segunda-feira, 29 de agosto de 2016

 
SER FILHO É PADECER NO PURGATÓRIO
(NOVAES, Carlos Eduardo. Juvenal Ouriço repórter. Rio de Janeiro, Editora Nórdica, 1977)
1.  – Psssiu, psssiu!
2.  – Eu? – virou-se Juvenal, apontando o próprio peito.
3. – É. O senhor mesmo. – confirmou o comerciante à porta da loja. Venha cá, por favor.
4. Juvenal aproximou-se. O comerciante inclinou-se sobre ele e, como que lhe segredasse algo, perguntou:
5. – O senhor tem mãe?
6. – Tenho.
7.  – Gosta dela?
8.  – Gosto.
9. – Então é com o senhor mesmo que eu quero falar. Vamos entrar. Tenho aqui um presente especial para sua mãe.
10. – Tem mesmo? Mas por que o senhor não entrega a ela pessoalmente?
11.– Porque ela é sua mãe, não é minha. O senhor é que deve entregar o presente.
12.– Está bem. Então o senhor me dá que eu dou pra ela.
13.– Dar, não. – corrigiu o comerciante. – Infelizmente, não estamos em condições. As vendas só subiram 75%. Vou ter que lhe  vender o presente.
14. – Mas eu não estava pensando em comprar um presente agora para minha mãe. O aniversário dela é em novembro.
15.– Não é pelo aniversário. É pelo dia das mães.
16.– Dias das mães? – repetiu Juvenal, sempre desligado. – Mães de quem?
17. - Mães de todos. É depois de amanhã, domingo.
18. – É mesmo? E quem disse isso?
19. – Bem…
20.– Está na Bíblia?
21. – Não. Ele foi criado por nós, comerciantes, para permitir que vocês manifestem seu amor e carinho por suas mães.
22. – Puxa, vocês são tão legais. Eu não sabia que os comerciantes gostavam tanto da mãe da gente.
23.– Pois acredite. E olhe, vou lhe contar um segredo: nós gostamos mais da mãe de vocês do que da nossa.
24. – É mesmo? E por que assim?
25.– Porque a nossa não deixa lucro. Pelo contrário. Todo ano, no dia das mães, sou obrigado a desfalcar a loja para presenteá-la.

Lido o texto, responda às questões a seguir, assinalando a única opção correta:
1. O comerciante perguntou se Juvenal gostava de sua mãe porque queria:
a. (   ) deixá-lo emocionado.           b. (   ) expor seus sentimentos
c. (   ) vender-lhe um presente.       d. (   ) saber se ele era um bom filho

2. Com esse texto, o autor pretendeu demonstrar que:
a. (   ) merece purgatório quem esquecer o Dias das Mães.
b. (   ) o comércio se importa apenas com o lucro das vendas.
c. (   ) o amor filial se torna mais evidente no Dias das Mães.
d. (   ) um único dia no ano é pouco para homenagear as mães.

3. Em que dia da semana o comerciante conversou com Juvenal?
a. (   ) segunda-feira           b. (   ) domingo
c. (   ) sexta-feira                d. (   ) quarta-feira

4. Em: “… sou obrigado a desfalcar a loja…” (par. 25), a palavra em    destaque pode ser substituída por:
a. (   ) diminuir      b. (   ) desperdiçar      c. (   ) furtar


Responda com suas palavras, mas de acordo com a ideia do texto:
5. Por que Juvenal pareceu surpreso quando o comerciante se referiu ao Dias das Mães? _________________________________________________

6. Pelo que se lê no texto, Juvenal costumava presentear sua mãe? Justifique sua resposta.
________________________________________________________________________

7. O comerciante afirma que gosta mais das mães dos outros que da sua. Por quê?
__________________________________________________________________________

8. No trecho abaixo, as palavras sublinhadas  podem ter sido empregadas de maneira imprópria. Corrija o emprego, trocando-as para o lugar certo:
Quando tentei confirmar meu amor pela Ingrácia, ela não me segredou que falasse e até demonstrou no meu ouvido que aquele momento era impróprio. Eu ainda tentei permitir, dizendo que todo momento era próprio, mas ela manifestou o que dissera e corrigiu certo desagrado pela minha insistência.

