Autor: Alberto Filho
Ensinar e Aprender Brincando é Possível: É impressionante como as coisas mais simples são verdadeiras e importantes. Veja a seguir uma atividade absurdamente simples que pode fazer com que seu filho ou aluno veja com outros olhos o hábito da leitura.
E se as crianças pudessem ler para os adultos, o que aconteceria...?
É uma atividade que vai estimular, firmar, ou mesmo fazer com que a criança ou aluno de 4 a 12 anos, ou mais, tome gosto de vez pela leitura.
O primeiro passo é conversar com a criança e descobrir seu gosto literário. Gosto literário aqui significa, saber de que tipo de assunto, ou história, ela mais gosta.
Feito isso, desafie ela à leitura. Isto é feito do seguinte modo: Primeiro leia você mesmo um livro, sobre o assunto do qual ela gosta. Deixe que ela veja você lendo. Se fizer isso discretamente, sem prévio aviso, será melhor ainda. Não tente chamar atenção para o fato de estar lendo, especialmente se você não tem o hábito de ler regularmente, pois ela pode perceber o artifício e estragar a tática.
Se o adulto é do tipo que gosta de ler e ela já sabe disso, então pode agir de forma natural. Ao ler o livro, procure demonstrar as emoções que sente a partir do que está lendo. Isto é, ria, faça comentários baixinho como se estivesse falando só, ou, se alguém estiver presente comente com essa pessoa, e assim por diante. Isso vai deixá-la bastante curiosa.
Ao perceber que vocês gostam da mesma coisa, ela vai receber uma enorme injeção de ânimo e sua autoconfiança e autoestima ganharão pontos preciosos. Imagine só, um adulto que gosta do mesmo que eu - pensará ela - e sem ninguém pedir para que ele fizesse isso!
Agora o segredo: Quando terminar de ler, não lhe ofereça o livrinho. Ao invés disso, coloque-o em lugar visível, converse com ela sobre outros assuntos, e finalmente sobre histórias do tema que ela prefere; então comente sobre o que acabou de ler.
Como isso é feito por partes, a pressa pode estragar tudo. Assim, em outra ocasião, diga que comprou um livro para ela ver. Ressalte, enfatize, que se trata de uma obra especial.
Importante: Em momento algum a obrigue a ler. Dê-lhe o livrinho e pronto. Pode ser que num primeiro contato ela apenas vá folhear as páginas para explorar o terreno onde vai pisar.
Eis algumas observações importantes. Isso é o que vai determinar o sucesso ou o fracasso do seu plano. Veja bem, não é "o que pode determinar", é "o que vai determinar".
Toda criança, com raras exceções, gosta de livrinhos com:
Assim, é chegado o momento de você agir. De posse do livro, após tê-lo folheado, use então o argumento mágico.
Durante a leitura, se quiser, você pode interromper para fazer algum comentário ou questionamento, sempre com relação a história. Também, antes de começar, diga-lhe que se tiver alguma dúvida sobre o significado das palavras, deve lhe perguntar.
Melhor ainda, use seu bom senso e faça comentários complementares sem que ela peça, ao menos sobre aqueles termos que você julgar mais apropriados, e até como uma forma de enriquecer o texto. É importante que você saiba de uma coisa: Ela só vai lhe fazer perguntas se confiar em você, ou se você tiver lhe dado autorização explicíta para fazer isso. Está feito então; ela está pronta e sem mais nenhuma inibição.
Finalmente, seja paciente e nunca a corrija; diga apenas que não entendeu direito algum parágrafo, etc. Nesse caso, você pode até pedir para que ela comente o que entendeu...
Pode ser que durante a leitura ela baixe um pouco a voz o que é normal. Peça, sem mandar, com muito humor e gentileza, que ela fale um pouco mais alto. Isso, só vai significar para ela que você está de fato interessado na leitura, e sua motivação aumentará ainda mais.
