LEITURA E INTERPRETAÇÃO TEXTUAL - ARTIGO DE OPINIÃO - GRÁVIDAS NO CONTRAFLUXO
ARTIGO
DE OPINIÃO:
Os artigos de opinião trazem questões
polêmicas que dizem respeito a toda a sociedade. Seu objetivo, portanto, não é
abordar assuntos de cunho pessoal, mas discutir
problemas que atingem a coletividade, levando
os leitores a refletir e a tomar uma posição sobre determinado assunto.
Como trata de questões polêmicas, o
leitor pode concordar ou discordar do que está escrito no artigo de opinião.
Portanto, se o autor quer convencer o leitor de sua opinião, é muito importante
que ele conheça bem o assunto de que está falando para poder construir uma boa
argumentação.
ARGUMENTAR é mais do que dar uma opinião; é
justificá-la, sustentá-la, isto é, defendê-la com argumentos, para tentar
convencer o ouvinte ou o leitor. Existem diferentes tipos de argumentos:
apresentação de fatos que funcionam como exemplos; citações de opiniões de
pessoas importantes e/ou de dados de pesquisa; apresentação de valores e
princípios; etc.
GRÁVIDAS
NO CONTRAFLUXO
Recentemente, o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou a pesquisa
Indicadores Sociais 2007, e um dos dados que mais chamou a atenção foi o número
de adolescentes que tiveram filhos nos últimos dez anos. Em 1996, 6,9% das
garotas entre 15 e 17 anos já eram mães. Esse número subiu para 7,6% em 2006.
Você pode até pensar que o aumento não foi tão grande assim, se não fosse por
um detalhe: essa é a única faixa etária em que a taxa de fecundidade aumentou.
Ou seja, as mulheres estão tendo menos filhos e as adultas estão esperando mais
para se tornarem mães. Só as adolescentes vêm no contrafluxo. Para se ter uma
ideia, na faixa dos 18 aos 24 anos, a fecundidade caiu de 38% para 34,9%
durante os últimos dez anos. Quer mais um número impressionante? De todos os
partos realizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde) no ano passado, quase 16%
deles envolveram garotas com menos de 19 anos, ou seja, elas engravidaram ainda
na adolescência.
Esse aumento de
mães adolescentes é bastante preocupante. Não é só por causa da questão
emocional que a gravidez na adolescência deve ser evitada. Vendo sob o aspecto
da saúde, a gestação precoce é considerada de alto risco, mesmo que a garota
seja muito saudável. Como o corpo da adolescente ainda não está completamente
desenvolvido, as condições para a realização do parto são mais complicadas.
Além disso, os bebês gerados por adolescentes têm uma tendência maior a
nascerem prematuros e abaixo do peso normal – o baixo peso, menos de 2,5 quilos
ao nascer, é um dos fatores de risco para a mortalidade infantil. A chance de
uma adolescente ter hipertensão (pressão alta na gestação), por exemplo, é
cinco vezes maior do que uma mulher adulta. O risco de desenvolver anemia
durante a gravidez também é maior entre as adolescentes. A coisa é bem séria: a
gestação precoce é a terceira causa de morte de garotas entre 15 e 18 anos no
Brasil.
Outro ponto a
ser levado em consideração é a evasão escolar. Pense bem: se às vezes já é
difícil levar os estudos direitinho sem ter que cuidar de um bebê, imagine uma
garota que tem de amamentar, trocar fralda, preparar papinha e que não vai
conseguir dormir bem porque seu bebê chora a noite inteira! Sem contar que
muitas ficam com vergonha de voltar para a escola depois de terem seus bebês.
Por isso, tantas meninas saem da escola quando engravidam. Um estudo feito pela
ONU, com mais de 10 mil brasileiros na faixa etária de 15 a 17 anos, mostra que
56% dos jovens que abandonam a escola são garotas. Um quarto delas parou de
estudar porque engravidou na adolescência. Isso torna a gravidez precoce a
maior causa de evasão escolar entre as meninas que deveriam estar no Ensino
Médio.
O problema não é
só durante a gestação ou logo após o parto. Mesmo depois de terem seus filhos,
a taxa de retorno à escola é bem baixa entre as jovens mães. Para agravar ainda
mais a situação, cerca de 40% das garotas que têm filho antes dos 18 anos
voltam a engravidar dentro de 3 anos. Complicado, hein?
Autor: Jairo Bouer
é médico e autoridade em sexualidade e comportamento jovem. Palestrante
em todo o país, em escolas, universidades, empresas e grandes eventos
abertos à população.
BOUER, Jairo. Disponível em: http://blog.educacional.com.br/jairo_bouer/p74553/#cmnt. Acesso em: 25
abr. 2012.
REFLEXÃO
SOBRE O TEXTO
1. O que quer dizer “vir no
contrafluxo”?
2. Segundo o artigo lido, quem são as
grávidas que estão no contrafluxo? Por quê?
3. Onde esse artigo foi publicado?
4. Qual é a profissão e a especialidade
do autor no assunto tratado?
5. Na sua opinião, quando o autor
escreveu esse artigo, quem ele imaginava que seriam seus leitores?
6. Esse artigo poderia ser publicado
numa revista de esportes ou de carros? Por quê?
7. Os artigos de opinião costumam
discutir uma questão polêmica de alcance social amplo. Qual é a polêmica ou o
problema social que motivou o autor a escrever esse artigo?
8. Qual é o posicionamento do autor a
respeito dessa questão?
9. O autor do artigo expressa sua
opinião várias vezes no decorrer do texto e usa argumentos para sustentá-la.
Para a opinião abaixo ele usou quatro argumentos. Reescreva do texto esses
quatro argumentos em sequência.
“Não
é só por causa da questão emocional que a
gravidez na adolescência deve ser evitada”.
1º argumento:
2º argumento:
3º argumento:
4º argumento:
10. Que argumento o autor utiliza para
justificar a seguinte opinião: “o
problema não é só durante a gestação ou logo após o parto”.
11. Por que o autor do artigo acha que a
gravidez na adolescência é “uma coisa bem
séria”?
12. Reescreva do texto uma justificativa
de opinião em que o autor usa de dados estatísticos.
13. Reescreva do texto uma justificativa
de opinião em que o autor usa de dados de pesquisas.
OPINANDO SOBRE O ASSUNTO EM QUESTÃO
14. Em sua opinião, até que ponto a vida
da garota e de seu namorado muda por causa de uma gravidez acidental?
15. Mesmo com tantas informações sobre o
assunto “gravidez na adolescência” (na escola, nos programas de TV, na internet
etc), há um grande número de garotas que engravidam entre 15 e 17 anos. Na sua
opinião, por que isso ainda tem ocorrido?
FONTE: FIGUEIREDO,
Laura de; BALTHASAR, Marisa; GOULART, Shirley. Singular & Plural:
leitura, produção e estudos de linguagem. São Paulo: Moderna, 2012.
me ajude nas respotas de 1 a 15, passe a resposta ai
ResponderExcluirNn achei Nn tbm
ResponderExcluirBoa noite!
ResponderExcluirVc poderia enviar a respostas do artigo de opinião,GRÁVIDAS NO CONTRAFLUXO para mim?
me ajuda na 7 i na 9 fazendo favor
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