Turistas Gigantes
Muito
antes dos portugueses chegarem ao Brasil e dos povos indígenas
habitarem a nossa terra, as baleias-jubarte, verdadeiros gigantes
marinhos, já visitavam, anualmente, o litoral brasileiro, mais
especificamente a região de Abrolhos, no sul da Bahia, para acasalar e
ter seus filhotes. Acontece que desde o século XVII, as jubarte foram
muito caçadas e hoje restam cerca de 15% da população original,
calculada em 300 mil baleias.
No Brasil Colonial, as jubarte eram abatidas de forma artesanal.
Relatos históricos contam que vários pescadores saíam em pequenas
embarcações, munidos de simples arpões e de muita coragem. Quando
conseguiam atingir seu alvo eram, muitas vezes, arrastados pela força
desses mamíferos gigantes. As baleias eram abatidas por causa de sua
banha, que resultava num óleo muito utilizado para a iluminação das
casas e das ruas. Além disso, o óleo também era utilizado para dar liga a
uma espécie de massa usada na construção das casas. Até hoje você pode
ver casas construídas com argamassa de baleia, em cidades históricas
como Caravelas, na Bahia, ou Parati, no litoral do Rio de Janeiro. A
carne não era apreciada pelos brasileiros e, por isso, costumava ser
descartada.
No
início do século XIX os equipamentos de pesca começaram a ser
aperfeiçoados até chegar ao século XX com grandes barcos a motor,
chamados de navios-fábrica, e arpões explosivos, que possibilitavam a
morte de muitas baleias em um só dia. Felizmente, naquela época, a pesca
da baleia diminuiu no Brasil porque a descoberta da energia elétrica e a
utilização de produtos como o cimento acabaram com a necessidade do
óleo da baleia. Outros países, no entanto, consumidores de carne de
baleia, continuavam a caçar a todo vapor. Em 1931, somente na estação de
caça, 30 mil baleias-azuis foram mortas. Em 1986, a Comissão Baleeira Internacional
(CBI) declarou uma moratória (parada obrigatória) de caça de baleias
por tempo indeterminado e, em 1987, a pesca de qualquer tipo de baleia
foi proibida em território brasileiro. Acontece que, mesmo com as
proibições, alguns países como Japão, Noruega e Islândia continuam, até
hoje, suas atividades predatórias, sem se importar com o fato de que
todos os tipos de baleia se encontram, atualmente, na lista de animais
ameaçados de extinção.
Fonte: Revista Zá. Ano IV no. 3
QUESTÕES:
1. a. O texto lido foi publicado em uma revista que costuma abordar assuntos curiosos e interessantes e tem como título “Turistas Gigantes”. Em sua opinião, por que o texto tem esse título?
b. Se você tivesse que dar outro título para o texto, qual você daria?
2.
No Brasil colonial as baleias Jubarte eram abatidas por causa de sua
banha. De que formas o óleo resultante da banha das baleias era
utilizado naquela época?
3. Releia o trecho retirado do texto:
“Em 1931, somente na estação de caça, 30 mil baleias-azuis foram mortas. Em 1986, a Comissão Baleeira Internacional
(CBI) declarou uma moratória (parada obrigatória) de caça de baleias
por tempo indeterminado e, em 1987, a pesca de qualquer tipo de baleia
foi proibida em território brasileiro.”
Agora responda:
a. O que é CBI?
b. O que é moratória?
4. Apenas as baleia jubarte estão em extinção? Copie a seguir um pequeno trecho do texto que justifique sua resposta.
A
mãe estava na sala, costurando. O menino abriu a porta da rua, meio
ressabiado, arriscou um passo para dentro e mediu cautelosamente à
distância. Como a mãe não se voltasse para vê-lo, deu uma corridinha na
direção de seu quarto.
- Meu filho? – gritou ela.
- O que é? – respondeu, com ar mais natural que lhe foi possível.
- Que é que está carregando aí?
Como podia ter visto alguma coisa, se nem levantara a cabeça? Sentindo-se perdido, tentou ganhar tempo:
- Eu? Nada...
- Está sim. Você entrou carregando uma coisa.
Pronto:
estava descoberto. Não adiantava negar, o jeito era procurar comovê-la.
Veio caminhando desconsolado até a sala, mostrou à mãe o que estava
carregando:
- Olha aí, mamãe: é um filhote...
Seus olhos súplices aguardavam a decisão.
- Um filhote? Onde é que você arranjou isso?
- Achei na rua. Tão bonitinho, não é, mamãe?
Sabia que não adiantava: ela já chamava o filhote de ISSO. Insistiu ainda:
- Deve estar com fome, olha a carinha que ele faz.
- Trate de levar embora esse cachorro agora mesmo!
- Ah! Mamãe... – já compondo cara de choro.
