APOSTILA
DE EXERCÍCIOS DE LÍNGUA PORTUGUESA
Destinados aos Alunos de 9º Ano-( Contém 13 lições, todas
focando os descritores da Língua Portuguesa)
LIÇÃO 1
Leia a crônica a seguir:
A Última Crônica
A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar
um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A
perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais
um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu
pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano,
fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao
circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer um flagrante
de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num incidente doméstico,
torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para
contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na
lembrança: “assim eu quereria o meu último poema”. Não sou poeta e Estou sem assunto.
Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma
crônica.
Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de
sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A
compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acentuar
pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda
arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar
as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três
seres esquivos que compõem em torno da mesa a instituição tradicional da
família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo mais que
matar a fome.
Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro
que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom, inclinando-se para trás na
cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. A mãe limita-se a
ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do
garçom. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para
atendê-lo. A mulher suspira, olhando para os lados, a reassegurar-se da
naturalidade de sua presença ali. A meu lado o garçom encaminha a ordem do
freguês. O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho
— um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular.
A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de
coca-cola e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. Por que não começa a
comer? Vejo que os três, pai, mãe e filha, obedecem em torno da mesa um pequeno
ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer
coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda
também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim.
São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta
caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve a coca-cola, o pai risca
o fósforo e acende as velas. Como a um gesto ensaiado, a menininha repousa o
queixo no mármore e sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a
bater palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se
juntam, discretos: “parabéns pra você, parabéns pra você…” Depois a mãe recolhe
as velas, torna a guardá-las na bolsa. A negrinha agarra finalmente o bolo com
as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com
ternura — ajeita-lhe a fitinha
no cabelo, limpa o farelo de bolo que lhe cai no colo. O
pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente
do sucesso da celebração. De súbito, dá comigo a observá-lo, nossos olhos se
encontram, ele se perturba, constrangido — vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas
acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.
Assim eu quereria a minha última crônica: que fosse pura
como esse sorriso.
(Fernando Sabino. In: Para gostar de ler. São Paulo:
Ática, 1979-1980.)
01. (D10) Que tipo
de narrador o texto “A última crônica” apresenta? Justifique sua resposta.
02. (D10) Retire do primeiro parágrafo as informações
abaixo:
a) Quem entra no botequim?
b) Onde fica o botequim?
c) Em primeiro lugar, entra no botequim para quê?
d) Na verdade,
o que ele faz nesse lugar?
e) O que ele deseja?
03. (D10) Sobre o trecho: “Três seres esquivos que
compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da
sociedade.”, responda:
a) Quem são esses “três esquivos”?
b) Onde eles estão?
c) Levante hipóteses a respeito do que eles estão fazendo
ali.
04. (D1) O que o pai pede ao garçom?
05. (D11) No trecho “A mãe limita-se a ficar olhando
imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom.”, explique
a ansiedade da mãe ao esperar a aprovação do garçom.
06. (D11) Por que
o garçom não aprovaria o pedido do pai?
07. (D9) Observe que ao descrever a cena que está diante
dos olhos, o narrador-personagem questiona: “Por que não começa a comer?” Por
quê? Levante hipóteses.
08. (D10) Há no texto uma passagem que denota claramente
a pobreza dos personagens. Qual? Comente-a.
09. (D15) Que sentimentos o autor expressa para com a
personagem-menina, ao usar os diminutivos - arrumadinha, negrinha, menininha,
fitinha -?
10. (D13) Explique o que sentiu o narrador-personagem
quando o pai sorri para ele.
“Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se
encontram, ele se perturba, constrangido - vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas
acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.”
LIÇÃO 2
RETRATO
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão certa, tão fácil:
— Em que espelho ficou perdida
a minha face?
MEIRELES, Cecília: poesia. Por Darcy Damasceno.
Rio de Janeiro, Agir, 1974. p 19-20.
1. (D6) O tema do texto é
(A) a consciência súbita sobre o envelhecimento.
(B) a decepção por encontrar-se já fragilizada.
(C) a falta de alternativa face ao envelhecimento.
(D) a recordação de uma época de juventude.
(E) a revolta diante do espelho.
2. (D3) No verso: Eu não tinha estas mãos sem forças...
Podemos inferir:
(A) as forças das mãos acabaram por causa da idade.
(B) as mãos não tinham forças na juventude.
(C) as mãos tinham forças na juventude.
(D) as forças das mãos não se acabaram.
3. (D19) Leia: “A chuva derrubou as pontes. A chuva
transbordou os rios. A chuva molhou os transeuntes. A chuva encharcou as
praças. A chuva enferrujou as máquinas. A chuva enfureceu as marés. A chuva e
seu cheiro de terra. A chuva com sua cabeleira. A chuva esburacou as pedras. A
chuva alagou a favela. A chuva de canivetes. [...]” Todas as frases do texto
começam com "a chuva". Esse recurso é utilizado para
(A) provocar a percepção do ritmo e da sonoridade.
(B) provocar uma sensação de relaxamento dos sentidos.
(C) reproduzir exatamente os sons repetitivos da chuva.
(D) sugerir a intensidade e a continuidade da chuva.
Observe e leia a tirinha.
04. (D5) A
resposta de Magali demonstra:
[ ] alegria.
[ ] tristeza.
[ ] aborrecimento. [
] indiferença.
Leia o texto abaixo e depois responda as questões de 5 a
7.
TROCA
TROCA DE LIVROS Sabe promovendo um
troca-troca
aquele livro que você já leu literário
imperdível.
várias vezes e está paradão Para começar a ler lá
lá na estante, esperando mesmo, o museu
oferece a
alguém que dê atenção a ele de novo? sua biblioteca, num
Que tal trocá-lo
cantinho especial. O
por outro – e, assim,
endereço do museu é Praia
ganhar outra história para do Caju 385, e
a biblioteca
ler e se divertir? Pois até o está aberta de
terça a
dia 30, o Museu da Limpeza Urbana – sexta-feira, sempre das 9h
Casa de Banho D. João VI está às 16h.
GLOBINHO – Sábado, 21 de março de 2009.
05. (D12) Podemos dizer que o texto tem a finalidade de
(A) causar emoção no leitor.
(B) apresentar um ponto de vista.
(C) dar informações sobre um evento.
(D) vender um produto pouco divulgado.
06. (D2) O
pronome “você” na segunda linha do texto se refere
(A) ao
autor.
(B) ao
leitor.
(C) a D.
João VI.
(D) ao
visitante.
07. (D1) O texto faz menção a uma
(A) visita a
biblioteca.
(B) visita ao
museu.
(C) troca de
livros.
(D) venda de
livros.
LIÇÃO 3
Leia o texto com muita atenção. E em seguida responda as questões
de 1 a 10.
Os namorados da filha
Quando a filha adolescente anunciou que ia dormir com o
namorado, o pai não disse nada. Não a recriminou, não lembrou os rígidos
padrões morais de sua juventude. Homem avançado, esperava que aquilo
acontecesse um dia. Só não esperava que acontecesse tão cedo.
Mas
tinha uma exigência, além das clássicas recomendações. A moça podia dormir com
o namorado:
─ Mas
aqui em casa.
Ela,
por sua vez, não protestou. Até ficou contente. Aquilo resultava em inesperada
comodidade. Vida amorosa em domicílio, o que mais podia desejar? Perfeito.
O
namorado não se mostrou menos satisfeito. Entre outras razões, porque passaria
a partilhar o abundante café da manhã da família. Aliás, seu apetite era
espantoso: diante do olhar assombrado e melancólico do dono da casa, devorava
toneladas do melhor requeijão, do mais fino presunto, tudo regado a litros de
suco de laranja.
Um
dia, o namorado sumiu. Brigamos, disse a filha, mas já estou saindo com outro.
O pai pediu que ela trouxesse o rapaz. Veio, e era muito parecido com o
anterior: magro, cabeludo, com apetite descomunal.
Breve,
o homem descobriria que constância não era uma característica fundamental de
sua filha. Os namorados começaram a se suceder em ritmo acelerado. Cada manhã
de domingo, era uma nova surpresa: este é o Rodrigo, este é o James, este é o
Tato, este é o Cabeça. Lá pelas tantas, ele desistiu de memorizar nomes ou
mesmo fisionomias. Se estava na mesa do café da manhã, era namorado. Às vezes,
também acontecia ─ ah, essa próstata, essa próstata ─ que ele levantava à noite
para ir ao banheiro e cruzava com um dos galãs no corredor. Encontro insólito,
mas os cumprimentos eram sempre gentis.