Quando tentei ____________ meu amor pela Ingrácia, ela não me ______________ que falasse e até ____________ no meu ouvido que aquele momento era impróprio. Eu ainda tentei ____________ dizendo que todo momento era próprio, mas ela __________ o que dissera e ____________certo desagrado pela minha insistência.

 

Dissertação

Dissertação.  Dissertar é:
I. Expor um assunto, esclarecendo as verdades que o envolvem, discutindo a problemática que nele reside;
II. Defender princípios, tomando decisões
III. Analisar objetivamente um assunto através da sequência lógica de ideias;
IV. Apresentar opiniões sobre um determinado assunto;
V. Apresentar opiniões positivas e negativas, provando suas opiniões, citando fatos, razões, justificativas.
        A introdução de um texto pode ser concebida como o “cartão de visita” do autor, um convite ao leitor / à leitora a participar de maneira harmoniosa ou contrastiva em relação à proposta abordada, além de servir de elemento administrativo e regencial do aspecto global do texto. Por esses motivos, é significativo que a introdução de um texto dissertativo contenha elementos atrativos, objetivos, questionadores e que apresente um matiz distintivo (atrelado ao grau opinativo e/ ou informativo) sobre o que será desenvolvido.
        Um dos quesitos que garantem o bom desdobramento do texto dissertativo é o uso de exemplos, seja para complementar, ratificar ou refutar um tema ou uma ideia preestabelecida. Dessa maneira, a exemplificação possibilita caracterizar e tornar mais acessível e convincente ao leitor o que se afirma ou se nega. O uso de exemplos também certifica ao leitor que o autor é capaz de dissertar sobre temas da atualidade, bem como explorar certo conhecimento de mundo ou certa capacidade intertextual de dialogar com outros assuntos afins.
     Além de retomar ou resumir a ideia/ assunto desenvolvido, a conclusão de um texto dissertativo deve, em geral, oferecer um argumento distintivo em relação ao foco proposto e, dependendo do gênero a ser produzido, deve convencer o leitor a refletir sobre aquele determinado ponto de vista.
www.algosobre.com.br/redacao/dissertacao.htm

 

Coração conta diferente


         —  Ai...
         —  O que é que você tem, Tiago?
         Quem falou ai fui eu. Quem me perguntou o que é que eu tinha foi o Renato, que fica sen­tado do meu lado e pode vigiar tudo o que faço. Ele deve ter pensado que alguma coisa estava doendo. Mas esse ai não era de dor.
         Então, suspirei de novo, mas agora sem falar nada. Esse suspiro saiu como um sopro, que balançou as folhas do meu caderno. E pra dentro, baixinho, pra ninguém escutar, eu gemi: Ai, Adriana...
          É que ela levantou para ir ao quadro. Logo hoje que ela soltou o cabelo comprido daquele rabo-de-cavalo que ela costuma usar. O cabelo dela é tão lindo... Parece de seda e tem um brilho que eu ia dizer que parece o Sol. Mas a Adriana tem cabelos pretos e Sol moreno fica meio esquisito.
7x5 =45...
         — Tá errado, tia! Tá errado! — gritou toda esganiçada a Catarina.
      A tia então mandou a Adriana sentar. A Catarina correu e meteu o apagador em cima daqueles números tão bem desenhados, corrigindo com um 35 tão sem graça quanto a sua voz.
          Adriana voltou pro lugar dela e eu nem pude ver se ela estava com a cara muito vermelha. Ela ficou com a cabeça abaixada um tempão. Eu senti que ela estava triste e fiquei muito triste também. Aí, arranquei a beiradinha da última página do meu caderno e escrevi:
         Não liga, Adriana. O 45 que você escreve é tão lindo quanto o seu cabelo.
    Dobrei meu bilhete. Fiz bem depressa uma bolinha com o bilhete dobrado, mirei e joguei. Ela caiu no colo da Adriana.
    Meu coração bateu depressa. Ai, ai, ai, meu coração martelando tantosais no peito. A Adriana foi desamassando o bilhete bem devagar. Ela leu, depois guardou dentro do estojo. Nem olhou pro meu lado. De repente me lembrei de uma coisa terrível: EU NÃO TINHA POSTO O MEU NOME NO PAPEL!
         Nisso, a tia me chamou. Eu só pensava naquela confusão.
         —Tá errado! Tá errado! Deixa eu fazer, tia?
    Eu olhei pro quadro e entendi... 8 x 6 = 36... A tia me mandou sentar. Fui, morrendo de sem graça.
    Cheguei na minha carteira e vi uma bolinha  de papel bem em cima do meu caderno. Quando ninguém estava mais olhando, eu disfarcei e abri:
         Eu também me amarro no seu 36.
         No cantinho do papel estava assinado: Adriana

Coração conta diferente.Lino de Albergaria São Paulo: Scipione, 1992.



