quinta-feira, 24 de setembro de 2015


FIGURAS DE LINGUAGEM
(Grupo Semântico)

Segundo Mauro Ferreira, a importância em reconhecer figuras de linguagem está no fato de que tal conhecimento, além de auxiliar a compreender melhor os textos literários, deixa-nos mais sensíveis à beleza da linguagem e ao significado simbólico das palavras e dos textos.

Definição: Figuras de linguagem são certos recursos não-convencionais que o falante ou escritor cria para dar maior expressividade à sua mensagem.
1) Antítese: consiste na aproximação de termos contrários, de palavras que se opõem  pelo sentido.
“Os jardins têm vida e morte.”

2) Ironia: é a figura que apresenta um termo em sentido oposto ao usual, obtendo-se, com isso, efeito crítico ou humorístico.
“A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças.”

3) Eufemismo: consiste em substituir uma expressão por outra menos brusca; em síntese, procura-se suavizar alguma afirmação desagradável.
Ele enriqueceu por meios ilícitos. (em vez de ele roubou)

4) Hipérbole: trata-se de exagerar uma ideia com finalidade enfática.
Estou morrendo de sede. (em vez de estou com muita sede)

5) Prosopopeia ou personificação: consiste em atribuir a seres inanimados predicativos que são próprios de seres animados.
O jardim olhava as crianças sem dizer nada.
6) Metáfora: consiste em empregar um termo com significado diferente do habitual, com base numa relação de similaridade entre o sentido próprio e o sentido figurado. A metáfora implica, pois, uma comparação em que o conectivo comparativo fica subentendido.
“Meu pensamento é um rio subterrâneo.”

7) Metonímia: como a metáfora, consiste numa transposição de significado, ou seja, uma palavra que usualmente significa uma coisa passa a ser usada com outro significado. Todavia, a transposição de significados não é mais feita com base em traços de semelhança, como na metáfora. A metonímia explora sempre alguma relação lógica entre os termos. Observe:
Não tinha teto em que se abrigasse. (teto em lugar de casa)

8) Catacrese: ocorre quando, por falta de um termo específico para designar um conceito, torna-se outro por empréstimo. Entretanto, devido ao uso contínuo, não mais se percebe que ele está sendo empregado em sentido figurado.
O pé da mesa estava quebrado.

9) Sinestesia: trata-se de mesclar, numa expressão, sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido.
A luz crua da madrugada invadia meu quarto.
10) Comparação: Consiste em atribuir características de um ser a outro, em virtude de uma determinada semelhança.
Exemplo: O meu coração está igual a um céu cinzento. O carro dele é rápido como um avião.

LIÇÃO 8

O texto que vamos ler em seguida é do jornalista Luís Lobo e tem como título “Nossas Cidades”.
Podemos dizer que este texto é informativo, pois nos traz informações relevantes sobre: o processo respiratório; problemas respiratórios causados pela poluição e transtornos causados ao homem devido à poluição sonora – excesso de barulho.
Também pode ser considerado um texto de opinião crítica, pois faz comparações dos seres humanos com animais.

Nossas Cidades

Enjaulados, enquanto não fizermos desse zoológico um jardim mais verde, mais limpo, mais saudável, menos neurótico, a única solução é sairmos de vez em quando para respirar ar puro, beber água de verdade, ouvir o silêncio, sentir os cheiros da vida e reconquistar a tranquilidade perdida.
Você, por exemplo, respira de 20 mil a 30 mil vezes por dia, inspirando de cada vez mais ou menos meio litro de ar. Cerca de 30% desse ar enche 350 milhões de minúsculos compartimentos no pulmão, onde o sangue troca o venenoso dióxido de carbono por oxigênio, sem o qual a vida é impossível. Nas grandes cidades, o ar contém centenas de toxinas que prejudicam o desenvolvimento normal das células. Os gases que escapam dos veículos a gasolina, por exemplo, impedem a perfeita oxigenação do sangue e provocam alergias, doenças do coração e câncer. O monóxido de carbono é assimilado pelos glóbulos vermelhos 200 vezes mais depressa que o oxigênio. E o chumbo, derivado do tetraetileno de chumbo, é prejudicial acima de 100 milionésimos de grama por metro cúbico de ar, concentração que já existe em qualquer cidade de tamanho médio no Brasil.
Nossas cidades não são uma selva de asfalto e concreto; são enormes zoológicos humanos, onde vivemos em condições que não são naturais para a nossa espécie e onde corremos perigo também de enlouquecer de tensão, de adoecermos de civilização, pelo nariz, pela boca, pelos ouvidos.
É a água que bebemos? Os rios, principal fonte de água potável, são usados como canais de esgoto e despejo. A vida animal, na maior parte dos rios que abastecem as grandes cidades, já não existe, porque a vida é impossível, não está para peixe. Esse líquido clorado, recuperado, da nossa era higiênica tem pouca coisa a ver com a água potável, de nascente, digna de peixe e de homem. Estações de tratamento, filtros, toda a química disponível não consegue esconder que estamos bebendo um líquido que supre as nossas necessidades vitais, mas que é chamado água apenas por hábito.
Dor de cabeça, fadiga excessiva, nervosismo, distúrbios de equilíbrio, afecções cardíacas e vasculares, anemias, úlceras de estômago, distúrbios gastrintestinais, neuroses, distúrbios glandulares, curtos-circuitos nervosos, tudo isso pode ser provocado pelo barulho das grandes cidades. E nem é preciso que seja barulho excessivo, porque, na maior parte das vezes, ele já é incomodo e contínuo.
Além disso, estamos ficando surdos. Em cada cem cariocas (ou paulistas, ou gaúchos), dez têm problemas de audição e cinco foram vítimas da poluição sonora. Hoje em dia há duas vezes mais pessoas surdas do que há dez anos, e a gente da cidade só ouve a partir de 36 decibéis, 10 na melhor hipótese, enquanto o homem do campo ouve ruídos de até 1 decibel.
(LOBO, L. Turismo em foco. Ano IV, n. 19. p.19)

