sexta-feira, 12 de junho de 2015




Trem de ferro 
(Manuel Bandeira)

Café com pão
Café com pão
Café com pão

Virge Maria que foi isto maquinista?

Agora sim
Café com pão
Agora sim
Voa, fumaça
Corre, cerca
Ai seo foguista
Bota fogo
Na fornalha
Que eu preciso
Muita força
Muita força
Muita força

Oô...
Foge, bicho
Foge, povo
Passa ponte
Passa poste
Passa pasto
Passa boi
Passa boiada
Passa galho
De ingazeira
Debruçada
No riacho
Que vontade
De cantar!

Oô...
Quando me prendero
No canaviá
Cada pé de cana
Era um oficiá
Oô...
Menina bonita
Do vestido verde
Me dá tua boca
Pra matá minha sede
Oô...
Vou mimbora vou mimbora
Não gosto daqui
Nasci no sertão
Sou de Ouricuri
Oô...
Vou depressa
Vou correndo
Vou na toda
Que só levo
Pouca gente
Pouca gente
Pouca gente...


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Texto 3
Trem sujo da Leopoldina 
(Solano Trindade)

Trem sujo da Leopoldina
Correndo correndo
Parece dizer
Tem gente com fome
Tem gente com fome
Tem gente com fome

Piiiiii
Estação de Caxias
De novo a dizer
De novo a correr
Tem gente com fome
Tem gente com fome

Tem gente com fome

Vigário Geral
Lucas
Cordovil
Brás de Pina
Penha Circular
Estação da Penha
Olaria
Ramos
Bom Sucesso

Carlos Chagas
Triagem, Mauá
Trem sujo da Leopoldina
Correndo correndo
Parece dizer

Tem gente com fome
Tem gente com fome
Tem gente com fome

Tantas caras tristes
Querendo chegar
Em algum destino
Em algum lugar

Trem sujo da Leopoldina
Correndo correndo
Parece dizer
Tem gente com fome
Tem gente com fome
Tem gente com fome

Só nas estações
Quando vai parando
Lentamente começa a dizer
Se tem gente com fome
Dá de comer
Se tem gente com fome
Dá de comer

Se tem gente com fome
Dá de comer
Mas o freio de ar
Todo autoritário manda o trem calar
Psiuuuuuuuuu.
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1. Há versos, nos dois poemas, que repetem palavras imitando o ritmo do trem. São elas:
a) “ Café com pão” / “Tem gente com fome”.             
b) ‘Vou mimbora vou mimbora / “Só nas estações”.
c) “Virge Maria que foi isto maquinista?” / “Trem sujo da Leopoldina”.       
d) “Nasci no sertão” / “Só nas estações”.

2. No texto 1, a linguagem coloquial é muito utilizada. São exemplos de linguagem coloquial os versos:
a) “Café com pão” / “Café com pão”.              b) “Quando me prendero” / “No canaviá”
c) “Agora sim” / “Voa, fumaça”.                   d) “Muita força” / “Muita força”.

3. No texto 1, os versos que mostram a velocidade do trem em movimento são:
a) “Virge Maria que foi isto maquinista?”.                                              
b) “Agora sim / Café com pão”.
c) “Passa ponte / Passa poste / Passa pasto / Passa boi / Passa boiada”.    
d) “Cada pé de cana / Era um oficiá”.

4. No texto 2, o trem começa a diminuir sua velocidade até parar definitivamente. O verso que indica essa ação é:
a) “Trem sujo da Leopoldina”.                       b) “Tem gente com fome”.
c) “Psiuuuuuuuuu”.                                        d) “Correndo correndo”.

5. No texto 2, o poeta reproduziu o som do apito do trem. Esta figura de linguagem que procura reproduzir sons e ruídos de coisas, pessoas ou animais chama-se onomatopeia. Um exemplo de onomatopeia encontra-se no verso:
a) “Trem sujo da Leopoldina”.         b) “Tem gente com fome”.
c) “Correndo correndo”.                  d) “Piiiiii”.

6. No texto 3, os passageiros do trem são:
a) alegres.         b) tristes.        c) satisfeitos.       d) felizes.

7. “TODO autoritário manda o trem calar.” (Texto 3)
A frase em que a palavra sublinhada possui o mesmo sentido da palavra destacada acima é:
a) Tomei todo o leite.     b) Acabei Todo o trabalho.    c) Todo menino tem amigos.    d) Comi todo o feijão.

Texto 4

            Tal qual uma lenda, a obra surrealista emociona por meio de imagens fantásticas, totalmente irreais. A presença do imaginário – dos sonhos e devaneios – é parte essencial das composições.
            Tarsila do Amaral, Cícero Dias, Ismael Nery são alguns dos artistas brasileiros que pintaram obras surrealistas.
[...]
            Enquanto existirem seres pensantes em nosso planeta, as histórias sobre seres fantásticos continuarão sendo repetidas de geração em geração. Histórias que desafiam nossa imaginação, às vezes nos divertindo, às vezes nos assustando, que vivem e são misteriosamente mantidas vivas pelo povo, esteja ele nas florestas ou nas esquinas das cidades.
            E assim, os pintores, escritores, contadores de histórias, músicos e poetas sempre poderão buscar fontes e caminhos para a sua arte nas lendas e personagens do imaginário popular.
ROSA, Nereide Schilaro Santa. Lendas e personagens.

8. Segundo o texto, as lendas e as obras surrealistas têm em comum
a) a presença do imaginário.                                 b) os pintores e os escritores.
c) os florestas e as esquinas das cidades.            d) a parte essencial das composições.

9. Segundo o texto, as histórias sobre seres fantásticos serão mantidas vivas
a) com os pintores escritores, contadores de histórias, músicos e poetas.
b) enquanto existirem seres pensantes em nosso planeta.
c) nas florestas e nas esquinas das cidades.
d) nas fontes e nos caminhos.

10. Na frase “Histórias que desafiam nossa imaginação, às vezes nos divertindo, às vezes nos assustando, que vivem e são misteriosamente mantidas vivas pelo povo...”, o adjetivo em destaque refere-se
a) às histórias.        b) à imaginação.         c) à mantidas.        d) às vezes.

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