1- Analise o texto lido e use V (verdadeiro) ou F (falso):


(      ) O texto é uma narrativa.
(      ) O texto pode ser considerado um poema porque está escrito em versos.
(      ) O autor transcreve as falas das personagens, por meio do discurso direto.
(      ) O narrador é personagem porque participa das ações da história contada.
(      ) O narrador é observador, porque não participa da história contada.

2- Faça a correspondência, de acordo com o texto:

(A) Tiago                    (      )  Tem lindos cabelos pretos.
(B) Renato                 (       )  Narra a história.
(C) Adriana                (       )  Senta-se  próximo ao narrador.
(D) Catarina               (       ) Tem a voz esganiçada.

3- No 2º parágrafo o narrador explica que o “ai” que ele disse não era de dor. De acordo com o texto, o que significa esse “ai”?

4- Como a professora da turma é tratada no texto?
_______________________

5- O narrador ia comparar o brilho dos cabelos de Adriana com o Sol, mas desiste. Retire do texto a frase que indica porque a comparação não era boa.


6- Qual personagem do texto descobre o erro de Adriana e corrige os números no quadro?

___________________________________

7- Adriana descobriu quem tinha escrito o bilhete para ela? Escreva comovocê chegou
a essa conclusão?


8- Enumere as ações de acordo com o texto:
(      ) Tiago escreve um bilhete e o joga  para Adriana.
(      ) Catarina grita que a reposta de Adriana está errada.
(      ) Tiago observa Adriana escrevendo no quadro e suspira.
(      ) Adriana erra a resposta.
(      ) Tiago vai  ao quadro e também erra a resposta.
(      ) Adriana retorna para sua carteira e fica de cabeça baixa.
(      ) Adriana responde Tiago escrevendo um bilhete para ele.

9-      A gíria é uma forma de expressão oral ou escrita, usada por determinados grupos em situação de intimidade. Ela faz parte da linguagem coloquial.
         As gírias devem ser evitadas em situações formais ou cerimoniosas porque nessas ocasiões deve-se utilizar a linguagem padrão que obedece às regras da Língua Portuguesa.

Ø  A partir das informações dadas acima, responda:

a)- Adriana usa uma gíria no bilhete que escreve para Tiago. Que expressão indica essa gíria?
___________________________________

b)- Por que foi possível o uso da linguagem coloquial no bilhete escrito por Adriana?

_____________________________________

c)-   Reescreva o bilhete de Adriana substituindo a gíria por uma expressão da linguagem padrão, sem alterar o sentido da mensagem.



Trabalhando a Gramática
1- Leia a frase abaixo e marque a alternativa correta:
Então, suspirei de novo, mas agora sem falar nada. Esse suspiro saiu como um sopro, que balançou as folhas do meu caderno.

       A palavra destacada é um:
A – pronome oblíquo.
B – pronome pessoal do caso reto.
C – pronome possessivo.
D – pronome demonstrativo.

2- Retire do texto:
a) do 3º parágrafo um pronome pessoal do caso reto: ___________________

b) do 16º parágrafo, um pronome possessivo:______________________

3- Classifique os pronomes destacados na estrofe do poema abaixo:
           O rio passa...
             Não passa sozinho.

              Ele leva consigo

            o que encontrar,

            deslizando depressa 

             em busca do mar...
 
