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erros gramaticais e ortográficos que devem ser evitados
veja os
mais comuns:
1 – “Mal cheiro”, “mau-humorado”. Mal opõe-se
a bem e mau, a bom. Assim: mau cheiro (bom cheiro), mal-humorado
(bem-humorado). Igualmente: mau humor, mal-intencionado, mau jeito, mal-estar.
2 – “Fazem” cinco anos. Fazer,
quando exprime tempo, é impessoal: Faz cinco anos. / Fazia dois séculos. / Fez
15 dias.
3 – “Houveram” muitos
acidentes. Haver, como existir, também é invariável: Houve muitos acidentes. /
Havia muitas pessoas. / Deve haver muitos casos iguais.
4 – “Existe” muitas
esperanças. Existir, bastar, faltar, restar e sobrar admitem normalmente o
plural: Existem muitas esperanças. / Bastariam dois dias. / Faltavam poucas
peças. / Restaram alguns objetos. / Sobravam idéias.
5 – Para “mim” fazer. Mim não
faz, porque não pode ser sujeito. Assim: Para eu fazer, para eu dizer, para eu
trazer.
6 – Entre “eu” e você. Depois
de preposição, usa-se mim ou ti: Entre mim e você. / Entre eles e ti.
7 – “Há” dez anos “atrás”. Há
e atrás indicam passado na frase. Use apenas há dez anos ou dez anos atrás.
8 – “Entrar dentro”. O certo:
entrar em. Veja outras redundâncias: Sair fora ou para fora, elo de ligação,
monopólio exclusivo, já não há mais, ganhar grátis, viúva do falecido.
9 – “Venda à prazo”. Não
existe crase antes de palavra masculina, a menos que esteja subentendida a
palavra moda: Salto à (moda de) Luís XV. Nos demais casos: A salvo, a bordo, a
pé, a esmo, a cavalo, a caráter.
10 – “Porque” você foi? Sempre
que estiver clara ou implícita a palavra razão, use por que separado: Por que
(razão) você foi? / Não sei por que (razão) ele faltou. / Explique por que
razão você se atrasou. Porque é usado nas respostas: Ele se atrasou porque o
trânsito estava congestionado.
11 – Vai assistir “o” jogo
hoje. Assistir como presenciar exige a: Vai assistir ao jogo, à missa, à
sessão. Outros verbos com a: A medida não agradou (desagradou) à população. /
Eles obedeceram (desobedeceram) aos avisos. / Aspirava ao cargo de diretor. /
Pagou ao amigo. / Respondeu à carta. / Sucedeu ao pai. / Visava aos estudantes.
12 – Preferia ir “do que”
ficar. Prefere-se sempre uma coisa a outra: Preferia ir a ficar. É preferível
segue a mesma norma: É preferível lutar a morrer sem glória.
13 – O resultado do jogo, não
o abateu. Não se separa com vírgula o sujeito do predicado. Assim: O resultado
do jogo não o abateu. Outro erro: O prefeito prometeu, novas denúncias. Não
existe o sinal entre o predicado e o complemento: O prefeito prometeu novas
denúncias.
14 – Não há regra sem
“excessão”. O certo é exceção. Veja outras grafias erradas e, entre parênteses,
a forma correta: “paralizar” (paralisar), “beneficiente” (beneficente), “xuxu”
(chuchu), “previlégio” (privilégio), “vultuoso” (vultoso), “cincoenta”
(cinqüenta), “zuar” (zoar), “frustado” (frustrado), “calcáreo” (calcário),
“advinhar” (adivinhar), “benvindo” (bem-vindo), “ascenção” (ascensão), “pixar”
(pichar), “impecilho” (empecilho), “envólucro” (invólucro).
15 – Quebrou “o” óculos.
Concordância no plural: os óculos, meus óculos. Da mesma forma: Meus parabéns,
meus pêsames, seus ciúmes, nossas férias, felizes núpcias.
16 – Comprei “ele” para você.