Uma
noite, acordou, como de costume, e, no corredor, deu de cara com um rapaz que o
olhou apavorado. Tranquilizou-o:
─ Eu
sou o pai da Melissa. Não se preocupe, fique à vontade. Faça de conta que a
casa é sua.
E foi
deitar.
Na manhã seguinte, a filha desceu para
tomar café. Sozinha.
─ E o
rapaz? ─ perguntou o pai.
─ Que
rapaz? ─ disse ela.
Algo
lhe ocorreu, e ele, nervoso, pôs-se de imediato a checar a casa. Faltava o CD
player, faltava a máquina fotográfica, faltava a impressora do computador. O
namorado não era namorado. Paixão poderia nutrir, mas era pela propriedade
alheia.
Um
único consolo restou ao perplexo pai: aquele, pelo menos, não fizera estrago no
café da manhã.
Moacyr Scliar
(Crônica extraída da Revista Zero Hora, 26/4/1998, e
contida no livro Boa Companhia: crônicas, organizado por Humberto Werneck, São
Paulo: Companhia das Letras, 2006, 2. reimpressão, pp. 205-6.)
01. (D2) No texto
procure uma palavra que possa substituir os termos grifados nas frases abaixo.
a) “Não a
censurou, não lembrou os rígidos padrões morais de sua juventude.”
b) “Encontro
inusitado, mas os cumprimentos eram sempre gentis.”
02. (D9) Qual é o
tipo de crônica escrita por Moacyr Scliar?
03. (D10) Essa
crônica contém elementos predominantemente narrativos. Agora localize no texto
cada um desses elementos.
a) Situação
inicial –
b) Conflito –
c) Clímax –
d) Desfecho –
05. (D10) Quais
são os personagens desse texto?
06. (D10) Qual o
cenário onde a história acontece?
07. (D11) Por que
o pai da jovem era realmente um homem avançado?
08. (D6) Qual é o
tema retratado nessa crônica?
09. (D12) Qual o
objetivo desse texto?
10. (D10) Como se
apresenta o narrador nessa crônica?
11. (D10) Como o
narrador conseguiu tornar o cômico o equívoco do pai, no final do texto?
LIÇÃO 4
O Outro Sapo
Jon Scieszka
Era uma vez um sapo.
Certo dia, quando estava sentado na sua vitória-régia,
viu
uma linda princesa descansando a beira do lago. O sapo
pulou dentro da água, foi nadando até ela e mostrou a
cabeça por cima das plantas aquáticas.
"Perdão, ó linda princesa", disse ele com sua
voz mais triste
e patética. "Será que eu poderia contar com a vossa
ajuda?"
A princesa estava prestes a dar um salto e sair correndo,
mas
ficou com pena daquele sapo com sua voz tão triste e
patética. Assim, ela perguntou:
“ O que posso fazer para te ajudar, sapinho?”
"Bem", disse o sapo. "Na verdade, eu não
sou um sapo, mas
um belo príncipe transformado em sapo pelo feitiço de uma
bruxa malvada. E esse feitiço só pode ser quebrado pelo
beijo de uma linda princesa."
A princesa pensou um pouco, depois ergueu o sapo nas
mãos e lhe deu um beijo.
"Foi só uma brincadeira", disse o sapo.
Pulou de volta no lago, e a princesa enxugou a baba de
sapo
dos seus lindos lábios.
O Patinho realmente feio e outras histórias malucas. São
Paulo: companhia das letrinhas, 1997,(s.P.).
01. (D13) Na
frase: "Será que eu poderia contar com a vossa ajuda?" A linguagem
usada é
a) ( ) de brincadeiras. c) ( ) de conversa com amigos.
b) ( ) de formalidades. d) ( ) de conversa com os meus pais.
02. (D1)
"Perdão, ó linda princesa", disse ele com sua voz mais triste e
patética. "Será que eu poderia contar com a vossa ajuda?" Nessa parte
o sapo queria
a) ( ) fazer um pedido à princesa. c) ( ) fazer um elogio à princesa.
b) ( )
cumprimentar a princesa.
d) ( ) pedir perdão à princesa.
03. (D17) Qual o
trecho que apresenta a fala da princesa?
a) ( )
“Era uma vez um sapo.” c) ( ) “O que posso fazer para te
b) ( )
“Foi só uma brincadeira.” Ajudar,
sapinho?”
d) ( ) “Será que eu poderia
contar
com vossa
ajuda?”
04. (D11) Observe
o local de onde a história foi retirada, localizada no final do texto. O título
da história é “O Outro Príncipe Sapo”, por quê?
a) ( ) ao autor se refere a outra história
sobre príncipe que virou sapo.
b) ( ) no texto existem dois sapos.
c) ( ) O autor modificou o título do patinho
feio.
d) ( ) o príncipe da história era maluco.
05. (D20) O autor
estabelece relação com outra história da literatura infantil. Qual?
a) ( ) O patinho feio, contada pelos Irmãos
Grimm.
b) ( ) O menino maluquinho, contado por
Ziraldo.
c) ( ) A bela adormecida, contada pelos Irmãos
Grimm.
d) ( ) O príncipe sapo, contado pelos Irmãos
Grimm.
06. (D2) No
texto, qual o significado da palavra patética?
a) ( ) comovente. c)
( ) crítica.
b) ( ) assustada.
d) ( ) animada.
07. (D9) Qual o
gênero desse texto?
a) ( ) um poema. c)
( ) uma fábula.
b) ( ) um bilhete. d)
( ) um conto.
08. (D15) Na
frase: "Perdão, ó linda princesa", disse ele com sua voz mais triste
e patética. A quem se refere à palavra grifada?
a) ( ) a princesa.
c) ( ) ao sapo.
b) ( ) ao príncipe. d)
( ) a bruxa.
09. (D7) Qual é o
conteúdo desse gênero de texto?
a) ( ) um fato imaginário.
b) ( ) uma receita para ganhar beijo.
c) ( ) um fato ocorrido.
d) ( ) a vida de uma princesa.
10. (D12) Qual é a
finalidade desse texto para os leitores?
a) ( ) transmitir informações.
b) ( ) tentar alguém a fazer algo.
c) ( ) dar notícias da linda princesa.
d) ( ) distrair, entreter as pessoas.
11. (D6) Qual o
assunto principal do texto?
a) ( ) Um sapo que prega uma peça na princesa.
b) ( ) Um sapo que estava enfeitiçado.
c) ( ) Uma princesa piedosa.
d) ( ) Um belo príncipe transformado em sapo.
12. (D10) Na
frase: “A princesa pensou um pouco, depois ergueu o sapo nas mãos e lhe deu um
beijo.” A que se refere à expressão um pouco?
a) ( ) Quantidade de tempo esperado.
b) ( ) Quantidade de beijo dado.
c) ( ) Lugar escolhido para beijar.
d) ( ) A maneira como ela esperou.
13. ( D16) O fato
engraçado dessa história é
a) ( ) O jeito do sapo se dirigir a princesa.
b) ( ) A esperteza do sapo em enganar a
princesa.
c) ( ) O susto da princesa ao ver o sapo.
d) ( ) A voz patética do sapo, ao falar com a
princesa.
LIÇÃO 5
Leia o texto com muita atenção. E em seguida responda as
questões de 1 a 7.
O Outro Sapo
Jon Scieszka
Era uma vez um sapo.
Certo dia, quando estava sentado na sua vitória-régia,
viu
uma linda princesa descansando a beira do lago. O sapo
pulou dentro da água, foi nadando até ela e mostrou a
cabeça por cima das plantas aquáticas.
"Perdão, ó linda princesa", disse ele com sua
voz mais triste
e patética. "Será que eu poderia contar com a vossa
ajuda?"
A princesa estava prestes a dar um salto e sair correndo,
mas
ficou com pena daquele sapo com sua voz tão triste e
patética. Assim, ela perguntou:
“ O que posso fazer para te ajudar, sapinho?”
"Bem", disse o sapo. "Na verdade, eu não
sou um sapo, mas
um belo príncipe transformado em sapo pelo feitiço de uma
bruxa malvada. E esse feitiço só pode ser quebrado pelo
beijo de uma linda princesa."
A princesa pensou um pouco, depois ergueu o sapo nas
mãos e lhe deu um beijo.
"Foi só uma brincadeira", disse o sapo.
Pulou de volta no lago, e a princesa enxugou a baba de
sapo
dos seus lindos lábios.