DROGAS: A MÍDIA ESTÁ DENTRO
 
   Há poucos dias, assistindo a um desses debates universitários que a gente pensa que não vão dar em nada, ouvi um raciocínio que não me saiu mais da cabeça. Ouvi-o de um professor - um professor brilhante, é bom que se diga. Ele se saía muito bem, tecendo considerações críticas sobre o provão. Aliás, o debate era sobre o provão, mas isso não vem ao caso. O que me interessou foi um comentário marginal que ele fez - e o exemplo que escolheu para ilustrar seu comentário. Primeiro, ele disse que a publicidade não pode tudo, ou melhor, que nem todas as atitudes humanas são ditadas pela propaganda. Sim, a tese é óbvia, ninguém discorda disso, mas o mais interessante veio depois. Para corroborar sua constatação, o professor lembrou que muita gente cheira cocaína e, no entanto, não há propaganda de cocaína na TV. Qual a conclusão lógica? Isso mesmo: nem todo hábito de consumo é ditado pela publicidade.

A favor da mesma tese, poderíamos dizer que, muitas vezes, a publicidade tenta e não consegue mudar os hábitos do público. Inúmeros esforços publicitários não resultam em nada. Continuemos no campo das substâncias ilícitas. Existem insistentes campanhas antidrogas nos meios de comunicação, algumas um tanto soporíferas, outras mais terroristas, e todas fracassam. Moral da história? Nem que seja para consumir produtos químicos ilegais, ainda somos minimamente livres diante do poder da mídia. Temos alguma autonomia para formar nossas decisões.

Tudo certo? Creio que não. Concordo que a mídia não pode tudo, concordo que as pessoas conseguem guardar alguma independência em sua relação com a publicidade, mas acho que o professor cometeu duas impropriedades: anunciou uma tese fácil demais e, para demonstrá-la, escolheu um exemplo ingênuo demais. Embora não vejamos um comercial promovendo explicitamente o consumo de cocaína, ou de maconha, ou de heroína, ou de crack, a verdade é que os meios de comunicação nos bombardeiam, durante 24 horas por dia, com a propaganda não de drogas, mas do efeito das drogas. A publicidade, nesse sentido, não refreia, mas reforça o desejo pelo efeito das drogas. Por favor, não se pode culpar os publicitários por isso - eles, assim como todo mundo, não sabem o que fazem.
Exercícios
1. (INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS) DROGAS: A MÍDIA ESTÁ DENTRO; com esse título o autor:
A) condena a mídia por sua participação na difusão do consumo de drogas;

B) mostra que a mídia se envolve, de algum modo, com o tema das drogas;

C) faz um jogo de palavras, denunciando o incentivo ao consumo de drogas pela mídia;

D) demonstra a utilidade da mídia em campanhas antidrogas;

E) indica que a mídia é bastante conhecedora do tema das drogas.

2. (INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS) ''Há poucos dias...''; há verbos denominados impessoais (como o verbo haver, nesta frase) que permanecem com a forma equivalente à terceira pessoa do singular, não concordando com qualquer termo da frase. O item abaixo que apresenta um outro verbo empregado impessoalmente é:
A) A droga nunca traz bons resultados;

B) Choveu dinheiro na premiação da loteria;

C) Iniciei a campanha na semana passada;

D) O homem não deve ter medo de nada;

E) Nesta rua tem um bosque.

3. (INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS) ''Há poucos dias, assistindo a um desses debates universitários...''; se desenvolvermos a forma do gerúndio assistindo de forma adequada ao texto, teremos:
A) depois de assistir;

B) assim que assisti;

C) enquanto assistia;

D) logo que assisti;

E) porque assisti.

4. ''...assistindo a um desses debates universitários...''; a regência cuida do emprego correto das preposições após certos nomes ou verbos. A frase a seguir em que há erro de regência é:
A) O público acompanha a novela que gosta;

B) A publicidade lembra ao consumidor o que deve comprar;

C) As pessoas preferem TV a teatro;

D) Nem todos aspiram cocaína;

E) A publicidade nunca se esquece de seu dever.

5. (INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS) ''Ele se saía muito bem tecendo considerações críticas sobre o provão,...''; o gerúndio tecendo mostra uma ação:
A) que antecede a do verbo da oração anterior;

B) posterior à do verbo da oração anterior;

C) que é a conseqüência da ação da oração anterior;

D) simultânea à do verbo da oração anterior;

E) que mostra oposição à ação da oração anterior.

