domingo, 15 de maio de 2016



Limites, como é difícil...

DESENVOLVENDO A PERSONALIDADE1º) Os filhos não precisam de pais gigantes, mas de pessoas que se comuniquem e lhes penetrem o coração, que lhes ajudem a SER pessoas saudáveis e responsáveis. (adaptado de A.Cury).a) Compartilhem com eles a sua vida - alegrias e medos, vitórias e derrotas etc. Isto ajuda e termos uma relação mais autêntica com eles. E faz com que eles tenham uma visão maior da realidade. E a nos ver como tão humanos quanto eles. Atente para isto, pois a infância passa rápido. A adolescência precisa de nossa direção. E em todas fases eles precisam de segurança e apoio. Obs: não devemos confundir sustento com apoio. b) Nutra suas personalidades - alimente o sentimento de moral e de justiça. Estimule a inteligência e o bom senso. Dê consciência de seus limites.c) Cuide de sua auto-estima. Fale de seus valores. Elogie seus atos positivos. Ofereça carinho verbal e físico. Entenda seus medos e ansiedades. Estimule-o. Dê a ele a oportunidade de fazer. Mostre que você acredita na capacidade dele. Deixe claro que o ama não pelos resultados mas por sua pessoa. d) Ensine-o a reflexão - sempre que possível fale do conteúdo das coisas e do real valor que devemos dar a elas. Por exemplo: vale-se pelo que se e e não pelo que se tem. Lembre-os que na vida há vitórias e fracassos; alegrias e tristezas.e) Ofereça-se a seu filho - se não passarmos tempo com eles quando criança, eles podem não querer nossa companhia quando crescerem. E na infância que somos capazes de influencia-los com convicções e valores, mas precisamos de tempo para isso. f) Ensine a ele a ter responsabilidade e respeito pelas pessoas. Estabeleça limites e conseqüências. (trechos de b a f - resumidos e/ou parafraseados, da primeira parte, do livro pais brilhantes professores fascinantes). ESTABELECENDO LIMITES Se os aspectos anteriores se referem a concessão de amor e estimulo a liberdade, LIMITE se a exercício do amor mas de contenção da liberdade. O limite ajuda a valorizar o outro e a gerar responsabilidade. Se os pais são hipersolícitos e não impõem limites e conseqüências, o filho irá aprender que todos estão a sua disposição e que ele não deve arcar com o ônus de seus atos. Logo, estabelecer limites e conseqüências não é provocar traumas mas participar do processo de lapidação de caráter do ser humano, e contribuir para a sociedade. E acima de tudo é obedecer a Palavra de Deus que determina: " ....." "Um dos fatores que mais geram insegurança na criança(filhos) é ela pensar que não existem limites para sua conduta ou que, se existem, pode ultrapassá-los" (Rob Parsons . Pai 60' - p.78). Como limite é um ato de contensão da liberdade temos que estar conscientes que: - provavelmente haverá conflito;- ele é necessário, pois desenvolve valores e responsabilidade;- a não imposição hoje, pode ser decepção, ou um conflito muito maior, amanhã;- Deve ser precedido da seguinte pergunta: Este conflito vale a pena? Este limite vai desenvolver o caráter?Exemplo: Por que devo ordenar que meu filho guarda suas coisas e arrume sua cama? Pode dizer, entre outras coisas, que ele precisa aprender que ele deve ser responsável por suas coisas. Ou que num grupo ( no caso família), todos devem cooperar pela ordem das coisas. "Quem cresce apenas dentro do principio do prazer não chega ao principio da ética e da responsabilidade" Içami Tiba - O executivo e sua família - p.60Dar limites é ensinar que os direitos são iguais para todos. É dizer SIM quando possível e NÃO quando necessário e se tam uma razão concreta. É ensinar a ver o mundo com uma conotação social e não psicológica( segundo meus desejos).É ensinar a tolerar frustrações no presente para que os problemas da vida possam ser superados com equilíbrio e maturidade.MAS COMO APLICAR ESTES LIMITES ?Alguns PRESSUPOSTOS: - Saiba discernir entre NECESSIDADES(ligadas ao desenvolvimento) e DESEJOS( ligados ao prazer). Necessidades devem ser atendidas, já desejos podem ser. Exemplos:

NECESSIDADES
DESEJOS
Comer quando com fome
Comer danoninho ao invés de almoçar
Ter roupas confortáveis e adequadas
Exigir roupas de marca
Dormir
Ficar dormindo e não ir a escola porque ficou acordado até muito tarde