-
Tem dez minutos para botar esse bicho na rua. Já disse que não quero
animais aqui em casa. Tanta coisa para cuidar, Deus me livre de ainda
inventar uma amolação dessas.
O
menino tentou enxugar uma lágrima, não havia lágrima. Voltou para o
quarto emburrado: a gente também não tem nenhum direito nessa casa –
pensava. Um dia ainda faço um estrago louco. Meu único amigo, enxotado
dessa maneira!
- Que diabo também, nessa casa tudo é proibido! – gritou lá do quarto, e ficou esperando a reação da mãe.
- Dez minutos! – repetiu ela, com firmeza.
- Todo mundo tem cachorro, só eu que não tenho.
- Você não é todo mundo.
- Também, de hoje em diante eu não estudo mais, não vou mais ao colégio, não faço mais nada.
- Veremos – limitou-se a mãe, de novo distraída com a costura.
- A senhora é ruim mesmo, não tem coração.
- Sua alma, sua palma.
Conhecia
bem a mãe, sabia que não havia apelo: tinha dez minutos para brincar,
com seu novo amigo, e depois... Ao fim de dez minutos, a voz da mãe,
inexorável:
- Vamos, chega! Leva esse cachorro embora.
- Ah, mamãe deixa! – choramingou ainda.
- Meu melhor amigo, não tenho mais ninguém nessa vida...
- E eu? Que bobagem é essa, você não tem a sua mãe?
- Mãe e cachorro não é a mesma coisa.
- Deixa de conversa: obedece a sua mãe.
Ele
saiu, e seus olhos prometiam vingança. A mãe chegou a se preocupar:
meninos nessa idade, uma injustiça praticada e eles perdem a cabeça, um
recalque, complexos, essa coisa toda...
Meia hora depois, o menino voltava da rua, radiante:
- Pronto, mamãe!
E lhe exibia uma nota de vinte e uma de dez: havia vendido seu melhor amigo por trinta dinheiros.
- Eu devia ter pedido cinqüenta, tenho certeza de que ele dava – murmurou pensativo.
Fonte: “A Vitória da Infância” - Fernando Sabino - Editora Ática
QUESTÕES:
1.Por que o menino pensou que a mãe não tinha visto o que ele carregava?
2.Copie do texto duas frases que o menino utilizou para emocionar sua mãe e assim convencê-la a ficar com o cachorrinho.
3.Quando
o menino saiu de casa, sua mãe ficou preocupada por ter sido tão
rigorosa e pensou que o fato de ter mandado o cachorro embora poderia
trazer conseqüências mais graves, pois seu filho ficaria muito triste.
Essas preocupações da mãe se confirmaram? Por quê?
4.Releia o título do texto:
O melhor amigo
Agora responda à seguinte questão: O autor do texto escolheu esse título porque:
a. ( ) O cachorro é o melhor amigo do homem.
b. ( ) O menino era o melhor amigo do cachorro.
c. ( ) No final do texto percebe-se que o menino não era tão amigo assim do cachorro.
d. ( ) O menino tinha muitos amigos.
5. Releia o trecho:
“Como poderia ter visto alguma coisa, se nem levantara a cabeça?”
Essa pergunta foi feita pelo filho para:
a. ( ) A mãe.
b. ( ) O leitor.
c. ( ) Ele mesmo.
d. ( ) O cachorro.
6. Releia o trecho:
Pronto: estava descoberto. Não adiantava negar, o jeito era procurar comovê-la. Veio caminhando desconsolado até a sala, mostrou à mãe o que estava carregando:
a. O que a palavra grifada significa?
b. Quem o filho queria comover?
7. Releia o trecho:
- Também, de hoje em diante eu não estudo mais, não vou mais ao colégio, não faço mais nada.
- Veremos – limitou-se a mãe, de novo distraída com a costura.
- A senhora é ruim mesmo, não tem coração.
- Sua alma, sua palma.
A expressão grifada significa que:
a. ( ) A escolha é do filho, mas se ele teimar em tomar essa atitude terá que se responsabilizar pelas conseqüências.
b. ( ) Examinando sua palma podemos saber como é sua alma.
c. ( ) A mãe pouco se importa com as atitudes do filho.
d. ( ) O filho levaria umas palmadas.
8. Releia o trecho:
“E lhe exibia uma nota de vinte e uma de dez : havia vendido seu melhor amigo por trinta dinheiros” .
Para que servem os dois pontos ( : ) utilizados pelo autor do texto nesse trecho?
a. ( ) Para que o leitor descanse enquanto lê.
b. ( ) Para anunciar que, em seguida, algum personagem irá falar.
c. ( ) Para não ter que usar sempre a vírgula.
d. ( ) Para explicar ao leitor como o menino conseguira o dinheiro.
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