6. (INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS) ''Há poucos dias, assistindo a um desses debates universitários que a gente pensa que não vão dar em nada, ouvi um raciocínio que não me saiu mais da cabeça.''; o comentário correto sobre esse segmento do texto é:
A) os três quês do texto pertencem à idêntica classe gramatical;

B) a expressão a gente, por dar idéia de quantidade, deve levar o verbo para o plural;

C) a forma verbal vão deveria ser substituída pela forma vai;

D) a forma verbal vão dar transmite idéia de possibilidade;

E) a última oração do texto restringe o sentido do substantivo raciocínio.

7. ''Ouvi-o de um professor...''; o item abaixo em que houve um mau emprego do verbo com o pronome oblíquo é:
A) Os comentários, escutei-os de um professor;

B) As revistas, compramo-las no jornaleiro;

C) Ao professor, dei-o um conselho;

D) Os debates, assistiram-nos muitas pessoas;

E) Os resultados, discuti-os com a turma.

8. A expressão destacada que tem seu significado corretamente expresso é:
A) ''...que a gente pensa que não vão dar em nada.''- que não vão chegar a ser publicados;

B) ''...ouvi um raciocínio que não me saiu mais da cabeça.''-que me deixou com dor de cabeça;

C) ''...o debate era sobre o provão, mas isso não vem ao caso.''- tem pouca importância;

D) ''...um professor brilhante, é bom que se diga.'' - é importante destacar isso;

E) ''Ele se saía muito bem...''- ele desviava do assunto principal.

9. ''O que me interessou foi um comentário marginal...''; o vocábulo destacado significa:

A) subliminar;

B) maldoso;

C) anormal;

D) desprezível;

E) paralelo.

10. (INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS) ''O que me interessou foi um comentário marginal que ele fez - e o exemplo que escolheu para ilustrar seu comentário.'' ; a forma menos adequada de reescrevermos o texto acima, respeitando-se o sentido original, é:
A) Interessou-me um comentário marginal que ele fez - e o exemplo escolhido para ilustrar seu comentário;

B) Interessaram-me não só um comentário marginal que ele fez, como também o exemplo que escolheu para a ilustração de seu comentário;

C) O que me interessou foram um comentário marginal (que ele fez) e o exemplo (que escolheu para ilustrar seu comentário);

D) Um comentário marginal que ele fez e o exemplo que escolheu para ilustrar seu comentário foi o que me interessou;

E) Um comentário marginal feito por ele e o exemplo escolhido para a ilustração de seu comentário foi o que me interessou.

 

GABARITO

 1 - C
 2 - D
 3 - C
 4 - D
 5 - B
 6 - B
 7 - D
 8 - A
 9 - A
10 - A

 

Tipos de textos


NARRAÇÃO
Narrar é contar fatos. A narrativa consiste na elaboração de um texto inserindo episódios, acontecimentos. O fato é o ponto central da ação, sendo o verbo o elemento principal. É importante só uma ação centralizadora para envolver as personagens. Deve haver um centro de conflito, um núcleo do enredo.
A relação verbal emissor – receptor efetiva-se por intermédio do que chamamos discurso. A narrativa se vale de tal recurso, efetivando o ponto de vista ou foco narrativo.
Fazemos um texto narrativo com base em alguns elementos:
O quê? - Fato narrado;
Quem? – personagem principal e o anti-herói;
Como? – o modo que os fatos aconteceram;
Quando? – o tempo dos acontecimentos;
Onde? – local onde se desenrolou o acontecimento;
Por quê? – a razão, motivo do fato;
Por isso: - a consequência dos fatos.

TIPOS DE NARRADOR:
Quando o narrador participa dos acontecimentos diz-se que é narrador-personagem. Isto constitui o foco narrativo da 1ª pessoa.
Narrador-observador é aquele que serve de intermediário entre o fato e o leitor. É o foco narrativo de 3ª pessoa.

FORMAS DE DISCURSO:
* DISCURSO DIRETO
É aquele que reproduz exatamente o que escutou ou leu de outra pessoa.
Podemos enumerar algumas características do discurso direto:
- Emprego de verbos do tipo: afirmar, negar, perguntar, responder, entre outros;
- Usam-se os seguintes sinais de pontuação: dois-pontos, travessão e vírgula.

* DISCURSO INDIRETO
É aquele reproduzido pelo narrador com suas próprias palavras, aquilo que escutou ou leu de outra pessoa.
No discurso indireto eliminamos os sinais de pontuação e usamos conjunções: que, se, como, etc.