O Patinho realmente feio e outras histórias malucas. São
Paulo: companhia das letrinhas, 1997,(s.P.).
01. (D17) Como são
marcados os diálogos do texto: O outro sapo?
a) ( ) através de parágrafos. c) ( ) de nenhum modo.
b) ( ) através de aspas. d) ( ) através das letras maiúsculas.
02. (D10) Neste
pode-se perceber diferentes falas. De quem são elas?
a) ( ) do sapo, da princesa e do narrador.
b) ( ) do narrador, do comentarista e da princesa.
c) ( ) do sapo, da bruxa e do príncipe.
d) ( ) do sapo, do príncipe e do narrador.
03. (D12) O que
leva o sapo a fazer o pedido a princesa é
a) ( ) seu desejo de enfeitiçar a princesa.
b) ( ) seu desejo de quebrar o feitiço da
bruxa má.
c) ( ) seu desejo de fazer uma brincadeira com
a princesa.
d) ( ) seu desejo de se transformar em um
príncipe.
04. (D1) A leitura
deste texto nos mostra
a) ( ) a tristeza do sapo por não ser um
príncipe.
b) ( ) a
intenção do sapo de enganar a princesa.
c) ( ) a alegria da princesa por ajudar o
sapinho.
d) ( ) o nojo da princesa ao ver o sapo perto
dela.
05. (D9) A
sensação de nojo que a princesa teve foi
a) ( ) porque a água do lago estava suja.
b) ( ) porque a vitória-régia é gosmenta.
c) ( ) porque a voz do sapo era triste e
patética.
d) ( ) por que tinha beijado um sapo
verdadeiro.
06. (D4)O que o
sapo quis dizer com a fala: “Foi só uma brincadeira?”
a) ( ) que ele mentiu quando disse que era
príncipe.
b) ( ) que ele não sabia que não era um
príncipe.
c) ( ) que a princesa o transformaria em
príncipe.
d) ( ) que a bruxa transformou-o em sapo.
07. (D10) Qual é o
problema que faz o fato desta história acontecer?
a) ( ) a bruxa ter enfeitiçado o sapo deste
texto.
b) ( ) as plantas aquáticas da beira do lago.
c) ( ) a pena que a princesa sentiu do
príncipe.
d) ( ) o sapo ter desejado um beijo da
princesa.
Leia o seguinte
texto e responda o exercício.
O homem
que entrou pelo cano
Abriu a
torneira e entrou pelo cano. A princípio incomodava-o a estreiteza do tubo.
Depois se acostumou. E, com a água, foi seguindo. Andou quilômetros. Aqui e ali
ouvia barulhos familiares. Vez ou outra, um desvio, era uma secção que
terminava em torneira.
Vários
dias foi rodando, até que tudo se tornou monótono. O cano por dentro não era
interessante.
No primeiro
desvio, entrou. Vozes de mulher. Uma criança brincava. Ficou na torneira, à
espera que abrissem.
Então
percebeu que as engrenagens giravam e caiu numa pia. À sua volta era um branco
imenso, uma água límpida. E a cara da menina aparecia redonda e grande, a
olhá-lo interessada. Ela gritou:“Mamãe, tem um homem dentro da pia”.
Não
obteve resposta. Esperou, tudo quieto. A menina se cansou, abriu o tampão e ele
desceu pelo esgoto.
Ignácio
de Loyola Brandão
08. (D4) O conto
cria uma expectativa no leitor pela situação incomum criada pelo enredo. O
resultado não foi o esperado porque
(A) a menina
agiu como se fosse um fato normal.
(B) o homem
mostrou pouco interesse em sair do cano.
(C) as
embalagens da tubulação não funcionaram.
(D) a mãe não
manifestou nenhum interesse pelo fato.
Leia o texto.
Talita
“Talita tinha a mania de dar nomes de
gente aos objetos da casa, e tinham de ser nomes que rimassem. Assim, por
exemplo, a mesa era para Talita, Dona Teresa, a poltrona era Vó Gordona, o
armário era o Doutor Mário. A escada era Dona Ada, a escrivaninha era Tia
Sinhazinha, a lavadora era Prima Dora, e assim por diante.
Os pais
de Talita achavam graça e topavam a brincadeira. Então, podiam-se ouvir
conversas do tipo:
-
Filhinha, quer trazer o jornal que está em cima da Tia Sinhazinha!
- É pra
já, papai. Espere sentado na Vó Gordona, que eu vou num pé e volto noutro.
Ou então:
- Que
amolação, Prima Dora está entupida, não lava nada! Precisa chamar o mecânico.
- Ainda
bem que tem roupa limpa dentro do Doutor Mário, né, mamãe?
E todos
riam.
Belinky, Tatiana. A operação do Tio Onofre: uma história policial. São
Paulo: Ática, 1985.
09. (D4) A mania
de Talita de dar nome de gente aos objetos da casa demonstra que ela é
(A)
curiosa.
(C) estudiosa.
(B)
exagerada.
(D) criativa.
LIÇÃO 6
Leia o texto e responda as questões de 1 a 6.
Um anjo dorme aqui; na aurora apenas,
disse adeus ao brilhar
das açucenas
em ter da vida alevantado o véu.
- Rosa tocada do cruel granizo Cedo
finou-se e no infantil sorriso passou do
berço pra brincar no céu!
(Casimiro de Abreu, in Primaveras)
01. (D6) O tema do texto é:
a) a inocência de uma criança
b) o nascimento de uma criança.
c) o sofrimento pela morte de uma criança.
d) a morte de uma criança
02. (D19) O tema se desenvolve com base em uma figura
de linguagem conhecida como:
a) prosopopéia
b) hipérbole
c) metonímia
d) eufemismo
03. (D18) No âmbito do poema, podemos dizer que pertencem
ao mesmo campo semântico às palavras:
a) aurora e véu
b) anjo e rosa
c) berço e céu
d) cruel e infantil
04. (D19) As palavras que respondem ao item anterior são:
a) uma antítese em relação à vida
b) hipérboles referentes ao destino
c) personificações alusivas à morte
d) metáforas relativas à criança
05. (D3) Por “sem ter da vida alevantado o véu” entende-se:
a) sem ter nascido
b) sem ter conhecido bem a vida
c) sem viver misteriosamente
e) sem poder relacionar-se com as outras pessoas
06. (D2) “Na aurora apenas” é o mesmo que:
a) somente pela manhã
b) no limiar somente
c) apenas na alegria
d) só na tristeza
Leia o texto a seguir, e em seguida responda as questões
de 7 a 12.
Julgo que os homens que fazem a política externa do
Brasil, no Itamaraty, são excessivamente pragmáticos. Tiveram sempre vida fácil, vêm da elite brasileira e
nunca participaram, eles próprios, em combates contra a ditadura, contra o
colonialismo. Obviamente não têm a
sensibilidade de muitos outros países ou diplomatas que conheço. (José
Ramos-Horta, na Folha de São Paulo, 21/10/96)
07. (D1) Só não caracteriza os homens do Itamaraty:
a) o pragmatismo
b) a falta de sensibilidade
c) a luta contra a ditadura
d) a tranquilidade da vida
08. (D18) A palavra que não se liga semanticamente aos
homens do Itamaraty é:
a) o segundo que (/. 1)
b) vêm (/. 2)
c) eles (/. 3)
d) o terceiro que (/. 5)
09. (D12) Pelo visto, o autor gostaria de que os homens
do Itamaraty tivessem mais:
a) inteligência
b patriotismo
c) vivência
d) coerência
10. (D15) A oração iniciada por “obviamente” tem um claro
valor de:
a) conseqüência
b) causa
c) comparação
d) condição
11. (D2) A palavra que pode substituir, sem prejuízo
do sentido, a palavra “obviamente” (/.
4), é:
a) necessariamente
b) realmente
c) justificadamente
d) evidentemente
12. (D4) Só não pode ser inferido do texto:
a) nem todo diplomata é excessivamente pragmático.
b) Nem todo diplomata vem da elite brasileira.
c) ter vida fácil é característica comum a todo tipo de
diplomata.
d) há diplomatas mais sensíveis que outros.
Leia a seguir o fragmento de texto.