- Seja exemplo, viva de acordo com seu discurso, de modo coerente aos limites que impõe.- Não seja autoritário, explique a causa do limite; ouça seu filho; mas se for imprescindível haja impositivamente. OBS: em regra os filhos entendem os limites, mas não aceitam. APLICAÇÃO 1) sempre deve ser aplicado com amor, coerência(adequação), constância( formar caráter requer tempo), e conseqüência ou correção (justiça);"a disciplina aplicada com amor fortalece o relacionamento e a personalidade, mas uma crítica ferina e injusta pode destruí-lo" Parsons Cuidado com a auto-estima. Ataque a conduta não a pessoa. 2) Deve haver regras claras e coerentes para sua aplicação;3) Devemos trabalhar o perdão. Fatos do passado podem ser usados se servirem para reforçar o desenvolvimento. Mas não devem ser usados como instrumentos de opressão ou humilhação.4) Tenha consciência da vulnerabilidade e trabalhe e humildade, pois nos também erramos. Não perca a oportunidade de pedir desculpas. 5) Seja coerente, o limite deve ter um motivo e deve ser aplicado no nível cognitivo/afetivo certo. Uma regra infantil não cabe para um adolescente. 6) Haja com constância e oportunidade. Desenvolver a personalidade leva tempo. A aplicação de um limite exige o tempo certo, para gerar consciência. 7) Seja justo e equilibrado. A regra foi infringida, aplique a conseqüência. A ação ou o problema e pequeno releve ou imponha uma sanção leve. Atitudes graves exigem ações firmes e fortes. 8) Premie ou elogie o bom comportamento. E faça-a assumir a conseqüência dos maus comportamentos. E lembre-o que elogios ou prêmios( não materiais) são melhores que conseqüências e sanções. Prêmios: elogios particulares e/ou na frente de outros, um bilhete afetuoso, sair para um lugar que ele gosta. 8) Prometeu execute! Quer uma recompensa quer uma sanção. Só é capaz de amar e impor limites quem tem autoridade. A FALTA OU EXCESSO DE LIMITESPara Içami Tiba (p.70), ao deixar de dar limites para não contrariar; para poupar ou para não aborrecer, você está desenvolvendo a irresponsabilidade e a falta de noção de realidade. Segundo a psicóloga Tânia Zagury a falta de limites pode levar as seguintes atitudes, conforme a evolução etária ou do comportamento: (p.37-- Descontrole emocional, histeria, ataques de raiva. ( em geral de 01 a 05 anos);- Dificuldade crescente de aceitação dos limites ( 06 a 08 anos);- Distúrbio de conduta; desrespeito aos pais, colegas e autoridades; incapacidade de concentração; dificuldades para concluir tarefas; excitabilidade; baixo rendimento. 09 anos ...) Segundo Zagury, são confundidos com crianças hiperativas. - Agressões físicas se contrariado; descontrole; e até problemas psiquiátricos nos casos de predisposição. Nestes casos a criança sem limites cresce com uma deformação na percepção da realidade e do valor de outra pessoa. Por outro lado o excesso de limites pode limitar a criança, gerar um baixa auto-estima; torna-la reprimida ou ansiosa. BIRRAS Os filhos mais novos (até 06 anos) fazem birra, os maiores expõem sua oposição eus hormônios. Não ceda as birras. Não permita o show, se necessário segure-o com firmeza, não permite que ele pense que está no controle. Assim que ele se acalmar explique que sua conduta está errada e que você não vai tolerar. Se necessário use o castigo ou corretivo.Birra é a oposição aos limites em busca do prazer pessoal. Por isso a necessidade de agir com firmeza dentro de um atitude com coerência, constância e conseqüência. Se possível explique, se não, apenas aplique o limite. Mais do que explicação a criança precisa de firmeza e segurança. Como sugestão, a fim de evitar birras, procure não sair me horários que as crianças estejam cansadas ou com sono. Não demore muito em lugares estressantes ou de nenhum interesse para criança. Se possível leve brinquedos ou a companhia de outras crianças. Todos gostamos de lugares agradáveis e de boa companhia. HORMÔNIOSJá os filhos adolescentes e jovens exigem um postura diferente, pois estão em profunda mudança intelectual, emocional e fisiológica. Conhecer suas principais características é essencial. O adolescente com testosterona (da força) fica impulsivo, irritado, agitado e mau- humorado. A adolescente com estrogênio ( da ligação) quer reuniões, falar muito, dividir experiências e compartilhar coisas. Ambos têm dificuldade para administra seus conflitos e estão em busca de sua identidade - por isso a importância da turma, pois precisam pertencer. Por outro lado sofrem de embriaguez relacional - fazem coisas em grupo que não fariam