A onça doente
A onça caiu da __________ e por muitos dias esteve de cama seriamente enferma. E como não ___________ caçar, padecia __________ das negras.
Em tais apuros imaginou um plano.
— Comadre irara — disse ela —, _________ o mundo e diga à bicharada que estou à morte e exijo que venham visitar-me.
A irara partiu, deu o recado e os animais, um a um, principiaram a __________ a onça.
Vem o veado, vem a __________, vem a cotia, vem o porco-do- mato.
Veio __________ o jabuti.
Mas o finório jabuti, antes de penetrar na toca, teve a lembrança de _________ para o chão. Viu na poeira só rastros entrantes, não viu nenhum _________ sainte e desconfiou:
— Hum!... Parece que nesta casa quem __________ não sai.
O melhor em vez de visitar a nossa querida onça doente, é ir rezar por ela...
E foi o ________ que se ______
@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@
O PRIMEIRO PÊLO
Elias, aquele pedacinho de gente, com a cara mais atrevida deste mundo, plantou-se diante do pai, que lia o jornal.
- Pai, eu já sou um homem!
Como o pai não desse sinal de ter ouvido, repetiu:
- Pai, eu já sou um homem!
- Você sempre foi, meu filho. Desde que nasceu – respondeu, afinal o pai.
- Isso eu sei. Quero dizer, agora já sou grande.
- Não me parece que você tenha crescido muito de ontem para hoje ... – disse o pai, olhando o garoto de alto a baixo.
- É que eu sou ... eu sou ...
- Já sei. Você quer dizer que se tornou adulto.
- É, é isso mesmo.
- E por que o senhor meu filho acha que se tornou adulto de ontem para hoje?
- O senhor está vendo aqui? – E apontava um pontinho preto no queixo. – Está vendo?
- Não vejo nada. Venha mais perto. Ahnn! Será que estou vendo um pelinho aí?
- É o meu fio de barba, pai. Eu já sou um homem.
- Ora, meu filho! É apenas um fio, e um fio não faz uma barba toda. Aliás, lembra-se de sua avó, minha mãe? A vovó tinha uma verruguinha no queixo e três fios de barba. Veja bem: três fios. Nem por isso ela dizia que era homem!
- Mas eu já sou um adul... Isso que o senhor disse. Por isso, preciso de aumento de mesada, quero chegar tarde em casa e levar a chave da porta.
- É uma pena, é uma pena ... lamentou o pai, balançando a cabeça.
- Pena porque ia dar-lhe um presente agora que você completa doze anos. Mas ... Preciso mudar de presente.
- Mudar, pai?
- Claro, quando você era menino, ia ganhar uma bicicleta dessas que você sempre quis. Mas, sendo um homem, vou dar a você um aparelho de barba.
O garoto apoiou-se num pé, depois no outro, profundamente pensativo. Ah! Ia perder aquela sonhada bicicleta! Resolveu:
- Pai, vamos fazer uma coisa. Eu deixo pra ficar homem mais tarde e o senhor me dá a bicicleta, certo?
- Certo – concordou o pai. – E peça à sua mãe para tirar esse pelinho daí com uma pinça. Não fica bem um menino com barba de homem.
Mário Donato
1. Exploração do texto – Você deverá copiar as perguntas em seu caderno e respondê-las. Capriche.
1) O texto conta uma conversa entre duas pessoas. Quais são elas?
2) Para afirmar que já é um homem, Elias dirige-se ao pai com segurança, com humildade ou com medo? Justifique com citações do texto.
3) Ao responder que o filho era homem desde que nasceu, o pai referia-se ao aspecto físico, psicológico ou social?
4) Por que Elias achava que já era adulto?
5) O fato de ser adulto, segundo Elias, dava-lhe alguns direitos. Quais?
6) Por que Elias resolveu “deixar para ficar homem mais tarde”?
2. Extrapolação do texto
1) Elias achava que já era adulto porque tinha nascido um pelinho de barba. E para você, o que é ser adulto?
2) O que você pensa do procedimento de Elias? Você concorda? Se você fosse Elias, teria agido do mesmo jeito?
3) O que você pensa dos adultos? O que eles fazem que lhe agrada? O que eles fazem que não lhe agrada?
4) Você tem vontade de ser adulto? Por quê?
Elias, aquele pedacinho de gente, com a cara mais atrevida deste mundo, plantou-se diante do pai, que lia o jornal.
- Pai, eu já sou um homem!
Como o pai não desse sinal de ter ouvido, repetiu:
- Pai, eu já sou um homem!
- Você sempre foi, meu filho. Desde que nasceu – respondeu, afinal o pai.
- Isso eu sei. Quero dizer, agora já sou grande.
- Não me parece que você tenha crescido muito de ontem para hoje ... – disse o pai, olhando o garoto de alto a baixo.
- É que eu sou ... eu sou ...
- Já sei. Você quer dizer que se tornou adulto.
- É, é isso mesmo.
- E por que o senhor meu filho acha que se tornou adulto de ontem para hoje?
- O senhor está vendo aqui? – E apontava um pontinho preto no queixo. – Está vendo?
- Não vejo nada. Venha mais perto. Ahnn! Será que estou vendo um pelinho aí?
- É o meu fio de barba, pai. Eu já sou um homem.
- Ora, meu filho! É apenas um fio, e um fio não faz uma barba toda. Aliás, lembra-se de sua avó, minha mãe? A vovó tinha uma verruguinha no queixo e três fios de barba. Veja bem: três fios. Nem por isso ela dizia que era homem!
- Mas eu já sou um adul... Isso que o senhor disse. Por isso, preciso de aumento de mesada, quero chegar tarde em casa e levar a chave da porta.
- É uma pena, é uma pena ... lamentou o pai, balançando a cabeça.
- Pena porque ia dar-lhe um presente agora que você completa doze anos. Mas ... Preciso mudar de presente.
- Mudar, pai?
- Claro, quando você era menino, ia ganhar uma bicicleta dessas que você sempre quis. Mas, sendo um homem, vou dar a você um aparelho de barba.
O garoto apoiou-se num pé, depois no outro, profundamente pensativo. Ah! Ia perder aquela sonhada bicicleta! Resolveu:
- Pai, vamos fazer uma coisa. Eu deixo pra ficar homem mais tarde e o senhor me dá a bicicleta, certo?
- Certo – concordou o pai. – E peça à sua mãe para tirar esse pelinho daí com uma pinça. Não fica bem um menino com barba de homem.
Mário Donato
1. Exploração do texto – Você deverá copiar as perguntas em seu caderno e respondê-las. Capriche.
1) O texto conta uma conversa entre duas pessoas. Quais são elas?
2) Para afirmar que já é um homem, Elias dirige-se ao pai com segurança, com humildade ou com medo? Justifique com citações do texto.
3) Ao responder que o filho era homem desde que nasceu, o pai referia-se ao aspecto físico, psicológico ou social?
4) Por que Elias achava que já era adulto?
5) O fato de ser adulto, segundo Elias, dava-lhe alguns direitos. Quais?
6) Por que Elias resolveu “deixar para ficar homem mais tarde”?
2. Extrapolação do texto
1) Elias achava que já era adulto porque tinha nascido um pelinho de barba. E para você, o que é ser adulto?
2) O que você pensa do procedimento de Elias? Você concorda? Se você fosse Elias, teria agido do mesmo jeito?