* DISCURSO INDIRETO LIVRE
É aquele em que o narrador reconstitui o que ouviu ou leu por conta própria, servindo-se de orações absolutas ou coordenadas sindéticas e assindéticas.

Estrutura do texto narrativo: apresentação, complicação ou desenvolvimento, clímax e desfecho.

ELEMENTOS QUE COMPÕEM OS TEXTOS NARRATIVOS
*Foco narrativo;
*Personagens – protagonista, antagonista, coadjuvante;
*Narrador – narrador personagem e narrador observador;
*Tempo – cronológico ou psicológico;
*Espaço.

A narrativa é centrada num conflito vivido pelos personagens:
Protagonista – personagem principal.
Antagonista – personagem que atua contra o protagonista.
Coadjuvantes – personagens secundários.

Alguns textos narrativos
Entre os textos narrativos mais conhecidos estão, o Romance, a Novela, o conto, a fábula, Crônica, a História em quadrinhos, o Apólogo, a Lenda, entre outros. Vejamos os conceitos de cada um e as diferenças básicas entre eles.

Romance: em geral é um tipo de texto que possui um núcleo principal, mas não possui apenas um núcleo. Outras tramas vão se desenrolando ao longo do tempo em que a trama principal acontece. O Romance se subdivide em diversos outros tipos: Romance policial, Romance romântico, etc. É um texto longo, tanto na quantidade de acontecimentos narrados quanto no tempo em que se desenrola o enredo com personagens bem definidos de caráter verossímil.

Novela: muitas vezes confundida em suas características com o Romance e com o Conto, é um tipo de narrativa menos longa que o Romance, possui apenas um núcleo, ou em outras palavras, a narrativa acompanha a trajetória de apenas uma personagem. Em comparação ao Romance, se utiliza de menos recursos narrativos e em comparação ao Conto tem maior extensão e uma quantidade maior de personagens.

Conto: É uma narrativa curta. O tempo em que se passa é reduzido e contém poucas personagens que existem em função de um núcleo. É o relato de uma situação que pode acontecer na vida das personagens, porém não é comum que ocorra com todo mundo. Pode ter um caráter real ou fantástico da mesma forma que o tempo pode ser cronológico ou psicológico.

Crônica: por vezes é confundida com o conto. A diferença básica entre os dois é que a crônica narra fatos do dia a dia, relata o cotidiano das pessoas, situações que presenciamos e já até prevemos o desenrolar dos fatos. A crônica também se utiliza da ironia e às vezes até do sarcasmo. Não necessariamente precisa se passar em um intervalo de tempo, quando o tempo é utilizado, é um tempo curto, de minutos ou horas normalmente. Muitas vezes a crônica vem escrita em tom humorístico. Pode ser narrada tanto na 1ª quanto na 3ª pessoa do singular.
A palavra crônica deriva do Latim chronica que significava, no início da era cristã, o relato de acontecimentos em ordem cronológica (a narração de histórias segundo a ordem em que se sucedem no tempo). Era, portanto, um breve registro de eventos.

Fábula: É semelhante a um conto em sua extensão e estrutura narrativa. O diferencial se dá, principalmente, no objetivo do texto, que é o de dar algum ensinamento, uma moral. Outra diferença é que as personagens são animais, mas com características de comportamento e socialização semelhantes às dos seres humanos. É de caráter fantástico que busca ser inverossímil.

Histórias em quadrinhos: Não são somente as que palavras transmitem ideias ou comunicam um pensamento, as imagens também falam. As histórias em quadrinhos utilizam duas formas de comunicação: uma visual e outra verbal. O desenho e o colorido conseguem traduzir, juntamente com a escrita, o que o autor da história em quadrinho quer transmitir. As histórias em quadrinhos são definidas e conhecidas como narrativas realizadas através da sequência de imagens, desenhos ou figuras impressas, com falas dos personagens inseridas em espaços delimitados chamados de "balões", geralmente são publicadas em gibis.

Alguns elementos fundamentais na Construção de Histórias em Quadrinhos: 1. Argumento: a ideia da trama de forma resumida com início, meio e fim.
2. Escaleta: é a organização de todas as cenas seguindo uma ordem, bem como uma descrição ligeira.
3. Roteiro: cenas com cenários, diálogos, personagens, enredo, dramas e a finalização.