O mercúrio onipresente
(Fragmento)
Os
venenos ambientais nunca seguem regras. Quando o mundo pensa ter descoberto
tudo o que é preciso para controlá-los, eles voltam a atacar. Quando removemos
o chumbo da gasolina, ele ressurge nos encanamentos envelhecidos. Quando
toxinas e resíduos são enterrados em aterros sanitários, contaminam o lençol
freático. Mas ao menos acreditávamos conhecer bem o mercúrio. Apesar de todo o
seu poder tóxico, desde que evitássemos determinadas espécies de peixes nas
quais o nível de contaminação é particularmente elevado, estaríamos bem. [...].
Mas o
mercúrio é famoso pela capacidade de passar despercebido. Uma série de estudos
recentes sugere que o metal potencialmente mortífero está em toda parte — e é
mais perigoso do que a maioria das pessoas acredita.
Jeffrey Kluger. IstoÉ. nº
1927, 27/06/2006, p.114-115.
13. (D7) A tese
defendida no texto está expressa no trecho
(A) as substâncias tóxicas, em aterros, contaminam o
lençol freático.
(B) o chumbo da gasolina ressurge com a ação do tempo.
(C) o mercúrio apresenta alto teor de periculosidade para
a natureza.
(D) o total controle dos venenos ambientais é impossível.
Leia o texto e depois responda as questões de 14 a 15.
O AVARENTO
Um
avarento possuía uma barra de ouro, que mantinha enterrada no chão. Todos os
dias ia lá dar uma olhada.
Um dia,
descobriu que a barra fora roubada, e começou a se descabelar e a se lamentar
aos brados.
Um
vizinho, ao vê-lo naquele estado, disse:
__ Mas
para que tanta tristeza? Enterre uma pedra no mesmo lugar e finja que é de
ouro. Vai dar na mesma, pois quando o ouro estava aí você não o usava pra nada!
(Esopo. In: O livro das virtudes – O compasso moral,
1996)
14. (D15) De acordo com o texto pode-se concluir
que avarento é a pessoa que
(A) gasta muito.
(B) come muito.
(C) possui muitos
bens.
(D) só pensa em
guardar dinheiro.
15. (D4) O
provérbio que pode ser associado ao texto é
(A) “Nem tudo que
reluz é ouro.”
(B) “Água mole em
pedra dura, tanto bate até que fura.”
(C) “Quem tudo
quer, tudo perde.”
(D) “Em terra de
cego, quem tem um olho é rei.”
Leia a tirinha.
16. (D3) No 1º quadrinho, a fala do personagem pode ser
substituída por
(A) “Quer namorar comigo?”
(B) “Você é muito bonita para mim!”
(C) “Você é muito simpática!”
(D) “Você é muito humilde!”
LIÇÃO 7
Observe e leia o seguinte cartum.
01. (D5) De
acordo com o cartum, o último aluno que estava no fundo da sala, compreendeu
que a professora durante a chamada estava se referindo
(A) ao número 38.
(B) a um revólver.
(C) a uma piada.
(D) a presença.
02. (D15)
Considere o seguinte trecho:
Em vez do médico do Milan, o doutor José Luiz Runco, da
Seleção, é quem deverá ser o responsável pela cirurgia de Cafu. Foi ele quem
operou o volante Edu e o atacante Ricardo Oliveira, dois jogadores que tiveram
problemas semelhantes no ano passado.
O termo “ele”, em destaque no texto, refere-se:
a) ao médico do Milan.
b) a Cafu.
c) ao doutor José Luiz Runco.
d) ao volante Edu.
Leia o texto a seguir e responda as questões de 3 a 7.
Quando vim da minha terra,
não vim, perdi-me no espaço,
na ilusão de ter saído.
Ai de mim, nunca saí.
(Carlos D. de Andrade, no poema A Ilusão do Migrante)
03. (D6) O
sentimento predominante no texto é:
a) orgulho
b) saudade
c) fé
d) esperança
04.(D4) Infere-se do texto que o autor:
a) não saiu de sua terra.
b) não queria sair de sua terra, mas foi obrigado.
c) logo esqueceu sua terra.
d) saiu de sua terra apenas fisicamente.
05. (D3) Por “perdi-me no espaço” pode-se entender que o
autor:
a) ficou perdido na nova terra.
b) ficou confuso.
c) não gostou da nova terra.
d) perdeu, momentaneamente, o sentimento por sua terra
natal.
06. (D8) Pelo último período do texto, deduz-se que:
a) ele continuou ligado à sua terra.
b) ele vai voltar à sua terra.
c) ele gostaria de deixar sua cidade, mas nunca
conseguiu.
d) ele se alegra por não ter saído.
07.(D3) A
expressão “ai de mim” só não sugere, no poema:
a) amargura
b) decepção
c) tristeza
d) vergonha
Leia o seguinte texto e depois responda as questões de 8
a 13.
A função do artista é esta, meter a mão nessa coisa
essencial do ser humano, que é o sonho e a esperança. Preciso ter essa ilusão:
a de que estou resgatando esses valores. (Marieta Severo, na Folha de São
Paulo)
08. (D1) Segundo o texto, o artista:
a) valoriza o sonho das pessoas pobres.
b) desperta as pessoas para a realidade da vida.
c) não tem qualquer influência na vida das pessoas.
d) trabalha o íntimo das pessoas.
09. (D4) Segundo o texto:
a) o sonho vale mais que a esperança.
b) sonho e esperança têm relativa importância para as
pessoas.
c) não se vive sem sonho e esperança.
d) têm importância capital para as pessoas tanto o sonho
quanto a esperança.
10. (D2) A palavra ou expressão que justifica a resposta
do item anterior é:
a) ilusão
b) meter a mão
c) essencial
d) ser humano
11.(D3) A expressão “meter a mão”:
a) pertence ao linguajar culto.
b) pode ser substituída, sem alteração de sentido, por
intrometer-se.
c) tem valor pejorativo.
d) é coloquial e significa, no texto, tocar.
12. (D20) Só não se encontra no texto:
a) a influência dos artistas
b) a necessidade da autora
c) a recuperação de coisas importantes
d) a conquista da paz
13. (D15) A
palavra “esses” poderia ser substituída, sem alteração de sentido, por:
a) bons
c) tais
b) certos d) outros
LIÇÃO 8
Leia o texto abaixo e em seguida responda as questões de
1 a 11.
O Homem Nu
Fernando Sabino
Ao
acordar, disse para a mulher:
— Escuta,
minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí o sujeito com
a conta, na certa. Mas acontece que
ontem eu não trouxe dinheiro da cidade, estou a nenhum.
—
Explique isso ao homem — ponderou a mulher.
— Não
gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir rigorosamente as
minhas obrigações. Escuta: quando ele vier a gente fica quieto aqui dentro, não
faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém. Deixa ele bater até cansar —
amanhã eu pago.
Pouco
depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar um banho, mas
a mulher já se trancara lá dentro. Enquanto esperava, resolveu fazer um café.
Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço para apanhar o pão. Como estivesse completamente nu, olhou com
cautela para um lado e para outro antes de arriscar-se a dar dois passos até o
embrulhinho deixado pelo padeiro sobre o mármore do parapeito. Ainda era muito
cedo, não poderia aparecer ninguém. Mal seus dedos, porém, tocavam o pão, a
porta atrás de si fechou-se com estrondo, impulsionada pelo vento.
Aterrorizado, precipitou-se até a campainha e, depois de tocá-la, ficou
à espera, olhando ansiosamente ao redor. Ouviu lá dentro o ruído da água do
chuveiro interromper-se de súbito, mas ninguém veio abrir. Na certa a mulher
pensava que já era o sujeito da televisão. Bateu com o nó dos dedos:
— Maria!
Abre aí, Maria. Sou eu — chamou, em voz baixa.
Quanto mais batia, mais silêncio fazia lá dentro.
Enquanto isso, ouvia lá embaixo a porta do elevador
fechar-se, viu o ponteiro subir lentamente os andares... Desta vez, era o homem da televisão!
Não era. Refugiado no lanço da escada entre os andares,
esperou que o elevador passasse, e voltou para a porta de seu apartamento,
sempre a segurar nas mãos nervosas o embrulho de pão:
— Maria,
por favor! Sou eu!
Desta vez não teve tempo de insistir: ouviu passos na
escada, lentos, regulares, vindos lá de baixo... Tomado de pânico, olhou ao
redor, fazendo uma pirueta, e assim despido, embrulho na mão, parecia executar
um ballet grotesco e mal ensaiado. Os passos na escada se aproximavam, e ele
sem onde se esconder. Correu para o elevador, apertou o botão. Foi o tempo de
abrir a porta e entrar, e a empregada passava, vagarosa, encetando a subida de
mais um lanço de escada. Ele respirou aliviado, enxugando o suor da testa com o
embrulho do pão.