3) O que você pensa dos adultos? O que eles fazem que lhe agrada? O que eles fazem que não lhe agrada?
4) Você tem vontade de ser adulto? Por quê?
Por que o girassol gira com a luz do
Sol?
Esse movimento permite à flor capturar mais luz para realizar a fotossíntese
Por: Roberto Lourenço Esteves, Departamento de Biologia Vegetal, Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Publicado em 22/04/2006 | Atualizado em 02/08/2010
Antigamente, um dos quesitos que diferenciava o reino animal do vegetal era a presença de movimento. Assim: caso se mexesse por iniciativa própria, era animal; se não se mexesse, vegetal. Essa forma de diferenciação foi abandonada porque hoje sabemos que muitas plantas são capazes de se movimentar inteiramente ou apenas algumas de suas estruturas, como as folhas e as flores. Um exemplo bem bonito desse bailado é o que faz a flor do girassol. O girassol se mexe estimulado pela luz solar. Esse fenômeno é chamado heliotropismo ou rastreamento solar, o que significa dizer: orientado pelo curso do Sol. O fenômeno é classificado como positivo quando o vegetal busca a luz e negativo quando foge dela. No caso do girassol, você já deve ter notado, é positivo. Para ele, quanto mais luz melhor!
Só tem um detalhe, girassol é flor e flor não faz fotossíntese. Então, por que essa planta se movimenta em busca da luz solar? Pois bem: o girassol não é apenas uma flor, mas a união de várias flores, cujo conjunto recebe o nome de capítulo. Essas flores são sustentadas por um cabo (ou pedúnculo) e este sim é o responsável pelo movimento do girassol. Numa plantação de girassóis, à medida que o sol segue seu curso, do nascimento até se pôr, vemos a flor se movimentar. Agora sabemos que é o pedúnculo que está seguindo na direção dos raios solares. Ele é quem precisa da luz para melhor aproveitar a energia na realização da fotossíntese, além de suas folhas. Esse movimento é temporário e reversível: quando cessa a luz do sol, a planta volta à sua posição original porque suas células deixam de receber o estímulo luminoso que provoca o movimento. Com esse fenômeno, o girassol assegura a maturação dos frutos, que vão gerar novas plantas. Assim como o girassol, outras plantas se movimentam de maneira diferente e por estímulos também diversos. A “dormideira”, por exemplo, se fecha quando é estimulada pelo toque. Mas esta é outra conversa... Preste mais atenção nas plantas. Você vai se surpreender!
Roberto Lourenço Esteves,
Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes,
Departamento de Biologia Vegetal,
Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
1- Responda:
a) Quem é o autor do texto?
b) Onde o texto foi publicado originalmente?
c) De acordo com o texto acima, o que significa capítulo?
d) No texto, aparece a palavra fotossíntese, assunto que estudamos durante esse ano. Escreva o que você lembra sobre isto.
2) Marque as respostas corretas com um X:
O girassol:
( ) é um vegetal ( ) é um animal
( ) é capaz de se movimentar ( ) não é capaz de se movimentar
( ) é apenas uma flor ( ) é a união de várias flores
3) Complete as frases de acordo com o texto:
a) O __________________ é o responsável pelo movimento do girassol.
b) Heliotropismo ________________ é o movimento da planta em busca do Sol.
c) Heliotropismo ________________ é o movimento da planta para fugir do Sol.
4) Substitua as palavras em destaque pelo pronome adequado: (eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas.)
a) O girassol procura o Sol.
b) As flores são sustentadas pelo pedúnculo.
c) – Quanto mais luz, melhor! – disse o girassol.
5) Sublinhe no texto a explicação da palavra “pendúculo”.
6) Pinte de amarelo no texto, a explicação para “rastreamento solar”.
6) Assinale a resposta correta.
a) A diretora deu-lhe uma pasta.
O pronome “lhe” refere-se a:
( ) eu ( )tu () ele/ela ( ) nós () vós ( ) eles/elas
b) Isis estudou comigo.
O pronome “comigo” refere-se a:
( ) com eu ( ) com tu ( ) com ele/ela
c) Paula chegou conosco.
O pronome “conosco” refere-se a:
( ) com nós ( ) com vós
d) João e Marcela a abraçaram.
O pronome “a” refere-se a:
() eu () tu () ela
Texto 2
Girassóis
Girassóis Girassóis Para a sorte
Olham para Adoram De todos
O sol O sol Nós,
Em busca Porque ele Existem
De luz. Os seduz. Os girassóis.
Lalau, Girassóis. São Paulo: Companhia da Letrinhas, 2007. p.6
1) Pinte de amarelo, todos os verbos que aparecem no texto acima.
2) Reescreva, no verso da folha, o texto “Girassóis”, no singular.
3) Que tipo de substantivo é a palavra girassol?
( )concreto ( )abstrato ( )simples ( )composto
4) Sublinhe o sujeito nas frases abaixo e circule o predicado:
a) Ana e Larissa foram assistir ao show do Luan Santana.
b) Luis adora escutar a música “Girassol”.
c) O quadro Girassóis, de Van Gogh, é muito valioso.
...“Como eu sou um girassol, você é meu sol!”...
Esse movimento permite à flor capturar mais luz para realizar a fotossíntese
Por: Roberto Lourenço Esteves, Departamento de Biologia Vegetal, Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Publicado em 22/04/2006 | Atualizado em 02/08/2010
Antigamente, um dos quesitos que diferenciava o reino animal do vegetal era a presença de movimento. Assim: caso se mexesse por iniciativa própria, era animal; se não se mexesse, vegetal. Essa forma de diferenciação foi abandonada porque hoje sabemos que muitas plantas são capazes de se movimentar inteiramente ou apenas algumas de suas estruturas, como as folhas e as flores. Um exemplo bem bonito desse bailado é o que faz a flor do girassol. O girassol se mexe estimulado pela luz solar. Esse fenômeno é chamado heliotropismo ou rastreamento solar, o que significa dizer: orientado pelo curso do Sol. O fenômeno é classificado como positivo quando o vegetal busca a luz e negativo quando foge dela. No caso do girassol, você já deve ter notado, é positivo. Para ele, quanto mais luz melhor!
Só tem um detalhe, girassol é flor e flor não faz fotossíntese. Então, por que essa planta se movimenta em busca da luz solar? Pois bem: o girassol não é apenas uma flor, mas a união de várias flores, cujo conjunto recebe o nome de capítulo. Essas flores são sustentadas por um cabo (ou pedúnculo) e este sim é o responsável pelo movimento do girassol. Numa plantação de girassóis, à medida que o sol segue seu curso, do nascimento até se pôr, vemos a flor se movimentar. Agora sabemos que é o pedúnculo que está seguindo na direção dos raios solares. Ele é quem precisa da luz para melhor aproveitar a energia na realização da fotossíntese, além de suas folhas. Esse movimento é temporário e reversível: quando cessa a luz do sol, a planta volta à sua posição original porque suas células deixam de receber o estímulo luminoso que provoca o movimento. Com esse fenômeno, o girassol assegura a maturação dos frutos, que vão gerar novas plantas. Assim como o girassol, outras plantas se movimentam de maneira diferente e por estímulos também diversos. A “dormideira”, por exemplo, se fecha quando é estimulada pelo toque. Mas esta é outra conversa... Preste mais atenção nas plantas. Você vai se surpreender!