Apólogo: é semelhante à fábula e à parábola, mas pode se utilizar das mais diversas e alegóricas personagens: animadas ou inanimadas, reais ou fantásticas, humanas ou não. Da mesma forma que as outras duas, ilustra uma lição de sabedoria. Ex: A agulha e a linha.

Lenda: é uma história fictícia a respeito de personagens ou lugares reais, sendo assim a realidade dos fatos e a fantasia estão diretamente ligadas. A lenda é sustentada por meio da oralidade, torna-se conhecida e só depois é registrada através da escrita. O autor, portanto é o tempo, o povo e a cultura.

Conto de fadas para Mulheres Modernas

Conto de fadas para Mulheres Modernas

Era uma vez, numa terra muito distante, uma linda princesa, independente e cheia de auto-estima que, enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo estava de acordo com as conformidades ecológicas, se deparou com uma rã. Então, a rã pulou para o seu colo e disse:
- Linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito. Mas, uma bruxa má lançou-me um encanto e eu transformei-me nesta rã asquerosa. Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir lar feliz no teu lindo castelo. A minha mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavarias as minhas roupas, criarias os nossos filhos e viveríamos felizes para sempre…
… E então, naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã à sautée, acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria e pensava: – Eu, hein?… nem morta!
(Luís Fernando Veríssimo)
Interpretação de Texto
1. A princesa possui uma atitude típica das heroínas de contos de fada? Explique?
2. Em um conto de fada clássico, qual seria o desfecho desse conto?
3. Qual o conceito de “Felizes para sempre” para o príncipe?
4. Em sua opinião, qual o conceito de felicidade na visão da princesa?
5. Quais adjetivos são usados para definir a princesa? Esses adjetivos condizem com a atitude que ela toma no fim do conto? Justifique.
6. Intertextualidade é quando um texto remete a outro. Existem três tipos de intertextualidade, a paráfrase (quando o texto possui as mesmas idéias centrais do texto original), apropriação (quando o texto é reescrito com as mesmas palavras) e Paródia (quando o texto possui idéias contrárias as idéias centrais do texto original). No texto lido lembramos a clássica história do príncipe transformado em sapo e na construção desse texto o autor usou qual tipo de intertextualidade? Justifique.
7. O título do texto nos dá idéia do que encontraremos nesse conto? Caso sim, explique qual a posição da mulher moderna?
8. Qual o dito popular que define melhor a idéia central do conto de Luís Fernando Veríssimo?
(a)   Melhor um na mão do que dois voando.
(b)   Sempre existe um sapato velho para um pé doente.
(c)    Antes só do que mal acompanhada.
(d)   Quem ama o feio bonito lhe parece.
(e)   Quem cospe para cima na cara lhe cai.

 

6º ANO - TEXTO NARRATIVO: LENDA


Lenda é uma narrativa popular cujos personagens são seres fantásticos. Geralmente tenta explicar, oralmente, a origem de um povo, de um fenômeno da natureza ou de acontecimentos misteriosos. O nosso folclore é bastante rico em personagens lendárias.

O curupira

O curupira é um dos principais personagens da lenda que é contada principalmente no interior do Brasil. O curupira é de baixa estatura, com cabelos avermelhados e com os pés voltados para trás, habita as matas brasileiras.
Sua principal função é proteger as árvores, plantas e animais das florestas, tendo como alvos principais os caçadores, lenhadores e pessoas que destroem as matas de forma predatória.
Para assustar os caçadores e lenhadores, o curupira emite sons e assovios agudos. Cria imagens ilusórias e assustadoras para espantar aqueles considerados "inimigos da florestas". Dificilmente é localizado pelos caçadores, pois seus pés virados para trás servem para despistar os perseguidores, deixando rastros falsos pelas matas. Tem uma velocidade tão impressionante que é praticamente impossível ser seguido por um humano.
 Segundo a lenda, adora descansar nas sombras das mangueiras. Costuma também levar crianças pequenas para morar com ele nas matas. Após encantar as crianças e ensinar os segredos da floresta, devolve os jovens para a família, após sete anos.
Os contadores de lendas dizem que o curupira adora pregar peças naqueles que entram na floresta. Por meio de encantamentos e ilusões, ele deixa o visitante atordoado e perdido, sem saber o caminho de volta. O curupira fica observando e seguindo a pessoa, divertindo-se com o feito.
As lendas são estórias criadas pela imaginação das pessoas, principalmente da zona rural. Fazem parte deste contexto e geralmente carregam explicações e lições de vida. Portanto, não existem comprovações científicas sobre a existência destas figuras folclóricas.