Ao perceber que ela está cansada, peça para fazer uma pausa. Os sintomas de cansaço são: mudança constante na posição do corpo, olhadas sutis para o lado, respiração inquieta, tentativa de deitar no chão, ou sofá, etc.
Por fim, comente com ela a história que foi lida. É provável que ela não tenha entendido bem o conto, já que apenas crianças maiores conseguem ler para os outros e prestar atenção no que estão lendo ao mesmo tempo.
Diga que a história foi muito boa, que você gostou, e lhe dê a sugestão de que ela deve ler sempre que estiver com vontade.
Mesmo que ela não aceite na hora, o que é mais provável, como regra, deixe o livro em local visível e acessível, e incite-a outras vezes para que leia, sem forçar ou exigir. Faça isso em tom de comentário.
É importante que você saiba que, ao pedir para ela ler, você lhe deu confiança; delegou a ela uma tarefa de gente grande, e gostou do que ela fez. Isso a faz se sentir importante. Melhor de tudo, essa é a impressão que ela terá de você a partir desse momento.
Os efeitos benéficos disso para sua personalidade são definitivos. Assim, a semente do hábito da leitura foi plantada de forma simples, natural, sem as pressões da obrigação, em clima de harmonia, como tudo que é verdadeiro deve ser.
Um último aviso: Peça que leia para você outras vezes. Dê-lhe mais livros, valorize e incentive a sugestão dela; acompanhe-a na hora de comprar ou escolher o livro. Use sua criatividade para usar essa mesma abordagem em sala de aula!
O primeiro passo é conversar com a criança e descobrir seu gosto literário. Gosto literário aqui significa, saber de que tipo de assunto, ou história, ela mais gosta.
Feito isso, desafie ela à leitura. Isto é feito do seguinte modo: Primeiro leia você mesmo um livro, sobre o assunto do qual ela gosta. Deixe que ela veja você lendo. Se fizer isso discretamente, sem prévio aviso, será melhor ainda. Não tente chamar atenção para o fato de estar lendo, especialmente se você não tem o hábito de ler regularmente, pois ela pode perceber o artifício e estragar a tática.
Se o adulto é do tipo que gosta de ler e ela já sabe disso, então pode agir de forma natural. Ao ler o livro, procure demonstrar as emoções que sente a partir do que está lendo. Isto é, ria, faça comentários baixinho como se estivesse falando só, ou, se alguém estiver presente comente com essa pessoa, e assim por diante. Isso vai deixá-la bastante curiosa.
Ao perceber que vocês gostam da mesma coisa, ela vai receber uma enorme injeção de ânimo e sua autoconfiança e autoestima ganharão pontos preciosos. Imagine só, um adulto que gosta do mesmo que eu - pensará ela - e sem ninguém pedir para que ele fizesse isso!
Agora o segredo: Quando terminar de ler, não lhe ofereça o livrinho. Ao invés disso, coloque-o em lugar visível, converse com ela sobre outros assuntos, e finalmente sobre histórias do tema que ela prefere; então comente sobre o que acabou de ler.
Como isso é feito por partes, a pressa pode estragar tudo. Assim, em outra ocasião, diga que comprou um livro para ela ver. Ressalte, enfatize, que se trata de uma obra especial.
Importante: Em momento algum a obrigue a ler. Dê-lhe o livrinho e pronto. Pode ser que num primeiro contato ela apenas vá folhear as páginas para explorar o terreno onde vai pisar.
Eis algumas observações importantes. Isso é o que vai determinar o sucesso ou o fracasso do seu plano. Veja bem, não é "o que pode determinar", é "o que vai determinar".
Toda criança, com raras exceções, gosta de livrinhos com:
- Ilustrações bem feitas. Tem que ser desenhos ou ilustrações. Elas acham fotografias deprimentes e sóbrias demais para seu mundo. Pode até ser uma fuga da realidade, mas é assim, e nesse momento não adianta entender o porquê. Saiba apenas que fotos para elas são menos interessantes que ilustrações.
