor. Menino, continue onde estava.
A propósito do item anterior,
devemos lembrar que os verbos terminados em -uir devem ser escritos
naqueles tempos com -i, e não -e. Veja: Ele possui muitos bens. Ela me
inclui entre seus amigos de confiança. Isso influi bastante nas minhas
decisões. Aquilo não contribui em nada com o progresso.
Coser significa costurar. Cozer significa cozinhar.
O correto é dizer deputado por São Paulo, senador por Pernambuco, e não deputado de São Paulo e senador de Pernambuco.
Descriminar é absolver de crime,
inocentar. Discriminar é distinguir, separar. Então dizemos: Alguns
políticos querem descriminar o aborto. Não devemos discriminar os
pobres.
Dia a dia (sem hífen) é uma
expressão adverbial que quer dizer todos os dias, dia após dia. Por
exemplo: Dia a dia minha saudade vai crescendo. Enquanto que dia-a-dia é
um substantivo que significa cotidiano e admite o artigo: O dia-a-dia
dessa gente rica deve ser um tédio.
A pronúncia certa é disenteria, e não desinteria.
A palavra dó (pena) é masculina. Portanto, “Sentimos muito dó daquela moça”.
Nas expressões é muito, é pouco, é
suficiente, o verbo ser fica sempre no singular, sobretudo quando denota
quantidade, distância, peso. Ex: Dez quilos é muito. Dez reais é pouco.
Dois gramas é suficiente.
Há duas formas de dizer: é proibido entrada, e é proibida a entrada. Observe a presença do artigo a na segunda locução.
Já se disse muitas vezes, mas vale repetir: televisão em cores, e não a cores.
Cuidado: emergir é vir à tona, vir à
superfície. Por exemplo: O monstro emergiu do lago. Mas imergir é o
contrário: é mergulhar, afundar. Veja o exemplo: O navio imergiu em
alto-mar.
A confusão é grande, mas se admitem as três grafias: enfarte, enfarto e infarto.
Outra dúvida: nunca devemos dizer
estadia em lugar de estada. Portanto, a minha estada em São Paulo durou
dois dias. Mas a estadia do navio em Santos só demorou um dia. Portanto,
estada para permanência de pessoas, e estadia para navios ou veículos.
E não esqueça: exceção é com ç, mas excesso é com dois s.
Lembra-se dos verbos defectivos? Lá
vai mais um: falir. No presente do indicativo só apresenta a primeira e a
segunda pessoa do plural: nós falimos, vós falis. Já pensou em
conjugá-lo assim: eu falo, tu fales…Horrível, né?
Todas as expressões adverbiais
formadas por palavras repetidas dispensam a crase: frente a frente, cara
a cara, gota a gota, face a face, etc.
Outra vez tome cuidado. Quando for
ao supermercado, peça duzentos ou trezentos gramas de presunto, e não
duzentas ou trezentas. Quando significa unidade de massa, grama é
substantivo masculino. Se for a relva, aí sim, é feminino: não pise na
grama; a grama está bem crescida.
É freqüente se ouvir no rádio ou na
TV os entrevistados dizerem: Há muitos anos atrás… Talvez nem saibam que
estão construindo uma frase redundante. Afinal, há já dá idéia de
passado. Ou se diz simplesmente Há muito anos… ou Muitos anos atrás.
Escolha. Mas não junte o há com atrás.
Cuidado nessa arapuca do português:
as palavras paroxítonas terminadas em -n recebem acento gráfico, mas as
terminadas em -ns não recebem: hífen, hifens; pólen, polens.
Atenção: Ele interveio na discórdia, e não interviu. Afinal, o verbo é intervir, derivado de vir.
Item não leva acento. Nem seu plural itens.
O certo é a libido, feminino. Devo dizer: Minha libido hoje não tá legal.
Todo mundo gosta de dizer magérrima, magríssima, mas o superlativo de magro é macérrimo. Antes de particípios não devemos
usar melhor nem pior. Portanto, devemos dizer: os alunos mais bem
preparados são os do 2o grau. E nunca: os alunos melhor preparados…
Essa história de mal com l, e mau
com u, até já cansou: É só decorar: Mal é antônimo de bem, e mau é
antônimo de bom. É só substituir uma por outra nas frases para tirar a
dúvida.
Pronuncie máximo, como se houvesse dois s no lugar do x. (mássimo)
Toda vez que disser “É meio-dia e meio” você estará errando. O certo é: meio-dia e meia. Ou seja, meio dia e meia hora.
Não tenho nada a ver com isso, e não haver com isso.
Nem um nem outro leva o verbo para o singular: Nem um nem outro conseguiu cumprir o que prometeu.
Toda vez que usar o verbo gostar
tenha cuidado com a ligação que ele tem com a preposição de. Ex: a coisa
de que mais gosto é passear no parque. A pessoa de que mais gosto é
minha mãe.
Lembre-se: pára, com acento, é do
verbo parar, e para, sem acento, é a preposição. Portanto: Ele não pára
de repetir para o amigo que tem um carro novo.