Eu, tu, ele, nós, vós e eles não podem ser objeto direto. Assim: Comprei-o para
você. Também: Deixe-os sair, mandou-nos entrar, viu-a, mandou-me.
17 – Nunca “lhe” vi. Lhe
substitui a ele, a eles, a você e a vocês e por isso não pode ser usado com
objeto direto: Nunca o vi. / Não o convidei. / A mulher o deixou. / Ela o ama.
18 – “Aluga-se” casas. O verbo
concorda com o sujeito: Alugam-se casas. / Fazem-se consertos. / É assim que se
evitam acidentes. / Compram-se terrenos. / Procuram-se empregados.
19 – “Tratam-se” de. O verbo
seguido de preposição não varia nesses casos: Trata-se dos melhores
profissionais. / Precisa-se de empregados. / Apela-se para todos. / Conta-se
com os amigos.
20 – Chegou “em” São Paulo.
Verbos de movimento exigem a, e não em: Chegou a São Paulo. / Vai amanhã ao
cinema. / Levou os filhos ao circo.
21 – Atraso implicará “em”
punição. Implicar é direto no sentido de acarretar, pressupor: Atraso implicará
punição. / Promoção implica responsabilidade.
22 – Vive “às custas” do pai.
O certo: Vive à custa do pai. Use também em via de, e não “em vias de”: Espécie
em via de extinção. / Trabalho em via de conclusão.
23 – Todos somos “cidadões”. O
plural de cidadão é cidadãos. Veja outros: caracteres (de caráter), juniores,
seniores, escrivães, tabeliães, gângsteres.
24 – O ingresso é “gratuíto”.
A pronúncia correta é gratúito, assim como circúito, intúito e fortúito (o
acento não existe e só indica a letra tônica). Da mesma forma: flúido, condôr,
recórde, aváro, ibéro, pólipo.
25 – A última “seção” de
cinema. Seção significa divisão, repartição, e sessão equivale a tempo de uma
reunião, função: Seção Eleitoral, Seção de Esportes, seção de brinquedos;
sessão de cinema, sessão de pancadas, sessão do Congresso.
26 – Vendeu “uma” grama de
ouro. Grama, peso, é palavra masculina: um grama de ouro, vitamina C de dois
gramas. Femininas, por exemplo, são a agravante, a atenuante, a alface, a cal,
etc.
27 – “Porisso”. Duas palavras,
por isso, como de repente e a partir de.
28 – Não viu “qualquer” risco.
É nenhum, e não “qualquer”, que se emprega depois de negativas: Não viu nenhum
risco. / Ninguém lhe fez nenhum reparo. / Nunca promoveu nenhuma confusão.
29 – A feira “inicia” amanhã.
Alguma coisa se inicia, se inaugura: A feira inicia-se (inaugura-se) amanhã.
30 – Soube que os homens
“feriram-se”. O que atrai o pronome: Soube que os homens se feriram. / A festa
que se realizou… O mesmo ocorre com as negativas, as conjunções subordinativas
e os advérbios: Não lhe diga nada. / Nenhum dos presentes se pronunciou. /
Quando se falava no assunto… / Como as pessoas lhe haviam dito… / Aqui se faz,
aqui se paga. / Depois o procuro.
31 – O peixe tem muito
“espinho”. Peixe tem espinha. Veja outras confusões desse tipo: O “fuzil”
(fusível) queimou. / Casa “germinada” (geminada), “ciclo” (círculo) vicioso,
“cabeçário” (cabeçalho).
32 – Não sabiam “aonde” ele
estava. O certo: Não sabiam onde ele estava. Aonde se usa com verbos de
movimento, apenas: Não sei aonde ele quer chegar. / Aonde vamos?
33 – “Obrigado”, disse a moça.
Obrigado concorda com a pessoa: “Obrigada”, disse a moça. / Obrigado pela
atenção. / Muito obrigados por tudo.
34 – O governo “interviu”.
Intervir conjuga-se como vir. Assim: O governo interveio. Da mesma forma:
intervinha, intervim, interviemos, intervieram. Outros verbos derivados:
entretinha, mantivesse, reteve, pressupusesse, predisse, conviesse, perfizera,
entrevimos, condisser, etc.
