domingo, 15 de maio de 2016




Mas eu quero!



Tenho presenciado cenas e vivido situações, principalmente com crianças na faixa etária entre 5 e 9 anos, que acreditam que basta elas quererem para que devam ser atendidas. Tem-se a impressão de que a criança aprendeu que a simples simulação desta frase, "mas eu quero...", estabelece o motivo e a obrigatoriedade de serem atendidas, incondicionalmente, em seu desejo.
Ouço depoimentos de professores relatando histórias de alunos que se negam a fazer lições de casa ou a estudar determinado tema, ou a participar de um trabalho coletivo e, como justificativa, estas crianças dizem que não querem, que é chato. Quando os professores insistem, dando um limite claro, que é importante e necessário fazer determinada atividade escolar, elas replicam, revestidas de autoridade, que não querem fazer e que não vão fazer.
E agora? Como proceder? Estas crianças acreditam que só devem fazer o que lhes dá prazer, o que elas aceitem. Não aceitam submeter-se a um processo mais trabalhoso e mais elaborado. Não aceitam os procedimentos necessários à aprendizagem. Não querem, como se diz em linguagem popular, suar a camisa. Se estes professores recorrem aos pais, eles replicam, "Você viu só? Ela só faz o que ela quer..." ou ainda , "Ele é fogo...Não obedece mesmo!".
Um pai contou-me que seu filho negava-se a escovar os dentes e que não havia jeito de que o fizesse. Perguntou se ele deveria deixar e esperar que ele amadurecesse e entendesse a necessidade desta higiene ou se ele deveria insistir. E os dentes esperam uma pessoa amadurecer para serem escovados? Parece-me que não!
Ainda conheço um jovem que se nega a ir à primeira aula, pois acha muito cedo. Conheço outro menino que não aceita fazer exercícios; ele acha que basta ouvir o professor explicar. Sei de crianças que se negam a colocar o uniforme da escola por achá-lo feio. Sei de uma menina que não aceita a norma de não comer durante as aulas. Sei de pais que não conseguem que seu filho tome o remédio por ser ruim. Algumas crianças e jovens não vão à recuperação, outros não querem fazer terapia. E assim vai.
O insólito dos relatos não são os fatos em si; pois

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