- Os desenhos ou ilustrações devem refletir claramente o que está no texto que ela está lendo. Isso serve para que seja capaz de associar o texto com a ideia por trás do contexto, e com isso ela irá tentar criar uma imagem virtual, a cenografia de todo processo. São importantes as ilustrações, uma vez que servirão de sugestão para que ela crie as associações necessárias à construção desse cenário. Sozinha ela ainda é incapaz de fazer isso, uma vez que seu cérebro está na fase de construção das associações de palavras com imagens, coisa natural devido a sua pouca experiência de vida.
- Folhas com pouco texto.
- Texto claro, de preferência com palavras que ela já conheça (isso não é obrigatório).
- livro com poucas páginas; média de 15, para as crianças menores.
Assim, é chegado o momento de você agir. De posse do livro, após tê-lo folheado, use então o argumento mágico.
Peça para que ela Leia o Livrinho dela para você!
Ao fazer isso, demonstre que tem total confiança nela (isso se consegue com a entonação certa da voz, tom firme, normal, como se fosse a coisa mais natural do mundo, sem titubear). Diga também que tem interesse no livro. Nesse ponto, toda insegurança comum na criança, ao oferecer ou compartilhar alguma coisa com os adultos, tende a desaparecer.
Uma criança tende a se fortalecer psicologicamente ao sentir-se importante para o adulto...
Durante a leitura, se quiser, você pode interromper para fazer algum comentário ou questionamento, sempre com relação a história. Também, antes de começar, diga-lhe que se tiver alguma dúvida sobre o significado das palavras, deve lhe perguntar.
Melhor ainda, use seu bom senso e faça comentários complementares sem que ela peça, ao menos sobre aqueles termos que você julgar mais apropriados, e até como uma forma de enriquecer o texto. É importante que você saiba de uma coisa: Ela só vai lhe fazer perguntas se confiar em você, ou se você tiver lhe dado autorização explicíta para fazer isso. Está feito então; ela está pronta e sem mais nenhuma inibição.
Finalmente, seja paciente e nunca a corrija; diga apenas que não entendeu direito algum parágrafo, etc. Nesse caso, você pode até pedir para que ela comente o que entendeu...
Pode ser que durante a leitura ela baixe um pouco a voz o que é normal. Peça, sem mandar, com muito humor e gentileza, que ela fale um pouco mais alto. Isso, só vai significar para ela que você está de fato interessado na leitura, e sua motivação aumentará ainda mais.
Ao perceber que ela está cansada, peça para fazer uma pausa. Os sintomas de cansaço são: mudança constante na posição do corpo, olhadas sutis para o lado, respiração inquieta, tentativa de deitar no chão, ou sofá, etc.
Por fim, comente com ela a história que foi lida. É provável que ela não tenha entendido bem o conto, já que apenas crianças maiores conseguem ler para os outros e prestar atenção no que estão lendo ao mesmo tempo.
Diga que a história foi muito boa, que você gostou, e lhe dê a sugestão de que ela deve ler sempre que estiver com vontade.
Mesmo que ela não aceite na hora, o que é mais provável, como regra, deixe o livro em local visível e acessível, e incite-a outras vezes para que leia, sem forçar ou exigir. Faça isso em tom de comentário.
É importante que você saiba que, ao pedir para ela ler, você lhe deu confiança; delegou a ela uma tarefa de gente grande, e gostou do que ela fez. Isso a faz se sentir importante. Melhor de tudo, essa é a impressão que ela terá de você a partir desse momento.
Os efeitos benéficos disso para sua personalidade são definitivos. Assim, a semente do hábito da leitura foi plantada de forma simples, natural, sem as pressões da obrigação, em clima de harmonia, como tudo que é verdadeiro deve ser.
Um último aviso: Peça que leia para você outras vezes. Dê-lhe mais livros, valorize e incentive a sugestão dela; acompanhe-a na hora de comprar ou escolher o livro. Use sua criatividade para usar essa mesma abordagem em sala de aula!
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