35 – Ela era “meia” louca.
Meio, advérbio, não varia: meio louca, meio esperta, meio amiga.
36 – “Fica” você comigo. Fica
é imperativo do pronome tu. Para a 3.ª pessoa, o certo é fique: Fique você
comigo. / Venha pra Caixa você também. / Chegue aqui.
37 – A questão não tem nada
“haver” com você. A questão, na verdade, não tem nada a ver ou nada que ver. Da
mesma forma: Tem tudo a ver com você.
38 – A corrida custa 5 “real”.
A moeda tem plural, e regular: A corrida custa 5 reais.
39 – Vou “emprestar” dele.
Emprestar é ceder, e não tomar por empréstimo: Vou pegar o livro emprestado.
Ou: Vou emprestar o livro (ceder) ao meu irmão. Repare nesta concordância:
Pediu emprestadas duas malas.
40 – Foi “taxado” de ladrão.
Tachar é que significa acusar de: Foi tachado de ladrão. / Foi tachado de
leviano.
41 – Ele foi um dos que
“chegou” antes. Um dos que faz a concordância no plural: Ele foi um dos que
chegaram antes (dos que chegaram antes, ele foi um). / Era um dos que sempre
vibravam com a vitória.
42 – “Cerca de 18″ pessoas o
saudaram. Cerca de indica arredondamento e não pode aparecer com números
exatos: Cerca de 20 pessoas o saudaram.
43 – Ministro nega que “é”
negligente. Negar que introduz subjuntivo, assim como embora e talvez: Ministro
nega que seja negligente. / O jogador negou que tivesse cometido a falta. / Ele
talvez o convide para a festa. / Embora tente negar, vai deixar a empresa.
44 – Tinha “chego” atrasado.
“Chego” não existe. O certo: Tinha chegado atrasado.
45 – Tons “pastéis”
predominam. Nome de cor, quando expresso por substantivo, não varia: Tons
pastel, blusas rosa, gravatas cinza, camisas creme. No caso de adjetivo, o
plural é o normal: Ternos azuis, canetas pretas, fitas amarelas.
46 – Lute pelo “meio-ambiente”.
Meio ambiente não tem hífen, nem hora extra, ponto de vista, mala direta,
pronta entrega, etc. O sinal aparece, porém, em mão-de-obra, matéria-prima,
infra-estrutura, primeira-dama, vale-refeição, meio-de-campo, etc.
47 – Queria namorar “com” o
colega. O com não existe: Queria namorar o colega.
48 – O processo deu entrada
“junto ao” STF. Processo dá entrada no STF. Igualmente: O jogador foi
contratado do (e não “junto ao“) Guarani. / Cresceu muito o prestígio do jornal
entre os (e não “junto aos“) leitores. / Era grande a sua dívida com o (e não
“junto ao“) banco. / A reclamação foi apresentada ao (e não “junto ao“) Procon.
49 – As pessoas “esperavam-o”.
Quando o verbo termina em m, ão ou õe, os pronomes o, a, os e as tomam a forma
no, na, nos e nas: As pessoas esperavam-no. / Dão-nos, convidam-na, põe-nos,
impõem-nos.
50 – Vocês “fariam-lhe” um
favor? Não se usa pronome átono (me, te, se, lhe, nos, vos, lhes) depois de
futuro do presente, futuro do pretérito (antigo condicional) ou particípio.
Assim: Vocês lhe fariam (ou far-lhe-iam) um favor? / Ele se imporá pelos
conhecimentos (e nunca “imporá-se”). / Os amigos nos darão (e não “darão-nos”)
um presente. / Tendo-me formado (e nunca tendo “formado-me”).
51 – Chegou “a” duas horas e
partirá daqui “há” cinco minutos. Há indica passado e equivale a faz, enquanto
a exprime distância ou tempo futuro (não pode ser substituído por faz): Chegou
há (faz) duas horas e partirá daqui a (tempo futuro) cinco minutos. / O
atirador estava a (distância) pouco menos de 12 metros. / Ele partiu há (faz)
pouco menos de dez dias.