VOCABULÁRIO
Afecção – doença.
Anemia – diminuição de hemoglobina do sangue, fraqueza, debilidade.
Decibel – unidade de medida da intensidade do som.
Dióxido de carbono – substância tóxica derivada do carbono.
Inspirar – fazer o ar entrar nos pulmões; oferecer uma base, um fundamento; criar disposição para determinada ação.
Monóxido de carbono – substância tóxica derivada do carbono.
Tensão – corrente elétrica; esticamento; rigidez; estado de ansiedade ou angústia, estresse.
Tetraetileno de chumbo – substância tóxica derivada do chumbo.
Toxina – substância tóxica segregada por seres vivos.

Ampliando o Conhecimento

01. O texto “Nossas cidades” apresenta os parágrafos desordenados, isto é, fora da ordem em que foram escritos pelo jornalista Luís Lobo. Recorte os parágrafos e ordene-os, de forma que o texto tenha sentido.


2) Algumas palavras desse texto são polissêmicas, isto é: podem ter significados diferentes, conforme o contexto. Por exemplo: tensão e inspirar.

a) Indique o significado da palavra tensão, em cada uma das frases seguintes. Em seguida reescreva a frase utilizando o significado indicado. Não se esqueça de fazer as alterações necessárias!
·         O pessoal estava em silêncio, mas a tensão era evidente: alguma coisa estava por acontecer.
·         O funcionário da empresa morreu há pouco, eletrocutado por um cabo de alta tensão.
·         A tensão da corda era tal, que se romperia ao menor esforço.

b) Faça como no item anterior, porém a palavra a ser trabalhada é inspirar.
·         A novela foi inspirada no livro de Rubens Fonseca.
·         Nossa respiração tem dois movimentos: inspirar e expirar.
·          Pouca coisa o inspira, nesta etapa da vida.

3) O uso do parágrafo. A maioria dos textos é estruturado em parágrafos. Você sabe o que são parágrafos? E qual a sua função em um texto? Os parágrafos dividem o texto em partes e servem para organizá-lo, mostrando a mudança de assunto dentro do mesmo. Cada parágrafo começa afastado da margem, é iniciado com letra maiúscula, termina com um sinal de pontuação adequado para o tipo de frase que foi escrita. Agora que você já sabe o que é um parágrafo, indique abaixo a ideia central de cada um deles.
a) 1º parágrafo:
b) 2º parágrafo:
c) 3º parágrafo:
d) 4º parágrafo:
e) 5º parágrafo:
f) 6º parágrafo:

4) Depois de lido o texto “Nossas cidades” podemos dizer que a região onde moramos – Jijoca de Jericoacoara – assemelha-se as cidades descritas no texto? Justifique sua resposta.

5) O autor prefere definir as nossas cidades como “zoológicos humanos”, e não como “selva de asfalto e concreto”. O que você acha que querem dizer as expressões “zoológicos humanos” e “selva de asfalto e concreto”?

6) Na questão anterior o autor usou aspas nas expressões: “zoológicos humanos” e “selva de asfalto e concreto”, explique o porquê do uso deste sinal de pontuação. Porém, para isso, leia com atenção a regra a seguir.

ASPAS: são usadas no início e no final de citações; para destacar palavras estrangeiras e gírias; para indicar a fala de pessoas, de personagens; ou ainda em palavras para destacar o seu sentido usado fora do habitual, normal.

LIÇÃO 9
PRODUÇÃO DE TEXTO

01. Com base no texto “Nossas Cidades” de Luís Lobo que você leu. Faça um texto que convença o leitor sobre a importância da preservação ambiental.