Roberto Lourenço Esteves,
Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes,
Departamento de Biologia Vegetal,
Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
1- Responda:
a) Quem é o autor do texto?
b) Onde o texto foi publicado originalmente?
c) De acordo com o texto acima, o que significa capítulo?
d) No texto, aparece a palavra fotossíntese, assunto que estudamos durante esse ano. Escreva o que você lembra sobre isto.
2) Marque as respostas corretas com um X:
O girassol:
( ) é um vegetal ( ) é um animal
( ) é capaz de se movimentar ( ) não é capaz de se movimentar
( ) é apenas uma flor ( ) é a união de várias flores
3) Complete as frases de acordo com o texto:
a) O __________________ é o responsável pelo movimento do girassol.
b) Heliotropismo ________________ é o movimento da planta em busca do Sol.
c) Heliotropismo ________________ é o movimento da planta para fugir do Sol.
4) Substitua as palavras em destaque pelo pronome adequado: (eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas.)
a) O girassol procura o Sol.
b) As flores são sustentadas pelo pedúnculo.
c) – Quanto mais luz, melhor! – disse o girassol.
5) Sublinhe no texto a explicação da palavra “pendúculo”.
6) Pinte de amarelo no texto, a explicação para “rastreamento solar”.
6) Assinale a resposta correta.
a) A diretora deu-lhe uma pasta.
O pronome “lhe” refere-se a:
( ) eu ( )tu () ele/ela ( ) nós () vós ( ) eles/elas
b) Isis estudou comigo.
O pronome “comigo” refere-se a:
( ) com eu ( ) com tu ( ) com ele/ela
c) Paula chegou conosco.
O pronome “conosco” refere-se a:
( ) com nós ( ) com vós
d) João e Marcela a abraçaram.
O pronome “a” refere-se a:
() eu () tu () ela
Texto 2
Girassóis
Girassóis Girassóis Para a sorte
Olham para Adoram De todos
O sol O sol Nós,
Em busca Porque ele Existem
De luz. Os seduz. Os girassóis.
Lalau, Girassóis. São Paulo: Companhia da Letrinhas, 2007. p.6
1) Pinte de amarelo, todos os verbos que aparecem no texto acima.
2) Reescreva, no verso da folha, o texto “Girassóis”, no singular.
3) Que tipo de substantivo é a palavra girassol?
( )concreto ( )abstrato ( )simples ( )composto
4) Sublinhe o sujeito nas frases abaixo e circule o predicado:
a) Ana e Larissa foram assistir ao show do Luan Santana.
b) Luis adora escutar a música “Girassol”.
c) O quadro Girassóis, de Van Gogh, é muito valioso.
...“Como eu sou um girassol, você é meu sol!”...
29 de setembro de 2011
A descoberta do mundo
O que eu quero contar é tão delicado é tão delicado quanto a própria vida. E eu queria poder usar delicadeza que também tenho em mim, ao lado da grossura de camponesa que é o que me salva.
Quando criança, e depois adolescente, fui precoce em muitas coisas. Em sentir um ambiente, por exemplo, em aprender a atmosfera íntima de uma pessoa. Por outro lado, longe de precoce , estava em incrível atraso em relação a outras coisas importantes. Continuo aliás atrasada em muitos terrenos. Nada posso fazer: parece que há em mim um lado infantil que não cresce jamais.
Até mais que treze anos, por exemplo, eu estava em atraso quanto ao que os americanos chamam de fatos da vida. Essa expressão se refere à relação profunda de amor entre um homem e uma mulher, da qual nascem os filhos. Ou será que eu adivinhava mas turvava minha possibilidade de lucidez para poder, sem me escandalizar comigo mesmo, continuar em inocência a me enfeitar para os meninos? Enfeitar-me aos onze anos de idade consistia em lavar o rosto tantas vezes até que a pele esticada brilhasse. Eu me sentia pronta, então. Seria minha ignorância um modo sonso e inconsciente de me manter ingênua para poder continuar, sem culpa, a pensar nos meninos? Acredito que sim. Porque eu sempre soube coisas que nem eu mesma sei que sei.
As minhas colegas de ginásio sabiam de tudo e inclusive contavam anedotas a respeito. Eu não entendia mas fingia compreender para que elas não me desprezassem e à minha ignorância.
Enquanto isso, sem saber da realidade, continuava por puro instinto a flertar com os meninos que me agradavam, a pensar neles. Meu instinto precedera a minha inteligência.
Até que um dia, já passados os treze anos, como se só então eu me sentisse madura para receber alguma realidade que me chocasse, contei a uma amiga íntima o meu segredo: que eu era ignorante e fingira de sabida. Ela mal acreditou, tão bem eu havia fingido. Mas terminou sentindo minha sinceridade e ela própria encarregou-se ali mesmo na esquina de me esclarecer o mistério da vida. Só que também ela era um amenina e não soube falar de um modo que não ferisse a minha sensibilidade de então. Fiquei paralisada olhando para ela, misturando perplexidade, terror, indignação, inocência mortalmente ferida. Mentalmente eu gaguejava: mas por quê? Mas por quê? O choque foi tão grande – e por uns meses traumatizante – que ali mesmo na esquina jurei alto que nunca iria me casar.
Embora meses depois esquecesse o juramento e continuasse com meus pequenos namoros.
Depois, com o decorrer de mais tempo, em vez de me sentir escandalizada pelo modo como uma mulher e um homem se unem, passei a achar esse modo de uma grande perfeição. E também de grande delicadeza. Já então eu me transformara numa mocinha alta, pensativa, rebelde, tudo misturado a bastante selvageria e muita timidez.
Antes de me reconciliar com o processo da vida, no entanto, sofri muito, o que poderia ter sido evitado se um adulto responsável se tivesse encarregado de me contar como era o amo. Esse adulto saberia como lidar com uma alma infantil sem martirizá-la com a surpresa, sem obrigá-la a ter toda sozinha que se refazer para de novo aceitar a vida e os seus mistérios.
Porque o mais surpreendente é que, mesmo depois de saber de tudo, o mistério continua intacto. Embora eu saiba que de uma planta brotar um flor, continuo surpreendida com os caminhos secretos da natureza. E se continuo até hoje com pudor não é porque ache vergonhoso, é pudor apenas feminino.
Pois juro que a vida é bonita.
( Clarice Lispector. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro, Rocco. p. 113-115)
I- Compreensão e Interpretação de Texto
1.Como a narradora faz sua própria descrição?
2.Por que o título do texto é “A descoberta do mundo”? Explique?
3. De acordo com o contexto em que está inserido, a que a narradora-personagem se refere quando menciona “os fatos da vida”?
4. Leia as frases abaixo retiradas do texto “A descoberta do mundo”, observando as palavras em destaque, depois assinale a alternativa que contenha, respectivamente, os sinônimos.
I – Fui precoce em muitas coisas.
II – Meu instinto precedera a minha inteligência.
III – O mais surpreendente é que, mesmo depois de saber tudo, o mistério continuou intacto.