52 – Blusa “em” seda. Usa-se
de, e não em, para definir o material de que alguma coisa é feita: Blusa de
seda, casa de alvenaria, medalha de prata, estátua de madeira.
53 – A artista “deu à luz a”
gêmeos. A expressão é dar à luz, apenas: A artista deu à luz quíntuplos. Também
é errado dizer: Deu “a luz a” gêmeos.
54 – Estávamos “em” quatro à
mesa. O em não existe: Estávamos quatro à mesa. / Éramos seis. / Ficamos cinco
na sala.
55 – Sentou “na” mesa para
comer. Sentar-se (ou sentar) em é sentar-se em cima de. Veja o certo: Sentou-se
à mesa para comer. / Sentou ao piano, à máquina, ao computador.
56 – Ficou contente “por causa
que” ninguém se feriu. Embora popular, a locução não existe. Use porque: Ficou
contente porque ninguém se feriu.
57 – O time empatou “em” 2 a
2. A preposição é por: O time empatou por 2 a 2. Repare que ele ganha por e
perde por. Da mesma forma: empate por.
58 – À medida “em” que a
epidemia se espalhava… O certo é: À medida que a epidemia se espalhava… Existe
ainda na medida em que (tendo em vista que): É preciso cumprir as leis, na
medida em que elas existem.
59 – Não queria que
“receiassem” a sua companhia. O i não existe: Não queria que receassem a sua
companhia. Da mesma forma: passeemos, enfearam, ceaste, receeis (só existe i
quando o acento cai no e que precede a terminação ear: receiem, passeias,
enfeiam).
60 – Eles “tem” razão. No
plural, têm é assim, com acento. Tem é a forma do singular. O mesmo ocorre com
vem e vêm e põe e põem: Ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele põe, eles
põem.
61 – A moça estava ali “há”
muito tempo. Haver concorda com estava. Portanto: A moça estava ali havia
(fazia) muito tempo. / Ele doara sangue ao filho havia (fazia) poucos meses. /
Estava sem dormir havia (fazia) três meses. (O havia se impõe quando o verbo
está no imperfeito e no mais-que-perfeito do indicativo.)
62 – Não “se o” diz. É errado
juntar o se com os pronomes o, a, os e as. Assim, nunca use: Fazendo-se-os, não
se o diz (não se diz isso), vê-se-a, etc.
63 – Acordos
“políticos-partidários”. Nos adjetivos compostos, só o último elemento varia:
acordos político-partidários. Outros exemplos: Bandeiras verde-amarelas,
medidas econômico-financeiras, partidos social-democratas.
64 – Fique “tranquilo”. O u
pronunciável depois de q e g e antes de e e i exige trema: Tranqüilo,
conseqüência, lingüiça, agüentar, Birigüi.
65 – Andou por “todo” país.
Todo o (ou a) é que significa inteiro: Andou por todo o país (pelo país
inteiro). / Toda a tripulação (a tripulação inteira) foi demitida. Sem o, todo
quer dizer cada, qualquer: Todo homem (cada homem) é mortal. / Toda nação (qualquer
nação) tem inimigos.
66 – “Todos” amigos o
elogiavam. No plural, todos exige os: Todos os amigos o elogiavam. / Era
difícil apontar todas as contradições do texto.
67 – Favoreceu “ao” time da
casa. Favorecer, nesse sentido, rejeita a: Favoreceu o time da casa. / A
decisão favoreceu os jogadores.
68 – Ela “mesmo” arrumou a
sala. Mesmo, quanto equivale a próprio, é variável: Ela mesma (própria) arrumou
a sala. / As vítimas mesmas recorreram à polícia.
69 – Chamei-o e “o mesmo” não
atendeu. Não se pode empregar o mesmo no lugar de pronome ou substantivo:
Chamei-o e ele não atendeu. / Os funcionários públicos reuniram-se hoje: amanhã
o país conhecerá a decisão dos servidores (e não “dos mesmos”).