Mas eis que a porta interna do elevador se fecha e ele
começa a descer.
— Ah,
isso é que não! — fez o homem nu,
sobressaltado.
E agora? Alguém lá embaixo abriria a porta do elevador e
daria com ele ali, em pêlo, podia mesmo ser algum vizinho conhecido...
Percebeu, desorientado, que estava sendo levado cada vez para mais longe de seu
apartamento, começava a viver um verdadeiro pesadelo de Kafka, instaurava-se
naquele momento o mais autêntico e desvairado Regime do Terror!
— Isso é
que não — repetiu, furioso.
Agarrou-se à porta do elevador e abriu-a com força entre
os andares, obrigando-o a parar.
Respirou fundo, fechando os olhos, para ter a momentânea ilusão de que
sonhava. Depois experimentou apertar o botão do seu andar. Lá embaixo
continuavam a chamar o elevador. Antes
de mais nada: "Emergência: parar". Muito bem. E agora? Iria subir ou
descer? Com cautela desligou a parada de
emergência, largou a porta, enquanto insistia em fazer o elevador subir. O
elevador subiu.
—
Maria! Abre esta porta! — gritava, desta vez esmurrando a porta, já sem nenhuma
cautela. Ouviu que outra porta se abria atrás de si.
Voltou-se, acuado, apoiando o traseiro no batente e
tentando inutilmente cobrir-se com o embrulho de pão. Era a velha do
apartamento vizinho:
— Bom
dia, minha senhora — disse ele, confuso.
— Imagine que eu...
A velha, estarrecida, atirou os braços para cima, soltou
um grito:
—
Valha-me Deus! O padeiro está nu!
E correu ao telefone para chamar a radiopatrulha:
— Tem
um homem pelado aqui na porta!
Outros vizinhos, ouvindo a gritaria, vieram ver o que se
passava:
— É um
tarado!
— Olha,
que horror!
— Não
olha não! Já pra dentro, minha filha!
Maria,
a esposa do infeliz, abriu finalmente a porta para ver o que era. Ele entrou
como um foguete e vestiu-se precipitadamente, sem nem se lembrar do banho.
Poucos minutos depois, restabelecida a calma lá fora, bateram na porta.
— Deve
ser a polícia — disse ele, ainda ofegante, indo abrir.
Não
era: era o cobrador da televisão.
Esta é uma das crônicas mais famosas do grande escritor
mineiro Fernando Sabino. Extraída do livro de mesmo nome, Editora do Autor -
Rio de Janeiro, 1960, pág. 65.
Agradeço a Cristhiano Rocha Pereira pela lembrança.
Tudo sobre o autor em "Biografias".
01. (D10) O que
gerou o conflito da narrativa?
02. (D10) Qual é o
enredo ou conflito da narrativa?
03. (D2) Que
palavras do texto pode substituir a expressão “parar repentinamente?”
04. (D11) Qual a
causa ou motivo que levou o homem a se esconder para não debitar a dívida?
05. (D10) Qual é o
cenário onde esta história se passa?
06. (D16) Copie
um trecho do texto que expresse ideia de humor.
07. (D10) Copie
do texto um trecho referente ao tempo cronológico.
08. (D10) Quais
são os personagens principais do texto?
09. (D10) Quais os
personagens secundários?
10. (D12) Com que
finalidade o cronista nos propõe esta crônica?
11. (D10) De que
maneira o cronista se expressa para finalizar sua história?
LIÇÃO 9
Leia o texto e responda as questões de 1 a 5.
Por que algumas aves voam em bando formando um V?
Elas parecem
ter ensaiado. Mas é claro que isso não acontece. Quem nunca viu ao vivo, já
observou em filme ou desenho animado aquele bando de aves voando em
"V". Segundo os especialistas, esta característica de voo é observada
com mais frequência nos gansos, pelicanos, biguás e grous.
Há duas
explicações para a escolha dessa formação de voo pelas aves. A primeira
consiste na economia de energia que ela proporciona. Atrás do corpo da ave e,
principalmente, das pontas de suas asas, a resistência do ar é menor e,
portanto, é vantajoso para as aves voar atrás da ave dianteira ou da ponta de
sua asa. Ou seja: ao voarem desta forma, as aves poupariam energia, se
esforçariam menos, porque estariam se beneficiando do deslocamento de ar
causado pelas outras aves. Isso explicaria, até, a constante substituição do
líder nesse tipo de bando.
Essa é a
primeira explicação para o voo em "V". E a segunda? O que diz? Ela
sustenta que esse tipo de voo proporcionaria aos integrantes do bando um melhor
controle visual do deslocamento, pois em qualquer posição dentro do
"V" uma ave só teria em seu campo de visão outra ave, e não várias.
Isso facilitaria todos os aspectos do voo. Os aviões militares de caça, por
exemplo, voam nesse mesmo tipo de formação, justamente para ter um melhor campo
de visão e poder avistar outros aviões do mesmo grupo. Essas duas explicações
não são excludentes. É bem possível que seja uma combinação das duas o que
torna o voo em "V" favorável para algumas aves.
(NACINOVIC, Jorge Bruno, Por que algumas aves... Ciência
Hoje das Crianças,
Rio de Janeiro, n. 150, set. 2004.)
1 – (D20) Bandos
de aves e aviões militares de caça têm em comum
A) o objetivo de
economizar energia.
B) a necessidade de ter um bom campo de visão.
C) a preferência por voos longos.
D) a substituição permanente do líder.
2 – (D11) Segundo
o texto, as aves poupam energia voando em “V” por que
A) são
beneficiadas pelo deslocamento do ar causado pelas aves da frente.
B) podem se ajudar mutuamente durante longos percursos.
C) podem obter melhor controle visual do deslocamento.
D) têm o instinto de sempre seguir o líder do bando em
seu itinerário.
3 – (D1) Pode-se
afirmar que o texto
A) conta uma história curiosa e divertida sobre pássaros.
B) defende uma ideia sobre uma questão científica.
C) explica os movimentos das aves com base em informações
científicas.
D) noticia uma descoberta científica ultrapassada sobre o
voo das aves.
4 – (D6) O texto
tem como tema um aspecto particular da vida de algumas aves:
A) a economia de energia.
B) o modo de voar.
C) a semelhança entre elas e os aviões.
D) o formato das asas.
5 – (D10) “Isso
explicaria, até, a constante substituição do líder nesse tipo de bando.”
Com base no texto, conclui-se que o líder é substituído
constantemente porque essa posição...
A) é cobiçada por todas as aves do bando.
B) é a mais importante do grupo.
C proporciona melhor controle visual.
D) consome muito mais energia.
Leia o texto abaixo, e em seguida responda as questões de
6 a 11.
VISITA
Sobre a
minha mesa, na redação do jornal, encontrei-o, numa tarde quente de verão. É um
inseto que parece um aeroplano de quatro asas translúcidas e gosta de sobrevoar
os açudes, os córregos e as poças de água. É um bicho do mato e não da cidade.
Mas que fazia ali, sobre a minha mesa, em pleno coração da metrópole?
Parecia
morto, mas notei que movia nervosamente as estranhas e minúsculas mandíbulas.
Estava morrendo de sede, talvez pudesse salvá-lo. Peguei-o pelas asas e levei-o
até o banheiro. Depois de acomodá-lo a um canto da pia, molhei a mão e deixei
que a água pingasse sobre a sua cabeça e suas asas. Permaneceu imóvel. É, não
tem mais jeito — pensei comigo. Mas eis que ele se estremece todo e move a boca
molhada. A água tinha escorrido toda, era preciso arranjar um meio de mantê-la
ao seu alcance sem, contudo afogá-lo. A outra pia talvez desse mais jeito.
Transferi-o para lá, acomodei-o e voltei para a redação.
Mas a
memória tomara outro rumo. Lá na minha terra, nosso grupo de meninos chamava
esse bicho de macaquinho voador e era diversão nossa caçá-los, amarrá-los com
uma linha e deixá-los voar acima de nossa cabeça. Lembrava também do açude, na
fazenda, onde eles apareciam em formação de esquadrilha e pousavam na água
escura. Mas que diabo fazia na avenida Rio Branco esse macaquinho voador? Teria
ele voado do Coroatá até aqui, só para me encontrar? Seria ele uma estranha
mensagem da natureza a este desertor?