IV – Seria minha Ignorância em modo sonso de me manter ingênua?
a) atrasada/adiantou/insuportável/ dissimulado/compreensível.
b) adiantada/ surgiu depois/admirável/ fantástico/inteiro/atrevido.
c) prematura/surgiu antes/admirável/inteiro/dissimulado (x)
d) nenhuma das alternativas
5. Retire do texto duas locuções adverbiais, depois dê as circunstâncias que elas indicam.
6. Preencha o quadro com as informações pedidas sobre os verbos retirados do texto:
Verbo Infinitivo Conjugação Pessoa Número Tempo Modo
Quero
Estava
Chamam
7. Marque a alternativa em que todas as palavras estejam grafadas de acordo com as novas regras ortográficas.
a) guarda-chuva/ para-quedas/ manda-chuva/ couve-flor
b) guarda-chuva/ paraquedas/ mandachuva/ couve-flo (x)
c) anti-inflamatório/ microônibus/ mal-criado/ autorretrato.
d) anti-inflamatório/ micro-ônibus/ mal-criado / auto-retrato
e)Maria-mole/ arco-íris/ microônibus/ autorretrato]
8. Leia a frase a seguir, depois reescreva passando para o futuro do subjuntivo:
“ ... populações inteiras abandonaram suas aldeias e cidadezinhas...”
O que eu quero contar é tão delicado é tão delicado quanto a própria vida. E eu queria poder usar delicadeza que também tenho em mim, ao lado da grossura de camponesa que é o que me salva.
Quando criança, e depois adolescente, fui precoce em muitas coisas. Em sentir um ambiente, por exemplo, em aprender a atmosfera íntima de uma pessoa. Por outro lado, longe de precoce , estava em incrível atraso em relação a outras coisas importantes. Continuo aliás atrasada em muitos terrenos. Nada posso fazer: parece que há em mim um lado infantil que não cresce jamais.
Até mais que treze anos, por exemplo, eu estava em atraso quanto ao que os americanos chamam de fatos da vida. Essa expressão se refere à relação profunda de amor entre um homem e uma mulher, da qual nascem os filhos. Ou será que eu adivinhava mas turvava minha possibilidade de lucidez para poder, sem me escandalizar comigo mesmo, continuar em inocência a me enfeitar para os meninos? Enfeitar-me aos onze anos de idade consistia em lavar o rosto tantas vezes até que a pele esticada brilhasse. Eu me sentia pronta, então. Seria minha ignorância um modo sonso e inconsciente de me manter ingênua para poder continuar, sem culpa, a pensar nos meninos? Acredito que sim. Porque eu sempre soube coisas que nem eu mesma sei que sei.
As minhas colegas de ginásio sabiam de tudo e inclusive contavam anedotas a respeito. Eu não entendia mas fingia compreender para que elas não me desprezassem e à minha ignorância.
Enquanto isso, sem saber da realidade, continuava por puro instinto a flertar com os meninos que me agradavam, a pensar neles. Meu instinto precedera a minha inteligência.
Até que um dia, já passados os treze anos, como se só então eu me sentisse madura para receber alguma realidade que me chocasse, contei a uma amiga íntima o meu segredo: que eu era ignorante e fingira de sabida. Ela mal acreditou, tão bem eu havia fingido. Mas terminou sentindo minha sinceridade e ela própria encarregou-se ali mesmo na esquina de me esclarecer o mistério da vida. Só que também ela era um amenina e não soube falar de um modo que não ferisse a minha sensibilidade de então. Fiquei paralisada olhando para ela, misturando perplexidade, terror, indignação, inocência mortalmente ferida. Mentalmente eu gaguejava: mas por quê? Mas por quê? O choque foi tão grande – e por uns meses traumatizante – que ali mesmo na esquina jurei alto que nunca iria me casar.
Embora meses depois esquecesse o juramento e continuasse com meus pequenos namoros.
Depois, com o decorrer de mais tempo, em vez de me sentir escandalizada pelo modo como uma mulher e um homem se unem, passei a achar esse modo de uma grande perfeição. E também de grande delicadeza. Já então eu me transformara numa mocinha alta, pensativa, rebelde, tudo misturado a bastante selvageria e muita timidez.
Antes de me reconciliar com o processo da vida, no entanto, sofri muito, o que poderia ter sido evitado se um adulto responsável se tivesse encarregado de me contar como era o amo. Esse adulto saberia como lidar com uma alma infantil sem martirizá-la com a surpresa, sem obrigá-la a ter toda sozinha que se refazer para de novo aceitar a vida e os seus mistérios.
Porque o mais surpreendente é que, mesmo depois de saber de tudo, o mistério continua intacto. Embora eu saiba que de uma planta brotar um flor, continuo surpreendida com os caminhos secretos da natureza. E se continuo até hoje com pudor não é porque ache vergonhoso, é pudor apenas feminino.
Pois juro que a vida é bonita.
( Clarice Lispector. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro, Rocco. p. 113-115)
I- Compreensão e Interpretação de Texto
1.Como a narradora faz sua própria descrição?
2.Por que o título do texto é “A descoberta do mundo”? Explique?
3. De acordo com o contexto em que está inserido, a que a narradora-personagem se refere quando menciona “os fatos da vida”?
4. Leia as frases abaixo retiradas do texto “A descoberta do mundo”, observando as palavras em destaque, depois assinale a alternativa que contenha, respectivamente, os sinônimos.
I – Fui precoce em muitas coisas.
II – Meu instinto precedera a minha inteligência.
III – O mais surpreendente é que, mesmo depois de saber tudo, o mistério continuou intacto.
IV – Seria minha Ignorância em modo sonso de me manter ingênua?
a) atrasada/adiantou/insuportável/ dissimulado/compreensível.
b) adiantada/ surgiu depois/admirável/ fantástico/inteiro/atrevido.
c) prematura/surgiu antes/admirável/inteiro/dissimulado (x)
d) nenhuma das alternativas
5. Retire do texto duas locuções adverbiais, depois dê as circunstâncias que elas indicam.
6. Preencha o quadro com as informações pedidas sobre os verbos retirados do texto:
Verbo Infinitivo Conjugação Pessoa Número Tempo Modo
Quero
Estava
Chamam
7. Marque a alternativa em que todas as palavras estejam grafadas de acordo com as novas regras ortográficas.
a) guarda-chuva/ para-quedas/ manda-chuva/ couve-flor
b) guarda-chuva/ paraquedas/ mandachuva/ couve-flo (x)
c) anti-inflamatório/ microônibus/ mal-criado/ autorretrato.
d) anti-inflamatório/ micro-ônibus/ mal-criado / auto-retrato
e)Maria-mole/ arco-íris/ microônibus/ autorretrato]
8. Leia a frase a seguir, depois reescreva passando para o futuro do subjuntivo:
“ ... populações inteiras abandonaram suas aldeias e cidadezinhas...”
A incapacidade de ser verdadeiro
Paulo tinha fama de mentiroso. Um dia chegou em casa dizendo que vira no campo dois dragões da independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas.
A mãe botou-o de castigo, mas na semana seguinte ele veio contando que caíra no pátio da escola um pedaço de lua, todo cheio de buraquinhos, feito queijo, e ele provou e tinha gosto de queijo. Desta vez Paulo não só ficou sem sobremesa como foi proibido de jogar futebol durante quinze dias.
Quando o menino voltou falando que todas as borboletas da Terra passaram pela chácara de Siá Elpídia e queriam formar um tapete voador para transportá-lo ao sétimo céu, a mãe decidiu leva-lo ao médico. Após o exame, o Dr. Epaminondas abanou a cabeça:
- Não há nada a fazer, Dona Colo. Esse menino é mesmo um caso de poesia.
Contos Plausíveis, de Carlos Drummond de Andrade.