70 – Vou sair “essa” noite. É
este que desiga o tempo no qual se está ou objeto próximo: Esta noite, esta
semana (a semana em que se está), este dia, este jornal (o jornal que estou
lendo), este século (o século 21).
71 – A temperatura chegou a 0
“graus”. Zero indica singular sempre: Zero grau, zero-quilômetro, zero hora.
72 – A promoção veio “de
encontro aos” seus desejos. Ao encontro de é que expressa uma situação
favorável: A promoção veio ao encontro dos seus desejos. De encontro a
significa condição contrária: A queda do nível dos salários foi de encontro às
(foi contra) expectativas da categoria.
73 – Comeu frango “ao invés
de” peixe. Em vez de indica substituição: Comeu frango em vez de peixe. Ao
invés de significa apenas ao contrário: Ao invés de entrar, saiu.
74 – Se eu “ver” você por aí…
O certo é: Se eu vir, revir, previr. Da mesma forma: Se eu vier (de vir),
convier; se eu tiver (de ter), mantiver; se ele puser (de pôr), impuser; se ele
fizer (de fazer), desfizer; se nós dissermos (de dizer), predissermos.
75 – Ele “intermedia” a
negociação. Mediar e intermediar conjugam-se como odiar: Ele intermedeia (ou
medeia) a negociação. Remediar, ansiar e incendiar também seguem essa norma:
Remedeiam, que eles anseiem, incendeio.
76 – Ninguém se “adequa”. Não
existem as formas “adequa”, “adeqüe”, etc., mas apenas aquelas em que o acento
cai no a ou o: adequaram, adequou, adequasse, etc.
77 – Evite que a bomba
“expluda”. Explodir só tem as pessoas em que depois do d vêm e e i: Explode,
explodiram, etc. Portanto, não escreva nem fale “exploda” ou “expluda”,
substituindo essas formas por rebente, por exemplo. Precaver-se também não se
conjuga em todas as pessoas. Assim, não existem as formas “precavejo”,
“precavês”, “precavém”, “precavenho”, “precavenha”, “precaveja”, etc.
78 – Governo “reavê”
confiança. Equivalente: Governo recupera confiança. Reaver segue haver, mas
apenas nos casos em que este tem a letra v: Reavemos, reouve, reaverá,
reouvesse. Por isso, não existem “reavejo”, “reavê”, etc.
79 – Disse o que “quiz”. Não
existe z, mas apenas s, nas pessoas de querer e pôr: Quis, quisesse, quiseram,
quiséssemos; pôs, pus, pusesse, puseram, puséssemos.
80 – O homem “possue” muitos
bens. O certo: O homem possui muitos bens. Verbos em uir só têm a terminação
ui: Inclui, atribui, polui. Verbos em uar é que admitem ue: Continue, recue,
atue, atenue.
81 – A tese “onde”… Onde só
pode ser usado para lugar: A casa onde ele mora. / Veja o jardim onde as
crianças brincam. Nos demais casos, use em que: A tese em que ele defende essa
idéia. / O livro em que… / A faixa em que ele canta… / Na entrevista em que…
82 – Já “foi comunicado” da
decisão. Uma decisão é comunicada, mas ninguém “é comunicado” de alguma coisa.
Assim: Já foi informado (cientificado, avisado) da decisão. Outra forma errada:
A diretoria “comunicou” os empregados da decisão. Opções corretas: A diretoria
comunicou a decisão aos empregados. / A decisão foi comunicada aos empregados.
83 – Venha “por” a roupa. Pôr,
verbo, tem acento diferencial: Venha pôr a roupa. O mesmo ocorre com pôde
(passado): Não pôde vir. Veja outros: fôrma, pêlo e pêlos (cabelo, cabelos),
pára (verbo parar), péla (bola ou verbo pelar), pélo (verbo pelar), pólo e
pólos. Perderam o sinal, no entanto: Ele, toda, ovo, selo, almoço, etc.
