segunda-feira, 29 de agosto de 2016

 

Testemunha Tranquila - Atividades de compreensão e uso do Modo Subjuntivo


TESTEMUNHA TRANQÜILA
Stanislaw Ponte Preta
           


O camarada chegou assim com ar suspeito, olhou pros lados e – como não parecia ter ninguém por perto – forçou a porta do apartamento e entrou. Eu estava parado olhando, para ver no que ia dar aquilo. Na verdade eu estava vendo nitidamente toda a cena e senti que o camarada era um mau-caráter.
            E foi batata. Entrou no apartamento e olhou em volta. Penumbra total. Caminhou até o telefone e desligou com cuidado, na certa para que o aparelho não tocasse enquanto ele estivesse ali. Isto – pensei – é porque ele não quer que ninguém note a sua presença: logo, só pode ser um ladrão, ou coisa assim.
            Mas não era. Se fosse ladrão estaria revistando as gavetas, mexendo em tudo, procurando coisas para levar. O cara – ao contrário – parecia morar perfeitamente no ambiente, pois mesmo na penumbra se orientou muito bem e andou desembaraçado até uma poltrona, onde sentou e ficou quieto:
            — Pior que ladrão. Esse cara deve ser um assassino e está esperando alguém chegar para matar – eu tornei a pensar e me lembro (inclusive) que cheguei a suspirar aliviado por não conhecer o homem e – portanto – ser difícil que ele estivesse esperando por mim. Pensamento bobo, de resto, pois eu não tinha nada a ver com aquilo.
            De repente ele se retesou na cadeira. Passos no corredor. Os passos, ou melhor, a pessoa que dava os passos, parou em frente à porta do apartamento. O detalhe era visível pela réstia de luz, que vinha por baixo da porta.
            Som de chave na fechadura e a porta se abriu lentamente e logo a silhueta de uma mulher se desenhou contra a luz. Bonita ou feia? – pensei eu. Pois era uma graça, meus caros. Quando ele acendeu a luz da sala é que eu pude ver. Era boa às pampas. Quando viu o cara na poltrona ainda tentou recuar, mas ele avançou e fechou a porta com um pontapé... e eu ali olhando. Fechou a porta, caminhou em direção à bonitinha e pataco... tacou-lhe a primeira bolacha. Ela estremeceu nos alicerces e pimba... tacou a outra.
            Os caros leitores perguntarão: — E você? Assistindo àquilo sem tomar uma atitude? — a pergunta é razoável. Eu tomei uma atitude, realmente?Desliguei a televisão, a imagem dos dois desapareceu e eu fui dormir.
(Retirado do livro Dois amigos e um chato – páginas 17 e 18 (88)
Stanislaw Ponte Preta, Editora Moderna)


1)    Explique o que significam as expressões sublinhadas.

a)    O camarada chegou assim com ar suspeito.


b)    Na verdade eu estava vendo nitidamente toda a cena e senti que o camarada era um mau-caráter.


c)    O detalhe era visível pela réstia de luz, que vinha por baixo da porta.


d)    Tacou-lhe a primeira bolacha.


e)    Ela estremeceu nos alicerces e pimba... tacou a outra.


2)    Quanto aos elementos da narrativa, responda:

a)    Tipo de narrador: ­­­­­­___________________________________________________________________

b)    Espaço: __________________________________________________________________________

c)    Personagens: ______________________________________________________________________

d)    Enredo (pequeno resumo dos fatos):


3)     Agora, responda de acordo com o conteúdo do texto.

a)    Que atitudes demonstraram ao narrador que o homem era um mau-caráter?


b)    Que providencias o individuo tomou para não ser notado? Quem o narrador pensou que era?


c)    Que atitudes demonstraram que o homem não era um ladrão?


d)    O narrador chegou a pensar que o homem era um assassino. Por que apesar disso, ele respira aliviado?


e)    O que afinal fazia o homem naquele lugar?


f)     Por que na sua opinião, quando a mulher viu o cara ela quis recuar?


g)    Qual é o elemento surpresa que dá origem ao humor do texto?


h)    O texto é uma crítica aos espectadores televisivos que só assistem à televisão sem refletir. Você concorda com esta afirmativa? Por quê?


4- Responda as perguntas utilizando “Só se você...”

a)    Você compraria um pedaço de bolo para mim?


b)    Você me emprestaria um CD?


c)    Você me faria um favor?


5- Formule hipóteses sobre o mundo, fazendo frases que comecem com “E se...”


6- Complete as frases utilizando o Modo Subjuntivo dos verbos.

a) Se eu ___________________ em tudo que você diz, estaria perdido. (acreditar)

b) Não tenho certeza, mas se nós _________________ por esta rua, gastaremos menos tempo. (subir)

c) Pode ser que você _____________ razão. (ter)

d) Não é que eu ______________ me intrometer, mas você não tem agido bem nas últimas semanas. (querer)

e) Talvez a cor azul nos ______________ sorte. (trazer)

f) Se _____________ tudo o que é necessário à melhoria da sociedade, o governo poderá contar com seu povo. (fazer)

g) Quando você ________________, vá ao banco para mim. (poder)

h) É necessário que todos _______________ solidários. (ser)

i) Se ela _________________ a verdade, teria a consciência menos pesada. (falar)

j) Nós comeríamos a sobremesa, se ela ________________ servida. (ser)

l) Talvez eu _________________ para você dormir. (cantar)

m) Se eu ___________________ mais com o meu pai, ele me compreenderia melhor. (conversar)

n) Quando eu ________________, trarei as encomendas. (voltar)

o) Se você _______________ a casa, teria o dinheiro necessário. (vender)

p) Desejo que ele _________________ as paredes novamente. (pintar)

7- Informe em que tempo do modo subjuntivo encontram-se as formas verbais destacadas abaixo.

a) Se nós repartíssemos o bolo, todos comeriam.

b) É possível que você a encontre depois da aula.

c) Depois que vocês terminarem o exercício, farei a correção.

d) Ele não permitiu que nós olhássemos pela janela.

e) É improvável que o cão fuja novamente.

 

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