1.      As personagens das lendas não são pessoas comuns, são fantásticas, irreais, que muitas vezes têm forma de gente, de bicho e também os dois juntos, como a mula sem cabeça.
a)      O curupira e a Iara são personagens irreais e fantásticas que fazem parte de lendas. Que outros você conhece?

b)       Quais as ações sobre-humanas que o personagem desta lenda são realizadas por ele?


2.      O objetivo de uma lenda é procurar dar explicação a acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais. Deuses, heróis e personagens sobrenaturais se misturam com fatos da realidade para dar sentido a vida e ao mundo.
a)      As lendas foram criadas por pessoas que antigamente gostavam de inventar histórias desse tipo. Por quê?

b)      Qual a principal função do curupira?

c)      Na sua opinião, por que é tão comum seres humanos se transformarem em animais ou vice-versa nas lendas?


3.      Os contadores de lendas dizem que o curupira adora pregar peças naqueles que entram na floresta. Por quê?

 



 Artigo de opinião 8ª série



Artigo de opinião:
Definição: É um gênero discursivo predominantemente argumentativo cujo objetivo principal é defender o ponto de vista do articulista que o assina sobre um ponto de discussão relevante da sociedade em termos sociais, políticos, culturais, etc.
Características:.
  • Objetivo: defender um ponto de vista; convencer e persuadir o interlocutor da validade de suas ideias.
  • Tema: a sociedade, a política, a cultura.
  • Contexto de circulação: periódicos, rádio, televisão, Internet.
Estrutura: relativamente livre, porém organizada em:
  • Título (criativo, para chamar a atenção do leitor);
  • Introdução (que situa e contextualiza o problema);
  • Desenvolvimento (que analisa o problema e apresenta argumentos que fundamentam o ponto de vista do autor);
  • Conclusão
  • Assinatura (do articulista responsável pela produção do artigo);
Linguagem:
  • Registro: predominantemente formal, mas com algumas marcas de subjetividade, como metáforas e hipérboles.
  • Pessoa e tempo verbal: na 1ª ou na 3ª pessoa do singular e predominantemente no presente;
  • Intenção comunicativa: convencer o leitor do ponto de vista defendido .
                
Exemplo de artigo de opinião.
Tiririca, populismo e despolitização
A. P. Quartim de Moraes
                 O desempenho eleitoral de Francisco Everardo Oliveira Silva, mais conhecido como o palhaço Tiririca, tem sido avaliado com certa indulgência por analistas e cientistas políticos. Seria apenas uma "manifestação de protesto" do eleitorado. Muitos desses analistas chegam a lembrar, numa comparação só aparentemente pertinente, que em São Paulo mesmo, nos anos 50, o rinoceronte Cacareco obteve votação maciça para vereador. Manifestação de protesto, especialmente numa eleição, é ato eminentemente político. Pressupõe consciência da adequação do meio ao fim que se pretende alcançar. O que pode existir de político no ato de votar num candidato que assumidamente não tem a menor ideia do que sua investidura poderá significar? Numa pessoa visivelmente manipulada por dirigentes partidários espertalhões? Pode ser muito engraçado eleger um palhaço para esculhambar um Poder da República que cada vez menos se dá ele próprio ao respeito. Mas não é nada engraçado verificar que palhaçadas acabam resultando quase sempre em decisões parlamentares que pouco ou nada têm que ver com os verdadeiros interesses dos eleitores. É um tiro que o eleitor alienado deu no próprio pé... Esse é o verdadeiro progresso. O resto é assistencialismo inconsequente ou, pior, oportunista. Certamente considerações dessa natureza, com todo o respeito humano que lhe é devido, são demais para a cabeça do campeão de votos Tiririca. Mas agora ele será governo, e também como tal deve ser respeitado. E os incomodados que afoguem o inevitável desalento no aforismo cínico de que cada povo tem o governo que merece. Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/geral,tiririca--populismo-e-despolitizacao,623300,0.htm (Adaptação)