Voltei ao
banheiro e em tempo de evitar que o servente o matasse. “Não faça isso com o
coitado!” “Coitado nada, esse bicho deve causar doença.” Tomei-o da mão do
homem e o pus de novo na pia. O homem ficou espantado e saiu, sem saber que
laços de afeição e história me ligavam àquele estranho ser. Ajeitei-o, dei-lhe
água e voltei ao trabalho. Mas o tempo urgia, textos, notícias, telefonemas,
fui para casa sem me lembrar mais dele.
GULLAR, Ferreira. O menino e o arco-íris e outras
crônicas. Para gostar de ler, 31.
São Paulo: Ática, 2001. p. 88-89
06 – (D1) Ao
encontrar um inseto quase morto em sua mesa, o homem
a) colocou-o dentro de um pote de água.
b) escondeu-o para que ninguém o matasse.
c) pingou água sobre sua cabeça.
d) procurou por outros insetos no escritório.
07 – (D11) O
homem interessou-se pelo inseto porque
a) decidiu descansar do trabalho cansativo que realizava
no jornal.
b) estranhou a presença de um inseto do mato em plena
cidade.
c) percebeu que ele estava fraco e doente por falta de
água.
d) resolveu salvar o animal para analisar o funcionamento
do seu corpo.
08 – (D11) A
mudança na rotina do homem deu-se
a) à chegada do inseto na redação do jornal.
b) ao intenso calor daquela tarde de verão.
c) à monotonia do trabalho no escritório.
d) à transferência de local onde estava o inseto.
09 – (D3) Em “Não
faça isso com o coitado!”, a palavra sublinhada sugere sentimento de
a) maldade
b) crueldade
c) desprezo
d) afeição
10 – (D10) A
presença do inseto na redação do jornal provocou no homem
a) curiosidade científica.
b) sensação de medo.
c) medo de pegar uma doença.
d) lembranças da infância.
11 – (D6) Com
base na leitura do texto pode-se concluir que a questão central é
a) a presença inesperada de um inseto do mato na cidade.
b) a saudade dos amigos de infância
c) a vida pacifica da grande cidade.
d) a preocupação com a proteção aos animais.
Leia o texto
abaixo e depois responda as questões de 12 a 13.
TROCA
TROCA DE LIVROS Sabe promovendo um troca-troca
aquele livro que você já leu literário
imperdível.
várias vezes e está paradão Para começar a ler
lá
lá na estante, esperando mesmo, o museu oferece a
alguém que dê atenção a ele de novo? sua biblioteca, num
Que tal trocá-lo
cantinho especial. O
por outro – e, assim,
endereço do museu é Praia
ganhar outra história para do Caju 385, e
a biblioteca
ler e se divertir? Pois até o está aberta de
terça a
dia 30, o Museu da Limpeza Urbana – sexta-feira, sempre das 9h
Casa de Banho D. João VI está às 16h.
GLOBINHO – Sábado, 21 de março de 2009.
12. (D12) Podemos dizer que o texto tem a finalidade de
(A) causar emoção no leitor.
(B) apresentar um ponto de vista.
(C) dar informações sobre um evento.
(D) vender um produto pouco divulgado.
13. (D2) O
pronome “você” na segunda linha do texto se refere
(A) ao
autor.
(B) ao
leitor.
(C) a D.
João VI.
(D) ao
visitante.
LIÇÃO 10
Leia o texto, e em seguida responda, as questões
solicitadas.
A CARTA
Esta outra
história é de dois namorados, ele chamado Haroldo e ela, por coincidência,
Marta. Os dois brigaram feio, e Marta escreveu uma carta para Haroldo, rompendo
definitivamente o namoro e ainda dizendo uma verdade que ele precisava ouvir.
Ou, no caso, ler. Mas Marta se arrependeu do que tinha escrito e no dia
seguinte fez plantão na calçada em frente do edifício de Haroldo, esperando o
carteiro. Precisava interceptar a carta de qualquer jeito. Quando o carteiro
apareceu, Marta fingiu que estava chegando ao edifício e perguntou:
__ Alguma
coisa para o 702? Eu levo.
Mas não
tinha nada para o 702. No dia seguinte tinha, mas não a carta de Marta. No
terceiro dia, o carteiro desconfiou, hesitou em entregar a correspondência a
Marta, que foi obrigada a fazer uma encenação dramática. Não era do 702. Era a
autora de uma carta para o 702. E queria a carta de volta. Precisava daquela
carta. Era importantíssimo ter aquela carta. Não podia dizer por quê. Afinal, a
carta era dela mesma, devia ter o direito de recuperá-la quando quisesse! O
carteiro disse que o que ela estava querendo fazer era crime federal, mas mesmo
assim olhou os envelopes do 702 para ver se entre eles estava a carta. Não
estava. No dia seguinte – quando Marta ficou sabendo que o carteiro se chamava
Jessé e, apesar de tão jovem, já era viúvo, além de colorado – também não. No
outro dia também não, e o carteiro convidou Marta para, quem sabe, um chope. Na
manhã depois do chope, a carta ainda não tinha chegado a Marta e Jessé
combinaram ir ver Titanic juntos. No dia seguinte – nem sinal da carta – Jessé
perguntou se Marta não queria conhecer sua casa. Era uma casa pobre, morava com
a mãe, mas, se ela não se importasse... Marta disse que ia pensar.
No dia
seguinte, chegou à carta. Jessé deu a carta a Marta. Ela ficou olhando o
envelope por um longo minuto. Depois a devolveu ao carteiro e disse:
__ Entrega.
E, diante
do espanto de Jessé, explicou que só queria ver se tinha posto o endereço
certo.
01. (D1) Segundo o
autor, qual é a polêmica retratada no texto?
02. (D10) De
acordo com o texto, o que provocou o conflito da narrativa?
03. (D10) Quais
são os personagens do texto?
04. (D6) Qual é o assunto principal do texto?
05. (D2) Que outra palavra do texto tem o mesmo de
significado de interromper?
06. (D10) Em que
lugar a história se passa?
07. (D10) De que
maneira o autor se expressa para finalizar sua história?
08. (D2) Busque
outra palavra do texto que tenha o mesmo sentido ou que seja semelhante com “simular".
09. (D12) Qual a
finalidade deste texto?
LIÇÃO 11
Leia a história em quadrinhos a seguir, depois responda
as questões de 1 a 2.
HORÁCIO
01. (D6) A respeito das ideias apresentadas, em relação
ao texto, afirma-se que a ideia principal é
(A) Horácio faz referência ao período da Páscoa.
(B) Horácio está dominado pelo sentimento de raiva.
(C) Horácio pretende obrigar todos a sorrirem.
(D) Horácio mostra que é recompensador cultivar amizades.
02. (D4) Dos
provérbios abaixo, o que finaliza a mensagem dos três últimos
quadrinhos é
(A) “Mais vale um pássaro na mão que dois voando.”
(B) “Cada um colhe aquilo que planta.”
(C) “Nem tudo que reluz é ouro.”
(D) “Quem ama o feio, bonito lhe parece.”
Leia o texto abaixo.
O sapo
Era
uma vez um lindo príncipe por quem todas as moças se apaixonavam. Por ele
também se apaixonou uma bruxa horrenda que o pediu em casamento. O príncipe nem
ligou e a bruxa ficou muito brava. “Se não vais casar comigo não vai se casar
com ninguém mais”! “Olhou fundo nos olhos dele e disse: " Você vai virar
um sapo! “Ao ouvir essa palavra o príncipe sentiu uma estremeção”. Teve medo.
Acreditou. E ele virou aquilo que a palavra feitiço tinha dito. Sapo. Virou um
sapo.
Alves, Rubem. A Alegria de Ensinar. Ars Poética, 1994.
03. (D3) No trecho “O príncipe NEM LIGOU e a bruxa ficou
muito brava”, a expressão destacada significa que
(A) não deu
atenção ao pedido de casamento.
(B) não entendeu
o pedido de casamento.
(C) não respondeu
à bruxa.
(D) não acreditou
na bruxa.
Leia o texto seguinte.
DUAS ALMAS
Ó tu que vens de longe, ó tu que vens cansada,
entra, e sob este teto encontrarás carinho:
Eu nunca fui amado, e vivo tão sozinho.
Vives sozinha sempre e nunca foste amada...
.
A neve anda a branquear lividamente a estrada,
e a minha alcova tem a tepidez de um ninho.
Entra, ao menos até que as curvas do caminho
se banhem no esplendor nascente da alvorada.
.