Fique atento: nunca diga nem escreva
1 de abril, 1 de maio. Mas sempre: primeiro de abril, primeiro de maio.
Prevalece o ordinal.
É chato, pedante ou parece ser
errado dizer “quando eu vir Maria, darei o recado a ela”. Mas esse é o
emprego correto do verbo ver no futuro do subjuntivo. Se eu vir, quando
eu vir. Mas quando é o verbo vir que está na jogada, a coisa muda:
quando eu vier, se eu vier.
Só use quantiapara somas em
dinheiro. Para o resto, pode usar quantidade. Veja: Recebi a quantiade
20 mil reais. Era grande a quantidade de animais no meio da pista.
Não esqueça: retificar é corrigir, e ratificar é comprovar, reafirmar: “Eu ratifico o que disse e retifico meus erros.
Quando disser ruim, diga como se a sílaba mais forte fosse -im. Não tem cabimento outra pronúncia.
Fique atento: só empregamos São
antes de nomes que começam por consoante: São Mateus, São João, São
Tomé, etc. Se o nome começa por vogal ou h, empregamos Santo: Santo
Antonio, Santo Henrique, etc.
E lembre-se: Seção, com ç, quer
dizer parte de um todo, departamento: a seção eleitoral, a seção de
esportes. Já sessão, com dois s, significa intervalo de tempo que dura
uma reunião, uma assembléia, um acontecimento qualquer: A sessão do
cinema demorou muito tempo. A sessão espírita terminou.
Não confunda: senão, juntinho, quer
dizer “caso contrário”. E se não, separado, equivale a “se por acaso
não”. Veja: Chegue cedo, senão eu vou embora. Se não chegar cedo, eu vou
embora. Percebeu a diferença?
; Tire esta dúvida: quando só é
adjetivo equivale a sozinho e varia em número, ou seja, pode ir para o
plural. Mas só como advérbio, quer dizer somente. Aí não se mexe. Veja:
Brigaram e agora vivem sós (sozinhos). Só (somente) um bom diálogo os
trará de volta.
É comum vermos no rádio e na TV o
entrevistado dizer: “O que nos falta são subzídios”. Quer dizer, fala
com a pronúncia do z. Mas não é: pronuncia-se ss. Portanto, escreva
subsídio e pronuncie subssídio.
; Taxar quer dizer “tributar”, “fixar preço”. Tachar é “atribuir defeito”, “acusar”.
E nunca diga: Eu torço para o Flamengo. Quem torce de verdade, torce pelo Flamengo.
Todo mundo tem dúvida, mas preste
atenção: 50% dos estudantes passaram nos testes finais. Somente 1% terá
condições de pagar a mensalidade. Acreditamos que 20% do eleitorado se
abstenha de votar nas próximas eleições. Mais exemplos: 10% estão aptos a
votar, mas 1% deles preferem fugir das urnas. Quer dizer, concorde com o
mais próximo e saiba que essa regra é bastante flexível.
Um dos que deixa dúvidas.
Há gramáticos que aceitam o emprego do singular depois dessa expressão.
Mas pela norma culta, devemos pluralizar: Eu sou um dos que foram admitidos. Sandra é uma das que ouvem rádio.
Veado se escreve com e, e não com i.
Esse português da gente tem cada
uma: tem viagem com g e viajem com j. Tire a dúvida: viagem é o
substantivo: A viagem foi boa. Viajem é o verbo: Caso vocês viajem,
levem tudo.
O prefixo vice sempre se separa por
hífen da palavra seguinte: vice-prefeito, vice-governador, vice-reitor,
vice-presidente, vice-diretor, etc.
Geralmente, se usa o x depois da
sílaba inicial -en: enxaguar, enxame, enxergar, enxaqueca, enxofre,
enxada, enxoval, enxugar, etc. Mas cuidado com as exceções: encher e
seus derivados (enchimento, enchente, enchido, preencher, etc) e quando
-en se junta a um radical iniciado por ch: encharcar (de charco),
enchumaçar (de chumaço), enchiqueirar (de chiqueiro), etc.
Não adianta teimar: chuchu se escreve mesmo é com ch.
Ciclo vicioso não existe. O correto é círculo vicioso.
E qual a diferença entre achar e
encontrar? Use achar para definir aquilo que se procura, e encontrar
para aquilo que, sem intenção nenhuma, se apresenta à pessoa. Veja:
Achei finalmente o que procurava. Maria encontrou uma corda debaixo da
cama. Jorge achou o gato dele que fugiu na semana passada.
Adentro é uma palavra só: meteu-se porta adentro. A lua sumiu noite adentro.
Não existe adiar para depois. Isso é redundante, porque adiar só pode ser para depois.
Afim (juntinho) tem relação com
afinidade: gostos afins, palavras afins. A fim de (separado) equivale a
para: Veio logo a fim de me ver bem vestido.
Pode parecer meio estranho, mas pode
conjugar o verbo aguar normalmente: eu águo, tu águas, ele água, nós
aguamos, vós aguais, eles águam.
Centigrama é palavra masculina: dois centigramas.
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