segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Foto de Rosas com carinho.
 
 
O menino rico
Nunca tive brinquedos.
Brinco com as conchas do mar
E com a areia da praia.
Brinco com as canoas dos coqueiros
Derrubadas pelo vento.
Faço barquinhos de papel
Visto-me com os raios do luar.
Nas águas da enxurrada.
Brinco com as borboletas.
Nos dias de sol
E nas noites de lua cheia
Visto-me com os raios do luar.
Na primavera teço coroas de flores perfumadas
As nuvens do céu são navios,
são bichos, são cidades.
Sou o menino mais rico do mundo
Porque brinco com o Universo
Porque brinco com o Infinito.
Maria Alice do Nascimento e Sílvia Leuzinger, O diário de Marcos Vinícius.
Rio de janeiro, Nova Fronteira, 1982.
Sugestões de atividades:
a) Quem é o autor e qual o ano de publicação do texto?
b) Qual a mensagem que o texto transmite?
c) Quais as ações que o menino desempenha?
d) Que palavra a expressão “me” em “Visto-me”  está substituindo?
e) Na frase “Na primavera teço coroas de flores perfumadas”,  qual o significado da
palavra “teço”? É possível substituí-la por outra, sem que a frase mude de sentido?
f) O autor escreve: “Nunca tive brinquedos”. Se mais de uma pessoa falasse esta frase,
como ela ficaria?38
ATIVIDADE 29



ATIVIDADE DE LEITURA REFERENTE À HISTÓRIA EM QUADRINHOS
1. O  texto  acima  é  uma  história  em  quadrinhos.  Aponte  pelo  menos  três
características desse tipo de texto (o que ele apresenta que o faz ser uma história
em quadrinhos?).
2. O jeito de falar e mesmo as roupas de alguns personagens identificam o lugar onde
eles vivem. Que lugar é esse?39
3. No primeiro e no último quadrinho, Chico Bento e Zé Lelé apresentaram a mesma
expressão facial, ou seja, “cara”. Que acontecimentos os fez ficar desse jeito?
4. Observe as falas de Zé Lelé e Chico Bento, você acha que em um trabalho de
pesquisa escolar eles podem escrever do mesmo jeito que falam? Por quê?
5. Explique por que o balão que contém a risada de Zé Lelé é diferente dos outros
que indicam as falas dos personagens.
6. No último quadrinho, a “cara” de Zé Lelé indica a reação dele ao ficar sabendo que
também tinha tirado zero. Que sentimentos a expressão facial demonstra?
ATIVIDADE 30
A Bola
O pai deu uma bola de presente ao filho. Lembrando o prazer que sentira ao
ganhar a sua primeira bola do pai. Um número 5 sem tento oficial de couro. Agora não era
mais de couro, era de plástico. Mas era uma bola.
O garoto agradeceu, desembrulhou a bola e disse "Legal!". Ou o que os garotos
dizem hoje em dia quando não gostam do presente ou não querem magoar o velho.
Depois começou a girar a bola, à procura de alguma coisa.
- Como e que liga? - perguntou.
- Como, como é que liga? Não se liga.
O garoto procurou dentro do papel de embrulho.
- Não tem manual de instrução?
O pai começou a desanimar e a pensar que os tempos são outros. Que os tempos
são decididamente outros.
- Não precisa manual de instrução.
- O que é que ela faz?
- Ela não faz nada. Você é que faz coisas com ela.
- O quê?
- Controla, chuta...
- Ah, então é uma bola.                                                
- Claro que é uma bola.
- Uma bola, bola. Uma bola mesmo.
- Você pensou que fosse o quê?
- Nada, não.
O garoto agradeceu, disse "Legal" de novo, e dali a pouco o pai o encontrou na
frente da tevê, com a bola nova do lado, manejando os controles de um videogame. Algo
chamado Monster Baú, em que times de monstrinhos disputavam a posse de uma bola
em forma de blip eletrônico na tela ao mesmo tempo que tentavam se destruir
mutuamente.
O garoto era bom no jogo. Tinha coordenação e raciocínio rápido. Estava
ganhando da máquina. O pai pegou a bola nova e ensaiou algumas embaixadas.
Conseguiu equilibrar a bola no peito do pé, como antigamente, e chamou o garoto.
- Filho, olha.
O garoto disse "Legal" mas não desviou os olhos da tela.
O pai segurou a bola com as mãos e a cheirou, tentando recapturar mentalmente o
cheiro de couro. A bola cheirava a nada.40
Talvez um manual de instrução fosse uma boa ideia, pensou. Mas em inglês, para
a garotada se interessar.
                                (Luis Fernando Veríssimo. Comédia para se ler na escola. Rio de Janeiro. Objetiva.)
Atividades:
1. De onde foi retirada a crônica  “ A bola “? Pelo título do livro, que outros textos o livro
traz?
2. Com que intenção Luis Fernando Veríssimo escreveu essa crônica? Identifique as
opções corretas:
a) Refletir sobre o comportamento de crianças que preferem ficar solitárias na frente de
um videogame.
b) Convencer o leitor de que todos devem brincar somente de videogame.
c) Fazer o leitor pensar que o excesso de videogame e televisão pode gerar desinteresse
por outras brincadeiras antigas e interesses como brincar de bola, por exemplo.
d) Dizer que brincar de bola é brincadeira do passado.
3. Quando o pai deu a bola de presente ao filho, que reação ele esperava que o menino
tivesse? Por quê?
4. Releia o trecho:
“ - Como é que liga? Perguntou.
  - Como, como é que liga? Não se liga.
O garoto procurou dentro do papel de embrulho.
  - Não tem manual de instrução? “
Pela reação do menino, o que você acha que ele pensou que fosse a bola?
5. A palavra Legal aparece entre aspas em três momentos no texto.
a) Por que ela aparece entre aspas?
b) Pelo modo como se comportava o menino ao pronunciá -la pela primeira vez, que
sentimento foi revelado?
6. Como o pai se sentiu o pai ao perceber a reação do menino ao pronunciá-la pela
primeira vez, que sentimento foi revelado?
7. Qual foi a intenção do pai quando começou a fazer embaixadas?
8. Escreva como você reagiria se estivesse no lugar do menino.
9. O que é manual de instrução ? Faça uma lista de objetos que costumam trazê-lo.
10. Em quanto tempo o fato narrado provavelmente aconteceu? Justifique sua

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