E amanhã quando a luz do sol dourar radiosa
essa estrada sem fim, deserta, horrenda e nua,
podes partir de novo, ó nômade formosa!
.
Já não serei tão só, nem irás tão sozinha:
Há de ficar comigo uma saudade tua...
Hás de levar contigo uma saudade minha...
.
Marcadores: Alceu Wamosy
04. (D3) No verso “e a minha alcova tem a TEPIDEZ de um
ninho” (v.6), a expressão em negrito dá sentido de um lugar
(A) aconchegante.
(B) belo.
(C) brando.
(D) elegante.
Leia a seguir a fábula de Monteiro Lobato e responda as
questões de 5 a 6.
A ONÇA DOENTE
Certa
vez a onça caiu de uma árvore e ficou muitos dias de cama.
Como estava passando fome ele chamou a irara e pediu que
avisasse a bicharada que estava morrendo e que fossem visitá-la.
O
veado, a capivara, a cutia e o jabuti foram visitá-la.
Quando
o jabuti chegou, antes de entrar na toca olhou para o chão e viu que só tinha
pegadas que entravam, então pensou:
- É
melhor eu ir embora e rezar pela melhora da onça, pois aqui quem entrou não
saiu.
E ele
foi o único que se salvou.
Moral da história: Para esperteza, esperteza e meia.
05. (D11) Da
leitura do texto, pode-se entender que a onça encontrava-se doente porque
(A) havia caído
da árvore.
(B) estava com
muita fome.
(C) não podia
caçar.
(D) estava em
apuros.
06. (D4) A
verdadeira intenção da onça era
(A)
encontrar os amigos.
(B) pedir ajuda
aos animais.
(C) alimentar-se
dos animais que iam visitá-la.
(D) almoçar com
os animais que iam visitá-la.
Leia o texto abaixo.
A costureira das fadas
Depois
do jantar o príncipe levou Narizinho à casa da melhor costureira do reino. Era
uma aranha de Paris, que sabia fazer vestidos lindos, lindos até não poder
mais! Ela mesma tecia a fazenda, ela mesma inventava as modas.
– Dona Aranha, disse o príncipe, quero que faça para esta
ilustre dama o vestido mais bonito do mundo. Vou dar uma grande festa em sua
honra e quero vê-la deslumbrar a corte.
Disse e retirou-se. Dona Aranha tomou da fita métrica e,
ajudada por seis aranhinhas muito espertas, principiou a tomar as medidas.
Depois teceu depressa, depressa, uma fazenda cor-de-rosa com estrelinhas
douradas, a coisa mais linda que se possa imaginar. Teceu também peças de fitas
e peças de renda e peças de entremeios – até carretéis de linha de seda
fabricou.
(MONTEIRO LOBATO, José Bento. Reinações de Narizinho. São
Paulo, 1973.)
07. (D11) O
príncipe quer dar um vestido para Narizinho porque
(A) ela deseja
ter um vestido de baile.
(B) o príncipe
vai se casar com Narizinho.
(C) ela deseja
um vestido cor-de-rosa.
(D) o príncipe
fará uma festa para Narizinho.
Leia o seguinte texto.
CONTINHO
Era uma
vez um menino triste, magro e barrigudinho, do sertão de Pernambuco. Na
soalheira danada de meio-dia, ele estava sentado na poeira do caminho
imaginando bobagem, quando passou um gordo vigário a cavalo:
— Você
aí, menino, para onde vai essa estrada?
— Ela não
vai não: nós é que vamos nela.
—
Engraçadinho duma figa! Como você se chama?
— Eu não
me chamo não: os outros é que me chamam de Zé.
(Paulo
Mendes Campos)
08. (D16) Há traço de humor no trecho
(A) “Era uma vez
um menino triste, magro”. (l. 1)
(B) “ele estava
sentado na poeira do caminho”. (l. 2)
(C) “quando
passou um vigário”. (l. 3)
(D) “Ela não vai
não: nós é que vamos nela.” (l. 5)
Leia o texto abaixo.
Acho uma boa ideia abrir as escolas no fim de semana, mas
os alunos devem ser supervisionados por alguém responsável pelos jogos ou
qualquer opção de lazer que se ofereça no dia. A comunidade poderia interagir e
participar de atividades interessantes. Poderiam ser feitas gincanas, festas e
até churrascos dentro da escola.
(Juliana Araújo e Souza)
(Correio Braziliense, 10/02/2003, Gabarito. p. 2.)
09. (D15) Em “A
comunidade poderia interagir e participar de atividades interessantes,” (l.
3-4), a palavra destacada indica
(A) alternância.
(B) oposição.
(C) adição.
(D) explicação.
LIÇÃO 12
Leia o texto abaixo e responda as questões de 1 a 3.
O visitante vai passando pelo corredor do hospital,
quando vê o amigo saindo disparado, cheio de tubos, da sala de cirurgia:
__ Aonde é que você vai, rapaz?!
__ Tá louco, bicho, vou cair fora!
__ Mas, qual é, rapaz?! Uma simples operação de apendicite!
Você tira isso de letra.
E o paciente:
__ Era o que a enfermeira estava dizendo lá dentro: “Uma
operaçãozinha de nada, rapaz! Coragem! Você tira isso de letra! Vai fundo,
homem!”
__ Então, por que você está fugindo?
__ Porque ela estava dizendo isso era pro médico que ia
me operar!
(Ziraldo. As melhores anedotas do mundo. Rio de Janeiro;
Globo, 1988, p. 62.)
01. (D6) A ideia principal do texto é
(A) O rapaz tem
medo de cirurgia.
(B) Pela da fala
enfermeira o rapaz imaginou que o médico fosse fazer outra coisa.
(C) Um rapaz não
quer submeter-se a uma operação de apendicite porque o médico é inexperiente.
(D) O rapaz
quando viu os utensílios cirúrgicos ficou com medo e fugiu.
02. (D10) O lugar onde a história se passa
(A) Na entrada
do hospital.
(B) Na recepção
do hospital.
(C) No corredor
do hospital.
(D) Na sala de
operação.
03. (D12) A finalidade ao contar uma anedota é
(A) Informar um
acontecimento.
(B) Descrever um
fato.
(C) Argumentar
um fato ou acontecimento.
(D) Provocar o
riso.
Leia a tirinha a seguir.
04. (D15) No 2º quadrinho da tira, o trecho: “É,
eu o vi na primeira página do jornal.” O pronome em destaque se refere
(A) ao Garfield.
(B) ao jornal.
(C) ao famoso.
(D) ao marido.
LIÇÃO 13
É PRECISO PARAR DE PRENDER
Evandro Lins e Silva
Toda vez que a violência aumenta, as pessoas tendem a
clamar por medidas punitivas mais rigorosas para os transgressores das leis.
Pedem a pena de morte para os mais perigosos e cadeia para todos quanto saiam
do trilho da conduta determinada pela legislação em vigor. Essa é uma reação
instintiva e nada racional. Ninguém ignora que hoje no Brasil a prisão não
regenera nem ressocializa as pessoas que são privadas da liberdade por terem
cometido algum tipo de crime. Ao contrário, é de conhecimento geral que a
cadeia perverte, corrompe, deforma e embrutece. É uma fábrica de reincidência e
uma universidade às avessas, onde se diploma o profissional do crime. A prisão,
essa monstruosa opção, perpetua-se ante a insensibilidade da maioria como uma
forma ancestral de castigo. Positivamente, jamais se viu alguém sair de um
cárcere melhor do que quando entrou. Os egressos do cárcere estão sujeitos a
uma outra terrível condenação: o desemprego. Pior que tudo, são atirados a uma
obrigatória marginalização. O ex-condenado só tem uma saída: incorporar-se ao
crime organizado. A sociedade, que os enclausurou sob o pretexto hipócrita de
reinseri-los em seu seio, os repudia.
...
Os partidários da volta a métodos bárbaros de repressão
não entendem que estão transformando homens em feras e aumentando a legião de
desajustados. Eles têm conquistado muito terreno no Brasil, nos últimos tempos,
com a prisão cautelar que atinge os inocentes e serve de pretexto para a prática
de constantes abusos de poder, e a agravação de penas para crimes hediondos.
Procura-se criar uma atmosfera de pânico, que oferece ensejo a pena de morte.
Nenhum desses pregoeiros da repressão pensa na prevenção dos delitos, no
atendimento aos menores abandonados, na criação de condições socioeconômicas
que impeçam a geração de novos delinquentes.