LIÇÃO 10
COMO O REI DE UM PAÍS CHUVOSO

Um espectro ronda o mundo atual: o espectro do tédio. Ele se manifesta de diversas maneiras. Algumas de suas vítimas invadem o “shopping center” e, empunhando um cartão de crédito, comprometem o futuro do marido ou da mulher e dos filhos. A maioria opta por ficar horas diante da TV, assistindo a “reality shows”, os quais, por razões que me escapam, tornam interessante para seu público a vida comum de estranhos, ou seja, algo idêntico à própria rotina considerada vazia, claustrofóbica.
O mal ataca hoje em dia faixas etárias que, uma ou duas gerações atrás, julgávamos naturalmente imunizadas a seu contágio. Crianças sempre foram capazes de se divertir umas com as outras ou até sozinhas. Dotadas de cérebros que, como esponjas, tudo absorvem e de um ambiente, qualquer um, no qual tudo é novo, tudo é infinito, nunca lhes faltam informação e dados a processar. Elas não precisam ser entretidas pelos adultos, pois o que quer que estes façam ou deixem de fazer lhes desperta, por definição, a curiosidade natural e aguça seus instintos analíticos. E, todavia, os pais se veem cada vez mais compelidos a inventar maneiras de distrair seus filhos durante as horas ociosas destes, um conceito que, na minha infância, não existia. É a ideia de que, se a família os ocupar com atividades, os filhos terão mais facilidades na vida.
Sendo assim, os pais, simplesmente, não deixam os filhos pararem. Se o mal em si nada tem de original e, ao que tudo indica, surgiu, assim como o medo, o nojo e a raiva, junto com nossa espécie ou, quem sabe, antes, também é verdade que, por milênios, somente uma minoria dispunha das precondições necessárias para sofrer dele. Falamos do homem cujas refeições da semana dependiam do que conseguiria caçar na segunda-feira, antes de, na terça, estar fraco o bastante para se converter em caça e de uma mulher que, de sol a sol, trabalhava com a enxada ou o pilão. Nenhum deles tinha tempo de sentir o tédio, que pressupõe ócio abundante e sistemático para se manifestar em grande escala. Ninguém lhe oferecia facilidades. Por isso é que, até onde a memória coletiva alcança, o problema quase sempre se restringia ao topo da pirâmide social, a reis, nobres, magnatas, aos membros privilegiados de sociedades que, organizadas e avançadas, transformavam a faina abusiva da maioria no luxo de pouquíssimos eleitos.
O tédio, portanto, foi um produto de luxo, e isso até tão recentemente que Baudelaire, para, há século e meio, descrevê-lo, comparou-se ao rei de um país chuvoso, como se experimentar delicadeza tão refinada elevasse socialmente quem não passava de “aristocrata de espírito”.
Coube à Revolução Industrial a produção em massa daquilo que, previamente, eram raridades reservadas a uma elite mínima. E, se houve um produto que se difundiu com sucesso notável pelos mais inesperados andares e cantos do edifício social, esse produto foi o tédio. Nem se requer uma fartura de Primeiro Mundo para se chegar à sua massificação. Basta, a rigor, que à satisfação do biologicamente básico se associe o cerceamento de outras possibilidades (como, inclusive, a da fuga ou da emigração), para que o tempo ocioso ou inútil se encarregue do resto. Foi assim que, após as emoções fornecidas por Stalin e Hitler, os países socialistas se revelaram exímios fabricantes de tédio, único bem em cuja produção competiram à altura com seus rivais capitalistas. O tédio não é piada, nem um problema menor. Ele é central. Se não existisse o tédio, não haveria, por exemplo, tantas empresas de entretenimento e tantas fortunas decorrentes delas. Seja como for, nem esta nem soluções tradicionais (a alta cultura, a religião organizada) resolverão seus impasses. Que fazer com essa novidade histórica, as massas de crianças e jovens perpetuamente desempregados, funcionários, gente aposentada e cidadãos em geral ameaçados não pela fome, guerra ou epidemias, mas pelo tédio, algo que ainda ontem afetava apenas alguns monarcas?

ASCHER, Nélson, Folha de S. Paulo, 9 abr. 2007, Ilustrada. (Texto adaptado)

Responda as questões a seguir, consultando o texto.

“Como o rei de um país chuvoso”
01.  O título do texto contém, sobretudo,
                (A)   uma alusão à antítese entre a facilidade de provimento das necessidades materiais
e o vazio decorrente do ócio e da monotonia pela ausência de motivos por que
lutar.
                (B)   uma comparação que trata da dificuldade de convivência entre a opulência do
poder e a manipulação decorrente do consumismo exacerbado.
                (C)   uma metáfora relacionada à coabitação da angústia existencial contemporânea
com a busca de sentidos para a vida, especialmente entre os membros da aristocracia.
                (D)  uma referência ao conflito advindo da solidão do poder, especialmente no que se
refere ao desânimo oriundo da ausência de perspectivas para a vida em sociedade.
  