A que classe gramatical pertencem, respectivamente, as palavras dois, as voador e esse?
Por que o pronome demonstrativo esse foi empregado no masculino singular?
Por que o artigo as está no feminino plural?
Por que o numeral dois está no masculino?
Destaque os verbos e classifique-os em: regular ou irregular.
Paulo tinha fama de mentiroso. Um dia chegou em casa dizendo que vira no campo dois dragões da independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas.
A mãe botou-o de castigo, mas na semana seguinte ele veio contando que caíra no pátio da escola um pedaço de lua, todo cheio de buraquinhos, feito queijo, e ele provou e tinha gosto de queijo. Desta vez Paulo não só ficou sem sobremesa como foi proibido de jogar futebol durante quinze dias.
Quando o menino voltou falando que todas as borboletas da Terra passaram pela chácara de Siá Elpídia e queriam formar um tapete voador para transportá-lo ao sétimo céu, a mãe decidiu leva-lo ao médico. Após o exame, o Dr. Epaminondas abanou a cabeça:
- Não há nada a fazer, Dona Colo. Esse menino é mesmo um caso de poesia.
Contos Plausíveis, de Carlos Drummond de Andrade.
A que classe gramatical pertencem, respectivamente, as palavras dois, as voador e esse?
Por que o pronome demonstrativo esse foi empregado no masculino singular?
Por que o artigo as está no feminino plural?
Por que o numeral dois está no masculino?
Destaque os verbos e classifique-os em: regular ou irregular.
20 de julho de 2011
Elefantes
Os elefantes são os maiores dentre os animais terrestres. Há duas espécies de elefantes: o elefante africano e o asiático.
Os elefantes vivem em pequenas famílias chamadas de clã. Cada clã tem algumas fêmeas adultas, com suas crias e outros elefantes ainda jovens. A fêmea maior e mais velha é quer-n dirige o clã. Os elefantes machos vivem sozinhos ou têm seus grupos separados. Juntam-se às fêmeas na época do cio.
Depois de dar à luz, a mamãe elefante alimenta seu bebê com seu leite várias vezes ao dia. Este se mantém sempre junto dela durante os primeiros meses de vida, andando quase sempre por entre as duas patas da mãe para maior proteção.
A alimentação do elefante adulto é composta por aproximada- mente 250 a 320 quilos de folhas, frutos e raízes. Essa quantidade de alimentos corresponde a mais ou menos um quilômetro quadrado de vegetação raia. Além disso, precisam beber 110 a 190 litros de água por dia, sem falar na água do banho.
É por isso que, para não dizimar a vegetação de um lugar, os elefantes estão sempre viajando.
Os elefantes mais velhos e doentes, geralmente, retiram-se do grupo principal e formam sua própria manada. Com eles vão alguns elefantes jovens, que lhes fornecem ajuda para procurar comida e proteção contra outros animais.
Quando estão quase à morte, esses elefantes velhos e doentes procuram lugares calmos onde possam conseguir agia e comida com mais facilidade. Os mortos ficam por ali, o que deu a falsa impressão de que existiriam “cemitérios de elefantes.”
Os elefantes jamais morrem por ataque de outros animais, sendo o homem o seu maior inimigo.
(COMO vivem os animais.São Paulo: Abril: [s/d.]. p. 3-4.)
1- Quais são as principais informações que o texto nos traz sobre os elefantes?
2- Quais são as espécies de elefantes que existem?
3- Existem realmente cemitérios de elefantes? Comente, com base nas informações trazidas pelo texto.
4- De que modo os elefantes demonstram que respeitam a natureza?
5- Você já viu algum elefante pessoalmente ou só por imagens? Comente.
6- Na linha 2, os dois pontos estão sendo usados para:
( ) introduzir uma fala de personagem.
( ) introduzir uma explicação.
7- Pontue as frases a seguir, usando os dois pontos, com o mesmo objetivo apontado no item 6, onde for necessário:
a) As famílias de elefantes são formadas por estes componentes algumas fêmeas adultas, suas crias e outros elefantes ainda jovens.
b) A alimentação do elefante adulto é composta por três elementos básicos folhas, frutos e raízes.
c) Há bandos de elefantes formados por outros elementos três elefantes mais velhos e doentes e elefantes mais jovens.
8 - Observe bem as frases a seguir:
Depois de dar à luz, a mamãe elefante alimenta seu bebê com seu leite várias vezes ao dia.
Várias vezes ao dia, a mamãe elefante alimenta seu bebê seu leite depois de dar à luz.
Agora responda.
8.1 As expressões sublinhadas dão idéia de lugar ou de tempo?
8.2 O que você pôde perceber que aconteceu com o uso da vírgula nas duas frases? Tem algo a ver com a posição em que as expressões sublinhadas se encontram? Comente.
8.3 - Use a vírgula nas frases a seguir, quando se fizer necessária.
a) Os elefantes machos adultos juntam-se às fêmeas na época do cio.
b) Na época do cio os elefantes machos adultos juntam-se às fêmeas.
c) Durante o período de um dia um elefante precisa beber de 110 a 190 litros de água.
d) Um elefante precisa beber de 110 a 190 litros de água durante o período de um dia.
9- Agora observe estas frases:
Para não dizimar a vegetação de um lugar, os elefantes estão sempre viajando.
Os elefantes, para não dizimar a vegetação de um lugar, estão sempre viajando.
Os elefantes estão sempre viajando para não dizimar a vegetação de um lugar.
Quando estão quase à morte, esses elefantes velhos e doentes procuram lugares calmos onde possam conseguir água e comida com mais facilidade.
Esses elefantes velhos e doentes, quando estão quase à morte, procuram lugares calmos onde possam conseguir água e comida com mais facilidade.
Esses elefantes procuram lugares calmos onde possam conseguir água e comida com mais facilidade quando estão quase à morte.
Agora responda:
O que você pôde perceber com relação ao uso da vírgula nessas frases? Tem algo a ver de novo com a posição de certas expressões na frase? Comente, procurando dizer que tipos de idéias são por elas expressas.
10- Reescreva as frases a seguir, trocando de posição os elementos possíveis e pontuando com vírgula onde for preciso. Procure tomar como base as frases do item 9.
a) O bebê elefante anda quase sempre por entre as patas da mãe para que fique mais protegido.
b) Os elefantes retiram-se do grupo principal e formam sua própria manada quando ficam mais velhos e doentes.
11- Procure saber mais sobre o elefante africano e o asiático. Escreva um texto mostrando o resultado de sua pesquisa.
Os elefantes são os maiores dentre os animais terrestres. Há duas espécies de elefantes: o elefante africano e o asiático.
Os elefantes vivem em pequenas famílias chamadas de clã. Cada clã tem algumas fêmeas adultas, com suas crias e outros elefantes ainda jovens. A fêmea maior e mais velha é quer-n dirige o clã. Os elefantes machos vivem sozinhos ou têm seus grupos separados. Juntam-se às fêmeas na época do cio.
Depois de dar à luz, a mamãe elefante alimenta seu bebê com seu leite várias vezes ao dia. Este se mantém sempre junto dela durante os primeiros meses de vida, andando quase sempre por entre as duas patas da mãe para maior proteção.
A alimentação do elefante adulto é composta por aproximada- mente 250 a 320 quilos de folhas, frutos e raízes. Essa quantidade de alimentos corresponde a mais ou menos um quilômetro quadrado de vegetação raia. Além disso, precisam beber 110 a 190 litros de água por dia, sem falar na água do banho.