EXPLORANDO O TEXTO
01. (D-15) Assinale a alternativa que contenha uma
afirmação mais verdadeira sobre o texto apresentado:
(a) O autor não elabora um esquema argumentativo
convincente sobre o sistema penitenciário no Brasil.
(b) O autor não fundamenta o conteúdo das suas ideias com
dados de observação sobre o sistema penitenciário no Brasil.
(c) O autor critica severamente o sistema penitenciário
no Brasil com um raciocínio lógico apresentando causas e efeitos que justificam
o seu posicionamento.
(d) O autor apoia-se meramente numa visão subjetiva ao
condenar o sistema penitenciário vigente no Brasil.
02. (D-13) Do texto depreende-se que a sociedade é
hipócrita pelo fato de:
(a) reintegrar
plenamente o ex-condenado ao seu seio.
(b) oferecer
ao detento condições favoráveis à sua recuperação.
(c)
mascarar a discriminação aos ex-condenados, enquanto finge aceitá-los.
(d) procurar
criar condições sócio-econômicas a fim de sanar a delinquência juvenil.
03. (D-19) No segundo parágrafo, o autor se utiliza de
expressão "pregoeiros da repressão." Aponte a alternativa em que se
verifica, no texto, outra expressão de sentido equivalente:
(a)"egressos
do cárcere"
(b)"profissional do crime"
(c)
"transgressores da lei"
(d)
"partidários da volta a métodos bárbaros"
04. (D-03) No trecho: "Positivamente, jamais se viu
alguém sair de um cárcere melhor do que quando entrou." O termo "positivamente"
no contexto do parágrafo equivale a:
(a)
definitivamente
(b)
necessariamente
(c)
eventualmente
(d)
principalmente
05. (D-01) Segundo o autor, a criação de uma atmosfera de
pânico na população terá com consequência a :
(a) "prática de constantes abusos do
poder."
(b)
"proposta legislativa do retorno à pena de morte."
(c).
"prevenção dos delitos."
(d)
"agravação de penas para crimes hediondos".
06. (D-01) Para o autor, o desemprego dos ex-condenados
obriga-os à:
(a)
reintegração no mundo da criminalidade.
(b) volta da
política de ajuda mútua.
(c) prática de
métodos bárbaros de repressão.
(d)
reincidência de comportamentos racionais.
“A maior parte do tempo de um escritor é passado na
leitura, para depois escrever; uma pessoa revira metade de uma biblioteca para
fazer um só livro.”
Samuel Johnson
( Esse trabalho foi organizado pelo Prof. Francisco
Antônio de Paula Gregório, algumas das atividades foram extraídas de outros
professores, por achar interessantes e de suma importância para o aprendizado
dos alunos. 26/04/2012).
GABARITO DAS LIÇÕES
LIÇÃO 1
01.
Narrador-personagem. Porque o cronista conta um fato do qual ele
participa e ainda podemos detectá-lo pelo maior número de verbos escritos em 1ª
pessoa.
02. a) o cronista.
b) na Gávea. c) Para tomar um café junto ao balcão. d) Na verdade ele está
adiando o momento de escrever. e) Gostaria de estar inspirado, de coroar com
êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada
um; recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da
convivência, que a faz mais digna de ser vivida, do circunstancial, ao
episódico; do acidental, torno simples espectador e lanço então um último olhar
fora de si.
03. a) O pai, a
mãe e a filha. b) No botequim. c) Estão celebrando o aniversário da filha.
04. Aponta no
balcão um pedaço de bolo sob a redoma.
05. A mulher
suspira, depois de ver o garçom se afastar para atendê-los, olhando para os
lados, a reassegurar-se da naturalidade de sua presença ali.
06. Porque invés
de comprar um pedaço de bolo poderia ter comprado um bolo inteiro.
07. Devido ser o
aniversário da filha, a mãe ainda vai retirar de sua bolsa as velinhas para
colocá-las no bolo e o pai as acenderá, depois cantarão parabéns pra você, só
então começa a comê-lo.
08. Ao fundo do
botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, a sua compostura de humildade,
na contenção de gestos e palavras, deixa-se acentuar pela presença de uma
negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre,
os três compunham a tradicional família, célula da sociedade.
COMENTÁRIO
– por ser uma família humilde, se comportavam simplesmente, gesticulando e usando palavras de seu meio, e a maior
presença de sua pobreza era denotada no fato da negrinha está toda arrumadinha,
laço de fita no cabelo e vestida com uma roupa característica de pessoa pobre.
09. Comoção,
gracejo e dó.
10. Ele se sentiu
muito feliz e preferiu que a sua última crônica: fosse pura como aquele
sorriso.
LIÇÃO 2
01.
A; 02. A; 03. D; 04. Aborrecimento. 05. C; 06. C; 07. B; 08. C.
LIÇÃO 3
01. a)
censurou significa recriminou; b) inusitado significa insólito.
02.
Crônica humorística.
03. a)
a filha comunica ao pai que vai dormir com o namorado. b) o sumiço do namorado
e a descoberta da inconstância da filha. c) o encontro no corredor entre o pai
e o rapaz. d) o pai descobre que o rapaz no corredor era ladrão e não o
namorado.
04. O
pai, a filha e os namorados.
05. Na
casa da namorada.
06.
Apesar de ter tido uma criação severa, diferente dos padrões mais liberais da
filha, e julgá-la muito jovem, o pai soube ouvi-la e ponderar, procurando a
solução que considerou mais coerente.
07. O
namoro.
08.
Informar os jovens que têm vida afetiva e sexual ativa que sempre se lembrem da
importância do uso de preservativos.
09.
Narrador-observador.
10. Com
a utilização de uma linguagem coloquial, irônica e bem-humorada, narração dos
fatos; isto altera a situação de séria para engraçada.
LIÇÃO 4
01. A;
02. A; 03. C; 04. D; 05. D; 06. A; 07. C; 08. C; 09. A; 10. B; 11. A; 12. A;
13. B.
LIÇÃO 5
01. B;
02. A; 03. C; 04. B; 05. D; 06. D; 07. D; 08. D; 09. D.
LIÇÃO 6
01. D;
02. D; 03. B; 04. D; 05. B; 06. B; 07. C; 08. D; 09. C; 10. A; 11. D; 12. C;
13. D; 14. D; 15. C; 16. B.
LIÇÃO 7
01. B;
02. C; 03. B; 04. D; 05. B; 06. A; 07. D; 08. D; 09. D; 10. C; 11. D; 12. D;
13. C.
LIÇÃO 8
01. O
homem não trouxe o dinheiro da cidade para pagar a prestação da televisão.
02.
Quando o homem pede a mulher para ficar quieta dentro de casa, quando o
cobrador da televisão chegasse, pensasse que não havia ninguém, o deixasse
bater na porta até cansar, no outro dia ele pagaria.
03.
Interromper-se de súbito.
04. Ele
estava sem dinheiro para pagá-la, envergonhado preferiu se esconder e assim
teria tempo suficiente para debitar sua dívida.
05. Em um apartamento.
06. A velha,
estarrecida, atirou os braços para cima, soltou um grito: “Valha-me Deus! O
padeiro está nu!”
07. [...].
Deixa ele bater até cansar __ amanhã eu
pago.
08. O
homem e sua mulher.
09.O
cobrador da televisão e os vizinhos.
10. Mostra-nos que caso como este acontece
frequentemente no cotidiano.
11. De
forma surpreendente e humorística.
LIÇÃO 9
01. B;
02. A; 03. C; 04. B; 05. D; 06. C; 07. B; 08. A; 09. D; 10. D; 11. A; 12. C;
13. B.
LIÇÃO 10.
01. A
carta que Marta escreveu para seu namorado.
02.
Quando Marta se arrepende de ter escrito a carta e tenta interceptá-la.
03.
Marta, Haroldo e o carteiro.
04. A
briga do casal.
05.
Interceptar.
06. Na
calçada em frente do edifício de Haroldo.
07. De
forma séria, decisiva.
08.
Fingir.
09.
Fazer-nos uma advertência: que jamais tomemos nenhuma decisão precipitada, em
momento de raiva ou nervosismo, porque as consequências serão enormes.
LIÇÃO 11
01. D;
02. C; 03. A; 04. A; 05. A; 06. C; 07. D; 08. D; 09. C.
LIÇÃO 12.
01. C;
02. C; 03. D; 04. D; 05. A; 06. C.
LIÇÃO 13.
01. C; 02. C; 03. D; 0
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