            02.  O texto NÃO menciona como causa para a presença do tédio na sociedade moderna

     (A) a ausência de atividades físicas compulsórias relacionadas com a sobrevivência.
(B) a facilidade de acesso aos bens que proveem as necessidades físicas primárias.
(C) a limitação da mobilidade física e privação de certas liberdades.
(D) a proliferação de empresas e de espaços de lazer e de consumo.

            03.   A alternativa em que o termo destacado NÃO está corretamente explicado entre
parênteses é:
                 (A)   “[...] aos membros privilegiados de sociedades que [...] transformavam a faina
abusiva da maioria no luxo de pouquíssimos eleitos.” (linhas 30-32) (A CARÊNCIA, A MISÉRIA)
                 (B)   “Basta [...] que à satisfação do biologicamente básico se associe o cerceamento
             de outras possibilidades [...]” (linhas 41-43) (A RESTRIÇÃO, A SUPRESSÃO)
          (C)  “[...] os países socialistas se revelaram exímios fabricantes do tédio[...]” (linhas     45-46) (EMINENTES, PERFEITOS)
          (D)  “Um espectro ronda o mundo atual: o espectro do tédio.” (linha 1) 
               (UM FANTASMA, UMA AMEAÇA)

      04.   “O mal ataca hoje em dia faixas etárias que, uma ou duas gerações atrás, julgávamos naturalmente imunizadas a seu contágio.” (linhas 8-9) A expressão destacada pode ser substituída sem alteração significativa do sentido por:

(A) a uma ou duas gerações.
B) acerca de duas gerações.
C) há uma ou duas gerações.
D) por uma ou duas gerações.

       05.  “Se não existisse o tédio, não haveria, por exemplo, tantas empresas de entretenimento e  tantas fortunas decorrentes delas.” (linhas 47-49) Alterando-se os tempos verbais, haverá erro de coesão em:

             (A)   Não existindo o tédio, não haveria, por exemplo, tantas empresas de
entretenimento e tantas fortunas decorrentes delas.
            (B)   Se não existe o tédio, não terá havido, por exemplo, tantas empresas de
entretenimento e tantas fortunas decorrentes delas.
            (C)   Se não existir o tédio, não vai haver, por exemplo, tantas empresas de
entretenimento e tantas fortunas decorrentes delas.
            (D)  Se não tivesse existido o tédio, não teria havido, por exemplo, tantas empresas de
entretenimento e tantas fortunas decorrentes delas.

06.  A supressão da vírgula implica alteração do sentido em:

(A) “Coube à Revolução Industrial a produção em massa daquilo que, previamente, eram raridades reservadas a uma elite mínima.” (linhas 37-38)
Coube à Revolução Industrial a produção em massa daquilo que previamente eram raridades reservadas a uma elite mínima.
       (B) “Nenhum deles tinha tempo de sentir o tédio, que pressupõe ócio abundante e
sistemático [...]” (linhas 26-27) Nenhum deles tinha tempo de sentir o tédio que pressupõe ócio abundante e sistemático [...]
                  (C)   “O tédio não é piada, nem um problema menor.” (linha 47) O tédio não é piada nem um problema menor.
                 (D)  “[...] também é verdade que, por milênios, somente uma minoria dispunha das
precondições necessárias [...]” (linhas 21-23) [...] também é verdade que por milênios somente uma minoria dispunha das precondições necessárias [...]

07. Leia o trecho abaixo da crônica “A Bola”, de Luís Fernando Veríssimo, e interprete:

O pai deu uma bola de presente ao filho. Lembrando o prazer que sentira ao ganhar a primeira bola do pai. Um número 5 sem tento oficial de couro. Agora não era mais de couro, era de plástico. Mas era uma bola.
O garoto agradeceu, desembrulhou a bola e disse “Legal!” Ou o que os garotos dizem hoje em dia quando gostam do presente ou não querem magoar o velho. Depois começou a girar a bola, à procura de alguma coisa.
- Como é que liga? - perguntou.
- Como, como é que liga? Não se liga.
O garoto procurou dentro do papel de embrulho.
- Não tem manual de instrução?
O pai começou a desanimar e a pensar que os tempos são outros. Que os tempos são decididamente outros.

(A) O pai constatou que o presente estava com defeito.
(B) O pai constatou que o presente não despertou no filho a mesma satisfação que sentiu quando era criança e ganhou uma bola.
(C) De acordo com o texto, o filho sempre quis ganhar uma bola de futebol.
(D) O pai não soube ensinar o filho como usar o presente.

 

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