É por isso que, para não dizimar a vegetação de um lugar, os elefantes estão sempre viajando.
Os elefantes mais velhos e doentes, geralmente, retiram-se do grupo principal e formam sua própria manada. Com eles vão alguns elefantes jovens, que lhes fornecem ajuda para procurar comida e proteção contra outros animais.
Quando estão quase à morte, esses elefantes velhos e doentes procuram lugares calmos onde possam conseguir agia e comida com mais facilidade. Os mortos ficam por ali, o que deu a falsa impressão de que existiriam “cemitérios de elefantes.”
Os elefantes jamais morrem por ataque de outros animais, sendo o homem o seu maior inimigo.
(COMO vivem os animais.São Paulo: Abril: [s/d.]. p. 3-4.)
1- Quais são as principais informações que o texto nos traz sobre os elefantes?
2- Quais são as espécies de elefantes que existem?
3- Existem realmente cemitérios de elefantes? Comente, com base nas informações trazidas pelo texto.
4- De que modo os elefantes demonstram que respeitam a natureza?
5- Você já viu algum elefante pessoalmente ou só por imagens? Comente.
6- Na linha 2, os dois pontos estão sendo usados para:
( ) introduzir uma fala de personagem.
( ) introduzir uma explicação.
7- Pontue as frases a seguir, usando os dois pontos, com o mesmo objetivo apontado no item 6, onde for necessário:
a) As famílias de elefantes são formadas por estes componentes algumas fêmeas adultas, suas crias e outros elefantes ainda jovens.
b) A alimentação do elefante adulto é composta por três elementos básicos folhas, frutos e raízes.
c) Há bandos de elefantes formados por outros elementos três elefantes mais velhos e doentes e elefantes mais jovens.
8 - Observe bem as frases a seguir:
Depois de dar à luz, a mamãe elefante alimenta seu bebê com seu leite várias vezes ao dia.
Várias vezes ao dia, a mamãe elefante alimenta seu bebê seu leite depois de dar à luz.
Agora responda.
8.1 As expressões sublinhadas dão idéia de lugar ou de tempo?
8.2 O que você pôde perceber que aconteceu com o uso da vírgula nas duas frases? Tem algo a ver com a posição em que as expressões sublinhadas se encontram? Comente.
8.3 - Use a vírgula nas frases a seguir, quando se fizer necessária.
a) Os elefantes machos adultos juntam-se às fêmeas na época do cio.
b) Na época do cio os elefantes machos adultos juntam-se às fêmeas.
c) Durante o período de um dia um elefante precisa beber de 110 a 190 litros de água.
d) Um elefante precisa beber de 110 a 190 litros de água durante o período de um dia.
9- Agora observe estas frases:
Para não dizimar a vegetação de um lugar, os elefantes estão sempre viajando.
Os elefantes, para não dizimar a vegetação de um lugar, estão sempre viajando.
Os elefantes estão sempre viajando para não dizimar a vegetação de um lugar.
Quando estão quase à morte, esses elefantes velhos e doentes procuram lugares calmos onde possam conseguir água e comida com mais facilidade.
Esses elefantes velhos e doentes, quando estão quase à morte, procuram lugares calmos onde possam conseguir água e comida com mais facilidade.
Esses elefantes procuram lugares calmos onde possam conseguir água e comida com mais facilidade quando estão quase à morte.
Agora responda:
O que você pôde perceber com relação ao uso da vírgula nessas frases? Tem algo a ver de novo com a posição de certas expressões na frase? Comente, procurando dizer que tipos de idéias são por elas expressas.
10- Reescreva as frases a seguir, trocando de posição os elementos possíveis e pontuando com vírgula onde for preciso. Procure tomar como base as frases do item 9.
a) O bebê elefante anda quase sempre por entre as patas da mãe para que fique mais protegido.
b) Os elefantes retiram-se do grupo principal e formam sua própria manada quando ficam mais velhos e doentes.
11- Procure saber mais sobre o elefante africano e o asiático. Escreva um texto mostrando o resultado de sua pesquisa.
19 de abril de 2010
A VELHA CONTRABANDISTA
Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela passava pela fronteira montada na lambreta, com um bruto saco atrás da lambreta. O pessoal da Alfândega – tudo malandro velho – começou a desconfiar da velhinha.
Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da Alfândega mandou ela parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou assim pra ela:
- Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco aí atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco?
A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais os outros, que ela adquirira no odontólogo e respondeu:
- É areia!
Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a velhinha saltar da lambreta para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco e dentro só tinha areia. Muito encabulado, ordenou à velhinha que fosse em frente. Ela montou na lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás.
Mas o fiscal ficou desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia e no outro com muamba, dentro daquele maldito saco. No dia seguinte, quando ela passou na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou parar outra vez. Perguntou o que é que ela levava no saco e ela respondeu que era areia, uai! O fiscal examinou e era mesmo. Durante um mês seguido o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco era areia.
Diz que foi aí que o fiscal se chateou:
- Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com 40 anos de serviço. Manjo essa coisa de contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é contrabandista.
- Mas no saco só tem areia! – insistiu a velhinha. E já ia tocar a lambreta, quando o fiscal propôs:
- Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não dou parte, não apreendo, não conto nada a ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o contrabando que a senhora está passando por aqui todos os dias?
- O senhor promete que não “espaia” ? – quis saber a velhinha.
- Juro – respondeu o fiscal.
- É lambreta.
(Stanislaw Ponte Preta)
Interpretação do texto
1) O que a velhinha carregava dentro do saco, para despistar o guarda?
______________________________________________________________________________________
2) O que o autor quis dizer com a expressão “tudo malandro velho”? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3) Leia novamente o 4º parágrafo do texto e responda: Quando o narrador citou os dentes que “ela adquirira no odontólogo”, a que tipo de dentes ele se referia?
_____________________________________________________________________________________
4) Explique com suas palavras qual foi o truque da velhinha para enganar o fiscal.
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
5) Quando a velhinha decidiu contar a verdade?
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
6) Qual é a grande surpresa da história?
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
7-Aponte expressões do texto que caracterizam a linguagem coloquial.
A construção: “ o fiscal da Alfândega mandou ela parar” é típica da linguagem coloquial. Reescreva-a utilizando o padrão culto de linguagem.
8) Numere corretamente as frases abaixo, observando a ordem dos acontecimentos.
( ) O fiscal verificou que só havia areia dentro do saco.
( ) O pessoal da alfândega começou a desconfiar da velhinha.
( ) Diante da promessa do fiscal, ela lhe contou a verdade: era contrabando de lambretas.
( ) Todo dia, a velhinha passava pela fronteira montada numa lambreta, com um saco no bagageiro.
( ) Mas, desconfiado, o fiscal passou a revistar a velhinha todos os dias.
( ) Durante um mês, o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco era areia.
( ) Então, ele prometeu que não contaria nada a ninguém, mas pediu à velhinha que lhe dissesse qual era o contrabando que fazia.
Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela passava pela fronteira montada na lambreta, com um bruto saco atrás da lambreta. O pessoal da Alfândega – tudo malandro velho – começou a desconfiar da velhinha.
Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da Alfândega mandou ela parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou assim pra ela:
- Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco aí atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco?
A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais os outros, que ela adquirira no odontólogo e respondeu:
- É areia!
Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a velhinha saltar da lambreta para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco e dentro só tinha areia. Muito encabulado, ordenou à velhinha que fosse em frente. Ela montou na lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás.
Mas o fiscal ficou desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia e no outro com muamba, dentro daquele maldito saco. No dia seguinte, quando ela passou na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou parar outra vez. Perguntou o que é que ela levava no saco e ela respondeu que era areia, uai! O fiscal examinou e era mesmo. Durante um mês seguido o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco era areia.
Diz que foi aí que o fiscal se chateou:
- Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com 40 anos de serviço. Manjo essa coisa de contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é contrabandista.
- Mas no saco só tem areia! – insistiu a velhinha. E já ia tocar a lambreta, quando o fiscal propôs:
- Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não dou parte, não apreendo, não conto nada a ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o contrabando que a senhora está passando por aqui todos os dias?
- O senhor promete que não “espaia” ? – quis saber a velhinha.
- Juro – respondeu o fiscal.
- É lambreta.
(Stanislaw Ponte Preta)
Interpretação do texto
1) O que a velhinha carregava dentro do saco, para despistar o guarda?
______________________________________________________________________________________
2) O que o autor quis dizer com a expressão “tudo malandro velho”? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3) Leia novamente o 4º parágrafo do texto e responda: Quando o narrador citou os dentes que “ela adquirira no odontólogo”, a que tipo de dentes ele se referia?
_____________________________________________________________________________________
4) Explique com suas palavras qual foi o truque da velhinha para enganar o fiscal.
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
5) Quando a velhinha decidiu contar a verdade?
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
6) Qual é a grande surpresa da história?
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
7-Aponte expressões do texto que caracterizam a linguagem coloquial.
A construção: “ o fiscal da Alfândega mandou ela parar” é típica da linguagem coloquial. Reescreva-a utilizando o padrão culto de linguagem.
8) Numere corretamente as frases abaixo, observando a ordem dos acontecimentos.
( ) O fiscal verificou que só havia areia dentro do saco.
( ) O pessoal da alfândega começou a desconfiar da velhinha.
( ) Diante da promessa do fiscal, ela lhe contou a verdade: era contrabando de lambretas.
( ) Todo dia, a velhinha passava pela fronteira montada numa lambreta, com um saco no bagageiro.
( ) Mas, desconfiado, o fiscal passou a revistar a velhinha todos os dias.
( ) Durante um mês, o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco era areia.
( ) Então, ele prometeu que não contaria nada a ninguém, mas pediu à velhinha que lhe dissesse qual era o contrabando que fazia.
13 de setembro de 2009
VIOLÊNCIA,
TV E CRIANÇA:
O COMEÇO DE UMA NOVA ERA. SERÁ
Muita gente culpa os meios de comunicação por disseminar e incentivar, através de programas e notícias, a violência no mundo. A tevê então é a principal acusada deste malefício à sociedade.
Acontece que os meios de comunicação são considerados, por estas mesmas pessoas, como causa de alguma coisa e não reflexo e causa ao mesmo tempo, num processo interativo, como pessoalmente creio ocorrer. Quer dizer: a tevê não é a causa das coisas, das transformações, dos fatos. Não. Ela é veículo. É meio pelo qual as coisas, as transformações e os fatos chegam aos indivíduos.
Pois bem, é neste ponto que três temas passam a ser profundamente entrelaçados e discutidos, adquirindo a maior importância em qualquer sociedade: criança – violência e televisão.
As crianças, estas estão aí. No Brasil , sessenta por cento da população têm menos de vinte anos de idade, o que desde logo dá a devida magnitude do problema.
A violência também está aí mesmo. Com uma diferença: ao longo da história do mundo ela sempre esteve presente. Só que lá longe. Agora, graças aos meios de comunicação são as pessoas, em suas casas, as que estão presentes a ela. As gerações anteriores, para saber das guerras, ou as viam !idealizadas”, glamourizadas e heroicizadas no cinema, ou liam a respeito nos livros de história. Hoje, ninguém idealiza nada. Vê. Vê, via satélite. Não ouve falar dos horrores. Participa deles. Por outro lado, a violência aumenta em proporções assustadoras, tanto no resto do mundo como aqui bem perto, em cada esquina.
Pergunto eu: será só o incentivo à violência o resultado único desse processo de informação em escala mundial?
É preciso lembrar, por exemplo, que muito da campanha de opinião pública contra a guerra no Vietnã nos Estados Unidos deveu-se à cobertura instantânea da televisão. Nada é estático. O que divulga provoca também resistências. Hoje as pessoas deixaram de ter a violência como algo sempre distante, algo que “só acontece com os outros”. Todos estão ameaçados nesta bolota azul em que vivemos. Logo, repudiar a violência é tarefa comum.
Não é verdade, igualmente, que os meios de comunicação só disseminem a violência. Quem acompanha de boa-fé, assiste ao alerta diário destes meios contra todas as formas de violência e as ameaças de destruição tanto da terra quanto da espécie, no caso de persistirem as ameaças nucleares e as afrontas ecológicas.
Ninguém agüenta tensões prolongadas. A humanidade está podendo se ver a cada dia. Está podendo julgar e avaliar a que leva os seus desvarios. Está se conhecendo em seus máximos e em seus mínimos, em suas grandezas e em suas patologias, como nunca antes da televisão fora possível. Está secretando os anticorpos à violência e as atitudes necessárias a sua sobrevivência. Está consciente de que a ameaça é conjuntural. De que ou o homem se entende e redescobre o Direito estabelecendo seu primado, ou se aniquila: no macro do mundo ou no micro de cada comunidade.
E as crianças? Elas estão assistindo a tudo isso. Elas, por definição, são mais saudáveis, mais instintivas, mais purificadas. Ninguém vai lhes contar histórias sobre as guerras: elas as acompanharam. Sobre os atentados brutais: elas os vêem. E no segredo da sua psique, ainda plena dos instintos vitais, seguramente elaboram os mecanismos de defesa necessários à preservação da vida.
É analisando estes assuntos que me recordo de uma tese, estranha mas séria e digna de reflexão, de um amigo meu, médico, homem de idade, sabedoria e ciência. Diz ele que nunca como hoje a humanidade pôde conviver tão perto da loucura. Ela entra diariamente através dos noticiários, dos fatos e das imagens, enfim, da comunicação moderna. E acrescenta: só quando o ser humano aceitar conviver com seu lado louco ele começa a se aproximar da cura. Negar a loucura é tão louco quanto ela. Aceitá-la como dado desse eterno conflito em superação no caminho Absoluto que é o homem significa poder entrar em relação com a doença e só assim tratá-la, superá-la, dimensioná-la, aproveitar o fluxo de sua energia desordenada para a tarefa de reconstrução humana.
Desnecessário dizer que ele é psiquiatra. Como necessário é concluir o artigo dizendo: concordando ou não, sua tese merece reflexão. E perguntando com pavor: será mesmo necessário pagar um preço existencial tão alto para se ter esperança? Que ela venha com as crianças deste país que sei (por intuição) serão os pontais de uma civilização espiritualizada que há de emergir (já está começando) das cinzas da violência, se possível antes da generalização desta como única forma de resolver os conflitos e as diferenças entre os homens. Eros e Tanatos, sempre. Mas o amor é maior do que o ódio.