84 – “Inflingiu” o
regulamento. Infringir é que significa transgredir: Infringiu o regulamento.
Infligir (e não “inflingir”) significa impor: Infligiu séria punição ao réu.
85 – A modelo “pousou” o dia
todo. Modelo posa (de pose). Quem pousa é ave, avião, viajante, etc. Não
confunda também iminente (prestes a acontecer) com eminente (ilustre). Nem
tráfico (contrabando) com tráfego (trânsito).
86 – Espero que “viagem” hoje.
Viagem, com g, é o substantivo: Minha viagem. A forma verbal é viajem (de
viajar): Espero que viajem hoje. Evite também “comprimentar” alguém: de
cumprimento (saudação), só pode resultar cumprimentar. Comprimento é extensão.
Igualmente: Comprido (extenso) e cumprido (concretizado).
87 – O pai “sequer” foi
avisado. Sequer deve ser usado com negativa: O pai nem sequer foi avisado. /
Não disse sequer o que pretendia. / Partiu sem sequer nos avisar.
88 – Comprou uma TV “a cores”.
Veja o correto: Comprou uma TV em cores (não se diz TV “a” preto e branco). Da
mesma forma: Transmissão em cores, desenho em cores.
89 – “Causou-me” estranheza as
palavras. Use o certo: Causaram-me estranheza as palavras. Cuidado, pois é
comum o erro de concordância quando o verbo está antes do sujeito. Veja outro
exemplo: Foram iniciadas esta noite as obras (e não “foi iniciado” esta noite
as obras).
90 – A realidade das pessoas
“podem” mudar. Cuidado: palavra próxima ao verbo não deve influir na
concordância. Por isso : A realidade das pessoas pode mudar. / A troca de
agressões entre os funcionários foi punida (e não “foram punidas”).
91 – O fato passou
“desapercebido”. Na verdade, o fato passou despercebido, não foi notado.
Desapercebido significa desprevenido.
92 – “Haja visto” seu empenho…
A expressão é haja vista e não varia: Haja vista seu empenho. / Haja vista seus
esforços. / Haja vista suas críticas.
93 – A moça “que ele gosta”.
Como se gosta de, o certo é: A moça de que ele gosta. Igualmente: O dinheiro de
que dispõe, o filme a que assistiu (e não que assistiu), a prova de que
participou, o amigo a que se referiu, etc.
94 – É hora “dele” chegar. Não
se deve fazer a contração da preposição com artigo ou pronome, nos casos
seguidos de infinitivo: É hora de ele chegar. / Apesar de o amigo tê-lo
convidado… / Depois de esses fatos terem ocorrido…
95 – Vou “consigo”. Consigo só
tem valor reflexivo (pensou consigo mesmo) e não pode substituir com você, com
o senhor. Portanto: Vou com você, vou com o senhor. Igualmente: Isto é para o
senhor (e não “para si”).
96 – Já “é” 8 horas. Horas e
as demais palavras que definem tempo variam: Já são 8 horas. / Já é (e não
“são”) 1 hora, já é meio-dia, já é meia-noite.
97 – A festa começa às 8
“hrs.”. As abreviaturas do sistema métrico decimal não têm plural nem ponto.
Assim: 8 h, 2 km (e não “kms.”), 5 m, 10 kg.
98 – “Dado” os índices das
pesquisas… A concordância é normal: Dados os índices das pesquisas… / Dado o
resultado… / Dadas as suas idéias…
99 – Ficou “sobre” a mira do
assaltante. Sob é que significa debaixo de: Ficou sob a mira do assaltante. /
Escondeu-se sob a cama. Sobre equivale a em cima de ou a respeito de: Estava
sobre o telhado. / Falou sobre a inflação. E lembre-se: O animal ou o piano têm
cauda e o doce, calda. Da mesma forma, alguém traz alguma coisa e alguém vai
para trás.
100 – “Ao meu ver”. Não existe
artigo nessas expressões: A meu ver, a seu ver, a nosso ver.
Fonte:
http://www.culturatura.com.br/
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