sozinhos ou com os pais.Estão em desenvolvimento da visão abstrata, que associada a sua busca de identidade, geram os questionamentos e oposições. Quando possível tolere um pouco o mau-humor; a cara feia, de resmungos etc ( é comum um pouco de depressão).Elogie as vitórias sociais, escolares, esportivas e espirituais. Estimule a independência. E busque sempre uma oportunidade de diálogo. E por causa da embreaguez relacional procure conhecer seus amigos, e discretamente direcione-o para certos grupos que você sabe podem ter bons comportamentos. E não se esqueça que o ser humano não é um "anjinho". Estudo - outro problema complexo de se tratar com adolescentes é ESTUDO. Primeiro devemos ter em mente que a visão e experiência dele não é a nossa. E que ele está numa fase de transformação, aprendizado e conflitos. Alem disso ate por volta do 17 anos seu cérebro é instável em sua função cognitiva e afetiva, por isto tantos altos e baixos. Temos que lembrar também que nosso adolescente é multidisciplinar, está acostumado com multimídia. Eis o porquê de ser comum encontrá-lo lendo ao mesmo tempo que houve um CD ou assiste a MTV e come um sanduíche com coca-cola. Dê atenção a ele, "peca-lhe para dar uma aula, adolescente gosta de se sentir poderoso (Içami Tiba p.71). Assim treinamos sua atenção e capacidade de comunicação. Procure escolas que se concentrem tanto no aspecto cognitivo quanto afetivo. Onde haja uma boa relação professor aluno e onde a aula seja dinâmica. Apóie seu filho nas áreas de educação de seu interesse (informática, esporte etc). Acompanhe suas atividades, valorize seu ensino não apenas pagando uma boa escola, mas demonstrando que você se importa com ele. Não cobre excessivamente os resultados, analise o desenvolvimento global dele.Drogas - os padrões dos adolescentes podem se modificar de acordo com a turma, é o que Içami Tiba chama de "embriaguez relacional". Por isso é importante saber ou orientar bem o adolescente quanto sua turma ou companhia. Se necessário você deve levá-lo aos suas saídas, para estar por dentro de seus relacionamentos. E deve estimulá-lo a se relacionar com determinado grupo, sempre respeitando-o. O convívio pode levar a mudança de opinião, daí a preocupação com as companhias. Devemos ter consciência também que nosso filho não é um anjinho. E que droga da sensação de prazer e força, coisas que o adolescente quer mais que preservação do corpo. Alem disso ele ainda não tem a exata noção dos riscos e conseqüências, seu cérebro e emoções estão em formação. Esteja aberto a conversas do cotidiano, só assim mantemos o canal aberto para diálogos. Entretanto saiba que seu filho não vai contar tudo para você, pois nos somos pais e não seus colegas, mesmo que tenhamos um ótimo relacionamento. Afinal amigo, em regra, não estabelece limites e aplica sanções. Achou droga, seja firme e busque ajuda, a familiarização leva ao descuido. Não aceite desculpas bobas, desconfie. Droga, em regra, é como traição conjugal, enquanto o traído acredita o infiel continua traição. Desconfie do choro e das frases "só experimentei"; "eu deixo quando quiser". Nestes estágios é imprescindível pedir ajudo, pois ele e você já estão emocionalmente comprometidos, e isto distorce a visão de realidade.Quer o álcool ou outro tipo de dependência, o vicio só adormece, esteja sempre atento ao agente despertador.No caso de drogas cuide e ame seu filho, mas lembre-se ele é um ser humano com liberdade, por isso não desista dele, mas estabeleça limites e opte pela família. CONCLUSÃO

Somos da geração da maquina de escrever, eles são da geração da multimídia. Logo, nossos filhos são super-estimulados e cheios de duvidas, pois recebem muita informação mas não são conduzidos a refletir. Somos da geração da afetividade (almoço com a vovó), eles são da geração da materialidade (almoço e passeio no shopping).Por isso, mais do que de limites, eles precisam de atenção e companhia. "nos afadigamos tanto para dar aos nossos filhos aquilo que não tivemos, que não temos tempo de dar-lhes o que tivemos" ( atenção, carinho, presença etc).Quando trocamos a afetividade pela materialidade enviamos a mensagem que não vale a pena trabalhar e estudar tanto. Por isso ama-se cada vez menos, e cada vez mais há jovens furtando tênis e celulares, ou se prostituindo para ter bens, sem se importar com relacionamentos ou conseqüências. Quem educa ama e estabelece limites, pois estes são os elementos essenciais para o desenvolvimento e formação da personalidade.

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