(Artur da Távola)
1) A idéia contida no primeiro parágrafo pode ser expressa também da seguinte forma:
( ) Apesar de não se aplicar à violência, os demais meios de comunicação divulgam e promovem a violência;
( ) Somente a televisão, entre os meios de comunicação, propaga e estimula a violência;
( ) É opinião do autor que principalmente a televisão noticia e difunde a violência;
( ) Segundo a opinião geral, a televisão, entre os meios de comunicação, é a grande responsável pela divulgação e estímulo à violência;
( ) Os meios de comunicação em geral, mais do que a televisão, prejudicam a sociedade, informando e expandindo a violência.
2) Por que, no Brasil, o problema da criança diante da violência veiculada pela televisão é mais grave que em outros países?
3) “A violência também está aí mesmo” (linha 14). A palavra sublinhada se refere:
( ) Ao Brasil;
( ) À televisão;
( ) A todos os lugares;
( ) Aos noticiários;
( ) Às guerras atuais.
4) Segundo o autor, no quinto parágrafo, a violência sempre existiu. Explique, com suas palavras, a diferença de épocas passadas para os dias de hoje:
5) “Está secretando os anticorpos à violência” (linha 37) . Com a palavra sublinhada, o autor quer transmitir uma idéia de:
( ) Defesa;
( ) Ataque;
( ) Destruição;
( ) Correção;
( ) Conservação.
O COMEÇO DE UMA NOVA ERA. SERÁ
Muita gente culpa os meios de comunicação por disseminar e incentivar, através de programas e notícias, a violência no mundo. A tevê então é a principal acusada deste malefício à sociedade.
Acontece que os meios de comunicação são considerados, por estas mesmas pessoas, como causa de alguma coisa e não reflexo e causa ao mesmo tempo, num processo interativo, como pessoalmente creio ocorrer. Quer dizer: a tevê não é a causa das coisas, das transformações, dos fatos. Não. Ela é veículo. É meio pelo qual as coisas, as transformações e os fatos chegam aos indivíduos.
Pois bem, é neste ponto que três temas passam a ser profundamente entrelaçados e discutidos, adquirindo a maior importância em qualquer sociedade: criança – violência e televisão.
As crianças, estas estão aí. No Brasil , sessenta por cento da população têm menos de vinte anos de idade, o que desde logo dá a devida magnitude do problema.
A violência também está aí mesmo. Com uma diferença: ao longo da história do mundo ela sempre esteve presente. Só que lá longe. Agora, graças aos meios de comunicação são as pessoas, em suas casas, as que estão presentes a ela. As gerações anteriores, para saber das guerras, ou as viam !idealizadas”, glamourizadas e heroicizadas no cinema, ou liam a respeito nos livros de história. Hoje, ninguém idealiza nada. Vê. Vê, via satélite. Não ouve falar dos horrores. Participa deles. Por outro lado, a violência aumenta em proporções assustadoras, tanto no resto do mundo como aqui bem perto, em cada esquina.
Pergunto eu: será só o incentivo à violência o resultado único desse processo de informação em escala mundial?
É preciso lembrar, por exemplo, que muito da campanha de opinião pública contra a guerra no Vietnã nos Estados Unidos deveu-se à cobertura instantânea da televisão. Nada é estático. O que divulga provoca também resistências. Hoje as pessoas deixaram de ter a violência como algo sempre distante, algo que “só acontece com os outros”. Todos estão ameaçados nesta bolota azul em que vivemos. Logo, repudiar a violência é tarefa comum.
Não é verdade, igualmente, que os meios de comunicação só disseminem a violência. Quem acompanha de boa-fé, assiste ao alerta diário destes meios contra todas as formas de violência e as ameaças de destruição tanto da terra quanto da espécie, no caso de persistirem as ameaças nucleares e as afrontas ecológicas.
Ninguém agüenta tensões prolongadas. A humanidade está podendo se ver a cada dia. Está podendo julgar e avaliar a que leva os seus desvarios. Está se conhecendo em seus máximos e em seus mínimos, em suas grandezas e em suas patologias, como nunca antes da televisão fora possível. Está secretando os anticorpos à violência e as atitudes necessárias a sua sobrevivência. Está consciente de que a ameaça é conjuntural. De que ou o homem se entende e redescobre o Direito estabelecendo seu primado, ou se aniquila: no macro do mundo ou no micro de cada comunidade.
E as crianças? Elas estão assistindo a tudo isso. Elas, por definição, são mais saudáveis, mais instintivas, mais purificadas. Ninguém vai lhes contar histórias sobre as guerras: elas as acompanharam. Sobre os atentados brutais: elas os vêem. E no segredo da sua psique, ainda plena dos instintos vitais, seguramente elaboram os mecanismos de defesa necessários à preservação da vida.
É analisando estes assuntos que me recordo de uma tese, estranha mas séria e digna de reflexão, de um amigo meu, médico, homem de idade, sabedoria e ciência. Diz ele que nunca como hoje a humanidade pôde conviver tão perto da loucura. Ela entra diariamente através dos noticiários, dos fatos e das imagens, enfim, da comunicação moderna. E acrescenta: só quando o ser humano aceitar conviver com seu lado louco ele começa a se aproximar da cura. Negar a loucura é tão louco quanto ela. Aceitá-la como dado desse eterno conflito em superação no caminho Absoluto que é o homem significa poder entrar em relação com a doença e só assim tratá-la, superá-la, dimensioná-la, aproveitar o fluxo de sua energia desordenada para a tarefa de reconstrução humana.
Desnecessário dizer que ele é psiquiatra. Como necessário é concluir o artigo dizendo: concordando ou não, sua tese merece reflexão. E perguntando com pavor: será mesmo necessário pagar um preço existencial tão alto para se ter esperança? Que ela venha com as crianças deste país que sei (por intuição) serão os pontais de uma civilização espiritualizada que há de emergir (já está começando) das cinzas da violência, se possível antes da generalização desta como única forma de resolver os conflitos e as diferenças entre os homens. Eros e Tanatos, sempre. Mas o amor é maior do que o ódio.
(Artur da Távola)
1) A idéia contida no primeiro parágrafo pode ser expressa também da seguinte forma:
( ) Apesar de não se aplicar à violência, os demais meios de comunicação divulgam e promovem a violência;
( ) Somente a televisão, entre os meios de comunicação, propaga e estimula a violência;
( ) É opinião do autor que principalmente a televisão noticia e difunde a violência;
( ) Segundo a opinião geral, a televisão, entre os meios de comunicação, é a grande responsável pela divulgação e estímulo à violência;
( ) Os meios de comunicação em geral, mais do que a televisão, prejudicam a sociedade, informando e expandindo a violência.
2) Por que, no Brasil, o problema da criança diante da violência veiculada pela televisão é mais grave que em outros países?
3) “A violência também está aí mesmo” (linha 14). A palavra sublinhada se refere:
( ) Ao Brasil;
( ) À televisão;
( ) A todos os lugares;
( ) Aos noticiários;
( ) Às guerras atuais.
4) Segundo o autor, no quinto parágrafo, a violência sempre existiu. Explique, com suas palavras, a diferença de épocas passadas para os dias de hoje:
5) “Está secretando os anticorpos à violência” (linha 37) . Com a palavra sublinhada, o autor quer transmitir uma idéia de:
( ) Defesa;
( ) Ataque;
( ) Destruição;
( ) Correção;
( ) Conservação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário